Everything Has Changed escrita por Anne Atten


Capítulo 48
Capítulo 48


Notas iniciais do capítulo

Oioi!
Esse capítulo é POV da Jane, encontro Joliver :3
Espero que gostem!
Boa leitura :)



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Eu quero matar a Lydia e a Kriss. Principalmente a Kriss, já que foi ela que tapou minha boca e disse que eu vou sair com o babaca do Oliver.
São cinco e meia, daqui meia hora vou ver esse infeliz.
Bufo e me jogo na cama de novo. Eu estou horrível, sinceramente. Bom pra ele ver que não to nada afim de sair com ele.
E eu nem sei o que a gente vai fazer! Tá, ele disse no ringue, mas o Oliver parece meio desparafusado da cabeça, capaz dele mudar as coisas. Fora que não duvido nada ele encontrar uma garota bonita lá e ficar com ela. Aí vou ficar sozinha.
Não que a companhia dele seja muita coisa, mas ficar sozinha também não dá. Tenho esperanças que eu encontre alguma amiga minha lá e fuja dele.
Ouço uma batida na porta.
–Entra. – falo totalmente desanimada.
A porta se abre e vejo a loira que eu quero tanto matar.
Kriss faz uma careta ao me ver.
–Credo, Jane. É assim que você vai pro seu encontro?
Bufo.
–Pela milésima vez, isso não é um encontro!
Que saco, todo mundo fica enchendo que vou ter meu primeiro encontro! Não é encontro essa coisa, não é!
Ela revira os olhos e vem até mim.
–Amiga, encontro ou não, você vai sair assim?
–Vou!
–Jane, você tá parecendo uma criança chorona. – opina ela. –Na boa.
Não respondo nada.
–Você só vai no shopping com o Oliver, não tem nada demais. Você mesma disse que não é encontro, então não é nada demais. Só vai até lá e pronto.
Solto uma risada de deboche.
–Porque não é você! Eu não quero ver o Oliver, eu odeio ele.
Kriss me reprova com o olhar.
–Odeia nada.
–Odeio! – repito.
–Odiando ou não, você vai.
–Quem disse? Não vou mais.
A Kriss simplesmente me puxa pra fora da cama e eu caio no chão.
–Tá maluca?
Ela me levanta e vai me arrastando até o banheiro.
–Você pode escovar seus dentes ou quer que eu faça isso? – ameaça ela.
Reviro os olhos.
–Eu escovo...
Por mais que eu seja mais forte que a Kriss, ela é muito persistente. Se eu não me arrumar ela vai ficar me enchendo até meu tímpano estourar.
Escovo os meus dentes enquanto ela penteia meu cabelo com uma escova.
Seco a boca e solto um ganido de dor.
–Desculpa, mas tá cheio de nó.
Fico resmungando enquanto ela dá um jeito na minha juba. Incrível o que ela fez. Ficou bom.
–Sério que eu vou arrumadinha ver o Oliver? Que desperdício. – reclamo.
Ela ri.
–Desperdício nada, ele vai gostar de ver você bonita.
–Exatamente, não quero que ele me ache bonita. Quero que ele me ache um monstro e me deixe em paz.
Kriss continua rindo.
–Que drama, Jane.
Eu ia colocar a primeira roupa que vi no armário: um moletom horrível que foi minha tia que deu, e eu, moça educada que sou, fingi que adorei. Mas obviamente a Kriss não deixa eu usar essa coisa.
Ela joga uma calça jeans vermelha escura e uma blusa de manga comprida branca que eu ganhei de aniversário.
–Ô esperta, se eu cair vai ficar transparente. – falo já tacando a blusa de volta no armário, mas ela pega de novo e me estende.
–Ô esperta, você vai com um casaco por cima. – diz ela já fuxicando nas minhas coisas.
Vou até o banheiro e me troco. Eu to bonita. Eu queria ir feia, mas a Kriss não vai deixar. E sim, eu posso até não ter medo do traficante ali da esquina, mas ela me deixa com medo. A Kriss tem cara de uma pessoa pacífica, mas teima contra ela pra ver.
Saio do banheiro.
–Toma. – ela me joga um casaco cinza escuro.
–Caramba, Kriss, você só tá pegando roupa boa. – resmungo.
–E por que isso é ruim?
–Não quero que o Oliver ache que to me arrumando por causa dele. – falo enquanto coloco o casaco por cima.
