Os Mortos Também Amam - Livro 2 escrita por Camila J Pereira


Capítulo 16
Parentes de Forks


Notas iniciais do capítulo

Então hoje eles se reencontram.



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– Acha que foi alguém da sua família? – As amigas caminhavam apressadas pelos corredores da escola em direção as suas próximas aulas. Bella tinha acabo de contar para Rachel sobre a sua experiência no dia anterior diante dos portões da escola.

– Eu não considerei isso, mas acredito que não tenha sido nenhum deles. E se fosse, eles teriam falado comigo e não fugido.

– É, foi bem estranho. Depois falamos sobre isso. – Rachel garantiu a ela antes de se afastar para ir a sua aula, Bella fez o mesmo.

O que nenhuma delas desconfiava era que os Salvatore estavam nas dependências da escola naquele momento. Tinham chegado e mal descansaram foram direto para lá, na esperança de verem a Bella.

– Bem, o que estou dizendo é que sem uma ocorrência emergencial, os alunos não podem receber visitas durante a semana. Faz parte da formação disciplinar deles. – A diretora estava encantada com eles, pessoas extremamente bonitas e bem vestidas, gostava de receber pessoas assim. Porém algo neles a fazia ficar mais retraída.

– Esse é o caso, senhora. Não sabíamos da Bella por muito tempo. Somos da família dela, a família biológica. E precisamos vê-la agora. – Damon disse calmamente, mas impondo o seu lado autoritário.

– Disseram que eram primos dela? – Eles assentiram. - Minha mãe adotou a Isabella o que foi uma surpresa para mim. Foi muito repentino e nunca havia ouvido falar nela. A relação dela com os pais da Isabella deve ter sido próxima já que minha mãe a assumiu. Porém, Nina Black está velha e saber que Isabella tem parentes que se importam é reconfortante. – Eles já haviam ligado o sobrenome de Nina e Sarah e viram sobre a mesa da diretora uma foto de família. Havia uma garota jovem, muito parecida com a Sarah que deveria ser a Rachel.

– Sim, pelo que soubemos eles eram próximos. Diga-nos: como poderemos leva-la para um passeio conosco e do que precisaríamos?

– Claro que podem, só precisam da liberação da Nina.

– Mas isso é um absur... – Stefan interrompeu o irmão.

– Isso é algo que tem que ser por escrito?

– Sim. Nina pode enviar por fax, mas vocês têm até hoje às 17 horas para isso.

Com relutância Damon saiu com os outros dois de volta para fora do prédio.

– Porque diabos não a induzimos a assinar uma liberação agora mesmo? Porque não a convencemos a vê-la neste exato momento? Eu não entendo, estamos aqui!

– Porque ela é uma Black, Damon! Não vamos desperdiçar a nossa energia. – Stefan respondeu.

– Então vamos pedir permissão a Nina? Ela é a filha de vocês, a minha namorada! Isso é o cúmulo! – Damon passou as mãos nos cabelos, depois as manteve na cintura, mas estava impaciente e deu dois longos passos de volta para o portão e depois voltou, permanecendo frente a frente com o irmão. – Nós simplesmente podemos pegá-la, você sabe.

– Bella odiaria isso. – Stefan respondeu.

– Pros diabos se ela odiaria!

– O que precisamos é da liberação e se ao menos tivéssemos a letra da Nina... – Helena lamentou e então ela discou para Nina. – Nina. Precisamos que faça algo por nós.

– Sério? – Damon perguntou incrédulo.

– Helena? O que houve?

– Estamos no Arizona, não podemos ver a Bella. Precisamos que envie uma liberação para que possamos leva-la para fora da escola sempre que quisermos.

– Vocês estão no Arizona? – Ela pareceu não acreditar.

– Sim, mesmo que você não nos tenha ajudado...

– Desculpe-me, Helena. – Nina se pois a dizer interrompendo-a. – Eu só queria o bem dela e de vocês. Se os Volturi souberem que foi uma armação e se souberem que ainda está com ela humana, eles podem matar todos vocês, podem matá-la.

