Everything Has Changed escrita por Anne Atten


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Hey pessoal! Nem sei se vou continuar com essa fic, só estava sem o que fazer então tive esse ideia e resolvi postar...Bom, tudo vai depender das críticas que eu tiver! Comentem por favor!



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Nova cidade. Nova escola. Nova vida. Novos amigos? Não, não irei trocar amizades. Fazer novos amigos? Posso tentar, mas acho que não.
Já é noite quando chegamos à nossa nova casa, que é em um apartamento. Gostei do lugar, só tem outra pessoa no mesmo andar que a gente e isso evita barulho enquanto eu tentar dormir.
–Lydia, abre a porta para mim! – grita minha mãe. –Larga esse celular!
Coloco o telefone dentro do bolso e abro a porta para que ela consiga passar com uma outra caixa.
–Acho que terminamos por hoje. – diz ela.
–Finalmente.
–Amanhã iremos desembalar tudo. – fala ela. –Nem pense que vou tirar as suas coisas. Eu tiro as minhas e você as suas. Larga de ser folgada.
Dou de ombros, indiferente. Sabia que ia ter que guardar tudo meu mesmo.
–Acho melhor você ir dormir, tem aula cedo amanhã.
Escola nova... É tão ruim entrar num lugar que não conhece ninguém e todos já tem os seus devidos grupinhos, ainda mais porque estamos no meio do ano. Não faço questão nenhuma de ir à escola, só que sim. Vou entrar em um curso de inglês muito bom nessa escola e ela tem um ótimo ensino, e isso me ajudará no meu futuro seja lá a profissão que irei querer seguir.
–Vou indo então, boa noite.
Ela me dá boa noite e eu sigo em linha reta até o meu quarto. Fecho a porta atrás de mim e coloco o meu pijama, então vou até o espelho.
Meu cabelo é castanho e é repicado nas pontas, ele bate nos ombros. Uso um óculos o tempo inteiro já que tenho miopia. Tiro-o e pego um sabonete de rosto para lavá-lo, está meio suado devido ao dia corrido de tirar caixas do carro.
Seco o rosto e checo se todo o material está na mochila. Vejo que está e pego meu celular. Duas mensagens novas.
Jane: Já chegou aí, Lydia? Como é? Deve ser lindo pelo o que vimos nas fotos do Google Maps! Faça o favor de me avisar quando chegar, beijos.
Eu: Cheguei a mais ou menos uma hora, mas tive que ajudar a minha mãe a tirar umas coisas do carro. O celular tava sem sinal até pouco tempo, só agora que tá funcionando. Vou dormir, até amanhã.
Passam-se alguns segundos e eu me lembro de uma coisa.
Eu: Deseje-me sorte na escola nova.
Jane:Vai chegar arrasando!
Dou risada, até parece.
Eu:Se vc diz...
Abro a outra mensagem.
Kriss:E aí amiga, tudo certo? Vou sentir sua falta amanhã nas aulas, sério.. .Jane e eu não vamos conseguir viver sem você.
Eu:Que drama, vocês duas tem mais amigas que eu sei.
Kriss:Nenhuma delas é igual você, Lydia!
Abro um sorrisinho, nós três somos melhores amigas desde os seis anos de idade.
Eu:O mesmo sobre eu encontrar novos amigos, isso se eu tiver essa sorte né.
Kriss:Sorte nada cara, você vai ter vários amigos novos, vai até se esquecer de nós!
Eu:Até parece Kriss...tenho que dormir, boa noite. Deseja sorte, amanhã primeiro dia de aula nessa escola nova.
Kriss:Okay, boa noite.
Eu:Boa noite.
Desligo o celular, porque li em algum lugar que pode dar câncer dormir com o celular ligado muito perto da cabeça. Sendo verdade ou não, é melhor não arriscar.
Desligo o abajur e deito-me na cama, exausta. Amanhã será terrível, pode ter certeza.

Às seis e meia em ponto o despertador começou a tocar. O despertador no caso é a minha mãe.
–Levanta, Lydia! Levanta! – ela diz, já abrindo as cortinas das janelas do meu quarto. –Você definitivamente não vai chegar atrasada no primeiro dia de aula!