Meu celular apita e mando a Kriss ver quem é. Mas ela fica quieta.
–Que foi? – pergunto virando-me pra ela, preocupada.
–Nada não, termina aí de se arrumar que tá quase na hora.
Bom, eu conheço essa loira a muito tempo, aí tem coisa. E eu não sou o tipo de pessoa que deixa passar as coisas tão fácil.
Vou até a menina e pego o meu celular.
Mensagem do meu amigo/crush Will.
Quase tenho um ataque do coração por ver que tem mensagem dele e abro um sorriso do tamanho do universo.
Will: e aí, Janezinha?
Só ele pode me chamar assim e é pra irritar.
Will: O aniversário da Malu tá chegando e eu, como bom namorado, to pensando em fazer uma surpresa. Levar ela pra algum lugar legal e como vc é boa nessas coisas de saber sobre shows e eventos, vim aqui te perguntar se sabe de algo.
Ao ler essa última mensagem meu coração murcha.
Primeiro que ele mal fala comigo agora que tá com essa namoradinha dele e aí vem me chamar pra falar sobre ela?
Jane, calma. – a Kriss tenta em vão não me deixar triste. –Me dá seu celular.
–Eu tenho que responder... – falo triste.
Eu não sou daquelas pessoas que ficam triste facilmente, então quando eu fico a coisa é pra valer.
–Quer que eu responda? – oferece ela.
Faço que não e começo a piscar pra não chorar. A Kriss vem até mim pra me dar um abraço, mas eu me desvio, porque se eu abraçá-la não vou conseguir parar.
–Tá tudo bem, Kriss. – forço um sorriso.
Eu: eu não sei de nada, desculpa.
Will: ah, que pena! Mas vou pensar em alguma coisa, valeu mesmo assim!
Eu: nada : )
Bloqueio o celular e coloco no bolso.
–Kriss, por favor não me faz sair com o Oliver. – imploro, praticamente me ajoelhando no chão. –Eu só quero ficar em casa, comer chocolate e ver algum filme depressivo. – sento-me na beirada da cama e a minha amiga se senta ao meu lado, colocando um braço ao redor do meu ombro.
–Jane, eu sei que é difícil, mas tenta esquecer do Will.
–Não dá.
–Eu sei que não vai parar de gostar do menino de um dia pro outro, mas você só vai se machucar se continuar insistindo nisso. – coloco minha cabeça do ombro dela. –Não é como se você fosse esquecer dele do dia pra noite, mas seria um pouco mais fácil se convivesse com outros garotos.
–Você tá falando do Oliver? – pergunto olhando pra cima.
Ela solta uma risadinha.
–Do Oliver, de qualquer um. Se você sair com o Oliver, vai se distrair pelo menos, certo? Não to fazendo isso de querer que você saia com ele a toa, quero que você saia um pouco dessa sua carência.
–Eu não to carente! – falo na defensiva.
Já posso até ver ela revirando os olhos.
–Tá sim, tá carente do Will. E isso vai passar, acredita em mim. Você só precisa se esforçar um pouco.
Kriss me solta e eu me sento direito.
–Mas eu não quero nada com o Oliver.
Ela ri.
–Ok, só sai com ele. Vai te matar? Não. E aposto que ele também nem tá levando isso a sério.
–Ótimo, porque eu não quero que ele fique de graça com a minha cara. – resmungo e dou um abraço nela. –Obrigada, Kriss.
–De nada, Jane.
Nos soltamos do abraço e passo as mãos nos olhos, ainda tem lágrimas que ameaçam cair. Mas eu não vou deixar.
–Ok, já são seis horas. – fala ela se levantando e me puxando pela mão. –Temos que terminar de te arrumar.
–Mas eu já to bem. – replico.
Tenho que levantar e vou me arrastando até a frente do espelho. Passo um gloss, lápis no olho e pronto.
Ouvimos uma batida na minha porta. É minha mãe e com uma cara nada boa.
Ela vê a Kriss e abre um sorrisinho, na minha opinião é forçado.
Então ela olha pra mim e franze a testa.
–Onde você vai toda produzida desse jeito?
Será que eu to tão arrumada assim?
–Ela vai sair com o Oliver, tia. – diz a Kriss.
–Eu te avisei, acho... – falo enquanto coloco dinheiro na bolsa e coloco-a sobre meu ombro.
Na verdade nem faz diferença avisar as coisas pra minha mãe, na maioria das vezes ela se esquece.
