Please, Remember Me escrita por MylleC


Capítulo 6
Capitulo 6 - Perdendo a cabeça


Notas iniciais do capítulo

Eaee, mais um capitulo. Boa leitura.



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Sentia o meu mundo desabar lentamente, parado no meio da rua, o vento gelado soprando forte. Não me importava com o frio. Lydia tinha partido naquele carro e eu tinha ficado ali, parado na rua, sem saber que fazer. O chão sumiu em baixo de mim e perdi completamente a noção de tempo e espaço, quase não via nada a minha volta. As palavras dela martelando em minha cabeça. “Você mentiu pra mim!” “Eu te odeio e não quero mais saber de você”

Ela sabia agora da verdade, a dura verdade de que eu era o responsável por todos os acontecimentos passados. Talvez soubesse de um jeito meio distorcido, mas ela sabia da verdade. E quando me cobrou a verdade eu não pude olhar nos olhos dela e dizer que não tinha culpa de nada, que não sabia o que eu estava fazendo. Porque eu via tudo, eu... Sou sim culpado. Não percebi as lagrimas que banhavam meu rosto. Eu a havia perdido e ela não deixaria que eu chegasse mais perto dela. A culpa era minha que a melhor amiga dela estava morta. Me ajoelhei no chão, incapaz de sair do lugar, meu estomago se revirava e minha cabeça doía. Meus olhos ardiam e mais lagrimas escorriam deles. Lagrimas silenciosas, sem soluços, lagrimas que despejavam a dor que meu coração sentia. Não me preocupei em ser forte naquele momento, em fingir que estava bem, eu não estava. E não queria ser forte, eu queria gritar com todas as forças para Lydia que eu a amava e que sentia muito. Que eu sentia falta dela, que eu quase morri quando ela sumiu.

Não, eu não podia ficar ali parado. Levantei-me secando as lagrimas inutilmente, já que assim que sequei mais delas desceram. Comecei a correr pela rua deserta, ignorando meu pai chamar meu nome. Virando aqui e ali, não sei se a estava procurando realmente. Estava apenas tentando fugir, talvez se eu corresse o suficiente, a dor fosse embora. A tristeza, a magoa e a culpa fossem deixadas para trás. Mas eu não podia simplesmente fugir. Eu não podia fugir de mim mesmo.

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POV Lydia

Depois de ficar um tempo indeterminado chorando dentro do carro eu comecei a dirigir quando me acalmei um pouco. A conversa ainda ecoando em minha cabeça.

“Eu te odeio.”

Eu não o odiava. Apesar de tudo, apesar de agora saber de toda a verdade eu não conseguia o odiar. Algo dentro de mim não me deixava odiá-lo, e porque eu começava a sentir um estranho sentimento de culpa? Com se eu tivesse feito a maior besteira da minha vida?

Minha cabeça doía tanto e eu mal conseguia organizar meus pensamentos. Encostei o carro na frente de casa e desci. Claro que não iria pra escola. Primeiramente porque já tinha perdido a hora, segundo que se no momento me perguntassem qualquer coisa sobre a matéria eu não saberia responder.

Entrei em casa e fui para o meu quarto. Me jogando na cama depois de pegar um cadeado e trancar a maldita janela com ele. Nunca mais queria ver aquela mulher na minha frente. Nunca mais queria sair do quarto, nunca mais. Abracei meu travesseiro e novamente deixei que as lágrimas descessem.

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POV Stiles.

Estava em cima de um prédio, na cobertura. Quando Lydia sumiu, em uma certa noite eu simplesmente quis sumir do mundo então comecei a simplesmente vagar pela cidade, entrei nesse prédio pelos fundos e subi com o elevador até a cobertura, me sentia bem ali em cima. Como se só ali ninguém fosse me encontrar.

Subi na beirada do prédio me equilibrando e vendo tudo lá em baixo, longe. O vendo frio batendo em meu rosto. Algumas lagrimas ainda escorrendo. Olhei para baixo, parando de andar. Meu coração bateu rápido e um lampejo de loucura passou pela minha cabeça. Eu não podia ser louco o suficiente podia? Talvez.

