Christtian estava nervoso. Muito nervoso, para falar a verdade. - Estava no caminho para a sala de jantar, apenas tentando criar coragem e entrar naquele sala onde estariam elas...

Meu Deus. Elas.

Ontem tinha recebido um relatório completo da ida de todas as meninas ao avião, a chegada nos aeroportos, o dia em que chegaram em Angeles, e o dia completo de todas em sua primeira noite no palácio. O príncipe até mandara uma criada perguntar a cada uma se gostara do seu aposento! Christtian tinha medo de está sendo demasiado adiantado, mas estava mesmo preocupado com aquelas meninas. Que coisa frustante!

Na noite anterior, Ártemis tinha adentrado em seu quarto seguida por Apolo. -, ambos radiantes. E faladores, constatara Chris.

– Ah, e tem uma coisa! Não quero ir para o jardim, biblioteca ou qualquer outro cômodo desse castelo e encontrar você aos beijos com uma Selecionada - ameaçara Ártemis. - É bom você lembrar isso. Caso os nervos fiquem sabe... A flor da pele.

Christtian tinha rido da seriedade da menina, mas depois quando os gêmeos tinham ido embora, ele ficou pensando se iria ter que lembrar da "regra" de Ártemis. Ou as coisas seriam tão monótonas que não iria ter que usa-la.

Voltando ao presente, Christtian já estava bem perto do salão. Dois guardas e duas criadas estavam na porta, quando Christtian apareceu na porta, todos fizeram uma reverência.

– Bom dia. - Saudou o príncipe, então dirigiu-se a uma criada loira dos olhos escuros. - Já estão todas ai? Temo ter vindo um pouco cedo demais...

– Não alteza, já estão todas ai. - Respondeu a mulher, radiante.

– Bem, vou entrar. Por favor, abram as portas. - Ordenou, a mulher o olho com um sorriso satisfeito e abriu as portas.

Ainda tenho tempo de desistir?, pensou Christtian e gemeu por dentro. Estava mais ansioso e nervoso do que ele poderia admitir.

– Vossa Alteza! Que prazer vê-lo aqui. - saúda Silva com uma reverência exagerada.

Christtian corre os olhos pela mesa. Meu Deus! São tão belas! Chris não sabia quem seriam as meninas, tinha solicitado ao pai que escolhesse com a ajuda de sua mãe. Queria que fosse surpresa. E com certeza foi!

– Bom dia, Silvia . - falou Chris, com um sorriso. - Silvia, se não se importa, quero me apresentar a essas jovens.

– Obviamente - mais uma breve inclinação, então ela se afasta do grupo.

Christtian olha novamente para a mesa. O murmúrio, os cochichos e as risadinhas são constantes. Isso faz com que o sorriso de Chris se alargue um pouco.

– Olá, senhoritas, se não for de muito incômodo irei me apresentar individualmente para cada uma de vocês. Depois iremos comer, creio que estejam com fome, então tentarei ser breve. Perdoem-me se eu errar seus nomes, ou pedir-lhes que o falem uma segunda vez para mim. É que há muitas de vocês.

Um explosão de risadas se estabeleceu no salão. O príncipe sentia-se confiante. Apenas um pouco, mas sentia-se. - Chris foi até a primeira Selecionada da mesa. Pegou-lhe a mão e sorriu para ela, a menina corou e sorriu também. - Christtian a levou para uma sala onde jazia um sofá grande onde iria conversar com cada uma.

Felizmente, Chris tinha conseguido ver o nome da Selecionada quando sentaram. Quase suspirou de alívio.

– Bom Dia, Mariah. - disse ele, a menina sorriu.

– Bom dia, Alteza.

Era uma menina bonita, notou o herdeiro. O vestido que usava naquele instante era um verde-escuro florido. Os olhos eram de um castanho belíssimo e o cabelo estava solto. Christtian esperava ter uma conversa agradável com ela.

