POV Clary

Era ele meu pianista, eu fiquei olhando para ele abismada. Como era ele? Eu nunca tinha o visto tocar e do nada ele toca essa música com tanta experiência. Ele estava no palco tocando a minha música e estava olhando para mim. Toda a minha raiva parece ter evaporado de mim e eu tinha vontade de correr até aquele palco e abraçar meu leãozinho. Não sei como, mas olhar para aqueles olhos ainda me lembrava aquela noite.

Ele tocou a única nota e levantou, me olhou e todos começaram a aplaudir, mas eu somente levantei e fiquei o observando, ele não tirava os olhos de mim. Ele saiu no palco e entrou uma garota com um violino e começou a tocar Bitter sweet Symphony, era uma música linda que eu sempre ouvia.

Teve várias outras apresentações de vários instrumentos, foi realmente lindo esse concerto. Izzy me disse que eles iriam para a casa deles mais tarde para conversar e insistiu para que eu fosse também, mas que eu ficasse para dormir, concordei já que não teria o que fazer mesmo. Terminou o concerto e enquanto esperávamos Jace aparecer eu liguei para a minha mãe e perguntei se poderia dormir na casa da Izzy e ela deixou, mas antes eu passaria em casa para pegar roupas. Encontramos o Jace logo depois e todos nós o parabenizamos por sua apresentação. Ele abraçou todos e quando chegou em mim me encarou, esperando para ver se eu deixava, não sei como e por que mais eu o abracei. Foi um abraço longo e apertado, coloquei meu rosto perto do pescoço dele e aspirei, ele tinha um cheiro incrível, minha mão estava no seu cabelo de leão e era a melhor sensação do mundo. Eu não o havia perdoado ainda, mas abraços não arrancam pedaço não é? Depois que nos separamos eu e Izzy fomos para a minha casa para eu pegar algumas coisas.

– Entao, você e o Simon estão no maior grude ein?

– Ta doida Clary nada a ver, eu e eles somos só amigos! – ela retrucou enquanto eu via que ela estava vermelhinha de vergonha.

– Se vocês são só amigos por que você tá vermelha? Ai Izzy eu não sou idiota eu vejo o jeito que vocês se olham, é a maior fofura do mundo.

– Quem me dera que ele gostasse de mim do jeito que você fala! Eu acho que ele só me vê como amiga. - ela murmurou abaixando a cabeça.

– Ai meu Zeus você é sonsa ou o que, eu nunca vi o Simon olhar para uma garota daquele jeito – eu respondi enquanto levantava o rosto dela – eu sou amiga do Simon tem muito tempo e eu consigo ver no fundo dele que ele gosta de você e muito.

– Não sei, eu tenho medo de não ser o suficiente, de ele não gostar de mim por eu ser diferente dele, você sabe ele é nerd e eu bem não sei me rotular, mas sou diferente.

– Você já ouviu aquele ditado que fala que os opostos se atraem, eu acho que vocês se encaixam nesse contexto. Izzy você já se olhou? Eu acho que você é muita areia pro caminhãozinho do ratinho

– Espero que você esteja certa, ele é tao fofo e carinhoso comigo. Ele é diferente dos outros garotos que só me veem como um brinquedo. Ele me vê como pessoa e parece que pelo que você disse que ele gosta do que vê. - eu via que depois do que eu falei ela ficou mais radiante, só faltava ela sair cantando e pulando pela rua. - vamos parar de falar de mim e vamos falar de você ou você acha que eu sou cega e não vejo o jeito que você e o Jace se olham.

– Você agora viajou, eu odeio aquele menino e ele pode comprar uma casa feita de chocolate que eu vou continuar odiando ele do fundo da minha alma – nenhum comentário sobre o que eu disse ok? Ok

– Aham tá certo Clarissa Morgentern eu vou fingir que acredito – nós fomos o resto do caminho conversando sobre coisas do colégio e a festa de sábado que os meninos falaram tanto, parece que todos do colégio iam inclusive alguns outros adolescentes de outros colégios, chegamos em casa e gritei minha mãe.

– Mãe estamos no meu quarto pegando as roupas!

– Nossa Clary que desenhos mais lindos são esses? – ela disse enquanto via a minha parede que tinha vários desenhos que eu tinha feito

– Obrigada Izzy! – então vi minha mãe na porta do quarto – Mãe essa é Isabelle Lightwood e Izzy essa é Jocelyn Fray minha mãe

– Nossa sua mãe é linda, prazer em conhecer a pessoa que deu a luz a minha baixinha ruiva – ela disse enquanto abraçava minha mãe, a Izzy era tão fofa quando quer, por que quando não quer meu Zeus é mais rude que um caminhoneiro bêbado

– Ai que amiga mais fofa essa que minha filha tem, então o que as mocinhas vão fazer a noite toda? – minha mãe disse enquanto sentava na minha cama

– A gente tava no concerto do colégio e resolvemos reunir na minha casa para comemorarmos o sucesso que foi o meu irmão tocando, a Clary pode dizer o quanto foi incrível ele tocando, eles ficaram se encarando o tempo todo – Eu não acredito que aquela criatura falou aquilo na frente da minha mãe, se ela aparecer morta amanha eu não me responsabilizo pelo que aconteceu

– Encarei nada, ele estava olhando para uma das peguetes dele no mínimo – eu disse enquanto fechava minha mochila com minhas roupas e encarava a Izzy com a aquele olhar “Fala mais uma merda dessa que você perde essa coisa que você tem na cabeça que se chama rosto”

– Acho que não, desde o começo das aulas ele não pegou mais ninguém, estranho, eu me pergunto o por quê! – Eu vou matar aquela girafa albina, sim só por ela ser mais alta que eu e branca posso chamar ela assim.

– Deve ter sim, você que não deve ter reparado enquanto ficava secando o Simon – isso, agora ela vai ver que mexeu com a baixinha errada

– Espera ai, você tá gostando do Simon? E quem é esse menino que minha você fica encarando? – perguntou minha mãe tentando entender a nossa discussão

– Sim, ela fica secando ele o tempo todo, mas o Simon tá caidinho nela também então não será grande trabalho para esse cupido aqui resolver. E eu não fico encarando ninguém não, tudo coisa da doida da Izzy!

– Aham tá certo cupido Clary, vamos que o Alec já tá me ligando – ela disse enquanto atendia o celular – Alô, vocês querem que a gente compre o que? Comida? Ok vejo vocês ai, tchau beijos. Vamos baixinha, os meninos já devem estar se batendo la em casa por um pedaço de comida. Foi um prazer conhecer a senhora – ela disse enquanto abraçava minha mãe.

–Também foi um prazer conhecer a namoradinha do Simon, estou brincando. Qualquer dia aparece aqui. – Dei um abraço na minha mãe e fomos para o mercado comprar as coisas para a nossa longa noite de conversas e brincadeiras idiotas.