Coloco o travesseiro no rosto, mas não adianta muito. Ela começa a tirar as cobertas de cima de mim.
–Vamos, Lydia! Não quero me atrasar para o meu trabalho também!
Nem respondo. Levanto-me preguiçosamente e vou até o banheiro. Encaro-me no espelho.
–Bom dia, Lydia. – falo para mim mesma.
Hoje seria um dia tão bom para dormir até tarde, acordar na hora do almoço. Nunca fiz isso, mas estou com vontade.
–Essa aula pode te ajudar a passar no vestibular. – falo para mim mesma, de novo, e entro no chuveiro.
Saio do banho apressada e coloco a blusa do uniforme, uma calça jeans e um All Star vermelho.
Penteio meus cabelos e desço para o café da manhã.
–Lydia, coma rápido. Já são seis e quarenta e cinco.
–Tá, mãe...
Pego um pão e passo manteiga nele. Mastigo enquanto volto para o quarto. Coloco minha bolsa e começo a arrumar a cama. Dobro as cobertas e ponho no armário, daí coloco a colcha e pronto. Termino de engolir o pão e escovo os dentes. Hora de ir para o lugar mais abominável da terra: a escola.
Dou uma última olhada no espelho, estou normal. Pego uma jaqueta jeans no armário caso esfrie, embora eu duvide muito, pego meu celular e vou para sala.
–Pronta? – pergunta minha mãe.
–Sim. – falo sem convicção.
–Lydia, é só uma escola nova, logo irá se adaptar.
–Na minha “só escola nova” não tem nem Jane, nem Kriss e acho que ninguém vai sentar comigo no intervalo ou coisa assim.
Ela revira os olhos.
–Jane e Kriss nunca deixarão de ser suas amigas.
–Não mesmo.
–Mas você não pode ficar por aí emburrada porque suas amigas não estão com você. – diz ela. –Daqui a pouco terá novos amigos também.
Dou de ombros.
–Vamos então.
Trancamos a porta e descemos de elevador.
–Nas primeiras semanas, iremos de carro, até você se acostumar com a mudança.
Balanço a cabeça afirmativamente.
–Depois começará a pegar o trem para voltar pra casa, porque meu trabalho vai até umas cinco da tarde e é meio corrido eu ir te buscar na escola no horário de almoço.
–Legal.
Eu adoraria ter que voltar de trem, nunca andei de trem antes.
Nós duas entramos no carro e ela dirige em direção a escola.
–Devemos chegar em cinco minutos. – minha mãe fala.
Se chegarmos mesmo daqui cinco minutos, faltará quinze minutos para o professor entrar na aula. Fico nervosa só de pensar nisso. O que ficarei fazendo em quinze minutos?
–Mãe, é cedo demais. Não vai ter ninguém na escola.
–Claro que vai e é melhor chegar cedo do que atrasada. Aproveite e conheça algumas pessoas.
Não, obrigada.
Durante o trajeto vejo pessoas caminhando nas calçadas, outras andando de bicicleta. Qual o problema dessas pessoas? Não tem que estudar, nem trabalhar, pra que ir pra rua tão cedo? Não entendo sério.
Passamos por árvores e então me deparo com uma escola. Minha nova escola. Engulo em seco.
–Lydia, tenha uma boa aula.
–Obrigada, mãe.
–Não vai acontecer nada demais. – assinto e saio do carro. –Faça amigos! – a ouço gritar e apresso o passo.
–Tá! – grito de volta.
Subo as escadinhas da escola e vou até a coordenação. Bato na porta e uma moça que parece simpática atende a porta.
–Olá, posso ajudá-la? – ela utiliza essa linguagem toda certinha, deve ser professora de português.
–Quero saber onde é a sala do Segundo Ano B.
Ela abre um sorriso.
–Você segue em frente, sobe a escadaria, continua em frente e verá a sala, ela é a última do corredor.
Já estou prestes a sair quando me lembro de me apresentar.
–Eu sou Lydia Miller, a novata.
Ela estende a mão e dou um aperto acho que fraco.
–Sou Amy, a professora de português.
Estava certa! Essa Amy tem cara de ser legal.
