Everything Has Changed escrita por Anne Atten


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Gente, já está no Capítulo 12 e daqui dois dias vai fazer um mês da fanfic!!!!!!!! Passou muito rápido, pelo menos pra mim!
Quero agradecer a Becca por favoritar a história! Boa leitura gente



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–Como os antigos alunos sabem, todo anos temos um baile com temas diferentes. Esse ano, a professora Amy foi quem ajudou com o tema. – diz a coordenadora.
Fico animada, pois Amy é jovem então deve ter tido alguma ideia legal. Tudo bem que tem pessoas mais velhas que possam ter ótimas ideias, mas é menos provável.
–Vocês, como sempre, terão que ter pares. Garotos sejam cavalheiros, por favor. – diz ela arrancando nossas risadas. –Nossos bailes não contêm bebidas alcoólicas, nem qualquer outro tipo de droga. Cigarro nem pensar.
Que bom que não é tudo liberado. Mas o que eu quero saber mesmo é o tema da festa, as regras podem esperar.
–Pessoas de outras escolas são permitidas, desde que vocês avisem antecipadamente para eu poder dar autorização.
Adoro essa escola.
–Qual vai ser o tema? – pergunta alguma menina, muito impaciente.
A coordenadora sorri.
–Já estava chegando nesse ponto. – diz ela. –Nosso tema será anos 80.
Um bom tema, realmente um bom tema. Gostei. Viro para Katherin e vejo que ela também está animada.
–O baile será dia dois de outubro. Informações sobre horários e ingressos sairão em breve e a decoração será feita pela professora e com a ajuda de vocês, é claro.
Alguns bufam.
–Tenham uma boa aula. – diz ela saindo da sala e deixando-nos com a cara feia e rugosa de Lurdes.
Ela olha para Thomas, eu e Katherin e fico sem expressão. Logo ela volta sua atenção para o resto da turma e começa a explicar a matéria. Passa umas coisas no quadro e começamos a copiar. Sem avisar nada, ela sai da sala.
Cutuco Thomas com a ponta da lapiseira e ele se vira com seu habitual sorrisinho.
–Seu pai tá melhor? – pergunto.
–Sim, obrigado. – diz ele. –Escuta, você quer...
Seja o que for que ele quisesse falar, vai ter que esperar até depois, porque Lurdes entra na sala e de novo e ele vira-se para frente, terminando de copiar. Faço o mesmo.
–Olha só quem está aqui. – diz ela se aproximando de Amanda. –Você é prima do Peter, certo?
Amanda faz que sim com a cabeça com seu sorriso forçado de sempre.
–Seja bem vinda, infelizmente ainda não tive tempo de falar com você.
Viro para trás e Katherin faz uma careta. Lurdes entrou para o grupo das baba ovo dos riquinhos.
–Se precisar de alguma coisa, pode falar. – diz a professora.
–Pode deixar. – diz a rata e finge estar copiando.
–Vocês deviam seguir o exemplo dessa menina. – diz Lurdes para todos nós, apontando para Amanda.
Seguro uma risada, mas alguém não parece ter medo de esconder suas emoções.
–Você quer dizer que nós temos que ser atiradas? – pergunta uma menina que eu não sei o nome. –E que temos que roubar o namorado dos outros?
Amanda olha para quem a xingou.
–Querida, eu não tenho culpa se eu sou melhor que você. – diz ela.
Cadê a pipoca? Esse barraco parece que vai ser um dos bons. A menina se levanta. Ela é baixinha, cabelo que bate nos ombros e parece ser o ser humano mais delicado do mundo. Sinto muito por ela, acho que ela irá perder a briga. Mesmo assim, torço por ela.
–Se as duas querem brigar, vão para fora. – diz Lurdes apontando para a porta. –Não quero saber de brigas aqui.
A baixinha volta para a sua mesa com um olhar mortal.
–Te pego na esquina. – diz ela.
Fico me perguntando a que ponto chegamos. Brigar por causa de meninos? Sério isso? Eu até entenderia se fosse por comida, mas garotos?