–Ah. – é o que ela diz. –Eu queria conversar com você, mas acho que pode esperar.
Kriss olha pra nós duas e vê que o assunto é particular.
–Bom, to indo nessa. Bom encontro.
Quase grito “Não é um encontro!”, mas ela sai rápido e minha mãe se aproxima de mim.
–Aconteceu alguma coisa?
Ela olha pro teto, parecendo estar pensando num bom modo de dizer seja lá o que ela quer dizer.
–Jane, fazem dois anos que eu e seu pai nos separamos.
–Eu sei. – falo como se fosse obvio.
–E você sabe que eu tive outros relacionamentos, nunca escondi de você.
E nunca se importou com a minha opinião, penso.
–Agora eu encontrei uma pessoa diferente.
Quase bufo. Diferente? Ela sempre fala isso com quem ela se envolve.
–Olha, mãe, eu tenho que ir daqui a pouco. Então seja breve.
–Eu vou me casar com ele.
Engulo em seco. Casar? Uma coisa é namorar, ter um caso de poucos meses. Mas casar!?
–Casar? – repito incrédula.
Minha mãe faz que sim com a cabeça.
–Desde quando isso tá planejado? – começo a ficar brava.
Acho que começo a entender a Lydia com toda essa coisa do pai dela ter escondido assuntos dela.
–Uma semana antes do seu aniversário. Eu queria te contar, mas não queria estragar a sua comemoração. Sei que ia ficar do jeito que está agora. – fala ela. –O que você acha sobre isso?
Solto uma risada irônica.
–Sem querer ofender, mas você nunca ligou pro que eu penso. Se minha opinião não importava pra você, agora que não vai importar, não é mesmo?
Me levanto.
–Só não ache que vou tratar esse cara como se fosse o meu pai, porque não vai rolar.
Estou prestes a sair pela porta, quando ela fala uma coisa que faz eu arregalar os olhos.
–A gente vai se mudar pro exterior.
Conto até dez pra não bufar e viro-me pra ela.
–Como é? Acho que não entendi.
–Nós vamos nos mudar, Jane.
–Mas eu não quero me mudar! – falo. –Eu tenho tudo aqui. Meu pai, minha família, meus amigos! Não posso me mudar só porque você arranjou alguém pra você!
Ela se aproxima de mim.
–Você não tem que querer, eu sou sua mãe, eu mando em você!
–Não, você não manda! Sabe por que? Você quase nunca tá presente na minha vida, agora quer mandar em mim? Não, você não manda em mim! Quem manda em mim é o meu pai! – esbravejo.
Sinto um estalo e viro o meu rosto. Ele começa a formigar.
Levo minha mão até minha bochecha, que dói.
–Você me bateu? – pergunto sem acreditar que ela fez isso.
Eu saio de casa sem nem esperar uma resposta dela. Não acredito que ela me bateu.
Não vejo nenhum táxi e isso é uma droga. Como vou pro shopping agora? Antes eu não queria ir, mas agora quero ficar longe de casa.
Ligo pra minha tia, com sorte ela pode me levar.
–Oi, tia. Será que você pode me levar no shopping?
–Claro, Jane. Onde você tá?
–Na frente de casa. Briguei com a minha mãe.
Ah. – diz ela. –To quase passando por aí. Em cinco minutos chego.
E os cinco minutos viram na verdade dez, mas tudo bem. Fico sentada encostada no muro de casa e me levanto quando vejo o carro.
Olho no celular, são seis e quarenta. Vou chegar atrasada, mas dane-se. Não me surpreenderia se o Oliver nem fosse.
–Desculpa o atraso. – desculpa-se a minha tia.
–Não foi nada. – falo com sinceridade.
–Quer falar comigo sobre a briga com a sua mãe? – pergunta ela desviando o olhar por um segundo do horizonte e me olhando.
Respiro fundo.
–Não, qualquer hora dessas você vai saber. – e vai mesmo.
Ela não insiste no assunto.
–Mas então, vai sozinha no shopping? – pergunta ela quando estamos quase chegando.
Por algum motivo minhas bochechas esquentam por ter que falar do Oliver.
–Sabe aquele garoto do ringue de patinação de gelo, de olhos azuis, sem óculos? – ela assente. –Vou sair com ele.
A minha tia simplesmente dá um gritinho de animação e eu fico mais vermelha ainda.
–Um encontro.
