Os Mortos Também Amam - Livro 2 escrita por Camila J Pereira


Capítulo 5
Encontro com Nina


Notas iniciais do capítulo

Meninas, como disse que iria fazer para aquelas que acompanhavam também "Apenas Amigos". Quis terminar esta fic para dar continuidade as outras.
Desculpe pela demora, foi um hiatus bem longo. Estamos aqui de volta com novidades.
Aproveitem a leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/525997/chapter/5

Enfim ela piscou e Elena sentiu alivio por um sinal, menor que ele fosse. Era totalmente compreensível a maneira que ela estava agindo, às vezes confusa e introspectiva. Elena apenas odiava vê-la daquela maneira. Tinha levado Bella de volta para casa naquela noite em prantos. Damon e Stefan simularam um acidente de moto provocado por um animal no meio da estrada. Eles manipularam também as principais mentes envolvidas em registrar o ocorrido e então deixaram acontecer. Logo toda a cidade estava chocada e sentida com aquilo, principalmente pelo fato de uma família inteira ter terminado com mortes tão abruptas.

O tio providenciou o enterro o mais rápido que conseguiu, queria sair da cidade e com toda a razão. Tinham acabado de voltar, mas Bella não tinha dito uma palavra desde a noite anterior e ficava com aquele olhar vago e preocupante. Stefan estava pensando em chamar algum médico para ver se estava tudo bem e Elena estava quase cedendo aquilo. Damon tinha se isolado também e sumiu sem dar notícias. Deveria estar se sentindo culpado e envergonhado. Aquilo também não era nada bom.

Tudo piorou quando Alice foi levar a notícia de que os Volturi enfim ouviram a versão dos Cullen sobre a morte de Klaus, mas pareceu muito interessado em Bella. Alice ora via, Bella pegando um avião indo para a Itália, ora não via. E Elena sabia que Alice não estava falando tudo. Bella ouvia interessada, mas não indagou sobre nada. Estava com medo também. Pelo que parecia, Aro estava indeciso no próximo passo.

– Não foi totalmente culpa dele, ele estava descontrolado. – Elena sussurrava muito determinada ao expor seu ponto de vista.

– Não foi a primeira vez e talvez não seja a última. Damon mudou, suas intenções mudaram, mas ainda carrega consigo todo aquele gênio incontrolável, arredio... Ele sente tanta raiva... Fico com medo de que ele a machuque. Não diga que não pensa sobre isso. – Stefan interrompeu a conversa e parou para escutar. Bella estava nas escadas ouvindo a conversa.

– Bella? – Elena tentou uma aproximação.

Bella permaneceu olhando para os dois por mais alguns segundos antes de fazer qualquer sinal de que os escutava. Ela engoliu em seco e então se permitiu caminhar e sentar-se à mesa com eles.

– Dormiu bem, querida? – Elena continuava a tentar manter uma conversa com a sobrinha.

– Damon jamais me machucaria. Não podem duvidar disso. – Seus tios se olharam surpresos com aquela imposição dela. Há dias que ela não falava assim com eles.

– Nós acreditamos em você. – Elena voltou a olhá-la com carinho.

– A essa altura vocês devem saber que ele... – Bella abaixou o olhar sentindo-se um pouco desconcertada. Ela tinha começado, teria que continuar. – Ele bebeu de mim, mas sempre com o meu consentimento ou talvez sempre por eu pedir. Sentia-me mais unida a ele dessa maneira. – Stefan pôs os cotovelos sobre a mesa entrelaçando os dedos na altura dos lábios. Seus olhos se fecharam pesadamente e somente depois de voltar a abri-los falou.

– Consigo entender isso, apesar de ser difícil saber. Não concordo, isso é fato. A cada troca de sangue vocês ficam mais dependentes disso se houver uma rotina. Além de ser íntimo demais e... Invariavelmente isso se torna cada vez mais....

– Sexual? – Foi a vez de Elena inquietar-se e desviar o olhar. – Percebi isso. – Bella também percebeu naquele momento que não deveria desviar o assunto e transtornar com sua vida sexual a mente de seus tios ainda mais. – O fato é que eu dei motivos para o Damon se descontrolar a tal ponto.

– Esta tentando dizer que além do fato do Riley estar investigando o Damon e ameaçá-lo vocês dois...

– O que? Não, não! – Bella entendeu o seu tio.