– Nós iremos tratar disso em breve, Nina.

– Enviarei a liberação. Por Deus, tomem cuidado.

– Ela fará mesmo isso? – Damon estava incrédulo sobre aquilo. Helena guardou o aparelho e estava bastante séria.

– Acredito que sim. – Helena respondeu a Damon. - Não podemos tomar a guarda dela novamente, Stefan. – Helena constatou em voz alta depois de desligar o telefone.

– Já havia pensado nisso. – Stefan olhou novamente para o grande prédio. Parecia antigo, mas sólido. – Nunca imaginei que um dia ela viria por conta própria para um colégio interno. Isso é tão diferente dela.

– Ela vem mudando desde que enfrentou o Klaus. – Helena completou.

– Não se preocupem com a guarda dela. Bella voltará a ser uma Salvatore em breve.

– Como? – Helena perguntou.

– Vamos casar. – Damon tirou seus óculos escuros que antes estava pendurado na gola de sua camisa os colocou no rosto. – Não estou pedindo suas permissões, mas as benções são bem-vindas. – Ele seguiu caminhando deixando os tios de Bella boquiabertos.

***

Bella nem imaginava do que aquilo se tratava e estava bastante curiosa. Por um momento imaginou que talvez Jacob Black realmente tinha armado alguma para ela e a diretora havia lhe chamado para puni-la. Depois, pensou que aquilo era uma besteira. Assim bateu à porta da diretora Sarah Black e a ouviu dizer que entrasse.

– Senhora, mandou me chamar? – Ainda estava com o corpo praticamente fora da sala e apenas a sua cabeça dentro, mantendo a porta entreaberta.

– Por favor, entre Srtª Forastiere. – Bella entrou. – Sente-se. – A diretora mostrou-lhe a cadeira diante da sua mesa. Bella novamente obedeceu. – Espero que esteja gostando da escola. Soube que está se adaptando muito bem.

– Sim, estou gostando muito. – Sarah sorriu, mas apenas levemente. Era tão diferente da mãe e da filha.

– Você está liberada para passar o final de semana com seus parentes, eles virão logo ao entardecer. A sua guardiã a liberou formalmente. Poderá voltar no domingo até as 22 horas ou chegar na segunda pela manhã antes das aulas para que dê tempo de se organizar e não atrasar.

– Parentes? – Bella não tinha ouvido quase nada mais depois que Sarah falou sobre os “parentes”.

– Os de Forks, vejamos aqui. – Ela abriu uma pasta ao seu lado, foleou e retirou um documento. – Aqui está, Stefan, Damon e Helena Salvatore.

– Oh! – Bella não conseguiu dizer mais nada. Foi como se o mundo de repente se transformasse em um bloco de gelo. Mas ela sabia que eles viriam, claro. No entanto, aquele fato consumado a deixava emocionada e temerosa.

– Algo errado? – Sarah guardou o documento novamente.

– Nina fez a liberação?

– Sim.

– É que eu não esperava que eles viessem tão depressa. – Sarah assentiu.

– Está liberada, Srtª.

Bella quase corre nos corredores de volta para o quarto.

– O que ela queria? Foi o Jacob? – Rachel já fez as perguntas completamente curiosa.

– Eles virão me ver hoje. Aparentemente passei o final de semana com eles. – Bella ligou para Nina e falou sobre aquilo. A avó de Rachel contou sobre a ligação de Helena e lamentou não ter forças para agir de outra maneira. – Tudo bem, Nina. Talvez fosse para acontecer.

– Pelo menos estará com a sua família.

***

Rachel já tinha partido, deixando uma Bella ansiosa para trás. Ela tentou não ousar muito, estava com um vestido de alça escuro de estampas, um allstar vermelho. Um dos pulsos ela encheu de pulseiras tipo pandora, no pescoço o relicário. Ela prendeu seus cabelos avermelhados em um coque displicente. Bella pegou sua mochila e sua nécessaire com as poucas coisas que precisaria naqueles dois dias e caminhou até área frontal do colégio onde os alunos esperava os seus pais.