–Vou detonar com você. – diz a rata.
–Chega! – grita Lurdes e tampo os ouvidos. –Vamos fazer uns exercícios. – diz ela nos fuzilando com o olhar, mais uma vez. Tenho medo dessa mulher.

Bate o sinal para o intervalo e abro a minha bolsa para pegar meu lanche. Trouxe uma maçã e uma batata pro outro intervalo.
–Tenho que comprar lanche. – diz Katherin. –A gente se encontra lá nas árvores.
–Beleza.
Pego a maçã e rumo para a “floresta”. Passo do lado da cantina e vejo que Thomas está comprando alguma coisa. Quando ele me vê dá um aceno e eu reviro os olhos, continuando a andar. Sento-me encostada em uma árvore e vejo o enxerido ver na minha direção.
–O que você quer? Não tenho dinheiro, tenho 3G, mas não vou te dar a senha. E não tenho dinheiro. – falo e ele ri. Fecho a cara.
–Não, não é nada disso. – diz ele e coloca as mãos no bolso. –Vim falar com você mesmo.
–É, isso eu percebi... – falo e dou uma mordida na maçã.
–Você quer...
Mas ele é interrompido pela Katherin.
–Lydia, nós precisamos ver as nossas roupas para o baile! – ela praticamente grita enquanto vem na nossa direção.
–É sobre isso que eu... – começa Thomas, mas Peter começa a gritar seu nome da quadra. Ele bufa em frustração. –Deixa pra lá. – e sai.
Eu hein.
–O que o Thomas queria? – pergunta ela na expectativa.
Dou de ombros, indiferente.
–Tem cada roupa legal dos anos 80, Lydia! A gente pode pegar inspiração em The Carrie Diaries.
Sei que é uma série, mas nunca assisti.
–Nunca vi essa série.
Ela dá uma mordida em seu sanduíche.
–Você pode ir lá em casa. Katie e eu adoramos, podemos ver juntas. – diz ela. –O que acha?
–Uma boa ideia, mas acho que só posso sexta-feira.
Ela faz que sim com a cabeça e continua comendo. Hoje tenho que ir estudar com o Thomas e isso é completamente uma droga. Vou pegar o celular, mas Katherin dá um tapa na minha mão.
–A gente tá conversando, você não vai ficar enfiada nesse telefone. – diz ela determinada.
–Okay né...
–Não me chamaram ainda pro baile. – diz ela franzindo a testa. –Isso é bom ou ruim?
Paro pra pensar.
–Daí depende do seu ponto de vista. Se for um cara chato que ia te chamar, foi bom não terem te chamado ainda. – falo e ela ri. –Mas olha quem vem aí. – falo.
Um menino da nossa sala, Marcos o nome dele, se aproxima.
–E aí, garotas? – diz ele e se volta para Katherin. –Quer ir ao baile comigo?
Dou uma cotovelada leve nela. Se queria alguém para chamá-la, aqui está esse alguém. Nem conheço Marcos, mas pelo menos ela vai ter um par.
–Já tenho par, me desculpe. – diz ela.
–Mas o que? – grito sem pensar. –Quero dizer, claro que sim. Ela tem um par. – falo tentando concertar a situação.
–E você? – pergunta ele pra mim.
Opa, pera aí. É impressão minha ou eu fiquei como segunda opção? Babaca.
–Já tenho meu par. – falo e ele sai de perto de nós, estressado. –Esse cara é um idiota, me tratou como segunda opção. – faço uma careta. –E você? Acabou de me dizer que não tem par e quando ele veio te chamar, disse que tinha. – falo confusa.
Ela suspira.
–Quem eu quero que me chame não me chamou. – diz ela e se levanta para jogar o papel do sanduíche fora.
Levanto-me para jogar o cabinho da maçã no lixo.
–Quem é que você quer que te chame? – pergunto curiosa.
Ela fica vermelha de vergonha.
–Não vou te falar. – diz ela. –Vou aceitar o próximo convite que receber. – fala Katherin com convicção enquanto andamos pelos corredores . –E por que você disse que tinha par?