–Tia, não é um encontro!
Não aguento mais falar essa frase.
–Ele é bonito Jane, até combina com você! Cabelo preto, olhos azuis... Vocês formariam um belo casal!
Solto uma risada.
–Próxima piada por favor.
Ela para na frente do shopping.
–Quem vem te buscar?
Tinha esquecido disso.
–Eu me viro. – falo e fecho a porta.
–Se vira nada, eu venho! – diz ela e sorrio.
–Obrigada, tia.
Ela sorri.
–Imagina! É só ligar.
Entro no shopping e já são sete e dez da noite.
Olho pela câmera frontal o estado do meu rosto. Por sorte a vermelhidão por causa do tapa não está tão evidente. Aperto a outra bochecha, que logo fica um pouco vermelha também. Bom assim.
Vou até o ringue e como eu esperava, não vejo o Oliver.
Bufo e viro-me pra ir em algum outro lugar, mas dou de cara com ele. Literalmente.
–Achei que não vinha mais. – diz ele com um sorrisinho.
Me afasto dele um pouco.
–Só vim porque a Kriss mandou. Nada mais. – resmungo.
Ele ri.
–Nossa, tá linda.
Reviro os olhos.
–Eu sei. – respondo.
–Mas você é marrenta, hein! - diz ele e abro um sorrisinho falso. –Então... Vamos patinar ou o que?
Com esse “ou o que?” ele dá um passo na minha direção e de novo eu me afasto.
–Patinar, não foi pra isso que me chamou? Então, vamos logo.
Ele revira os olhos e bufa, mas vamos até a pista de patinação.
Pago a minha ficha e começo a amarrar os sapatos, sem conseguir tirar os últimos acontecimentos com a minha mãe da minha cabeça.
Não acredito que ela quer mesmo se mudar pra outro país com um cara. Aposto que ela nem o conhece direito!
Devo ter ficado com a cara mais brava do mundo, porque o Oliver vem até mim.
–Tá tudo bem?
–Sim, tudo ótimo. – falo e me levanto.
Nós dois vamos pra pista e eu só sei que preciso pensar. Então eu simplesmente o deixo encostado e começo a patinar pra lá e pra cá.
Ele vem até mim e me encosto na barra.
–Não dá pra você ser um pouco legal? – pergunta ele.
–Como se você fosse. – debocho.
Ele bufa.
–O que eu te fiz hoje?
Nada. Não me fez nada.
–Isso não vem ao caso.
Oliver ri.
–Viu? Você não tem nem argumento! – ele coça a nuca. –Vamos lá, qual é seu problema comigo?
Quase dou risada.
–Precisa mesmo falar? Você já sabe, eu tava mal na festa da Lexi e você já veio me beijando. E manchou meu vestido. – falo. –Ah, outro ponto, me estresso só de ouvir sua voz.
Ele faz sinal pra eu continuar.
–Oliver, você é idiota. Você é um galinha. Você é o tipo de cara que beija por beijar, sem sentimento, e depois sai espalhando pra todo mundo. – concluo. Ele me olha como se não acreditasse que eu falei mesmo isso. –Pois é, eu sou muito sincera. Esse é o problema sobre você.
–Em minha defesa, eu não sou galinha... – começa ele, mas acaba olhando pra frente e se deparando com uma menina bonita. Ele abre um sorrisinho e dou um tapa no braço dele.
–Viu! Diz que não é galinha, mas fica olhando pra tudo quanto é menina. – digo rindo.
–Olhar não mata. – protesta ele e abre um sorrisinho. –Impressão minha ou você tá com ciúmes?
Começo a gargalhar.
–Meu filho, já foi num oftalmologista? Tá imaginando coisa demais.
O Oliver só continua sorrindo e se aproxima de mim.
Eu estou na quina de uma barra e do jeito que ele chega, eu fico encurralada. As mãos dele estão do lado do meu corpo e ele se inclina na minha direção.
O fato é que o Oliver é muito bonito, não vou mentir, e eu to nervosa com essa aproximação do nada dele.
–Sai de cima de mim. – ameaço-o, mas a minha voz não tá das melhores.
Não sei se me perdi nos olhos dele ou no sorriso, só sei que não consigo gritar pra ele sair de perto de mim.
–Ninguém nunca me disse o que você disse. Só meu irmão, e ele não conta. – diz ele com o rosto bem perto do meu.
