Time Well Spent escrita por Arabella


Capítulo 34
Pequena inocente Espionagem


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem



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P. O. V. Luna

Comecei a andar até a Sala Comunal da Corvinal em passos nervosos e apressados, ansiosa pelo refúgio do dormitório. Estava virando a quarta curva quando vi um movimento pelas janelas da Sala de Transfiguração, embora fosse final de semana e a Prof.ª Minerva sempre fosse à Hogsmeade nas folgas. Minha curiosidade falou mais alto enquanto eu desviava meu caminho para ir até a sala.

Me agachei ao lado da porta, que estava entreaberta, espreitando pela pequena fresta. Reconheci imediatamente as costas de Harry próximo à uma das bancadas, mas ele não estava sozinho. Uma garota alta e loira estava de frente para ele, o rosto encoberto por seu corpo. Me lembrei repentinamente de que ele estivera ainda mais cedo com Gina na neve, então eu deveria ter chegado um pouco depois do início da conversa.

–... Sabe o que Malfoy anda fazendo? –Reconheci a voz de meu amigo, embora mais baixa e exigente que de costume.

–Faz algum tempo que não vejo Draco. –A garota respondeu e eu reconheceria aquela voz em qualquer ocasião devido ao timbre esganiçado: Mádi.

Senti um frio percorrer a espinha e fiquei momentaneamente dividida: Eu deveria ou não abandonar aquela espionagem estúpida? Novamente, a curiosidade ganhou e eu me abaixei mais nas proximidades da porta, redobrando as precauções.

–Tá, não venha com essa. Todo mundo sabe que vocês são o mais próximo de um romance que o Malfoy já teve. –Eu quase podia ver Harry revirando os olhos, embora estivesse de costas para mim.

–Bom, eu fico lisonjeada, mas não sei de muita coisa. –Mádi pareceu constrangida por alguns segundos.

–Qualquer coisa pode ajudar. –Ele insistiu.

Um silêncio se propagou pela sala, me deixando ansiosa pela resposta da garota.

–Certo. Tudo bem. –Ela suspirou, seu rosto finalmente aparecendo atrás de Harry e me dando a visão de seu semblante preocupado. –O Draco parece sempre muito tenso, como se tivesse de fazer algo muito sério ou... ruim.

–Já é um começo. –Harry recupera o ânimo na voz.

Mádi solta um leve sorriso, orgulhosa. Me sinto mal por ver que a garota se preocupa com Draco o bastante para reparar no seu estado emocional, mas tento espantar isso da cabeça. Ciúmes é a última coisa da qual estou precisando no momento.

–Preciso que o espione. Por favor, é por uma causa maior.- Ele parou por algum tempo, a mente trabalhando em busca de argumentos. -Você tem sangue trouxa na sua família? -Completou por fim, a voz trêmula, urgente.

Mádi o encarou surpresa e reservou silêncio por alguns instantes, indecisa. Por fim anuiu com a cabeça tristemente.

–Minha mãe é. A gente mente para as pessoas, mas sim. -Ela deu de ombros.

Me ergo para abandonar a conversa ridícula e percebo com desespero que meu pé bateu com muita força em uma das bancadas, arrancando da estrutura de metal um ranger relativamente alto. Harry não demora mais que milésimos de segundo para girar a cabeça, os reflexos de apanhador nunca falhando, e seguir o ruído com os olhos enquanto recolho a perna.

–Quem está aí? –Pergunta, o tom trêmulo enquanto ouço seus passos ecoando e me afasto do portal da Sala, correndo para virar na primeira curva do corredor.

–Eu sei que tem alguém aqui! –Ouço a voz esganiçada de Mádi enquanto me embrenho ao lado de uma armadura e de um vaso de plantas.

Harry passa na minha frente bufando alto e visivelmente frustrado. Tento respirar baixo para que ele não possa me ouvir, mas duvido que o garoto não escute as batidas frenéticas do meu coração com a descarga de adrenalina que ocorre.

–Droga. Você acha que nos ouviram? –Harry parece preocupado enquanto encara a garota.

–Essa merda de escola tem ouvidos em todo canto. –A garota murmurou visivelmente em pânico.

Os dois passaram discutindo e eu finalmente pude respirar normalmente, aliviada. Esperei por alguns minutos até me recuperar do choque, retomando o caminho até a Sala Comunal da Corvinal.

Era hora de decidir de que lado minha lealdade estava... minha cabeça latejava com a indecisão, sabendo que trairia meus amigos caso contasse suas conspirações a Draco. Uma bola parecia entalada na minha garganta, fazendo meus olhos arderem em lágrimas.

Isso tudo é uma droga.

–------

P. O. V. Draco

Snape ainda estava com os olhos fechados e quem quer que estivesse lá fora ainda gritava, exigente.

–Por favor, Professor, faça alguma coisa! –Pedi repentinamente irado

Ele arregalou os olhos coléricos.

–Não dê nenhuma pista para quem estiver lá fora. –Rosnou baixo enquanto apontava um dedo trêmulo para algum ponto atrás de mim.

Segui a direção olhando por trás do ombro e enruguei a testa automaticamente, surpreso. Um buraco relativamente grande, com comprimento o bastante para que passássemos abaixados, se materializou na parede, um caminho estreito e escuro se estendendo.

–Acho que teremos que adiantar nossa visita à Hogsmeade. –Snape deu de ombros enquanto passava uma perna pelo buraco, se curvando. –Aposto que quem estiver ali não tardará muito em buscar reforços e talvez alguém competente o bastante para abrir a Sala venha. Temos que nos apressar, Malfoy.

Segui o professor, anuindo com a cabeça freneticamente.

–Tá, mas como fez isso? O buraco, digo. –Perguntei, o cenho ainda franzido.

Snape me encarou por alguns segundos como se eu fosse o ser mais idiota da face da Terra.

–É a Sala Precisa. Você deseja, aparece.

Senti o rosto esquentar, constrangido. Como eu não havia pensado nisso? Eu passara o ano inteiro naquela maldita sala fazendo pilhas de livros se materializarem...

–Wingardium Leviosa! –Snape disse fazendo um singelo movimento com a varinha e a apontando para o Armário Sumidouro, que levitou imediatamente. Ele foi guiando o artefato para a passagem que havia feito, seguindo logo atrás do objeto.

Puxei a varinha de um bolso, enunciando baixo um feitiço para que um dos sofás fosse transportado para frente do buraco assim que passei por ele.

Lumus maximum. Murmurei seguindo o exemplo de Snape, que já liderava o caminho tortuoso e estreito com a ponta de sua varinha iluminando as paredes cor de terra.

Passamos um longo tempo em silêncio, apenas seguindo o trajeto até Hogsmeade. Minha mente estava enevoada, muitos pensamentos de variadas espécies a invadindo, e eu comecei a sentir tontura após alguns instantes, embora não tenha comentado nada com Snape.

Foi quando a trilha acabou em um beco. O professor indicou o teto, onde um quadrado de madeira escura contrastava com o marrom normal do túnel.

–É a Dedos de Mel. –O professor murmurou.

Anui com a cabeça, tocando o Armário com uma das mãos e me preparando para desaparatar com Snape.


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