– Então, senhorita, o que você faz em sua província? - perguntou o príncipe. Ela suspirou, parecendo aliviada.

– Eu sou pintora. Já fiz alguns cenários para peças de teatro também, mas prefiro me concentrar na pintura e no desenho. - explicou Mariah. Christtian sorri e diz:

– Um dia, irei querer ver uma de suas obras, senhorita - falou ele sorrindo.

Mariah sorri também. Que sorriso belo tem essa menina!

– Será uma honra mostra-los a Vossa Alteza.

– A senhorita gosta do que faz?

– Eu amo o que eu faço. Nunca fui boa com a fala, então pintar e desenhar é uma forma de dizer o que quero. Eu gosto até de ficar suja de tinta da cabeça aos pés, mesmo que tirar as manchas das roupas dê um trabalho pior do que fazer a pintura em si. - relatou Mariah rindo.

– É mesmo? Minha tia May é pintora, e eu quase nunca a vejo sem uma mancha de tinta no vestido ou no rosto. - Disse Christtian também rindo. - Infelizmente. Teremos que acabar com a nossa conversa. Pretendo conversar com todas vocês esta manhã. - Declarou ele, sendo sincero.

– Foi um prazer, Chr... Hum, alteza. - ela se levanta, corada por quase tê-lo chamado pelo primeiro nome. Chris percebeu sua aversão, na verdade queria que elas o chamassem pelo primeiro nome.

Chris também levanta e ambos fazem uma reverência breve.

– Senhorita? Poderia chamar a próxima? - perguntou o príncipe, a menina assente e sai do pequeno cômodo.

Para uma primeira conversa não foi nada mal... Até foi agradável!

Então uma segunda menina havia entrado. Christtian levanta faz uma reverência a Selecionada repete o gesto. - Infelizmente Chris não conseguiu ler o nome no broche.

– Senhorita? Poderia me falar seu nome? - perguntou ele tentando ser cauteloso. A menina murchou quase que visivelmente.

– Ah, é Pearl, alteza.

– Bem vinda, Pearl. Está gostando da sua estadia no palácio?

– Sim! É muito bonito aqui, vossa alteza, meu quarto é lindo. As telas, as esculturas são lindas também. Tudo extremamente maravilhoso. Divino! Os vestidos são um luxo e muito bonitos também. E vossa alteza... - o falatório continuou.

– Fico muito feliz em saber que a senhorita gostou daqui. - ele disse. Precisava terminar aquela conversa. - Senhorita? Teremos que terminar nossa conversa. Tenho que falar com muitas meninas esta manhã -

falou o príncipe sendo sincero. - Poderia ficar no salão um pouco mais, quando eu mandar que todas as outras saíam?

A menina corou e assentiu. E foi chamar a próxima.

Como vou dispensa-la? Vamos, vamos. Tenho que ser gentil, não posso simplesmente dizer para que ela saia. Seria muito rude, mas não sinto nada. Não consigo sentir nada por aquela menina.

Então uma outra Selecionada entra na sala. Ela está sorrindo, Chris também e quando levantam-se para fazer a reverência suas cabeças chocam-se.

– Ai! - exclama a menina. Chama-se Calissa.

– Desculpe-me, senhorita Calissa! Foi culpa minha - ele está apalpando a própria cabeça. - Quer gelo?

– Anh? Não, não, obrigada. - responde ela, então arregala os olhos e fita Chris, parecendo apavorada. - Meu Deus, eu acabei de agredir o herdeiro de Illéa. Isso não pode ser verdade. Tem alguma regra, ou lei sobre...

Christtian dá uma risada, Calissa também.

– Não, não, senhorita. Então, quer sentar?

– Claro. - Ela sorri novamente.

Calissa é uma munina muito bonita, nota o príncipe. Tem cabelos negros e ondulados e olhos de um azul cristalino. O vestido que escolhera era um violeta, justo até a cintura cheio de laços.