Respirei fundo e me sentei na beira. Deitando as costas no chão e balançando as pernas. Fechei os olhos e fiquei ali com meus pensamentos. Não soube quanto tempo tinha se passado, apenas... Queria ficar longe de tudo por umas horas.

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POV Scott

Já estava mais do que preocupado, nem Stiles ou Lydia tinham ido á escola e eu não tive chance de tentar ligar para eles ainda. Finalmente dando o intervalo, saí apressado da sala acompanhado de Kira e Malia.

–Liga logo. –Disse Malia.

Digitei o numero de Stiles. Tocou e caiu na caixa postal. Tentei mais três vezes e nada. Passei as mãos pelo cabelo, nervoso.

–Ele não atende, caí na caixa postal.

–Tenta a Lydia.

Disquei o numero e esperei.

–Também na caixa postal.

–Com certeza aconteceu alguma coisa. –Disse Kira. –Temos que encontra-los.

–Espere, vou ligar para o Stilinski.

Disquei o numero e ele logo atendeu.

–Stilinski, o senhor sabe onde...

–Não Scott, mas não se preocupe.

–Como você sabe...

–Aconteceu hoje de manhã, Lydia apareceu lá em casa pedindo para falar com Stiles. Pelo o que eu consegui entender com os gritos eles brigaram feio. Parece que teve algo em relação ao... Nogitsune, acho que Lydia descobriu boa parte da história, mas... de alguma forma distorcida. Eles brigaram muito feio. Os dois estão acabados e a ultima vez que vi Stiles ele saiu correndo pela rua, deixou o celular. Eu o procurei, mas ele simplesmente sumiu.

–E o senhor parou de procurar?

–Olha, Scott. Acho que os dois precisam de um tempo para pensar. Stiles tem um lugar que ele vai quando quer sumir e eu não acho que você vá encontra-lo. Tenho certeza de que esta tudo bem. Se até de noite não tiver sinal deles eu os procuro, Okay.

–Tudo bem. Mas, acho que posso falar com Lydia, ela tem que entender que...

–Deixe Scott, ela não vai querer escuta-lo agora, deixe que ela pense um pouco, se acalme e então Stiles tentar falar com ela. Deixe que as coisas se ajeitem sozinhas.

Suspirei convencido.

–Tudo bem.

Encerramos a ligação e expliquei rapidamente para Kira e Malia o que tinha acontecido.

–Isso não é justo, temos que explicar para Lydia o que realmente aconteceu. –Disse Kira.

–Eu sei mas... Vamos esperar, se eles não se acertarem a gente faz alguma coisa Okay, vamos só... Esperar.

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POV Stiles

Senti a chuva fina começar a cair.

–Ora ora, veja quem fugiu do mundo.

Me levantei rápido, me virando e mal podendo acreditar em quem estava ali.

–O que você... Saia daqui! Já estragou minha vida o suficiente.

Kate abriu um sorriso maníaco e se aproximou de mim.

–Não o suficiente. O que sua querida Lydia disse a você hem? A não espera. Eu sei... Eu estava la.

Eu a encarei, a raiva correndo em minhas veias.

–Me deixa em paz! Porque esta fazendo isso?

–Para fazê-lo sofrer. Pagar pelo que fez com a minha sobrinha!

–Eu não...

–A por favor, cala a boca, você sabe muito bem que tudo isso é culpa sua. Então resolvi que o pior jeito de te atingir era que a pessoa que você... –Ela fez uma expressão de nojo. –Ama, te odiasse, e dissesse isso na sua cara.

–Lydia não...

–Ah, ela te odeia sim, e como odeia! Ela quer que você morra!

Ela se aproximou e eu me afastei, sentindo a barra da beirada do prédio ali. Se eu desse mais um passo para trás cairia.

–Eu poderia simplesmente te empurrar dai que você morreria. –Ela disse com raiva. –Mas não, seria muito fácil. Eu deixarei você conviver com isso, conviver com o ódio de Lydia por você.

Senti novamente aquele desespero tomando conta de mim.

–Ela vai morrer te odiando.

–Você não tocará nela! –Gritei.

–E quem vai me impedir? Você? -Ela riu. – Até porque agora, eu nem ao menos preciso toca-la para que ela morra.

–Do que você esta falando?

–Você vai saber. É só parar para pensar um pouco.

