Um Tempo de Nós escrita por BTrancafiada
Notas iniciais do capítulo
Primeiro capítulo espero que gostem, leiam até o final e se querem continuar ou gostarem comentem, por favor, assim não me deixa pra baixo. *Se favoritarem também posto um capítulo novo, mas é sempre bom comentar.Booa leitura :))
Stefan estava descontrolado. Era o verdadeiro Stefan.
Segurava um policial e o esmagava na árvore enquanto sugava todo o sangue do homem que já perdia a cor. O homem no começo tinha gritado e conseguido dar dois tiros em Stefan. Inútil.
Eu observava de longe, mas sabia que ele conseguia distinguir meu cheiro.
O corpo do homem caiu das mãos de Stefan e ele olhou em minha direção, eu corri. Dei uma volta por ele, fazendo-o girar em minha direção, deu outra, ele conseguiu entrar na minha frente.
– Caroline. – exclamou quando me viu, o rosto sujo de sangue e a aparência já sombria. Eu dei um meio sorriso e me afastei de seus braços. – Veio me olhar para depois contar para Elena, foi? – ele deu uma volta por mim e cheirou meu pescoço. Seu tom estava zombeteiro e eu quase gostei.
– Não sou a garota de recados. – Ele arqueou uma sobrancelha, como se não concordasse. - Sou a garota que atrasa a entrega. – Ele riu. – Qual é, Stefan! Eu vim apenas te ajudar.
Ele cruzou os braços. – O.K., desculpe.
– Vem vamos esconder este corpo. – Eu dei dois passos e já estava ao lado do homem, o sangue ainda em seu corpo. Stefan não havia o drenado, mas deixou pouco sangue. Eu cheirei e depois passei o dedo para logo mais lamber. – Delicioso. – Dei um sorriso.
Stefan resolveu enterrar o homem a doze metros dali. Estava cavando um buraco enquanto eu segurava o cadáver. Assim que ele terminou, virou-se para mim e eu joguei o cadáver na cova. Fechamos.
– Eu quero mais, Caroline. – ele disse depois que terminamos. O rosto voltando a ficar do mesmo jeito, as presas já aparecendo e os ombros curvados, parecia o predador que era.
Eu fingi não ouvir - o que era impossível. Com a cabeça baixa percebi que estávamos já perto da estrada.
Tum. Tum. Tum.
O som do batimento cardíaco de alguém gritou em meus ouvidos. E logo depois vieram muitos desses, provavelmente haviam seis pessoas ali e estavam quentes. O sangue morno.
Lambi os beiços. – Precisamos sair daqui.
– Por quê? – Stefan deu um olhar sádico. – Está tudo bem, Carol.
– Stefan, não! – berrei e em segundos ele estava do outro lado da calçada ao lado de adolescentes, três meninas e três meninos.
Uma ruiva que tinha os seios fartos estava inclinando-se e para Stefan, que logo passou a mão por sua cintura e a abraçou. Enterrando o rosto no pescoço da menina e depois beijando sua clavícula. Engoli em seco. Se ele começasse não conseguiria parar e aquilo viraria um mar de sangue.
Olhei para a esquerda e depois para a direita, caso viesse um carro e ri por mim mesma, eu chegaria tão rápido que o motorista nem me perceberia.
– Ei, gata! – disse um garoto bronzeado, estava longe mais podia sentir o cheiro de mar que sua pele exalava e o cheiro de loção pós-barba, torci o nariz. Dei dos passos passando por Stefan, estávamos em um penhasco, no fim teria apenas mar e muito peixe. Sangue.
– Está calor aqui, não? – sussurrou a ruiva no ouvido de Stefan que alisou seus cabelos. Sua aparência estava calma, mas eu temia por ele. Temia pelo meu Stefan.
O pensamento me fez me concentrar no garoto bronzeado. Bonito. Gostoso. Nos dois sentidos.
– É, ta calor, gata! Tira a jaqueta. – o garoto gritou, seu tom saindo leve, como de um surfista. Olhei para minhas roupas, eu estava inadequada mesmo.
Cabelos soltos e uma jaqueta jeans que tampava minha camisa suja de sangue do homem que Stefan caçou, a calça jeans me apertando e as botas me dando um ar sotisficado.
– Não, estou bem. – respondi e me apoiei no carro ao lado de Stefan. É claro que eu queria que ele se alimentasse e ficasse forte, mas sabia que ele sofreria depois. – Stefan, vamos?
– Ei, calma. Querem uma limonada? – uma menina loura do cabelo platinado quase branco, mais claro que o meu sugeriu. Eu bufei.