– Então, senhorita, fale-me sobre sua família. - pede ele. A menina sorri e fala:

– Bem, tem Jeanine Mattewns Ross. Ela é minha mãe. Ela... Morreu há alguns anos. Meu pai é John Ross, o dono na biblioteca da família. Minha tia por parte de mãe, Neferet. Ela mora com a gente desde que... minha mãe morreu. E meus dois irmãos mais novos. Melissa, que é muito alegre, e Harry, que é o gênio da família. Ele sonha em ser inventor.

– Sinto muito pela sua mãe. Os únicos parentes que eu perdi foi meu avós paternos, porém não cheguei a conhece-los. Fora na época da Seleção dos meus pais. - diz Chris.

– Obrigada, alteza. Mas agora tenho minha tia Neferet, que é quase uma mãe para mim. Sabia que ela que me mostrou a carta?

– Foi mesmo? Poderia me contar?

– Bem, eu passei por algumas coisas ruins quando minha mãe morreu. Então quando anunciaram a seleção, minha tia me convenceu a participar. Então eu pensei que isso podia me ajudar a ser feliz, e agora estou aqui.

Ela estava sorrindo, o príncipe também. Mas logo se deu conta. Tempo.

– Senhorita Calissa? Infelizmente teremos que acabar nossa conversa aqui. Tenho que falar com...

– Claro, sem problemas. - ela se levanta, o príncipe também e ambos fazem uma reverência. Sem divergências essa vez.

– Senhorita? Poderia chamar a próxima, por favor?

– Claro. - então sai do cômodo.

Bom, tirando o fato que bati a minha cabeça e a dela no nosso primeiro encontro, esta conversa foi muito boa.

Então uma nova menina entrara no recinto. Quando ele levanta-se para fazer a reverencia, o príncipe consegue ler seu nome no broche.

Meu dia de sorte!

– Olá senhorita Magnolia.

– Olá, alteza. - a menina sorri. Um sorriso brilhante e muito bonito, de fato.

Magnolia tem a pele bronzeada, longos cabelos castanhos e olhos de um castanho muito bonito. - Então sentam-se e príncipe começa as perguntas.

– Então senhorita, fale-me sobre o que faz em sua Província.

– Depende de onde eu esteja, quando estou na casa de Anary (que mora sozinha) eu sou faxineira. Tentei cozinhar uma vez,mas queimei metade da cozinha. Quando estou com Roan sou diário, escuto ele tagarelar sobre sua vida durante horas e horas e as vezes dou concelhos - aconselhei ele a pedir uma garota uma vez em namoro por que ele era louco por ela, foi um mico, a garota tinha namorada. No mais eu sou trapaceira, vivo nas ruas fazendo favores em troca de almoço ou jantar. Em geral eu faço qualquer coisa, quase qualquer coisa.

– É mesmo senhorita? Imagino que você goste do que faz. - Ele diz, um sorriso estranho nasce em seus lábios.

– Depende do que faço e para quem faço, quando é uma coisa boa eu gosto - como por exemplo quando ajudei um garoto a voltar para casa. Quando é ruim eu não gosto - como uma vez que tive que assaltar um casal para comprar comida.

– A senhorita já assaltou? Não o deveria ter feito tal coisa. Teriam-na pego, e imagino que a senhorita não iria querer tal coisa - fala ele, um pouco impressionado com a sinceridade da menina. Na verdade, gostava disso. Adorava conversar com pessoas que falavam tudo, tanto as coisas boas quanto as ruins.

– Sem problema, alteza. Mas eu estava com fome e...

A menina não conseguiu terminar, olhou para baixo parecendo envergonhada.

– Por favor, senhorita! Não chore! - ele diz, coloca a mão em seu ombro e fala: - Senhorita, teremos que terminar nossa conversa aqui. Poderia chamar a próxima?

A menina o olha e da um sorriso. Levanta-se e faz uma reverencia, o príncipe repete o ato e se senta. Esperando a próxima.