POV Lydia

Encava o relógio da sala de aula, esperando acabar, estava ansiosa para encontrar Stiles que provavelmente estaria me esperando do lado de fora da sala. Ele tinha enfiado na cabeça que arranjaria um jeito de parar o processo maluco de roubar meus poderes que Kate estava fazendo. Mesmo depois de eu tentar convence-lo de que isso provavelmente não tinha reversão ele disse que tentaria, e procuraria em todos os lugares possíveis. Então, pegamos alguns livros com Deaton e ficávamos na biblioteca depois das aulas folheando os livros, tentando achar algo. E como a maioria estava em Latim Stiles precisava de mim para procurar. Então, nessas ultimas duas semana estávamos realmente empenhados procurando algo. Sem sucesso nenhum. Devo confessar que ás vezes eu parava em uma pagina e fingia estar lendo, parando de procurar por um tempo, já que faltava apenas mais um mês e uma semana mais ou menos para o meu tempo acabar. Mas Stiles dizia que com certeza ainda faltavam meses para o processo de transferência dos meus poderes para Kate estar completo, tentando acreditar nas próprias palavras.

E eu nem ao menos podia dizer a ele como eu tinha certeza de que o tempo estava acabando e que aquela procura toda seria inútil. Afinal, mesmo que por algum milagre encontrássemos algo de reversão para isso, ainda tinha a maldita praga que Kate colocou dentro de mim. Então quando eu parava de procurar, observava Stiles, tão empenhado tentando traduzir as palavras do livro, tentando achar uma solução. Com o semblante preocupado e cansado. Quem sabe hoje eu conseguiria fazê-lo mudar de ideia e ir fazer outra coisa ao invés de ficar naquela biblioteca a tarde toda.

Cinco, Quatro, Três, Dois, Um. O sinal finalmente tocou. Me levantei rápido juntando meu material. A professora dando instruções sobre a tarefa de casa e todos saindo, a maioria não dando atenção a ela. Saí da sala e meus olhos varreram o local procurando por ele. O encontrei parado no final do corredor, sorrindo em me ver. Caminhei em sua direção, não conseguindo evitar meu coração de bater depressa. Ultimamente tenho tido todas essas reações estranhas em relação a Stiles. Coisas que não me lembro de sentir com outra pessoa. Eu realmente o amava e eu queria tanto dizer isso a ele, mas ainda, por mais difícil que fosse tentava manter a promessa que fiz a mim mesma de não me aproximar dessa forma.

–Oi. –Ele disse.

–Oi. – Eu disse e o abracei. Sentia-me tão bem o abraçando e ficando perto dele. Afastei-me.

–Vamos? –Ele disse, indicando o corredor que dava para a biblioteca.

–Stiles... E se fizéssemos outra coisa hoje?

Ele me encarou por um tempo, como se pensasse.

–Mas... Nós precisamos achar um jeito de...

O interrompi.

–Stiles... Eu realmente acho que...

–Não, eu prometi que vou fazer de tudo para encontrar um jeito de reverter isso.

–Mas nós já procuramos tanto, não achamos nada ainda.

–Ainda tem vários livros, varias coisas que não olhamos e se estiver em algo que não olhamos? E se acontecer algo com você quando esse processo maldito estiver completo? Eu não posso arriscar que algo aconteça com você. Nunca me perdoaria por não ter tentando como devia.

O encarei, pensando. Ele realmente não desistiria daquilo.

–Tudo bem, mas estou faminta. Podemos comer algo antes, dessa vez?

Ele pensou um pouco e depois sorriu.

–Tudo bem, eu também estou com fome. –Concordou.

Xxx

Olhava Stiles concentrado lendo o livro, ele passava a mão nos olhos ás vezes como se estivesse cansado, o que provavelmente estava. Já eram quase seis da tarde e não podíamos ficar ali para sempre, logo a escola fecharia. Mas ele não parava até que a bibliotecária nos expulsasse dali. Novamente senti aquele sentimento de culpa, em ver ele se empenhar tanto enquanto eu sabia que aquilo era inútil.

