Everything Has Changed escrita por Anne Atten


Capítulo 42
Capítulo 42


Notas iniciais do capítulo

Olha quem voltou!
Seguinte, acho que só conseguirei postar sexta feira por conta da escola que voltou e tá mais puxada que nunca!
Quero agradecer a stilinskifcks por ter recomendado a história, amei a recomendação



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Domingo é um dia que eu deveria dormir até tarde, mas parece que o despertador não pensa o mesmo.
Ele começa a tocar e solto um resmungo, me aconchegando de volta nas cobertas.
Na terceira vez que o toque se repete, eu fico estressada e começo a tatear o chão a procura do celular, mas não consigo achá-lo.
Me sento com vontade de sair na rua e matar alguém e esfrego os olhos com as mãos. Vejo o aparelho não muito longe e com muito esforço, consigo me esticar e pegá-lo.
–Quem você acha que é pra me acordar a essa hora da manhã? – pergunto.
Sim, estou brigando com um celular às sete horas da manhã de um domingo.
–Você acha que...? – mas ele toca mais uma vez e levo um susto fenomenal.
Desligo o alarme na mesma hora.
–Cansei. – falo e me levanto.
Quando meu pé entra em contato com o piso frio, me deito na cama de novo e me enrolo nos cobertores mais uma vez.
–Lydia, a vó tá esperando você lá. Acorda. – ouço uma voz me chamando, mas apenas viro o rosto pro outro lado. –Vamos, Lydia, depois você tem que ir embora.
–Hum... – é o que eu digo.
Clarisse respira fundo.
–Por favor, não me obrigue a jogar água gelada na sua cara.
Bufo, mas abro os olhos aos poucos.
–Bom dia. – diz ela com um sorriso e boceja.
Clarisse ainda está com seu pijama de frio e pantufas nos pés.
–Bom dia. – bocejo também. –Que horas são?
–Nove e meia. Eu deveria acordar mais tarde, mas o chato do meu chefe me ligou. – ela bufa. -Ô mala de homem! Só porque é meu patrão acha que eu tenho que trabalhar vinte e quatro horas por dia!
Solto uma risada.
–Mas deixa ele! Um dia saio da droga daquele emprego e monto a minha loja!
Faço que sim com a cabeça.
–Quer que eu faça o café? – pergunto.
Ela faz sinal que não com a mão.
–Já fiz seu chocolate quente. O pão de queijo saiu há uns três minutos.
Chocolate quente e pão de queijo? Isso é uma pegadinha?
Então como uma criança correndo até a árvore de natal, eu desço as escadas correndo em direção da cozinha.
Os pães de queijo estão numa vasilha de vidro e pego um. O chocolate quente está em uma caneca e tomo um gole.
Logo a Clarisse chega e senta-se comigo.
–Como foi a festa ontem? Mal conversamos, eu tava com uma dor de cabeça anormal.
–Ah, foi boa. Foi festa da Isa, a ruiva, sabe? – ela assente. –Foi legal reencontrar meus colegas da antiga escola.
A verdade é que muita pouca gente manteve contato comigo. Will, Isabelle, Luana, Pedro e Brenda falavam comigo de vez em quando.
–Ouvi a Kriss dizendo alguma coisa do tal do Daniel. – fala ela tentando ser casual, mas não consegue, é claro.
–Pois é, o Daniel.
–Filho do policial? – pergunta ela.
–Esse mesmo. – falo e reviro os olhos. –Acredita que ele disse que terminou com a namorada dele e agora queria que eu ficasse com ele? – solto uma risada. –É doido mesmo! Doido e idiota! Ele acha que eu sou o que?
Clarisse ri.
–Isso mesmo, dê valor a si mesma. Palhaço esse menino!
Concordo com a cabeça.
–E como tá na cidade nova? – pergunta ela e pega um pão de queijo.
–Normal. – falo dando de ombros. –Tenho uma amiga de lá, ela chama Katherin. Daí tem o Peter, que é meu amigo também. E daí tem o Thomas.
Eu rezo pra que meu rosto não fique vermelho.
–E esse Thomas é o que seu? Amigo, namorado?
–Sim. Quer dizer não! – fico toda embaralhada com isso.
Clarisse ri.
–Sim, ele é meu amigo. Não, ele não é meu namorado. – falo por fim.
–Entendi. – diz ela. –Bom, eu vou trocar de roupa e depois você vai também. A vó tá querendo te ver. E a tia Cláudia tá lá também.
–Okay. – falo e tomo mais do chocolate quente.
Clarisse sai e eu fico sozinha.
Lembro da briga ontem com o Thomas. Por que ele precisa ser assim? Ele não pode ouvir não? E ainda não confia em mim! Que espécie de amigo é esse?
Alguém aperta a campainha. Levanto a sobrancelha. Quem pode ser a essa hora?
–É a Kriss! – grita a pessoa e identifico a voz.
Mas o que a Kriss tá fazendo aqui?
Vou até a porta.
–Oi. – diz ela já entrando.
–Oi. – falo e fecho a porta. –O que você tá fazendo aqui? Aconteceu alguma coisa?
–Aconteceu. Pode me emprestar seu celular?
Fico meio desconfiada.
