Time Well Spent escrita por Arabella


Capítulo 31
Velhas Amizades


Notas iniciais do capítulo

Obrigada pelos reviews, espero que gostem



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P. O. V. Draco
Bati três vezes na porta de madeira escura e estava prestes à desistir quando um Snape cansado e repleto de olheiras abriu uma fresta. Ao encontrar meu olhar, ele simplesmente esboçou um sorriso surpreso e estendeu a abertura enquanto se afastava, me convidando a entrar.
Suspirei enquanto entrava naquele escritório cheirando a naftalina que já me era tão conhecido. Eu me sentia derrotado por estar buscando auxílio em Snape, mas ao mesmo tempo tinha orgulho por estar tentando algo diferente e sair um pouco da atmosfera pesada da Sala Precisa.
–A que devo o prazer dessa visita, Malfoy? -O professor se acomodou em sua nova cadeira negra de couro de dragão, brincando com alguns lápis.
Me inquietei no banquinho madeira em frente a sua mesa, tamborilando com os dedos na perna.
–Preciso de ajuda, Severo. -Pigarreei, desconfortável.
O sorriso insolente que cruzou aquele rosto fez com que eu cerrasse os punhos e travasse os dentes, rancoroso.
–Esquece. -Comecei a me levantar quando Snape estreitou os olhos.
–Para de ser uma criança, Draco. -Ele relaxou enquanto me indicava o banquinho novamente. Me sentei, contrariado. -Eu estou aqui para ajudar, prometo. -Snape ergueu uma mão com uma falsa expressão de inocência no rosto lânguido.
Revirei os olhos encarando os pés.
–Estou consertando um Armário Sumidouro... -Murmurei tentando parecer distraído. -O Dumbleodore tem o par na sua Sala.
Snape sorriu orgulhoso e aquilo me fez ter náuseas.
–Eu acho que tenho um contato que pode te ajudar... -Ele se levantou para andar até uma estante, de onde tirou um livro amarelado.
Mesmo odiando Snape, não pude deixar de sentir uma ansiedade forte enquanto me levantava para chegar mais perto.
–Este é o endereço dele. Eu posso te arranjar uma saída da escola e nós aparatamos juntos em Hogsmeade. -Snape falava, animado enquanto indicava uma página do livreto que eu agora identificava como uma agenda.
Não pude reprimir o sorriso que se seguiu. Eu me sentia novamente como o garotinho que meu pai levava à casa do Professor durante as férias e era enormemente bajulado por este. Certo, eu havia sentido falta das conversas desafiadoras que tinha com Snape no período pós-aula e de como ele me encorajava a ser um aluno melhor. Contudo, a desconfiança ainda me fazia retido e tentei manter uma voz indiferente quando concordei com seu plano:
–Ah, claro. Isso é ótimo.
Aquilo pareceu ter sido o suficiente para o professor, que me lançou um sorriso sincero.
Continuamos com nossos planos até ser tarde demais para que fosse permitido que um aluno ficasse fora da cama. Quando saí, já tinha um roteiro de fuga bem planejado na minha mente:
Eu e Snape tomaríamos uma das conhecidas passagens secretas presentes em Hogwarts que dava exatamente no porão da Dedos de Mel. Isso ocorreria de noite, assim poderíamos passar despercebidos, mas Snape ainda traria algumas poções caso as coisas dessem errado. Desaparataríamos ainda no porão para a casa do colega de Snape, Antônio Dolohov, que por sinal também era um Comensal da Morte.
Era bom saber que eu tinha com quem contar após tanto tempo trabalhando sozinho na Sala Precisa. Eu até conseguia manter um tipo estranho de felicidade até me tocar do porquê de estar fazendo tudo aquilo. Eu prometi para Luna que não o mataria. Eu prometi.
–-------------
No outro dia, ainda de manhã, resolvi mandar uma carta para Luna. Aquela devia ter sido minha decisão mais responsável desde que a conhecera, afinal agora poderíamos estar sendo mais monitorados ainda por Snape.
Revi uma última vez o pergaminho antes de o enrolar e enfiar no bolso interno da capa. Eu não tinha muito tempo para elaborar algo melhor de qualquer maneira.
Já estava sentindo saudades de Luna há dois dias, desde nosso encontro na orla do lago. Eu precisava a manter informada caso tivesse que passar muito tempo fora com Snape, então tratei de me apressar antes do café-da-manhã.
Assim que terminei a carta, chamei por Gelo, que bicava o fundo da gaiola na busca por algo para comer. A coruja alpina veio em minha direção, as asas lustrosas brilhando sob a meia luz do dormitório masculino. Seus olhos rubros me encararam por alguns segundos antes de morder carinhosamente meu dedo, se encolhendo em seguida para que eu a acariciasse. Quando o fiz, a coruja puxou a carta de minha mão, a segurando no bico e esperando minha ordem.
–Entregue a carta para Luna Lovegood. Seja discreta. -Sussurrei passando suavemente um dedo sobre sua cabeça.
A coruja se aprumou e partiu em seguida.


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