POV – Frank

Hazel havia ido ao acampamento meio-sangue com as meninas, e eu estava aqui cuidando da pretoria com uma Reyna mal-humorada do lado.

– Então quer dizer que Octavian ta fazendo uma rebelião contra mim? – Ela disse.

Octavian, o ex-agouro do acampamento Júpiter, deixou de ser o oráculo para dar lugar a Ella a Harpia, como uma punição por ter tentando começar uma guerra entre os gregos e romanos.

Ele ainda estava aqui no acampamento, mas era apenas mais um campista que todos zoavam agora. Mas nem todos. Alguns escutavam ele – o mesmo agora não tem mais o dom da profecia – que gregos e romanos não iam permanecer juntos. Que os gregos agora nossos amigos, estão se preparando para nos atacar antes de percebemos. A última vez que ele disse isso foi perto de Rachel Elizabeth Dare, o oráculo do acampamento meio-sangue, e bem, as coisas não saíram muito bem com a garota ruiva em cima do pescoço magricelo de Octavian.

– Ninguém vai levar Octavian a sério Reyna, você sabe, na última guerra ele quase matou todos os romanos e gregos por causa da teimosia.

– Sim, mas eu ainda o odeio. Os deuses não poderiam deixar ele segurar o céu junto com Atlante?

– Atlas? Acho que não, ele morreria. – Respondo.

– Não seria nada ruim. O que você vem pensando ultimamente?

Percebo que estou olhando a um ponto fixo no chão. Estou pensando em que Hazel me contou. Ela passar uma semana no mundo inferior? Sem poder me ver? Sem chances.

Mas eu também estou pensando em como as coisas andam ruim com Octavian tagarelando por ai.

– Ah, Octavian, uma punição adequada pra ele. Forca talvez? – Respondo com um sorriso.

– Não estamos no século XVII. – Reyna responde rindo. – Mas eu adoraria ser a pessoa que corta a corda.

– Conte comigo para isso, agora vamos, temos que calar a boca de Octavian.

Chegando lá, encontramos Octavian deitado, e em cima dele tinha uma menina sonolenta de cabelos castanhos e pele morena clara.

– Sai de cima de mim! Ataque de gregos! Os gregos estão usando semideuses como catapultas, soem os alarmes! – Octavian grita desesperadamente tentado tirar a menina de suas costas.

– Ai ai, ta bom, eu saio, e que negocio é esse de semideuses e gregos? Tu é doido? E que lugar é esse? Por que você ta vestindo um vestido roxo se você é homem? – A menina fala.

Percebo que a última pergunta foi pra mim, porque eu estou usando o manto roxo de Pretor, que parece um vestido.

Reyna ri com o último comentário. A menina se coloca de pé, e eu vejo seus olhos. São da mesma cor que o cabelo.

– Vocês vão me responder ou não? – A menina olha pra todos que estão em volta.

– É, hm, como é o seu nome? – Reyna pergunta, tentando não rir de um Octavian com cara amassada de terra.

– Lira, e o seu é?

– Reyna, e esse aqui é Frank. Nos somos os pretores desse acampamento, Acampamento Júpiter, já ouviu falar?

– De você? Ou do acampamento?

– Do acampamento. – Reyna responde com calma.

– Não, de nenhum dos dois. – Lira fala. – E vocês andam se usando como almofadas magricelas desconfortáveis de humanos que caiem do céu?

– Não! E você cai todo dia do céu em cima das pessoas? – Octavian fala bravo.

– Não magricelo, nem sei o que eu vim fazer aqui. Não sei onde to, só sei que eu estava em casa assistindo o o show da Demi Lovato quando apareci aqui. E eu acho que eu to sonhando. – A menina com sorte jeans, pantufa, e blusa cinza um número maior responde.

– Você não ta sonhando. E realmente é estranho você ter caído do céu. Porque todos concordamos que você não é um anjo. – Josh, da terceira coorte comenta com maldade.

– Você para o meu filme e ainda quer falar que eu sou feia para parecer um anjo? – A menina, Lira, pergunta para Josh erguendo as sobrancelhas.

– Não foi isso que eu quis dizer.

Realmente não, porque a menina era linda.

– Argh. Onde é o chuveiro mais próximo nesse lugar? – Ela pergunta.

– Bem – Olho pra Reyna ela assente um “sim”. – Chloe pode te levar e arrumar umas roupas pra você, em quanto descobrimos quem você é e o que venho fazer aqui. – Respondo.

Olho para Chloe da segunda coorte que balança a cabeça como o sim e gruda na menina, levando ela até os chuveiros mais próximos, explicando onde ela estava.

– Pessoal, o show acabou, amanha a noite discutiremos o que ta acontecendo aqui. – Reyna levanta a voz e fala.

– O que? A menina caiu em cima de mim e você não vai fazer nada? – Octavian reclama.

– Não, e nem se um gigante caísse em cima de você eu faria alguma coisa, agora anda, vai fazer alguma coisa que você faz. – Reyna responde fria para Octavian.

Octavian sai reclamando e xingando Reyna em latim. Olho para Reyna e a mesma diz baixo:

– Depois conversamos.

Pov– Nico

Já se passaram três dias desde que Davina desmaiou. As meninas veem uma vez por dia cuidar dela. Parei de sentar no mesmo banquinho e ficar esperando Davina acordar, talvez ela fique assim por anos.

Vou ao meu chalé me deitar na cama, me lembro a conversa que tive com Hazel dois dias atrás. Meu pai quer que eu vá com minha irmã comandar o mundo inferior em quanto ele sai de férias resolver “seus assuntos?”. Pelo menos minha madrasta vai ir junto.

Já é de noite, o jantar já acabou mas tudo bem, não estou com fome. Depois de alguns minutos, a concha da fogueira soa. E resolvo ir até á enfermaria antes.

Você deve estar pensando que eu gosto de Davina, que estou caidinho por ela. Não estou, só acho que devo a ela depois dela ter salvado minha vida.

Duas vezes.

– Quem está ai? – Pergunto ao ouvir a voz doce. Eu conheço essa voz. Só não lembro de onde. – E foi só uma vez.

Haha, Nico Di Ângelo, duas vezes, você que ainda não percebeu. E eu sou aquilo que você mais teme, a deusa que você menos ama. Descobriu quem eu sou? Não? Só não fique em negação querido, é chato.

Percebo que a voz sumiu e decido sair da enfermaria olhando uma última vez pra Davina.