Time Well Spent escrita por Arabella


Capítulo 29
O amor é possível para todos


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem



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P. O. V. Draco
Eu passara o dia inteiro esperando pelas sete horas. Assim que me peguei pensando nisso pelo que devia ser a milionésima vez, desatei em risos durante a aula de Defesa Contra as Artes das Trevas.
"Olhe para você, Draco Malfoy, esperando por um encontro como uma garotinha apaixonada".
–Malfoy, gostaria de compartilhar com a classe o que tem de tão engraçado? -Snape interrompe meus devaneios.
Limpo a garganta, constrangido por alguns segundos.
–Não, senhor.
–Foi o que eu pensei. -Retrucou o professor.
Revirei os olhos e me pus a rabiscar novamente as bordas dos livros.
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Segui para a Sala Comunal da Sonserina acompanhado de Crabbe e Goyle. Eles mantinham uma conversa sobre como mal esperavam por terminar a escola e bolavam planos pra conquistarem pares para o baile de outono, que seria daqui à três meses. Eles achavam que, se você convidasse uma garota bonita cedo o bastante, ela não teria opção se não aceitar porque ainda não tinha um par.
Eu suspirava e bufava com cada ideia deles, mas como eram meus únicos colegas nessa maldita escola tinha que me contentar com a presença dos dois por cada canto que eu fosse. Era muito mais fácil suportar eles antes de conhecer Luna, o que certamente tinha uma relação com o quão fácil e interessante era conversar com ela ao invés de com os garotos.
–Você! -A voz estridente fez com que eu erguesse os olhos para o corredor.
A garota de cabelos vermelhos como chamas havia parado a meio metro de mim e me encarava como se a qualquer segundo pudesse pegar a varinha e me matar ali mesmo.
–Você, Malfoy. -Ela falou, mais baixo dessa vez.
–O que quer, Weasley? -Franzi o cenho.
Gina encarou Goyle e Crabbe e indicou com um dedo um corredor oposto ao que tomávamos.
–Posso falar com você? -Era humanamente impossível que sua expressão indicasse tanta repulsa enquanto a voz mantia um tom polido e educado.
Hesito por alguns segundos antes de acenar com a cabeça em concordância. Crabbe e Goyle entendem a deixa deles e saem, balançando os ombros.
–Sim?
Gina me olhou, fulminante.
–Se você estiver usando a Luna nas suas causas malditas... -Ela começou, a voz um fio de lamúria.
–O que? -Interrompi forçando um desentendimento.
–Eu sei que vocês estão se falando! -Ela desatou, colérica. -E duvido que esteja por isso mesmo também! Eu vi quando estavam nos arredores do castelo, em plena luz do dia, conversando. -Ela franziu o cenho em reprovação.
Sim, isso havia sido bastante inconsequente. Eu definitivamente estava ficando louco e a única culpada por isso era Luna, que me deixava como uma criança perdida quando estava longe.
–Certo. -Murmurei.
–Não, isso não é certo Malfoy! Luna é uma pessoa boa. Muito boa mesmo, Draco. -Ela ergueu as sobrancelhas pelas pontas de modo digno de pena.
–Eu sei e é por isso que gosto dela.
Gina hesitou, parecendo ter levado um soco por alguns segundos.
–Não devem ficar juntos. -Ela disse baixo.
Isso fez com que um calor mortal se iniciasse dentro de mim e, por Merlin, se Gina fosse um garoto eu teria sacado a varinha ali e o Crucio não seria o suficiente para descontar minha fúria.
–Eu não me importo. -Falei pausadamente enquanto fechava as mãos em punhos.
Gina fechou os olhos, impaciente.
–Acho que não se importa mesmo. Não imaginou o que pode acontecer com a Luna? Sabe do que ela pode estar abrindo mão?
Bufei alto.
–Cala a droga da boca, Weasley! Essa garota... -Respirei fundo para reconquistar o ar. -Ela significa o mundo pra mim.
Gina me encara boquiaberta.
–Por favor não a tire de mim. -Murmurei antes de me virar para seguir à Sala Comunal da Sonserina.
Chequei o relógio assim que a fúria foi passando: Sete horas e cinco minutos.
Droga, droga...
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P. O. V. Luna
O ar frio fustigava minhas roupas e me arrependi imediatamente de não ter trazido um casaco. O vento me dava a impressão de que a qualquer segundo meu vestido subiria, deixando minhas pernas branquelas à mostra, o que me fazia constantemente alisar o tecido da roupa.
Mirei novamente o relógio: Malfoy já estava atrasado por vinte minutos. Suspirei e me sentei no chão, na orla do lago. Algumas flores Bico-de-Mel se abriam, beijando o ar frio pela primeira vez. O Pasquim certa vez publicara sobre elas e sua peculiaridade de servir de abrigo para fadinhas, o que eu tentava observar ao me aproximar das flores e analisar o rubro de seu interior...
–Me desculpe o atraso. -A voz arrastada cortou o ar, fazendo com que eu me posse ereta subitamente.
–Draco. -Sorri indicando o lugar ao meu lado. -Tudo bem.
Ele estava usando um suéter cinza que destacava os olhos exaustos e cor de névoa. Deitei na relva esperando que ele se reunisse a mim enquanto tirava a carta de Snape de um bolso.
–Quais são as novidades? -Draco perguntou enquanto se deitava ao meu lado, a mão tateando o chão na procura pela minha.
Entrelacei meus dedos nos dele antes de responder:
–Snape é um homem de sentimentos. Uma das coisas que levamos não era só uma prova... -Suspirei enquanto desdobrava o pergaminho. -Era uma carta de amor.
Draco se inquietou quando entreguei a carta pra ele.
–Infelizmente, não deve ter nada útil nisso pra você. -Torci a boca enquanto encarava as estrelas.
Malfoy permaneceu em silêncio até terminar a leitura da carta, quando a guardou.
–O que acha que aconteceu com a mulher? -Ele perguntou, de repente.
–Acredito que tenha morrido. -Falei sem desviar os olhos do céu.
Draco respirou profundamente e apertou com mais força minha mão contra a dele.
–Temos que devolver essa carta.
–Tem mais.
Comecei a tirar o retrato que Draco apanhara de uma bolsa. Fitei novamente a foto antes de entregá-lo à ele.
O retrato ilustrava uma garota ruiva com olhos verdes como a relva abraçando um Snape menor e franzino.
–Faz ideia de quem seja? -Draco perguntou após algum tempo.
–Sim. -Sussurrei com num suspiro. -Mas se for quem penso, isso irá mudar completamente o modo como vemos Snape.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado e obrigada por lerem até aqui



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