–Você veio até aqui só pra usar o meu celular?
–Aham, mas é rapidinho. Prometo.
–Tá bom...
Entrego pra ela o celular e no momento que Kriss o segura, ela sai correndo. Eu devia imaginar que aí tem coisa.
–Onde você vai, sua louca? – pergunto rindo.
–Ligar pro Thomas e explicar! – grita ela lá de cima e se tranca no banheiro.
Paro de rir e subo correndo as escadas. Começo a bater na porta.
–Kriss, sai daí agora! – falo desesperada.
–Vou ligar pra ele e explicar o porque você tirou foto com o James! Não vou deixar vocês ficarem brigados por bobeira!
Dou mais um soco na porta.
–Isso é problema meu, depois eu resolvo! Sai daí!
Clarisse aparece com a calça do pijama e uma outra blusa.
–O que tá acontecendo aqui?
–A Kriss pegou meu celular e se trancou no banheiro! – falo irritada. –Ela vai ligar pra uma pessoa, ela não pode fazer isso!
–Alô? – ouço a Kriss falar.
Ela deve ter colocado no viva voz, porque logo ele responde.
Quem é?
–Sai daí! – grito mais uma vez.
–Aqui é a Kriss, amiga da Lydia. Você é o Thomas, certo?
–Kriss saia daí agora!
Clarisse faz uma expressão confusa e sai de perto.
Sim, mas o que você quer? Se foi a Lydia que te pediu pra ligar, desiste. Fala pra ela falar comigo se ela quiser.
–A Lydia tá do outro lado da porta, mandando eu sair, mas eu não vou sair até falar com você. – ouço-a dizer. –Escuta, você devia acreditar nela. Como você desconfia assim da menina?
–Kriss, sai daí! – grito mais alto ainda.
–Não vou sair! – grita ela de volta.
–Mas o que tá acontecendo? – dessa vez é o Thomas.
–Tá acontecendo que vocês brigaram ontem e não quero isso assim, eu como boa amiga da Lydia vou te explicar tudo. Porque a Lydia é muito orgulhosa e se estressa a toa!
–Eu não me estresso a toa! – grito e desisto de tentar arrancar ela de lá. Me sento encostada na porta, morrendo de raiva.
–O menino da foto, ele chama James. Ele é amigo do Adam e do Oliver, uns amigos meus. Daí o James pediu pra tirar foto com ela pra fazer ciúmes numa garota. Foi só isso! Precisava brigar com ela?
–Eu...
–Você nada! Vê se para de graça e trata direito a minha amiga!
Não acredito nisso.
–O que custava ela explicar?
–Também não sei e escuta, para com isso. Parecem duas crianças birrentas!
Eles continuam conversando e eu não quero mais ouvir. Desço pra cozinha e tento me acalmar. Uns dois minutos depois ela desce.
–Lydia, se acalma. – pede ela com as mãos pra cima. –Não me bata.
–Ficar calma!? – grito. –Você não podia fazer isso, Kriss!
–Só fiz isso pro seu bem, de verdade. Vi como você tava mal. Eu te fiz um favor! – ela me entrega o celular. –Sabia que você não ia se explicar, daí iriam ficar brigados por um bom tempo.
Ficamos um tempo em silêncio.
–Ok, você tá certa. – falo por mim.
Ela solta um suspiro de alívio.
–Aleluia você viu! E olha, ele foi educado até, mesmo eu tendo xingando ele... – ela ri e acabo sorrindo também. –Lydia, eu não consegui parar de pensar nisso. Você tava toda triste lá na festa, mesmo tendo sambado na cara do Dan. Me senti na obrigação de fazer alguma coisa.
–Entendi. – falo. –Mas por favor, não faz mais isso.
Ela sorri.
–Tudo bem. Mas me perdoa?
–Tá perdoada.
Kriss vem até mim e me dá um abraço rápido.
–Ei, precisava xingar o Thomas? – falo rindo.
Kriss ri.
–Claro, ele foi super grosso com você! – diz ela. –Olha, eu tenho que ir, então boa viagem.
–Obrigada.
–A Jane foi na casa do pai dela, ela te avisou? – faço que sim com a cabeça. –Por isso ela não veio hoje. – Kriss vem até mim e me dá um beijo na bochecha. –Espero que o Thomas peça desculpas, porque se não, eu vou ficar muito brava!
Começo a rir.
–Depois a gente se fala. – diz ela e dou um aceno.
Kriss sai de casa e vou pro banho, me perguntando o que eu vou falar pro Thomas quando eu o ver novamente. Estou mais nervosa que antes. Também, né, a Kriss ligou pra ele!
Me visto e coloco as coisas na mala. Pego-a e desço as escadas, encontro a Clarisse na sala, arrumada dessa vez.
–Desculpa pela gritaria. – falo calçando o sapato.
Ela dá de ombros.
–To acostumada. Meus vizinhos brigam o dia inteiro, é uma baixaria. – nós duas rimos. –Sua mãe disse pra você guardar seu celular pra não te assaltarem no ponto de ônibus. – concordo com a cabeça. –E quando você tiver chegando lá, liga pra ela.
Minha mãe disse que era melhor eu ir de ônibus pra não dar mais trabalho pra Clarisse, e pra mim tudo bem.
Ela se levanta.
–Vamos, então.
–Vamos.
Saímos de casa e rumamos pra casa da minha avó.