–Já falei, não quero ser segunda opção.
Ela para e paro junto.
–Ou é por que você ainda está esperando um garoto chamado Thomas te chamar? – pergunta ela segurando o riso.
Sinto meu rosto esquentar.
–Essa é a coisa mais idiota que eu já ouvi! – falo irritada. –Ele com certeza já tem par, também. E irei com qualquer um que não me trate como segunda opção.
–Verdade, ele é bonito. Já deve ter par. – diz ela.
–É mesmo... – falo e me arrependo na hora de ter falo isso.
Katherin começa a rir e começo a bater forte no braço dela. Como eu sou burra. Burra, burra, burra!!!
Ouvimos passos no corredor e vejo que Peter e Thomas estão conversando. Eles nos vêm e se aproximam. Katherin ainda ri da minha cara e isso me causa desconforto. Quem ela está rindo com a minha cara está na minha frente agora. Ela tem que parar.
–O que tem de tão engraçado? – pergunta Peter interessado.
–Nada, Katherin que é boba demais. – falo com o máximo de normalidade que consigo.
O sinal para a aula toca.
–Lydia, quero falar com você depois. – diz Peter.
Fico surpresa.
–Comigo? – pergunto.
–É, com você. – diz ele. –Até depois. - ele vai para a sua sala e então ficamos eu, Katherin e Thomas no corredor.
–O que será que ele quer? – pergunto mais para mim mesma do que para os outros.
Thomas olha pra mim um pouco sério demais para o meu gosto e sai com passos pesados até a sala.
–O que deu nele? – pergunto para Katherin.
–Sei lá. – diz ela e vamos para a sala.

A professora sai para beber água e já leva seu material junto. Afinal, faltam dois minutos para o sinal de ir embora tocar. Me levanto para guardar o material. Chega um menino até Thomas.
–Amanda é muito linda, não?
Thomas dá de ombros.
–Não acho tanto assim.
–Você é muito gay. – falo para Thomas brincando. Todos dão risadas. –Para deixar claro, nada contra gays, mas você é um.
Quero dizer, eu odeio a Amanda, mas ela é bonita sim.
–Você é mais bonita do que ela. – sinto as bochechas esquentarem.
–Wow. – diz a turma em uníssono.
–E eu não sou gay. – fala Thomas. -Quer que eu te prove?
Ele se levanta e fica me encarando. Coro como nunca.
–Beija, beija, beija! – grita as pessoas da minha sala. Não sei onde enfiar a cara.
Ele dá um passo para se aproximar de mim e acho que ele vai me beijar, mas o sinal para ir embora toca. Guardo meus materiais rapidamente na bolsa, muito envergonhada pela situação. Ele me beijaria mesmo? Acho que não, mas mesmo assim é constrangedor.
Thomas volta para a sua mesa rindo da minha expressão e guarda seus materiais. Katherin se inclina para frente.
–Que droga de sinal hein! – sinto o rosto esquentar mais uma vez.
Dou um chute em sua perna. Thomas vira-se para nós duas.
–Você tinha que ver sua cara, tava toda vermelha. – diz ele e ri ainda mais. –Então, a gente se vê de tarde?
–Não mesmo. – falo emburrada.
–A gente tem que estudar matemática, lembra? – diz ele.
Mas que droga! Não quero ir, não mesmo. Já não queria antes, mas depois desse incidente que ele me fez passar vergonha, nunca mais quero ser vista andando com ele.
–Espero que o professor tire esse negócio de duplas logo. – falo. –Que horas é pra eu ir?
–Por que não vai comigo? Sua mãe não trabalha?
Não é da sua conta.
–Eu arranjo um táxi.
–Beleza, se precisar fala. – diz ele. -E eu não sou gay.
–Não, imagina... – falo arrancando risadinhas da Katherin.
–Se quiser ainda posso te provar. – diz ele e coro novamente.
–Que horas é pra eu ir na cafeteria? - falo mudando o assunto.
–Umas duas horas.