Sentia-se nervosa, boca seca, mãos geladas, seu coração frenético pulsava em seus ouvidos. Ela respirou fundo algumas vezes, queria muito vê-los, mas sabia que seria difícil.

Assim que alcançou os degraus do lado de fora do colégio, viu seus tios e Damon adiante esperando por ela. Ela estacou no lugar. Helena parecia chorar, tinha as mãos sobre os lábios e Stefan acariciando seus ombros para lhe confortar. Damon... Ele tinha as mãos nos bolsos da calça, parecia tenso. Como queria abraça-los. Só quando seus tios começaram a caminhar em sua direção foi que se permitiu mover-se também. Logo estava abraçando e sendo abraçada pelos dois em um abraço coletivo cheio de ternura, palavras de amor e lágrimas.

– Você está bem? Está mesmo bem? – Helena perguntava enquanto a apalpava como se para ter certeza de que não estava machucada ou se ela estava mesmo ali. – Seus cabelos... – Bella viu os olhos de Helena passearem enquanto notava que ela havia tingido seus cabelos.

– Graças a Deus não te perdemos! – Stefan a abraçou novamente.

– Estou feliz que estejam aqui. – Bella conseguiu falar entre as lágrimas. – Senti a falta de todos.

– Nunca mais te perderemos de vista, está entendendo? – Helena mantinha o rosto da sobrinha entre suas mãos, fazendo-a olhar diretamente para ela. Bella assentiu e então com a pequena coragem que tinha, encarou Damon.

Ele continuava na mesma posição e não tinha avançado como seus tios. Bella entendeu que ele estava dando espaço para eles. Ela caminhou em sua direção e então ele fez o mesmo. Quando enfim estavam cara a cara permaneceram admirando-se mutuamente. Damon tinha lágrimas nos olhos, mas ainda mantinha-se tenso. Ele toco levemente em alguns fios soltos de seus cabelos e suspirou. Bella não sabia se ele aprovava.

– Você destroçou meu coração. – Não foram apenas as palavras, mas a dor que sentiu através de sua voz e seu rosto, tudo isso a fez chorar novamente. Damon a segurou pela nuca e manteve a sua testa na dela. – Eu a proíbo de tentar sair da minha existência novamente. – Ele a abraçou apertado e afundou seu nariz em seus cabelos sentindo aquele aroma delicado que era próprio dela. Bella também senti o perfume que emanava do seu peito, ela estava em casa.

– Como descobriram?

– Conversaremos sobre isso em outro lugar. – Damon a afastou dele e a entregou para os braços de Helena que a recebeu afetuosamente.

– Vamos. – Stefan chamou todos. Ele e Damon caminhavam na frente e Helena abraçada com Bella um pouco atrás. Bella imaginou que eles deveriam ter alugado o carro que estava entrando naquele instante. Helena abriu a porta traseira e a fez entrar, fazendo o mesmo sem seguida.

– Como está Forks? – Talvez ela devesse começar de alguma maneira. Damon lançou um olhar para ela através do retrovisor e arrancou com o carro.

– Todos tristes com o que acham que aconteceu com você. – Helena claramente não estava falando a palavra “morte” nem os seus derivados. – Você ficou bem com essa cor. – Ela acariciou seus cabelos.

– Obrigada, tia.

– Você está linda, mas um pouco magra. – Observou.

– Estou me adaptando a escola é bem puxada. – Ela não disse nada, mas Bella notou que ela parecia triste ainda. Ela sabia que era por tudo que tinha feito e não quis pressionar.

Quando saíram do carro, já no hotel em que estavam hospedados, foi a vez de Stefan reivindicá-la e subiu até o quarto com abraçado a Bella. Ele lhe disse que a amava e que esteve louco de saudades. Já dentro do quarto em que Helena e Stefan estavam hospedados, seu tio a fez sentar em uma das cadeiras que tinha no quarto. Helena sentou ao seu lado e Stefan a sua frente apoiando as mãos na linda mesa de mármore escura do cômodo. Damon permanecer de pé atrás de Stefan olhando para ela.

