POV Autora

Levy estava sentada na cama, sua mãe ficaria até tarde no trabalho "é perfeito!" pensou. Ela nunca se sentiu tão nervosa em toda sua vida, ela ia mesmo fugir de casa hoje? Bom, ia sim, mas ela ainda não se sentia totalmente preparada "e se não for o certo?" "e se alguém nos achar?" " eu deviria mesmo fugir?" essas e muitas outras perguntas assombravam seus pensamentos, e tudo por um único motivo, por ele.

Ela o amava muito, já tinha dado a ele muitas provas disso, mas a maior de todas elas, estava nesse exato momento vivendo nela, seu filho. "como chegamos a isso?"

Ela olhou o relógio em seu celular, ainda tinha tempo. Levantou da cama e caminhou até sua estantes de livros, tantos livros, tantas historias, romances, mistérios e suspenses, mas o livro que ela procurava era um totalmente diferente, era um diário.

–Achei! - sorridente ela pegou seu tão amado diário da estante e voltou a se sentar na cama.

A maioria das meninas esconde muito bem seus diários, mas Levy nunca precisou, sua mãe confiava muito nela, pensar nisso era um das razões que a faziam querer desistir da fuga, ela amava tanto sua mãe... mas ela tinha outra pessoa que amava agora.

Folhou em seu diário, procurando a motivação necessária pra fazer o que era preciso e rapidamente ela encontrou uma nota.

"Querido diário,

Sabe quando você presente que alguma coisa importante vai acontecer? bom, isso aconteceu comigo hoje! Você deve lembrar imagino, que eu me inscrevi para dar aulas de apoio, e eu estava super animada, até descobrir quem eu vou dar aula, e adivinha quem é?

Gajeel Redfox.

Eu sei, eu devia ter ido embora na hora! Mas senti aquele pressentimento, como se eu devesse estar lá naquela hora, isso é normal? Enfim, ele esta muito mudado, nem parece ser mais o cara que me atacou a dois anos atrás só por diversão... eu não devia perdoa-lo não, é? Jet e Droy ainda tem medo dele, mas quando o vejo a única coisa que eu consigo sentir é pena."

Esse foi se primeiro verdadeiro contato com Gajeel, da primeira vez ele a atacou seu grupo de amigos por causa de um rito de passajem estupido da gangue que ele andava. Ainda era um mistério pra ela como pode perdoa-lo tão facilmente, depois do ataque ele foi preso e mandado pra um reformatório, ele detestava falar sobre seu tempo lá.

Levy virou mais algumas paginas.

"Querido diário,

Hoje algo muito estranho aconteceu, depois da aula quando eu fui pra dar a aula de apoio para o Gajeel, o coordenador me parou, disse que graças ao histórico dele eu não devia mais lhe dar aulas, mas isso é um absurdo!!! ele esta se esforçando e precisa de ajuda pra recuperar tudo que perdeu, como a escola pode fazer isso?"

Ela lembrou que logo depois ela reclamou com ele sobre como tudo aquilo era injusto, mas ele não respondeu, mais tarde quando a aula acabou, ele quase não tinha aberto a boca, foi naquele dia que ela fez umas das coisas mais idiotas que já fez em toda sua vida, ela mentiu pra sua mãe e fez um trato com ele, a partir daquele dia eles se encontrariam duas vezes por semana escondidos, não se falariam na escola, porque todos desconfiavam de Gajeel, principalmente os amigos de Levy, mas eles ainda se encontrariam para estudar, isso Levy garantiu!

Foi durante um desse encontros que o inevitável acabou acontecendo, ela se apaixonou por ele, no começo era algo como uma vontade de cuidar dele, de ajuda-lo a juntar os pedaços e seguir em frente, mas com o tempo se tornou algo maior, muito maior.

Seu primeiro beijo também foi em um desses encontros, ela estava lendo um livro, Levy se levantou pra beber água e Gajeel achando que ia ser só uma brincadeira, colocou o pé na frente dela, ele já tinha feito isso antes e ela sempre desviava, mas dessa vez não, ela estava tão vidrada com o livro que acabou não notando a ação dele e caindo no chão.