–Me deixe em paz, vai embora.

–Não antes de te mostrar o quanto Lydia te odeia e o quanto ela te quer longe.

Ela veio até mim e eu não tive para onde fugir. Então enterrou as garras em minha nuca.

Estava em um quarto, um quarto que eu conhecia muito bem. Era o quarto de Lydia e a própria estava deitada na cama. Chorando compulsivamente.

–Olha como você a faz sofrer. –Ouvi Kate dizer ao meu lado.

Meu coração se apertou e a culpa me dominou ainda mais.

–Eu te odeio, te odeio tanto. Você acabou com a minha vida. Eu nunca mais quero te ver, eu te odeio.

–Não Lydia. –Eu disse desolado. Tentando falar com ela.

–Não perca seu tempo, ela não pode te ouvir.

–Te odeio! Você a matou, é tudo culpa sua. Mentiu para mim.

–Não Lydia, por favor... –As lagrimas desceram com mais rapidez. –Eu não queria... me desculpa.

–Eu acreditei em você! E você é mal. EU- tudo a minha volta começou a girar. - TE -Minha cabeça doendo horrivelmente. As lagrimas banhando meu rosto mais e mais –ODEIO!

A ultima palavra ecoou em minha cabeça, doendo meus tímpanos me fazendo desabar. Caí ajoelhado no chão. Kate não estava mais lá. Havia sumido.

Levantei-me descendo as escadas do condomínio até chegar ao térreo, não me importando se iriam me ver ou não. Saí na rua. As lagrimas se misturando a chuva forte que caía e eu simplesmente andava. Cambaleando como um bêbado, atordoado, as palavras dela ecoando e ecoando em minha cabeça.

“Eu te odeio.” “Eu te odeio”

A garota que eu amava dizendo que me odiava. Era como se tudo a minha volta tivesse perdido a graça, a cor, a importância. Os raios e relâmpagos fazendo barulho e luz pela cidade. Pessoas correndo a minha volta tentando se protegem da chuva. Mas eu não me importava, deixava que a água fria encharcasse minhas roupas, não me importava com o frio. Ainda andava tonto e tropeçando nos meus próprios pés, indo ao chão várias vezes.

–Não... Não pode me odiar... Eu te amo. Preciso de você.

Caí em um canto qualquer, eu não tinha ideia de onde estava, era difícil ver com toda aquela chuva. Minha visão estava embaçada e minha respiração pesada, a cabeça doendo horrivelmente e sentia o corpo pesado e cansado. Tudo a minha volta girando e minhas pernas não tinham forças para me por de pé. Então tudo ficou cada vez mais escuro até eu atingir a inconsciência.

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POV Kate

Tudo saindo como eu planei. Aquele idiota do Stilinski achando que Lydia o odeia, talvez não dure muito essa briguinha, mas já é o suficiente para fazê-lo sofrer o suficiente para me fortalecer. E quando Lydia finalmente morrer eu estarei lá, para ver a dor da perda estampada em seu rosto. E então matarei seu melhor amigo, seu pai, todos. Deixando claro que será tudo por culpa dele. E quando ele se arrastar aos meus pés implorando pela morte, vou ser uma boa pessoa e atender ao seu pedido.

Senti algo em minha mão formigar, á ergui até meu campo de visão e minhas garras apareceram. O processo estava quase completo. Logo eu estaria mais forte do que nunca.

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POV Scott

–Achou alguma coisa? –Perguntou Stilinski do outro lado do telefone.

–Ainda não, mas acho que estou perto. –Respondi. –Ligou para Lydia?

–Sim, ela disse que não sabe dele.

–Tudo bem.

Andei pela rua escura.

–Vamos cara, cadê você? –A chuva finalmente tinha acabado então partimos a procura de Stiles, ainda garoava fraco e fazia muito frio. –Stiles! –Gritei, na esperança de obter alguma resposta.

Seguindo o cheiro dele eu tentava encontra-lo, parei em uma rua, me concentrando, sentindo que estava perto. Caminhei mais um pouco até achar em um canto da rua um corpo caído, não apenas um corpo.

–Stiles.


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Notas finais do capítulo

Eaee, gostaram? Próximo capitulo sai em breve. Comentem!



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