São duas da tarde quando eu abro os olhos. Estou no ônibus. No meu lado tem uma senhora com um cachorro, sim, um cachorro no ônibus. Ele ficou latindo, lambeu minha cara e me mordeu, mas a velha só dizia:
–Ele é mansinho, filha.
Vi mesmo como era mansinho!
O ônibus passa na frente do shopping e decido ligar pra minha mãe.
Alô?
–Oi, mãe. To chegando no ponto de ônibus, meu crédito tá acabando, beijos. – desligo o celular.
A Kriss ficou falando com o Thomas e comeu todo o meu crédito. Palmas pra ela.
Em pouco tempo chegamos no ponto de ônibus. Pego a minha mala e logo vejo o carro da minha mãe e vou até ela. Abro a porta do carro.
–Oi, filha! – diz ela com um sorriso. –Senti sua falta.
–Eu também. – falo e entro no carro, jogando a mala no banco de trás. -Como foram seus dias sem o meu brilho?
Ela revira os olhos rindo.
–Foram bons, mas você faz falta.
Quando chego no apartamento eu tenho vontade de fazer uma caminhada. Fiquei muito tempo sentada. Não que eu goste de ficar de pé, mas ficar muito tempo sentada dói as pernas, costas e tudo.
Falo isso pra minha mãe e ela ri, falando que eu to velha.
–To mesmo, tá tudo estalando.
Chegamos no prédio e ela deixa o carro na garagem.
–Mãe, leva minhas coisas. Vou dar uma caminhada.
–Sério? – pergunta ela surpresa. –Não é todo dia que você caminha.
Reviro os olhos.
–Vou andar pelo prédio mesmo.
–Ah, mas já tá ótimo! Esse lugar é grande.
Com isso, eu saio do carro e vou andando olhando pro céu, pro chão, pro além. Quando estou na minha terceira volta e quero ir pro apartamento, vejo a mãe do Thomas saindo da garagem.
Penso em correr, me esconder, mas ela me vê e sorri.
Droga.
A mãe dele se aproxima e abro um sorrisinho meio nervoso, porque se ela tá aqui, ele também está.
–Oi, Lydia.
–Oi. – falo. –Como vai o seu marido?
Ela encolhe os ombros.
–Terá que fazer uma cirurgia, mas ainda não contamos pro Thomas. Então por favor, não diga nada.
Cirurgias no coração são de risco, ouvi falar. Eu já ia responder, mas o Thomas chega do lado dela. Reviro os olhos, mas estou é nervosa de vê-lo de novo. Meu coração dispara.
A mãe dele olha pra nós dois.
–Bom, vou deixar vocês conversarem. – e ela se retira.
Cruzo os braços e levanto a sobrancelha.
–Oi, Lydia.
–Oi. – respondo secamente.
Ele respira fundo.
–Olha, desculpa ter falado aquilo. Não devia ter duvidado de você.
–Que bom que sabe... – resmungo.
Ele abre um sorrisinho.
–Então... será que pode me desculpar por ter sido idiota?
Faço uma cara pensativa, mas não consigo ficar brava com ele. Os olhinhos do Thomas me olham com expectativa. O cabelo dele está todo bagunçado, o rosto amassado, devia estar dormindo. Ele está tão lindo, tão fofo, que eu até pisco duas vezes.
Sem pensar, abraço o Thomas e logo que meu coração acelera, percebo o que fiz e meu rosto esquenta. Me separo apenas uma pequena distância dele, mas ele me puxa e me abraça.
Tenho me esquivar do abraço dele. Me debato, reclamo, falo que tenho que ir embora, falo um monte de coisa. Meu coração batendo a mil.
–Lydia, não faz birra agora por favor. - pede ele e eu paro de me debater.
Abraço-o de volta e coloco meu rosto em seu peito. Fecho os olhos sentindo seu perfume, muito bom por sinal, e ele me abraça tão forte, mas tão forte, que meus pés saem do chão.
