Presumo escrita por QueenB


Capítulo 39
Alguns simbolos




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/528039/chapter/39

Pov – Jason

Com um estrondo senti meu corpo sendo jogado no chão, estava inconsciente contudo tinha uma ideia do que estava acontecendo. Senti o calor de chamas perto de mim então apaguei completamente.

~

– Jason querido. – Escutei Piper me chamar.

– Pi-Piper? – Murmurei sonolento.

– Sim sou eu, está tudo bem agora.

– Está tudo bem... – tentei levantar mas a dor era evidente.

– Meu amor, não faça tanta força assim, vai piorar a situação.

Meu... amor? Pipes nunca falou comigo desse jeito. Virei minha cabeça de lado e fechei minha mão, areia preta escorregava entre meus dedos, a ilha negra que Katoptris nos avisou.

– Amor, está tudo bem? – Eu ouvia a voz mas não sabia de onde ela vinha.

– E-está, onde estamos?

– Calma querido, só estamos em uma parte mais distante da ilha.

Eu não tinha forças e nem minha espada se encontrava perto de mim, eu não era bom em construir máquinas ou atiçar as pessoas com a voz, não podia controlar o veneno nem abrir uma cratera no chão, a mente era a parte lúcida do ser humano e Davina conseguia mesmo assim atingi-la. Eu não podia fazer nada, mas mesmo assim tinha em mãos o jogo preferido de Annabeth: Trapaça.

Sentei-me com a única força que me restara, olhei em volta e vi um caldeirão gigante.

Está acontecendo.

– Pra que esse caldeirão, Pipes? – Perguntei inocente.

– Ah, estou preparando uma sopa para você, está tão fraquinho...

Pensa rápido Jason, ninguém sabe onde você está, provavelmente nem sabem que você vai ser cozinhado vivo.

Levantei com força. Eu estava no meio do nada, a costa estava ao leste, quase não visível.

– Então, - andei um pouco. – Como vai a sopa?

– Ah, falta pouco para ficar boa, só falta o ingrediente final. Só estou esperando meu amigo trazer os pratos.

– Sobre isso Pipes, acho que poderíamos tomar ela sem o ingrediente final...

– Bobagem! – Uma voz grossa estourou.

Um ciclope de uns quatro metros apareceu da escuridão com um pano preto em mãos. Outro surgiu de baixo da areia. Outro não, outra.

– Estava pensando em fugir sem a sobremesa querido? – Imitou em sua voz original.

– Como se eu não soubesse que você não era ela o tempo inteiro. – Murmurei baixinho.

– Está insinuando que eu não sou uma boa autora?!

– Não foi isso que ele quis dizer querida, você é incrível. – Disse o feio número 1 em conforto. – Não é filho de Roma?

Olhei em volta procurando uma saída, observei os dois pensando se daria para abate-los. Minha espada estava fincada na trança da feia número 2, se eu conseguisse pega-lá...

– É, claro. Mas sobre isso, eu acho que dispensarei o jantar.

– Jantar? Isso aqui não é um jantar! – Gritou o feio número 1. – É apenas o ritual para despertar o pai Urano!

Pov – Gabi

– Argh! Que nojo! – Reclamava Lys.

– Pelo menos você não tem areia no ouvido! – Josh rebatia.

– Parem de reclamar vocês dois! Já to cheia desse lugar, o que viemos procurar afinal?

– Alguma pista ou pedra, amiga. – Josh falava em ironia.

– Mas não tem nada aqui! – Lys disse. – Só mato preto e mutuca.

– Se você tivesse passado barro nos braços como eu disse eles não estariam te picando tanto! – Falei como se dizia “eu te avisei”.

– Argh!

Andávamos sem rumo entre as árvores, não havia céu, não havia luz natural. Ouvi um barulho sinistro de passos. Olhei para os dois e com um aceno começamos a correr, correr muito.

– Será que são os macacos de novo? – Perguntou Lys.

– Espero que não. – Respondeu Josh.

Os passos começaram a ficar mais fortes pensei em parar e lutar, mas seria tolice, pareciam centenas de pés. Vi um campo aberto ao longe, melhor lutar vendo seu oponente do que morrer no meio do mato. Virei a cabeça para trás e senti meu corpo bater em outro. Acabei caindo de bunda no chão.

– Ai! – Lira disse.

– Ah, são vocês pessoal. – Disse tentando não mostrar a minha felicidade.

Ajudei Lira se levantar e pedi desculpas. Os passos ainda continuavam, mas não havia nada em volta.

– O que vocês estão fazendo? – Perguntou Josh.

– O que vocês estão fazendo. – Disse Heitor.

– Até agora? – Lys começou irônico. – Matando gambás, fugindo de macacos carnívoros, tomando banho de barro, mergulhando em areia movediça, pulando cercas, e tentando ficar vivo!

– Pulando cercas? – Uma iguana perguntou.

Iguana?

– É só o Frank. – Lira me tranquilizou.

Pouco sabiam que eu tinha trauma de iguanas.

Frank se transformou de volta a apenas Frank e sorriu.

– E que barulho é esse? – Jeremy perguntou. – Parecem...

– Passos. – Completei.

– Que desenhos são esses? – Perguntou Josh alerta.

– Achamos que deve ser um mapa ou algo assim. – Respondeu Heitor.

– São apenas símbolos. – Falei.

– Que formam um mapa! – Disse Frank como se dissesse “dãh, é obvio”.