– Então você não voltou com o Riley ou algo assim. – Elena afirmou.

– Eu beijei o Edward. – Ele cobriu a boca com as mãos enquanto Stefan pareceu por dois segundos não ter entendido. Assim que se deu conta da informação seus olhos chisparam.

– E você contou a ele. – Stefan falou. – O que deu em você? Eu sabia que algo assim poderia acontecer. Na verdade pensei que talvez isso tudo tivesse sido suprido. – Stefan tinha baixado a mão e falado duramente para Bella.

– Eu sinto muito, tio. Aconteceu, eu não pude evitar.

– Não pôde evitar? Você sabia dos sentimentos que o Edward nutre por você. No entanto, esse seu laço com ele sempre aumenta mesmo com o Damon. Eu podia sentir, podia sentir que algo ruim aconteceria e eu fui tolo em ter fé.

– Está sendo muito duro com ela, Stefan. – Elena tentou se interpor.

– Já vimos isso antes, Elena! Katherine dizia amar a nós dois. A mim e ao Damon. Eu te digo, Bella, Damon não suportará isso novamente.

– Eu não sou como a Katherine. – Bella quase rugiu, deixando extravasar seus sentimentos.

– Ainda assim a vejo entre dois vampiros. – Bella levantou-se imediatamente e correu de volta ao seu quarto. Lá, fechou a porta e se desmanchou em lágrimas sobre sua cama. Ela não queria chorar, mas as lágrimas foram mais fortes do que ela.

– O que foi isso, Stefan? – Elena confrontava-o ainda no mesmo lugar.

– Oh, que porcaria... – Ele novamente fechava os olhos como se não acreditasse e ao abri-los novamente passou as mãos pelo rosto inquieto.

– Você a comparou com a Katherine. Eu não permitirei que volte a fazer isso.

– Eu sinto muito. Algo se avivou em mim, perdi o controle. Estou tão angustiado com tudo e agora sei que existe mais isso. De qualquer forma ela pode se machucar e pareço tão incapaz de protegê-la. Ela nunca me perdoará. – Stefan cobriu os olhos e deixou-se levar pelas lágrimas contidas. – Elena o abraçou e o consolou.

– Não seja tão duro consigo mesmo. Aposto que ela perdoará assim que vê-lo novamente.

– Ah sim, tenho que pedir desculpas agora. – Antes que Elena pudesse verbalizar qualquer coisa ele pôs-se aos pés de Bella que ainda chorava em sua cama. – Oh, por favor, meu amor, minha menininha, perdoe-me. Falei coisas horríveis...

– Coisas que tem pensado sobre mim e que talvez esteja certo.

– Não diga isso. – Stefan agarrou ainda mais os pés da sobrinha, ele estava de joelhos diante de sua cama. – Katherine era vulgar e dissimulada. Ela queria brincar conosco. Oh por favor, nunca se compare ou aceite essa comparação. Mil vezes me perdoe por isso. Só estou sobrecarregado com tudo isso, muito preocupado com você, sua segurança, sua felicidade. – Bella virou-se para o tio, sentou-se para ficar de frente para ele.

Nunca pensou que pudesse ver o seu tio daquela maneira tão angustiado, tão desesperado. Era como se todos estivessem sentindo os efeitos daqueles dias terríveis. Como sobreviver sem cicatrizes após um Klaus, Volturi, tantas mortes e agora uma humana geradora que se comportava como uma Katherine da vida. Ela o abraçou forte e os dois choraram.

***

– Hey, aqui. – Esme lhe ofereceu uma xícara enorme e fumegante de chocolate quente.

– Obrigada. – Bella sorriu brevemente. Esme beijou-lhe seus cabelos e ocupou o lugar vago do sofá ao seu lado.

– Ela não irá. – Stefan estava de pé no centro da sala. Os outros vampiros estavam acomodados espalhados em torno dele.

– E o que sugere fazermos? Carlisle, Edward e Emmet estão lá. De qualquer maneira são a garantia deles que a levaremos. – Jasper parecia calmo apesar daquela discussão.

– Eles prometeram não machuca-la? – Elena perguntou.

– Sem promessas. – Jasper respondeu.

– Para mim, essa discussão já acabou. – Bella levantou-se devolvendo a xícara à Esme. – Só há uma maneira de fazermos isso. Eu tenho que ir até lá. Eles querem me ver e talvez analisar se sou uma ameaça. Eu estou pronta para isso.