Abraço-o apertado também, sem me importar com vergonha nem nada disso.
–Eu senti sua falta. - diz ele baixinho no meu ouvido e meu coração dispara.
–Eu também senti sua falta, Tom. – meu rosto esquenta por ter falado esse apelido de novo. -Vê se não some mais de mim. - falo totalmente sem pensar e minhas bochechas queimam. -Ér, quer dizer...
–Shhh, não precisa explicar nada. E não se preocupe, nunca vou sumir de você. – diz ele e abro um sorrisinho.
Fico quieta e ficamos abraçados por um tempinho. Sinto meus pés de volta no chão.
Thomas me olha com seus olhos castanhos e se aproxima de mim. Ele coloca uma mão no meu rosto e eu fico tensa.
–Estou perdoado?
Sorrio.
–Está.
–Eu não quero que pense que duvido de você, mas é que eu... Eu... - ele fica corado e bufa.-Deixa pra lá.
Levanto uma sobrancelha rindo um pouco. Ele solta meu rosto e olha pra baixo.
–Certo...
Ficamos sem falar nada.
–Tom...
Ele sorri com o apelido e me xingo por ter chamado-o assim de novo. Cérebro querido, é Thomas, T-H-O-M-A-S!
–Oi.
–Eu... Eu...
Não consigo completar a frase. Ele me olha confuso. Acho que eu nunca vou conseguir falar que gosto dele pra ele. Na verdade, faria diferença? Acho que não.
–Você...?
–Eu tenho que ir. - falo por fim. -A gente se vê. - fico na ponta dos pés e dou um beijo em sua bochecha, sentindo meus lábios formigarem depois disso.
Me afasto rapidamente e dou de costas.
–Lydia, espera! – chama ele.
Fico parada e logo ele está do meu lado.
–O que foi?
–Tenho algo pra você.
Levanto uma sobrancelha.
–Só um minuto, ta no carro. Eu já volto. - diz ele e vai em duração da garagem.
Fico parada morrendo de curiosidade. Meu coração ainda está alterado pelo abraço.
Não demora muito pra ele voltar, uma caixa retangular nas mãos.
–O que é isso? - pergunto sem disfarçar minha curiosidade.
Ele sorri e me dá a caixa.
–Olhei e lembrei de você. - diz o Thomas. Ele coça a nuca. -Pra ser sincero, eu pensei demais em você.
Abaixo a cabeça, sem saber o que dizer e abro a caixa. Tiro dela um vestido preto com duas golas brancas. É muito bonito.
–Thomas, eu amei. Obrigada.
Ele dá de ombros.
–Não há de que.
–Mas por que você me deu isso? - pergunto confusa.
Ele se aproxima de mim e acaricia meu rosto com os nós dos dedos. Sinto um frio na barriga e luto para não suspirar.
Pisco fracamente e acabo fechando os olhos.
–Eu só pensei que você gostaria. - diz ele baixinho e isso me deixa zonza.
Faço que sim com a cabeça.
–Posso te dar um beijo? – pergunta ele com um sussurro e arregalo os olhos. Ele ri com a minha expressão. –Calma, só um beijo na bochecha.
–Tá bom então... – falo nervosa.
Que seja na testa, bochecha, vou ficar toda vez com o coração disparado quando ele me beijar.
Thomas solta o meu rosto e me dá um beijinho na bochecha, fazendo meu rosto ficar corado.
–Eu tenho mesmo que ir. – falo e ele se separa. –Obrigada pelo vestido, mais uma vez.
–De nada, te vejo amanhã?
–Aham. – digo e ficamos nos olhando. Silêncio constrangedor. –Hum... Tchau.
–Tchau. – diz ele com um sorrisinho.
Vou até o elevador e clico pro terceiro andar.


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Notas finais do capítulo

Voltaram, se abraçaram, aaaaaaaaaaaaawn esses dois