Levy riu um pouco quando lembrou o quanto Gajeel ficou assustado quando ela caiu de cara no chão, porque claro, primeiro ela salva o livro depois a própria cara...

Mas seu riso sumiu logo depois quando ela percebeu o quão perturbado ele ficou, ele não parava de se desculpar e paresia quere ajuda-la, mas não tinha coragem de tocar nela. Foi quando ela intendeu que não tinha sido só ela que se machucou naquele dia e acabou que percebeu que de alguma forma Gajeel esteve sempre tentado compensa-la pelo que ele fez. Isso só a fez mais e mais querer mostrar que não estava nem ai.

Levy nunca achou que fosse ela a dar o primeiro passo, mas foi. No meio de todas as desculpas de Gajeel, ela só queria que ele calasse a boca pra que ela pudesse falar, então ela colocou as mãos no rosto dele puxando-o para perto, e foi assim! Um beijo roubado e confuso demais para ele entender o que estava acontecendo.

No começo foi uma coisa unilateral, porem logo ele retribuiu o beijo, talvez por ser algo instintivo, mas o fato é, foi um beijo.

– Claro que o cabeção não intendeu...- murmurou virando mais algumas paginas do diário.

Depois daquilo Gajeel ficou sumido por uma semana inteira. Levy estava muito preocupada, e continuava saindo nos dias que eles deveriam se encontrar, mas ele não aparecia. Na semana seguinte algo muito estranho aconteceu, uma menino que fazia par com ela na aula de ciências a chamou pra ir dar uma volta depois da aula, ele era uma garoto calmo, mas tinha alguma coisa nele que a lembrava muito de Gajeel, sendo assim ela aceitou.

Eles foram andar no parque paresia que ia ser legal, mas só tarde demais Levy descobriu que foi uma má ideia. O garoto tentou lhe mandar algumas indiretas, mas ela fingiu não entender, gostava dele, mas não desse jeito, porem o garoto não desistia, quando finalmente ela achou uma boa desculpa pra ir embora ele a prensou contra uma árvore e a beijou.

Ela não queria, mas era muito mais fraca que ele, não tinha como se soltar, vendo isso começou a chorar, será que ninguém ia ajuda-la? “Para com isso bastardo!” essa frase ficou pra sempre gravada em sua memoria, como quando Gajeel apareceu socando a cara do sujeito, Levy estava muito assustada pra fazer qualquer coisa que não fosse chorar e quando fez isso Gajeel não teve duvida, aquele cara estava morto “ quem é você pra dizer qualquer coisa?” gritou ele ainda no chão, Levy acho melhor interferir, se não Gajeel ia partir o garoto ao meio “Ele é o cara que eu gosto!” a expressão de decepção daquele rapaz nunca mais ia sair da cabeça dela, mas ela nem teve tempo de pensar nisso quando foi arrastada a força de lá por Gajeel.

Foi naquele dia sim, que tudo começou, eles ainda estudavam durante os encontros, mas essa passou a não ser mais uma prioridade e Levy nunca acho que pudesse ficar tão feliz com isso.

– Por causa disso ele quase reprovou. – riu, relembrando.

Eles tinham passado por tanta coisa, tantas brigas, tantos problemas, mas ela sempre fez questão de mostrar que estava lá para ele e só pra ele.

Pensando nisso ela instintivamente colocou a mão sobre o ventre, não poderia mais esconde-lo em breve, mas ela já amava tanto aquela sensação, ela nunca tinha se sentido tão feliz ou tão completa.

Levy checou o celular novamente, estava quase na hora, ela já tinha uma carta feita para a mãe, mas mandaria depois, quando já estivesse bem longe. Tomando coragem Levy se levantou da cama, não tinha nada que ela pretendesse levar dali.

E enquanto ela descia as escada e trancava a porta, sabia que nunca tivera tanta certeza de uma coisa como tinha agora, ela sabia oque queria, queria Gajeel e não ia desistir disso nunca.

– Afinal é isso que uma anja faz, não é? – disse rindo, Gajeel sempre a comparava com um anjo da guarda.