– Olha só...

– Gabi, shiu! – Disse Lira.

– O que foi?

– É sério, para! – Heitor disse.

Todos estavam quietos, então percebi porquê. O barulho tinha parado e no lugar via-se pontos vermelhos olhando para nós, centenas de olhos.

– O que vocês acham de voltarmos ao navio? – Perguntou Jeremy.

– Mas já? – Ouvi várias vozes cortarem de uma vez.

Os monstros, ou melhor O monstro, apareceu diante de nós. Ele devia ter uns cinco metros de altura e uns sessenta pares de pés. Haviam por todo seu corpo, olhos vermelhos e três bocas: Uma na testa, outra no nariz e uma no lugar normal.

– A festa nem começou.

– É uma pena! – Gritou Josh. – Por que nem temos convite e nem estamos vestidos apropriado para uma festa, não é pessoal?

– Claro. – Respondemos todos, concordando.

– Infelizmente, temos que ir já. – Jeremy disse. – Meu pai ficaria muito bravo se participarmos de uma festa que não foi ele que...

O monstro feio fechou o punho e bateu no chão. Pulamos os sete para o lado. Puxei minha espada e corri, perfurando dez de seus olhos de uma vez. Sangue amarelo jorrou o chão. Pelo canto do olho, vi Jeremy criar vinhas e segurar os pés do gigante, Josh atacar facas e Heitor atirar flechas com Frank. Lys parecia tentar contornar os pés e jogar flechas de fogo por baixo dele.

Tudo parecia inútil. Olhei para Lira e corri ao seu lado.

– Qual é o plano? – Perguntei.

– Eu não sei, qual é o ponto fraco dessa coisa!?

Ponto fraco...

– Mira sua flecha na boca dele. – Disse.

– Qual delas?

– Qualquer uma!

Lira atirou mas o gigante apenas colocou a mão na frente.

– Como imaginei. – Disse.

– O que? Que eu ia errar? – Disse ela.

– Não! Vê bem, ele está protegendo as bocas, lá é o ponto fraco.

Lira pareceu entender, pois disse:

– Vocês distraem que eu, Heitor e Frank atiramos.

Heitor começou atacar bolas de luz na mão do gigante (que nesse caso só tinha uma). Corri perto do Lys e pedi para ele jogar seu jogo favorito.

– Josh! – Gritei. – Na mão dele!

Virei-me para Lira e lancei um olhar como se dissesse “é agora”. Ela e Frank atiraram, mas Heitor estava um pouco ocupado preso na única mão do gigante. Esperei por Lys e finalmente ele apareceu do meu lado.

– Pronto. – Disse.

– Quando?

– Agora, olhe só.

Olhei para os pés do gigante que começou a ser comido por areia. Sorri com isso. Corri em direção ao gigante e pulei na viga de Jeremy. Cortei sua barriga junto com os olhos que arranquei. Ele urrou e acabou deixando Heitor cair.

– Eu pego ele! – Gritou Frank.

Havia duas bocas com flechas. Só faltava a boca da testa.

– Vocês me pagam! – Falou com uma voz.

A areia já prendia o seu braço junto com as vigas de Jeremy.

– Josh, agora! – Gritei.

No mesmo instante, Frank pegou-o pelos ombros e Josh atacou a faca.

O monstro caiu em sangue amarelo.

– Vo-cês vão se arrepender... de não terem morri-do agora...

– Com certeza não boco. – Disse Lira.

Pov – Leo

– Tudo pronto para partir! – Disse feliz.

– É, só falta a tripulação. – Disse Caly.

– Não amola, Princesa da graxa! Eles estão demorando muito!

– Não tanto, - Gritou Caly do mastro. – Olhem eles ali.

Corri no estilhaço e vi Gabi, Josh, Jeremy, Lira, Heitor, subirem as escadas e Lys sendo carregado por Frank.

– Por que a demora? – Perguntou Caly para os sete já abordo.

– Estávamos dando um jeito em um gigante muito mal educado. – Respondeu Gabi feliz.

– Matar o matamos sem dó sem pensar. – Recitou Heitor.

– Não começa maninho. – Lira o empurrou com o ombro.

– E cadê o resto do pessoal? – Perguntei.

– Não sabemos. Cadê a Piper?

– Saiu atrás de Jason com Davina e Nico.

– Annabeth e Percy estão voltando. – Lys disse. – Vi eles enquanto eu pegava carona com Frank.

– Só falta Hazel, Ingrid e Mi que sumiram. – Disse Josh.

Frank voltou a sua forma humana e disse:

– Eu não consigo entrar na caverna. – Disse ele triste.

– Calma grandalhão. – Bati no ombro dele. – Elas vão voltar, Hazel é especialista em túneis.

Frank virou uma gaivota e continuou a sobrevoar o céu.

Annabeth terminou de subir as escadas e abriu um sorriso gigante. Percy caiu a bordo como um mamão maduro.

– Essa escada... – Arfava ele. – Ainda me mata.

– Quais são as novidades? – Perguntou Jeremy.

– Encontramos alguns estereográficos em uma caverna.

Annabeth mostrou um bloco com vários desenhos e anotações em grego antigo.

– Os desenhos são parecidos com o mapa. – Lira mostrou um pedaço de folha com símbolos.

– Ok, isso é muito para a minha cabecinha! – Reclamei. – Que tal esperarmos o resto?

– Eles vão demorar. – Frank voltou. – Estão com problemas.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!