–Acho melhor eu ir, prazer em conhecê-la.
–O prazer é todo meu.
Saio da salinha e faço o caminho que ela me disse para fazer. Nos corredores vejo pessoas conversando, sorrindo. Amigos com certeza. Eu devo ser a única dessa escola que estou sozinha. Será que vai entrar alguém novo? Espero que sim, se bem que acho que não fará diferença.
Vou até o fim do corredor e vejo a sala com a plaquinha “2º Ano B” na porta, que está praticamente toda aberta. Entro na sala do modo mais discreto possível.
Não me notem. Não me notem. Não me notem. Eles não me notam e suspiro aliviada ao sentar-me ao lado da janela, é a última fileira. Sentei-me na terceira carteira. Sentar na primeira seria meio chato, na segunda eu ainda achei meio próxima da mesa do professor. A terceira não era muito longe, então perfeita.
Pego o celular na bolsa e ligo-o. Nenhuma mensagem, mas logo recebo uma.
Kriss: Tá na aula? Já entrei, ainda não começou...
A aula deles também começa as sete e quinze da manhã.
Eu:Já entrei também, ainda não começou.
Kriss: Já falou com alguém?
Eu:Com a professora de português, ela é bem legal.
Kriss:Vai virar amiga da professora?hahaha
Eu:Não to afim de falar com as outras pessoas, sério.
Kriss:Jane acabou de entrar, vou indo.
Eu:Isso, deixe-me sozinha...
Já ia bloquear a tela do celular quando recebi outra mensagem.
Kriss:Deixo mesmo, pra ver se você fala com alguém.
Dou risada e guardo o celular no bolso.
–Tem alguém sentado aqui?
Levo um sobressalto, juro que não vi esse ser humano aparecer na minha frente.
–Não. – respondo, por fim e depois me xingo por isso. Se eu dissesse que sim, o garoto não ia sentar e quem sabe, com um pouco de sorte, ninguém sentaria.
Ele se senta.
–É nova aqui?
Faço que sim com a cabeça.
Ele joga a mochila em cima da mesa.
–Eu sou o Thomas. Você é...?
Não to com vontade de te contar, Thomas intrometido.
–Lydia. – respondo rapidamente, tentando mostrar que não to com a menor vontade de conversar agora.
–Veio de onde?
–Isso aqui é uma entrevista por um acaso? – pergunto, levemente irritada.
Thomas sorri.
–Não.
–Ótimo. – respondo e pego o celular.
–Tem que desligar durante a aula.
–Coloco no silencioso e nem toco nesse celular durante as aulas. – falo sinceramente. Às vezes clico só para ver as horas, mas isso não é nada demais.
–Bom pra você. Esses professores têm olhos de águia.
–Bom saber. – falo.
Thomas vira-se para frente e fico aliviada. Não sei se conseguiria sustentar uma conversa com esse intrometido perguntador da vida alheia.
Desbloqueio o celular e mando uma mensagem para Kriss.
Eu:Falei com uma pessoa. Feliz?
Dois minutos depois ela responde.
Kriss:Sério? Isso é ótimo! Quem é?
Eu:Um menino.
Depois fico pensando que não deveria ter falado isso, agora ela vai ficar me enchendo.
Kriss:Hmmmmmmmmmmm Lydia, já chegou arrebentando!
Eu:Cala a boca! É só um garoto intrometido que senta na minha frente, ficou me fazendo perguntas. Perguntei para ele se ele estava fazendo uma entrevista comigo.
Já podia ouvir as risadas de Kriss e Jane mesmo elas estando tão longe de mim. Tão longe não, tipo são duas horas e meia de carro.
Kriss:Scrr aspkapskapksapskpaks Você é impossível mesmo! Vai ver ele só quisesse ser legal, poxa.
Eu:Talvez...mas eu não estava com cabeça.
Kriss:Lydia, tenho que ir. A professora já chegou na sala. É aula de geografia agora.
É claro que eu sei que é aula de geografia agora, adoro a professora, ela é gente boa.
Eu:Manda oi pra ela.
Kriss:Okay.
Bloqueio o telefone e olho para frente, Thomas está me encarando.