–Nossa que demais. – falo em tom de deboche. –Agora sai de perto de mim.
Mas ele não sai e parece estar rindo da minha cara internamente.
–O que tem de engraçado?
–Sua cara de brava. – sussurra ele e sinto a respiração dele no meu rosto.
Tento empurrá-lo, mas Oliver segura agilmente meus braços e aproxima o rosto do meu numa velocidade absurda.
–Oliver, o que você...?
Sinto o ar se esvair dos meus pulmões. Meu coração não sabe se bate rápido ou se para de bater. Sinto a boca dele sobre a minha por poucos segundos, é só superficial, mas isso nunca aconteceu comigo.
Oliver se afasta de mim e eu fico olhando pra ele sem entender nada. Fico boiando por um milésimo de segundo e aí me dou conta do que ele fez. Fico vermelha de vergonha e de raiva. Muita raiva.
Avanço nele e começo a bater. E os meus tapas doem.
Ele só ri e eu fico tão estressada que saio do ringue de patinação. Arranco os patins e jogo pra qualquer lado, calçando meu sapato na mesma hora.
Saio andando apressa. Idiota!
–Jane, pera aí! – ouço ele falar e seus passos.
–Não acredito que eu saí mesmo com você! – esbravejo.
Ele vem apressado ao meu lado.
–Calma, Jane, foi só um selinho!
Olho irritada pra ele.
–Um selinho!? – praticamente grito. –Eu nunca beijei alguém! Tinha que ser especial, com alguém que eu goste, daí vem você e faz isso!
Ele ri.
–Caramba, sério isso?
Bufo.
–Sim, é sério! Eu te odeio, fica longe de mim!
Nesse momento as luzes todas do shopping se apagam. Meu coração se acelera de susto e o Oliver me puxa ao mesmo tempo que eu o puxo. Ficamos nesse meio abraço e logo as luzes voltam e percebo que estamos assim.
Me separo dele rapidamente. Oliver abre um sorrisinho.
–Diz que quer ficar longe de mim, mas me agarra em seguida. Boa Jane!
Fico vermelha de raiva e de vergonha mais uma vez.
–Não te agarrei! Você que me puxou! – falo em minha defesa.
–Aham, claro. – diz ele ainda rindo da minha cara.
Reviro os olhos.
–Não aparece mais na minha frente!
–Ou o que? – pergunta ele se aproximando de mim.
–Eu te mato, Oliver! Mato mesmo! – ameaço séria e coloca uma mão no meu cabelo, enrolando-o em seus dedos. –Tira essa mão do meu cabelo!
Ele tira e ri.
–Posso até descrever uma definição pra você.
–Ah é, e qual? – pergunto sem paciência pra piadinhas.
–Jane, a garota marrenta, chata e gata. – ele dá uma piscadinha e eu quase bato nele de novo, mas só reviro os olhos e continuo andando. Ele no meu pé. –Qual é, vai falar que não gostou.
Uma parte do meu cérebro diz que eu gostei, mas essa parte do cérebro não pode estar raciocinando direito. Se estivesse não pensaria nisso.
–Escuta, pare de me seguir! – quase grito com ele. –Se você pronunciar uma palavra sobre esse bendito “selinho” eu te enforco, Oliver. Eu juro pra você. Nem que seja a última coisa que eu faça!
Saio de perto dele.
–Onde você vai?
–Lá fora, esperar minha tia. – falo sem olhar pra trás e logo ele tá do meu lado. –O que eu disse?
–Lá fora é perigoso, ainda mais você sendo bonita.
Rio.
–Como se você se importasse!
Na hora que vou sair ele puxa meu pulso.
–Me solta, se não eu faço um escândalo!
Ele me solta.
–Não vai lá fora. Eu fico longe de você, prometo, mas liga pra seja lá quem for que vai vir te buscar. Só não fica lá fora.
–Tá. – resmungo.
–É sério, promete que não vai lá fora.
–O que tem lá fora?
–Bandidos, estupradores, tem de tudo isso. E já tá escuro.
Dou risada.
–Awn, tá preocupado comigo? – debocho.
Vejo ele ficar meio sem graça, mas ele não se abala.
–Não, só não quero levar culpa caso algo de ruim aconteça com você. Agora vai deixar eu esperar com você ou o que?
Reviro os olhos.
–Tá, desgraça.
Ele ri e ligo pra minha tia.


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Notas finais do capítulo

O que vocês acharam??