– Parece que você não entendeu. Eles vão matá-la. – Stefan não alterou a voz, não se agitou, apenas olhou diretamente nos olhos de Bella para que ela entendesse.

– Não pode afirmar.

– Já fizeram isso. – Ele rebateu.

– Eu irei ou então arrume uma maneira de tirar os três daquele lugar e depois nos esconder para sempre dos Volturi. Mas talvez você tenha um plano para mata-los também.

– Não seja tão insolente, Bella. Não agora.

– Não vou mais discutir. Comprarei a minha passagem hoje. – Ela falou firme.

– Bella já está decida, eu vi. – Alice falou com uma voz monocórdia.

– Não pense que fugirá. – Stefan lhe avisou.

– Não precisarei fugir se concordarem.

A reunião terminou mal para Bella, nenhum deles parecia levar em consideração a sua decisão. Era como se sua voz fosse muda, estava completamente exausta com toda a discussão. Dormiu assim que fechou os olhos, não antes de pensar em Damon e tentar imaginar onde ele andava.

Ela não o culpava da morte do Riley, tinha sido um acidente. Damon estava descontrolado, ela tinha feito ele ficar naquela situação. Ele tinha que sobreviver aquilo e aos Volturi. Sabia que ele poderia, assim como todos os outros. Eles tinham que sobreviver.

***

O que havia sonhado mesmo? Bella sentou-se devagar na cama, ainda não acreditando que havia amanhecido. Não lembrava de quando adormeceu, apenas que estava cansada e que sentia-se frustrada. Mas havia tido um sonho aquela noite. Ela havia chorado muito naquele sonho, estava aflita. Sim... Os Volturi, vampiros sem rosto, que executava sua família em meio aos seus gritos de súplicas. Ela tinha que arrumar uma maneira de evitar aquilo.

Bella precisava se manter mentalmente saudável e nos últimos tempos esta missão estava cada vez mais difícil. Ela decidiu então dar uma volta. Avisou aos tios e pegou as chaves do carro e foi em direção a reserva que havia encontrado alguns dias atrás. Assim que encontrou a entrada de chão que dava direto na reserva, o seu celular tocou. Verificou que o sinal era bem fraco ali e depois atendeu.

– Olá, Alice.

– Bella! O que você fez? Por onde anda? – Bella estranhou a voz aflita da amiga.

– Calma, Alice, estou dando apenas uma volta. Por que tanto alarde? – Antes de responder, Alice respirou fundo aliviada.

– A minha visão ficou limitada. Não consigo te ver com clareza. É o mesmo que aconteceu alguns dias atrás.

– Isso é estranho. Eu só... – Bella se deu conta ao olhar ao redor. Talvez algo naquele lugar tivesse influência no que estava acontecendo com a visão da Alice. – Alice, estou bem. Só estou visitando alguns amigos.

– Não entendo o que está acontecendo. Essas falhas com você.

– Não precisa ficar o tempo todo atenta a mim. Sei me cuidar. Não perca tempo comigo, foque nos rapazes na Itália.

– Tudo bem. Cuide-se.

Bella desligou ainda ponderando tudo aquilo. Ela precisa descobrir se realmente era verdade que aquele lugar tinha influência nas visões da Alice e porque isso ocorria. Perguntou para uma moradora sobre a Rachel e foi informada de como poderia chegar na casa dos avós da garota.

A casa era como todas as outras ao redor. Pequena, com uma varanda de telhas escuras e madeira avermelhada, exceto as das portas e janelas que eram brancas. Bella tornou-se tímida e na primeira tentativa de bater desistiu. Ela mordeu o lábio, estava indecisa e ficou um pouco irritada com esse súbito sentimento. Na verdade, ela sentia que algo estava para acontecer. Como poderia explicar aquilo?

– Não vai mais bater? – Ela deu um pulo e virou com a mão no peito. Rachel estava em sua frente rindo largamente. O sorriso dela lembrava muito o do irmão.

– Desculpe. Não pensei que fosse tão sensível assim.

– E não sou. Eu realmente não esperava.

– Bem, eu espera, na verdade nós esperávamos. Eu tenho isso sabe? Minha avó também. Senti que viria nos visitar hoje e minha avó pediu para colher essas flores para colocarmos num jarro e dar uma boa impressão. – Bella pela primeira vez olhou o lindo buquê nas mãos da Rachel.