Faço que sim com a cabeça e arrasto Katherin para fora.
–Acho que você deveria deixar ele provar pra você que não é gay. – diz ela dando uma risadinha.
–Fica aí sozinha, tomara que alguém te sequestre. – falo e vou apressada para fora. Que menina mais debochada essa.

–Você vai ter que ir com Thomas. – diz minha mãe quando saímos do restaurante. –Ainda não conheço nenhum taxista e tá tudo ficando mais perigoso nos últimos tempos.
–Mas você também mal conhece o Thomas! – rebato.
Ela ri.
–Querida, eu sei que ele é uma boa pessoa. Além disso ele tem pais, os quais conhecerei na reunião de condomínio.
Minha mãe conhecendo os pais do Thomas? E se ela falar que acha que eu gosto dele? Não quero nem pensar.
–Mãe, eu não vou com o Thomas e ponto.
–Vai sim! – diz ela. –Para de fazer birra!
Bufo em frustração. Por que eu tenho que ir com ele? Por que ele tem que existir? Isso é tudo uma bela de uma droga.
–Quero você em casa na hora que eu chegar. – diz ela. -E se divirta! – ela sorri.
Reviro os olhos.
–Vamos fazer exercícios de matemática, que divertido. – resmungo e ela para o carro para eu descer.
Subo de elevador. Eu não mereço essa vida, não mereço mesmo. Primeiro que estudar matemática em uma segunda feira não anima ninguém, segundo que não é só estudar matemática, é estudar matemática com o Thomas! Aquele enxerido de uma figa.
Chego no meu apartamento e escovo os dentes. Prendo meu cabelo em um rabo de cavalo, troco a blusa do uniforme por uma branca, arrumo uma bolsa com os materiais de matemática e saio de casa. Entro no elevador e clico no quinto andar. O elevador se abre e eu fico encarando as duas portas do andar. Qual será a do Thomas?
Mas mãe! Por que o imprestável do Thomas não faz isso? – grita alguém do lado de dentro.
Definitivamente, a porta da minha frente é a sua casa. Clico na campainha e um cara bonito, tipo bonito mesmo, abre a porta. Me colocou no chinelo.
–Quem é você? – pergunta ele.
–Eu quero falar com o Thomas. – essa é a primeira e última vez que eu vou falar essa frase na minha vida.
–Ele arrumou uma namorada? – pergunta ele e sorri. –Aleluia!
Sinto o rosto esquentar.
–Na verdade...
–Thomas! – ele grita me interrompendo e se volta pra mim. –Quer entrar?
Faço que não com a cabeça. Vejo Thomas vir na minha direção com um sorriso.
–Matthew, essa é a Lydia. – diz ele apontando para mim. –Esse é meu irmão. – ele fala, sai da casa e fecha a porta na cara dele. –Aconteceu alguma coisa?
–Aconteceu uma coisa horrível.
Ele franze a testa.
–O que?
–Vou ter que ir de carona com você pra fazer o trabalho.
Ele sorri.
–Quer ir agora já? Faltam uns dez minutos pras duas.
Faço uma careta.
–Que seja.
–Só um minuto. – ele diz. –Quer entrar?
–Não, eu vou te esperar lá em baixo. – falo e Thomas faz que sim com a cabeça.
Entro no elevador e vou para o térreo. Sento-me em um banco e fico esperando ele descer. Vejo Thomas aparecer e ele vai até acho que a garagem. Um minuto depois ele aparece com uma outra bicicleta.
–Eu disse pro meu irmão levar a gente, mas ele não quis. – diz ele. –Vai ter que ser de bicicleta mesmo.
Fazer o que. Sento-me na garupa e sou obrigada a abraçar a cintura de Thomas, se não eu tombo pro lado. Ele começa a pedalar e logo estou sentindo um vento no rosto.
–Faça o favor de não atravessar o sinal quando estiver no verde. – falo lembrando da última vez. A gente quase virou paçoca. –E anda logo, quanto antes terminarmos, melhor.
Thomas faz que sim com a cabeça e continua pedalando.


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