Stiles pareceu perceber que eu estava o encarando, pois seus olhos se desviaram do livro e ele me olhou.

–Tudo bem? –Perguntou.

–Aham. –Eu disse.

–Você... Não está procurando. –Sorriu brevemente. –Está me olhando, o que foi? Quer me contra algo?

Mordi os lábios, pensando. E se eu contasse? Abri a boca pronta para dizer algo, mas a fechei em seguida. Não teria coragem de fazer isso, não sei se sou capaz de olhar em seus olhos e dizer que todo aquele esforço era inútil e que eu partiria logo.

–Não... –Eu disse, me amaldiçoando por minha voz ter saído tão duvidosa.

Ele pegou minha mão, soltando o livro e me olhando sério.

–Lydia, sabe que pode confiar em mim não é? Nos últimos dias estou sempre sentindo que você quer me dizer algo.

Não consegui dizer nada.

–Então... Realmente não tem nada para dizer?

Pensei mais um pouco. Mesmo que eu decidisse contar, como eu faria isso? “Então, estou morrendo e não tem como ninguém evitar isso a não ser Kate que obviamente não irá fazê-lo.” Não tinha como.

–Eu... –Comecei. -Não tenho nada para contar, é impressão sua. Só parei de ler porque estou cansada, só isso. –Garanti.

Ele suspirou frustrado. Eu sabia que ele não tinha acreditado, Stiles me conhecia e sabia que eu escondia algo, e eu sabia que uma hora ele me colocaria contra a parede e eu teria que contar. Mas eu quero me preparar para isso antes.

–Tudo bem, só mais pouco e nós vamos embora tudo bem? –Ele disse.

Assenti e ele voltou para seu livro. Eu ainda olhava-o discretamente, perdida em meus próprios pensamentos.

A Stiles, você mal sabe que estou desmoronando, que apesar de tentar evitar ás vezes o pensamento de que vou... Partir me assusta e eu fico horas pensando, não durmo, muitas vezes não tenho vontade de comer. Você mal sabe que enquanto você dorme as horas que se passam são as horas que se passam para um novo dia começar, um dia a menos pra mim, para nós. Você mal sabe quantas lembranças eu tive de nós dois, quantas boas memórias eu tive dos nossos bons momentos juntos. Você mal sabe o quanto estou tentando ser forte por nós dois, quantas vezes me segurei para não lhe contar a verdade e abraça-lo e poder chorar, não querendo partir e te deixar. Não estou pronta para ir e deixar tudo isso para trás, preciso de mais tempo, mais tempo aqui, com você. Você mal sabe que você é o único motivo que me faz levantar todas as manhã para vir a escola e fingir que tudo está bem, porque quando eu o vejo, quando vejo seu sorriso, ou seu olhar penetrante para mim sinto coisas que nunca pensei que sentiria. Eu te amo, e queria lhe dizer isso, repetir e repetir e repetir sempre.

Não pude deixar de pensar em uma lembrança que tive dias atrás, com Allison.

Nós duas estávamos no carro, discutindo por algo, eu estava prestes a sair do veiculo quando Allison me chamou.

“- Só um segundo, por favor, tente se lembrar. –Ela dizia.

–Lembra-me do que? –Eu disse, quase gritando, nervosa por algum motivo.

–Lembrar-se como se sente. Todas ás vezes na escola quando você o via no corredor e não podia respirar até que estivesse com ele... Ou ás vezes na sala quando você não para de olhar para o relógio porque sabe que ele está lá fora esperando por você. –Ela me olhava intensamente, como se estivesse sentindo naquele momento a lembrança do que me dizia. -Não se lembra como é?

Eu á olhava um pouco chocada e pensativa.

–Não. -Eu disse.

Ela me olhou incrédula.

–O que você quer dizer com “não”? Você já teve namorados.

Apertei os lábios, fitando-a perplexa.

–Nenhum assim.”

Na época eu disse a ela que não sabia como era, mas no momento, agora. Eu sentia, sabia como era tudo aquilo, todo aquele sentimento. E sentia ainda mais.

Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

POV Stiles

Eu realmente estava lendo o livro, até perceber Lydia me encarar. Eu sabia que ela estava escondendo algo de mim, e infelizmente algo dentro de mim dizia que não era uma coisa qualquer. Todas as vezes que tive a impressão de que ela estava quase me contando algo, tinha medo do que ela iria dizer, mas ao mesmo tempo eu queria saber, precisava saber, porque seja lá o que fosse eu sentia que isso a incomodava muito, ela tentava disfarçar, mas ás vezes eu a pegava longe, pensando e quando eu perguntava ela forçava um sorriso e inventava alguma desculpa ou dizia que era impressão minha. Mas eu sei que não era, e eu faria ela me contar. No começo até pensei em dar um tempo, não perguntar muito para ver se ela se sentia pronta em me contar o que tanto a incomodava, mas nada. Ela não me disse nada, então chegou a hora em que eu iria fazê-la me contar.

Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

POV Lydia

–Lydia, me conte. Você precisa confiar em mim. –Ele disse.

Ainda estávamos na biblioteca, faltava mais ou menos meia hora para dar o horário e todos teriam que ir embora. Então, Stiles simplesmente parou de ler, fechou o livro com força e começou a me fazer perguntas, insistindo para que eu contasse. No começo tentei escapar, mas ele não desistia.

–Stiles...

–Preciso que confie em mim, sei que está escondendo algo de mim, não posso suportar isso, principalmente vendo o quanto isso está te afetando.

Aquilo me surpreendeu, eu tinha certeza que estava sendo muito discreta em não deixar transparecer meus momentos de medos e reflexões sobre o que estava por vir.

Meu coração batia forte no peito, quase saindo pela boca, meu estomago se revirava e tudo começou a ficar quente demais.

Stiles fez uma expressão preocupada.

–Você esta bem?

–Sim eu só... Olha, tudo bem.-Respirei fundo. - Vou te contar, mas não aqui e nem agora. Pode ser amanhã, depois das aulas?

–Tanto tempo assim?

–Por favor. Eu... Preciso desse tempo.

Ele pareceu pensar um pouco.

–Tudo bem, mas promete que me contará tudo amanhã?

Sorri forçadamente.

–Prometo.

Xxx

Cheguei em casa e minha mãe tinha voltado mais cedo, fazia o jantar quando entrei em casa.

–Olá. –Ela disse.

–Oi, voltou mais cedo hoje?

–Sim, consegui terminar de corrigir algumas provas e terminarei as outras, vou conseguir entregar no prazo.

Sorri, e instantaneamente me veio um pensamento na cabeça.

–Posso lhe perguntar algo?

Ela sorriu desviando o olhar da panela no fogo e tampando a mesma.

–Claro.

–Você já corrigiu a prova de Malia?

Ela franziu o cenho.

–Acho que sim. –Ela disse pensando um pouco. –por quê?

Torci as mãos uma na outra e mordi o lábio.

–Ela foi bem?

–Lydia... –Ela disse com um olhar reprovador por eu saber que ela não podia dar informações assim sobre seu trabalho.

–Por favor mãe, ela estudou tanto e está pirando pra saber se foi no mínimo bem. Não precisa me dizer a nota, só se foi... Tipo “dá pra passar.” Pelo menos.

Ela pensou um pouco e sorriu.

–Na verdade, eu me surpreendi, ela está melhorando bastante desde que chegou á escola. Digamos que ela foi bem.

Não pude conter minha felicidade. Stiles e eu tínhamos dividido o tempo entre ficar na biblioteca procurando sobre o processo com os meus poderes e outra parte do tempo em estudar com Malia para a semana de provas e toda vez que a víamos em algum momento ela comentava que estava louca paras saber a nota logo.

–Isso! –Comemorei abraçando minha mãe. –Obrigada.

Corri as escadas em direção ao meu quarto. Deixei a bolsa em cima da cama e peguei o celular. Stiles também ficaria feliz com a noticia. Fui até as mensagens e cliquei no nome de Stiles, começando a digitar.