– Vocês sentiram que eu viria? – Será que isso tinha a ver com as limitações das visões da Alice?

– Sim. E talvez você não acredite, ou acredite que eu acredito nisso e ache que sou louca.

– Na verdade, parece interessante. – Rachel ergueu uma sobrancelha analisando-a.

– Garota, você me surpreende. Eu senti que você era diferente e ao falar sobre você com a minha avó ela ficou louca para te conhecer.

Bella entrou logo atrás da Rachel e fechou a porta em seguida. Rachel seguia sempre olhando para trás e Bella admirava-se com o estilo rústico do lugar e não conseguiu evitar sentir um cheiro agradável no ar, com certeza estavam preparando algo delicioso.

– A casa é linda. – Rachel apenas sorriu e ao chegarem à sala Bella notou a quantidade de quadros de aparentemente familiares.

Ela viu fotos com a Rachel e o Jacob, fotos com dois anciões e talvez eles mais jovens em preto e branco. Viu alguns rostos que não conhecia, mas se deteve em uma foto que achou muito bonita. Era a de uma família feliz. Bella sorriu ao ver todos os quatro ali felizes e sorridentes. Todos pareciam descontraídos e a mulher com os cabelos soltos, tinha o mesmo sorriso da Rachel e do Jacob que também estavam naquela foto juntamente com um homem.

– Certamente seus pais são ótimos. – Bella ainda sorria quando olhou para Rachel e fez a pergunta, mas não viu nenhuma confirmação, apenas um olhar triste como resposta.

– Sim, na verdade, meu pai faleceu. – Por um momento, ficou sem palavras. Ela mesma sentia a falta dos pais todo o tempo e tinha sobre a sua cabeça a iminência da morte de mais pessoas que amava. Além, é claro, dos últimos acontecimentos que ocorreram. Bella sabia o que era a morte.

– Eu sinto muito.

– Para você deve ser ainda barra pesada. Somente você e seu irmão. – Bella lembrou que contou a história programada para a Rachel. De alguma forma aquilo a deixava triste.

– Sim. – Bella pigarreou. - Sua mãe parece uma pessoa legal.

– Sim. – Rachel sorriu, mas não com sinceridade.

– Rachel? – Uma voz um pouco trêmula veio dos cômodos e parecia se aproximar. - Rachel, você as trouxe?

Bella viu surgir uma senhora com o rosto cheio de rugas, os cabelos todos brancos e presos em uma longa trança que ela mantinha caída por cima do ombro direito. Seus olhos eram extremamente escuros e lúcidos.

– Estão aqui, vó. – Rachel mostrou para a senhora que já estava do seu lado as flores.

– E porque não as coloca em um jarro e depois põe o jarro sobre a mesa?

– Preciso apresentar você a Bella primeiro.

– Não menina, deixe que nos apresentemos. Vá, corra e faça o que lhe pedi.

Rachel saiu e as deixou a sós. A velha senhora aproximou-se em seu passo lento, suas mãos unidas na frente do corpo observando Bella de cima a baixo. Bella também a analisou como pôde, notou suas mãos pequenas, sua blusa cinza e sua longa saia florida. Ela parecia muito mais miúda do que realmente era. A senhora pegou em suas mãos e a manteve entre as suas, um sorriso discreto surgiu em seus lábios.

– Sou a velha dessa família. Chamo-me Nina. Você é a Isabella Salvatore.

– Bella. – Nina sorriu mais.

– Bella é ótimo para você. – Nina acariciou suas mãos. Eram mãos grossas, mas agradáveis. Passavam um calor diferente. – Você está muito tensa, preocupada. Vamos sentar. – Bella se deixou ser guiada até as poltronas.

– Como sabe que estou preocupada?

– Energia. Todo mundo transmite energias.

– Vó, não encha a Bella disso agora. Ela está começando a nos conhecer. Não a afugente tão depressa. – Rachel havia voltado e estava pondo o jarro sobre a mesa de centro.

– Ah, ficou lindo. – Nina falou para depois voltar a olhar Bella. – Não a estou afugentando. Bella não sairia correndo pelas coisas que uma velha fala. A menina já passou por muita coisa. – Então ela ficou intrigada.