– Pra que limonada se podemos acabar com a sede com algo melhor? – Stefan cravou as presas no pescoço da menina que berrou e se debateu até perder o ar quando ele a sufocou. Eu abafei o grito.
Os outros ficaram parados e eu aproveitei para nocautear um a um e depois hipnotizá-los. Eles apenas se lembrariam que foram atacados por uma matilha.
Stefan se deliciava, arranhando as costas da menina enquanto eu observava com medo. – Já os hipnotizei! Vamos, Stef. Vamos, por favor. – implorei, puxando-o. Ele resistiu e pulou para perto dos meninos, abrindo a boca do bronzeando e arrancando sua língua, ele queria ver dor.
O sangue escorria pelos ombros do menino e pingava no chão. A cada gota sentia minha garganta fechar como se eu quisesse chorar. Minhas mãos começaram a coçar, meu corpo inteiro concentrando nos pingos de sangue, mas aquilo era perigoso, estávamos a luz do dia.
– Stefan, estamos a luz do dia. – recordei. Ele riu e me mostrou as presas. – Stefan, vamos! – implorei desta vez, minha voz saindo mais alta e em segundo eu estava com a cabeça na árvore sendo espremida.
– Você sempre quis que eu alimentasse com sangue e é o que eu estou fazendo. Então, me deixe em paz! – Meu pescoço doía enquanto ele me apertava. Aquele não era o Stefan que eu queria.
Por mais que me alimentasse mais de sangue humano do que ele, ele estava mais forte era séculos mais velho! Eu berrava para ele me soltar e socava seus ombros, mas não conseguia.
– Stefan, me solta! – eu berrei, joguei a cabeça para trás e depois voltei com toda a força mordendo seu ombro e ele recuou.
Eu já estava começando a ficar com medo, aquilo não fazia sentido. Aquela estrada era movimentada, principalmente nos finais de semana.
Pisquei, meu pescoço ainda ardia e minhas pernas começaram a ficar bambas. Eu caí, a cabeça apoiada na arvore e as pernas jogadas na grama, enquanto Stefan se deliciava.
Resolvi ignorar. Já não tinha mais forças para lutar contra a sede de alguém que estava há meses sem se alimentar de sua real dieta.
Mas eu precisava tirá-lo dali. Devia isso a Elena. Devia isso ao meu Stefan.
Sim, ao meu Stefan. Ele foi o único a me ajudar com a minha transformação, me ensinou a caçar – mesmo que tenha sido coelhos idiotas – e não me olhou como a Elena me olhou quando encontraram o homem que estava morto. Que eu havia matado.
Estava voltando a ficar preocupada, ele não parava de morder as pessoas em todas as partes do corpo, uma menina acordou e gritava.
Eu ri, não sei pra que tanto horror, morreriam em segundos. Então, ele começou a socar a menina que chorava e em seguida, lhe deu chutes na cabeça. Era brutal.
– Stefan! Stefan! – Ele mostrou as garras novamente, desta vez não recuei. Desta vez tentei manter o tom ameaçador. – Stefan! – gritei e pulei sobre suas costas, o salto provavelmente incrível, eu puxei seus ombros enquanto nossos corpos eram arrastados no asfalto, ele tentava levantar, mas eu o prendia com a perna.
Era uma das minhas primeiras lutas, porém eu estava conseguindo ficar bem. O asfalto estava quente, eu arqueei minhas costas quando ele ficou sobre mim e depois cravei minhas unhas em seus cabelos e puxei até seu pescoço estalar. Parei.
Ele investiu contra mim, indo com a face em direção a minha cabeça e eu recuei, sua testa bateu em meu ombro. Era minha deixa.
Elena como sempre encheu meu bolso com pacotinhos de Verbena, uma erva capaz de nos fazer queimar como o inferno, peguei um pouco enquanto ele tentava descruzar minhas pernas, puxei sua camisa e derramei o pó. Ele berrou, se debateu e depois me deu um chute na vagina. Doeu. Pra caramba!
– Stefan, oh, seu... – Verbena entrou na boca dele, ele cuspia, enquanto eu me deliciava com sua dor. Quando ele percebeu que eu iria levar a melhor, relaxou o corpo e ficou me olhando até eu – com gritinhos por tocar na verbena – limpar seu rosto.
– Para onde iremos, Carol? Onde estamos? – começou a falar quando atingimos alguns metros de caminhada na floresta.
– Meus pais têm uma casa aqui. Vamos ficar hospedados nela. – Sorri forçado.
Seria minha deixa para conquistá-lo.
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Posto o próximo com um comentário/favorito.Até a próxima, beijos!