“Hey, não acredita no que eu descobri...”

Minha mão ficou estranha, me fazendo parar de digitar. Começou a formigar, logo ficando dormente. Meus dedos começaram a endurecer e a doer soltei o celular, sem querer apertando outros botões o que acabou resultando em enviar a mensagem.

–Droga.

O que estava acontecendo? Minhas mãos começaram a tremer levemente ainda paralisadas. Aquilo estava me assustando. Levantei-me rápido pretendendo ir até o banheiro, mas uma dor repentina atingiu meu estômago e minhas pernas. Parei no meio do quarto sentindo minhas pernas começarem a endurecer doendo, fui perdendo a força para me manter em pé, cambaleando e acabando por cair ali no chão. Meu pescoço doía assim como minha cabeça. Eu não sabia o que fazer, minha respiração só não estava ofegante por eu não ter forças o suficiente para puxar o ar.

Logo estava completamente paralisada.

Conseguindo sentir apenas as lágrimas quentes descerem queimando pelo meu rosto. A escuridão chegando, mas eu não estava fechando os olhos, ou indo para a inconsciência, minha visão estava me deixando e o desespero começou a aumentar dentro de mim. Ouvi meu celular começar a tocar e o som começando a ficar cada vez mais abafado. Minha audição também estava sumindo.

Logo eu estava completamente paralisada, sem locomoção, audição ou visão. Não conseguia nem ao menos abrir a boca para gritar e tinha a sensação de que minha voz também tinha me deixado. O piro de tudo era saber que eu não havia desmaiado, de certa forma eu estava consciente.

Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

POV Stiles.

Sai do banho e me vesti, estava pronto para descer e ver algo na TV para me distrair um pouco. Meu celular vibrou e sorri ao ver o nome de Lydia no visor.

“Hey, não acredita no que eu descobrizdcvbn”

Que estranho.

“Lydia?” –Escrevi.

Liguei e o celular chamou, até cair na caixa postal. Tentei varias vezes e nada. Comecei a me desesperar e liguei para Scott correndo pelas escadas pegando as chaves do jipe e indo até o mesmo.

–Stiles, eai cara. –Scott atendeu.

–Scott! Acho que aconteceu algo com Lydia.

–O que? Porque?

Comecei a dirigir rápido indo em direção á casa de Lydia.

–Ela me mandou uma mensagem, mas estava só com o começo escrito, o resto foram letras embaralhadas como se... Como quando você está escrevendo uma mensagem e ele cai na sua cara e acaba pressionando as letras sem querer e envia. Mas ela sumiu, mandei mensagem e não responde Liguei e não atende.

–Okay, calma, vamos nos encontrar na casa dela.

–Acabei de chegar. –Eu disse parando o carro na frente de casa de Lydia.

–Okay, chego em alguns minutos.

Encerramos a ligação e eu saltei do carro correndo até a porta da casa de Lydia. Toquei a campainha não conseguindo deixar minhas mãos quietas, ansioso. A mãe de Lydia abriu a porta e sorriu ao me ver.

–Olá Stiles.

–Oi Sra. Marin. Lydia está?

–Sim, ela deve estar no quarto, entre.

Entrei sem hesitar enquanto a mãe de Lydia chamava pelo nome dela.

–Lydia! Stiles está aqui, posso manda-lo subir?

Sem esperar resposta ela se virou para mim.

–Pode subir, acho que ela não vai se importar.

Corri a escada até chegar em frente ao quarto de Lydia. Bati na porta.

–Lydia? Sou eu, posso entrar?

Sem resposta. Abri a porta me assustando com a imagem que vi. Lydia estava caída no chão, aparentemente desacordada, mas seus olhos estavam abertos.

–Lydia! –Corri até ela segurando sua cabeça em minhas mãos. –Meu Deus, por favor não esteja morta.

–Sra. Marin! Chame, chame uma ambulância! –Gritei.