– Como pode saber disso? – Ela não lhe respondeu. Apenas recostou-se e ergueu um pouco o rosto enquanto respirava fundo. Rachel sentou-se próximo das duas.

– Está sentindo o cheiro? – Bella estava sentindo o cheiro desde que entrou e não conseguia de verdade esquecê-lo. - Estou esperando chegar ao ponto. Você amará esses biscoitos.

– Adoro biscoitos.

– Conte-me sobre você. Rachel me disse que não é de Forks, mas está morando lá com seu irmão mais velho e sua cunhada. Vocês duas se dão bem?

– Ah, muito bem. Eles são como... Meus pais. Pais estranhamente jovens para uma garota de 16 anos.

– É difícil ver jovens lidando com responsabilidades paternas, ainda mais quando não são de fato os pais. O que me diz é espantoso e maravilhoso.

– É espantoso. – Bella apenas repetiu sem saber muito o que dizer. Na verdade o Stefan era mais velho do que Nina e sua tia tinha sim idade para ser sua mãe.

– E são apenas vocês três?

– Não, tem o meu primo, um primo distante. Ele veio nos visitar, mas acabou ficando na cidade. Bem... nós...

– Estão apaixonados.

– Vovó! – Rachel a repreendeu, mas estava sorrindo.

– E isso a minha energia contou também? – Nina sorriu. – Vocês são algum tipo de mediuns? Uma mediunidade que é hereditária?

– Você acredita nisso? – Nina falou um tanto séria.

– Acredito ser possível.

– Eu acho que os biscoitos estão prontos. – Falou feliz. – Vou buscá-los para nós.

– Deixe que eu faço isso, vó. – Rachel adiantou-se ao levantar.

– Faça o chocolate como lhe ensinei. Você gosta de chocolate, não é Bella?

– Sim. Posso ajudar a Rachel...

– Não, ela dará conta. – Rachel já havia sumido e Bella viu-se sozinha novamente com a senhora simpática, mas misteriosa. Bella dedilhava sobre os braços da poltrona confortável, sentia-se bem ali, mas ao mesmo tempo, achava que algo inusitado estava lhe acontecendo. – Acha possível sermos mediuns. – Ela afirmou.

– Sim. Vocês são?

Nina parou de sorrir, manteve os olhos lúcidos e brilhantes firmes em Bella. Sua expressão estava séria, mas não severa. Havia tranquilidade nela, uma certeza em seus traços. Bella a achou sábia, teve o mesmo sentimento que tinha ao olhar para Carlisle. Carlisle que estava com o Emmet e o Edward longe dali, longe e sob risco nas mãos do Clã Volturi.

– Na verdade somos chamadas de bruxas.

– Bruxas... – Bella balbuciou absorvendo o que lhe foi dito e de alguma maneira pareceu razoável.

– Não vai duvidar? Não vai rir ou me chamar de velha gaga?

– Não.

– Não mesmo? – Parecia que Nina que estava incrédula. – Bem, você é mesmo um caso raro, não é? A verdade é que não sabia quem você era quando minha neta contou toda empolgada sobre o seu encontro com uma garota vinda de Forks que chegou à nossa reserva ao seguir alguns dos nossos. Pareceu uma jovem corajosa e impetuosa e fiquei feliz de ter se tornado uma amiga para a minha neta. Fiquei curiosa em conhecê-la. Mas quando a vi, tive certeza que nossas vidas estavam entrelaçadas.

– Teve certeza apenas ao me ver? – Nina assentiu.

– Sonhei com você.

– Sonhou? Sem nunca ter me visto antes?

– Isso pode acontecer. É raro, mas não impossível. – Bella deu de ombros aceitando a resposta.

– E o que esse sonho te mostrou? Porque ele mostrou algo não foi?

– Sim. Você é bem esperta. – Nina entrelaçou os dedos sobre seus joelhos, inclinando-se assim um pouco para a frente. – Você precisa de ajuda e tem pessoas que querem te ver segura. – De repente, o coração de Bella sofreu um solavanco. Ela ficou emocionada com aquela revelação.

– Eu preciso de ajuda, mas não sei se alguém pode me ajudar.

– Eu posso tentar se deixar.

– Porque faria isso? – Nina voltou a relaxar e recostou-se novamente na poltrona.

– Você veio a mim.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Os Mortos Também Amam - Livro 2" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.