–Que foi?
–Eu esqueci minha caneta, tem uma pra emprestar?
Respiro fundo.
–Como é que não traz caneta no primeiro dia de aula?
–Esqueci. Pode emprestar ou não? Se não puder, peço pra outra pessoa.
Tiro o estojo da bolsa e pego uma caneta. Eu já fui um tanto grossa com ele agora pouco, não quero ficar de papo com esse Thomas, mas também não preciso dar patada toda hora.
–Toma, me devolve no fim da aula.
–Valeu.
Dou de ombros e ouço a porta se fechar. Amy, a professora de português entra. Olho para os lados e vejo que todos já entraram na sala.
–Bom dia, queridos alunos.
–Se fosse bom não estaríamos aqui! – exclama alguém e alguns dão risada.
–Não fale isso. – diz ela com um sorriso. –Começos o segundo semestre de aulas. Teremos mais quatro meses de aulas pela frente. – ela pausa, como se estivesse tentando se lembrar de algo. –Cinco para quem ficar de recuperação.
Alguns dão uma risadinha nervosa, eu sou uma delas. Nunca fiquei de recuperação nessa minha vida de dezesseis anos, mas eu meio que morro de medo de ficar. Sei lá, ter uma nota abaixo da média no meu boletim não me deixaria nada feliz. Tipo, nada mesmo. Não sou a melhor aluna do mundo, mas sempre tiro notas boas, com algumas notas ruins é claro.
–Sei que é o primeiro dia de vocês depois dessas longas férias, então darei um desconto para vocês. – diz Amy. –Hoje vocês farão uma redação sobre qualquer coisa.
–Qualquer coisa? – pergunta a menina que está atrás de mim, ela parece animada com a ideia.
–Sim, Katherin, qualquer coisa.
–Ótimo.
Pego meu caderno e coloco-o em cima da mesa. Não faço ideia do que irei escrever.
–Sentem-se em duplas, de dois em dois da fileira.
Sinto-me agradecida por não ter sentando na primeira carteira, se não teria que sentar com o Thomas. Espero que Katherin seja mais legal. Eu gostaria de fazer a redação sozinha, mas fazer o que. Além do mais não tenho ideia do que escrever.
–Oi. – falo quando minha mesa está do lado da dela.
–Oi, é novata? – ela diz e depois abre um sorriso. –Nem precisa responder, sei que é. Nunca te vi aqui.
Garota esperta.
–Pois é. Meu nome é Lydia.
–Sou Katherin.
–Tenho uma prima chamada Katherin. – é uma prima chata da minha idade, óbvio que não falei isso para a Katherin ao meu lado.
–Legal. – diz ela abrindo o caderno. –Sobre o que vamos escrever?
Olho para o quadro fixamente em algum ponto qualquer, tentando me concentrar. Então, tenho uma ideia.
–Me mudei pra cá ontem mesmo, ainda não me adaptei a cidade. Poderíamos falar sobre como se adaptar em outras cidades.
–Dar dicas, coisas assim! – fala Katherin animada.
–Pode ser.
Fico feliz por ter tido essa ideia, vai ser útil.
–Adorei essa ideia, Lydia.
Abro um sorriso.
–Pelo menos minha mudança serve de alguma coisa. – murmuro.
Nós duas vamos ditando coisas uma para a outra e depois de quarenta e cinco minutos, o sinal bate. Aula acabada.
–Coloquem seus nomes na folha e deixem em cima da mesa.
Katherin estava escrevendo então coloca nosso nome.
–É com “y”. – falo, me referindo ao modo que ela escreveu meu nome.
–Ah certo, desculpa.
Dou de ombros e ela arruma meu nome. Levanto-me e deixo a folha em cima da mesa.
–O que está achando daqui, Lydia? – pergunta a professora.
–Tem gente enxerida, mas onde não tem? – falo e ela ri. -A cidade é bonita pelo pouco que pude ver até agora.
–Já fez amigos?
Ai não, ela tá parecendo minha mãe, Kriss e Jane agora.
–Não.
Ainda não. – diz ela com um sorriso e se retira da sala.
Um professor entra na sala.


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam? Espero que tenham gostado :)