– Bella, estamos aqui por você, porque sentimos a sua falta e queremos estar ao seu lado. Porque estivemos desesperados todas as semanas, mas precisamos ouvir o que tem para nos dizer. Porque fez isso? – Stefan foi o primeiro a falar. Ela já tinha imaginado aquela cena ainda no quarto da escola.

– Para mantê-los todos vivos. Eu consegui, fiz o que tinha que fazer. – Bella não hesitou em falar, sua voz era firme e clara. Stefan percebia a maturidade ainda mais entranhada nela.

– Podia ter nos contado sobre os seus planos. – Helena lhe disse.

– Para que você frustrassem meus planos? Vocês iriam me amarrar na cama.

– Não seria uma má ideia. – Damon soltou do seu canto.

– Conte para nós sobre tudo. – Stefan pediu novamente.

– Tudo começou assim que Edward, Carlisle e Emmet foram para Volterra. Vocês não imaginam como fiquei possessa com aquilo e imaginar que eles poderiam morrer ou serem punidos de alguma maneira e que provavelmente eles iriam até os outros e vocês... Eu fui até a reserva e log descobri que eles não eram tão normais assim.

– O que eles são, Bella? – Stefan estava com um vinco entre os olhos.

– Alguns são bruxos. Daquele tipo que tem uma relação intima com a natureza. Eles realmente fazem magia, poções e todo o tipo de coisas, mas não todos. Na verdade a maioria desconhece seus próprios potenciais ou os ignoram, mas os mais antigos, eles sabem. E então eu comecei a forma esse grande plano na minha cabeça e pedi ajuda para a Rachel e a Nina. O que eu não sabia era que a minha mãe, Renée, já tinha feito isso por mim antes.

– Como assim, a Renée? – Helena parecia muito confusa.

– Seu espirito fez contato com a Nina antes mesmo que ela me conhecesse.

– Isso é loucura. – Helena não aceitou.

– Não é, tia. Eu garanto. Eu mesma tive a minha experiência com a Renée. Ela quer me ajudar. Enfim, eu arrumei os documentos e fiz a prova para admissão no colégio. Depois disso voamos para a Itália, eu, Nina e Rachel. Então, vocês sabem, fui atrás dos Volturi e sabendo o que eles queriam de verdade, propus ficar com eles de bom grado e viva, assim todos vocês poderiam unir-se a guarda apenas porque me amam. – Bella fez uma pausa para olhar para todos e se certificar de que eles a estavam acompanhando. – Nós tínhamos ido para o hospital da cidade para encontrar um corpo de uma mulher que parecesse comigo. Tivemos sorte. Eu subornei uma pessoa do hospital para ajudar. Quando entrei na mansão dos Volturi, tinha comigo uma poção que Nina com a ajuda de Rachel preparou. Eu a bebi e logo comecei a sentir os efeitos. Aquilo me levaria a um estado parecido com a morte. Quando me trocaram com a mulher, elas me deram o antídoto e despertei. De lá seguimos direto para cá. Eu fiz com que elas me ajudassem, não as odeie. Elas só fizeram o que eu pedi.

– Iria nos contar em algum momento que estava viva? – Bella apenas fez um gesto negativo. Damon sorriu amargurado.

– A sua morte nos machucou muito, Bella. Se fosse de verdade talvez nunca poderíamos ser como antes. Não sei ao que isso nos levaria.

– Vocês continuariam existindo. Tem que entender que o plano deu certo e para continuar dando certo vocês devem seguir. Me homenageem, fiquem de luto, os Volturi não poderão desconfiar.

– Espera aí, você está nos mandando de volta para Forks? – Damon estava incrédulo.

– Vocês devem ir. – Bella foi enfática. – Não podemos ficar juntos.

– Bella! – Helena não acreditava que Bella estava falando aquilo para eles.

– Só existem duas maneiras: Ou seguem com suas vidas como se eu estivesse realmente morta ou destruímos os Volturi, só assim, com a destruição deles, poderemos ficar juntos.


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