Ouvi os passos e logo ela apareceu na porta, fazendo uma expressão escandalizada. Indo até Lydia e eu.

–Lydia!

–Chame uma ambulância. -Eu disse novamente e ela pegou o celular tremendo. Chamando-os e desligando em seguida.

–Lydia, por favor responde.

Não sentia sua respiração e ela estava gelada parecia realmente...

Coloquei o ouvido em seu peito e pude ouvir seu coração bater fraco, mas estava batendo.

–Ela está viva! –Eu disse.

Logo a campainha tocou, devia ser Scott. Não demorou muito para ele aparecer ali na porta do quarto, provavelmente por ninguém ter ido recebê-lo. Minhas mãos tremiam e suavam, meu coração estava disparado e eu lutava contra as lagrimas. Levemente fechei os olhos de Lydia.

–Lydia, querida. Vamos acorde. –Sua mãe pedia também visivelmente abalada.

Logo ouvimos sirenes e um movimento dentro da casa, o quarto foi invadido pelos paramédicos que finalmente chegaram ao local. Eles nos afastaram do corpo de Lydia e a examinaram, parecendo preocupados. A imobilizaram e colocaram na maca. Levando até o andar de baixo em direção a ambulância que os esperava. A essa altura vários vizinhos tinham saído de suas casas curiosos para ver o que estava acontecendo. A mãe de Lydia foi com ela na ambulância enquanto Scott e eu íamos no nosso carro. Scott avisou Kira e eu Malia.

Cheguei aos tropeços na sala de espera do hospital e Melissa nos esperava ali.

–Como ela está?

Ela nos olhou com uma expressão de duvida.

–Os médicos que a examinaram não sabem direito, parece que é um tipo de paralisia, mas que os movimentos parecem estar voltando. Ela mexeu o dedos e os pés. Mas isso não é algo comum de acontecer para alguém jovem e que não sofreu nenhum tipo de acidente de carro ou coisa do tipo.

–Então...?

–Eu acho que deve ser algo sobrenatural, mas não sei. Vocês que tem mais experiência com isso.

–Meu Deus, ela aprecia estar morta quando eu a encontrei. Nós podemos vê-la?

Um grito agudo e estridente foi ouvido e eu reconheci imediatamente.

–Lydia. –Disse Scott.

Todos corremos até o quarto e Lydia se debatia e gritava completamente transtornada, enquanto alguns médicos tentavam conte-la.

Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

Pov Lydia.

Recobrei os movimentos dos meus membros e foi como se um choque transpasse pelo meu corpo, minha mente funcionando rapidamente e finalmente consegui deixar o grito alto sair de minha garganta. Senti mãos tentando me segurar e aquilo só aumentava meu desespero. Senti algo pontudo e dolorido em meus braços e lentamente meus movimentos ficarem mais lentos e meu corpo pesado. Meus olhos varreram o local e na porta vi Stiles, Scott e minha mãe parados olhando, tentando fazer alguma coisa. Eles entraram depois que me acalmei, sentindo os olhos pesados, sentindo que dormiria. Minha mãe ficou de um lado na minha cama e Stiles do outro. Ele segurou minha mão e sorriu.

–Vai ficar tudo bem. Estou aqui com você.

Então tudo começou a ficar escuro novamente, mas dessa vez não tive medo, sabia que era por causa do sedativo. A ultima imagem que vi foram os olhos de Stiles me olhando tão profundamente.

Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

Pov Stiles

Lydia já tinha acordado há algum tempo e agora, estávamos eu e ela sozinhos no quarto. A Sra. Marin tinha ido comer algo na cantina. Malia e Kira tinham acabado de sair dali, pois não podia ficar muitas pessoas no quarto. Scott estava em algum lugar junto com sua mãe.

–Lydia... Você sabe não é? –Perguntei.

Ela me olhou confusa.

–Sei o que?

–Sabe do porque isso aconteceu não sabe?

Ela em encarou e depois desviou o olhar, respirando fundo. Então me olhou intensamente, parecendo se preparar para dizer algo, procurando as palavras.