Maga, Bruxa ou Semideusa? - 2 escrita por Marina Leal
Notas iniciais do capítulo
Gostaria de saber se ainda possuo algum leitor ativo... se sim, por favor apresente-se rsrsrs
primeiro, quero pedir perdão pelo enorme tempo desde que parei de postar, minha vida anda um caos, sei que não é desculpa, mas aconteceram tantos problemas comigo que poderia passar horas e horas falando aqui, então eu humildemente peço perdão a vocês.
segundo, postei esse capítulo para ver como a fic será recebida de volta por vocês que são o motivo para eu voltar a escrever
sem mais delongas e muito arrependida pela demora... Boa leitura
Os irmãos dormiram rapidamente, e isso me surpreendeu um pouco, talvez estivessem exaustos demais, mas o sono não vinha para mim. Olhei para ambos e decidi que era seguro dar uma volta pela mansão.
Quando cheguei ao Grande Salão somente Khufu e poucos iniciados estavam ali vendo a reprise de um jogo de basquete, Liz não estava entre o grupo, talvez estivesse no dormitório dos seguidores de Ísis.
Pensei em ir ao meu quarto, uma vez que apenas Zia, Richard e eu seguíamos o caminho de Rá, ficou decidido que eu e Richard ficaríamos em quartos separados, pois Zia ficava com Carter.
Optei por ir para a biblioteca, precisava me distrair e estudar um pouco sobre cura, Zia insistia que nós tínhamos que saber fazer um pouco de tudo e cura não era a minha maior habilidade. Abri as enormes portas o mais silenciosamente possível e assim que pisei no primeiro degrau ouvi duas vozes elevadas.
— Não me importo com o que você diz! – Estremeci ao reconhecer a voz de Logan. – Nem que ela segue o mesmo caminho, nós dois sabemos que isso só pode acabar em tragédia!
— Não sabemos de nada. – A voz de Richard foi fria e parecia desafiadora. – E não sei o que você quer dizer com ‘isso’.
— Não me desafie.
Ouvi um riso debochado.
— Não sou eu quem está tendo crise de ciúmes.
— Você vai matá-la. – Logan baixou a voz e eu apurei os ouvidos. – E eu não vou permitir que isso aconteça de novo.
Silêncio e então passos na direção da escada.
— Não vire as costas para mim Richard!
— Não vou ficar aqui para ouvir isso.
Ele começou a subir as escadas e eu corri para a saída, para longe deles.
Voltei para o quarto onde os recém-chegados estavam, meu coração acelerado como as asas de um beija-flor, ou como as asas do grifo de Carter.
Assim que cheguei o garoto acordou, sobressaltado.
— Está tudo bem. – Sussurrei ainda com a respiração acelerada.
— O que aconteceu? – Ele murmurou de volta.
— Estou fugindo do meu irmão. – Falei escolhendo com cuidado as palavras para não mentir.
Ele olhou para a garota na cama ao lado da dele, antes de dar de ombros e eu revirei os olhos.
— O quê? – Ele questionou.
— Ele só é meu irmão por parte de pai. – Falei andando de um lado para o outro. – Não somos gêmeos como você e Arwen.
— E você não gosta dele. – Não era uma pergunta, mas eu respondi mesmo assim.
— Não, e o sentimento é recíproco, mas esquece isso, você está bem? – Mudei de assunto.
Ele deu de ombros, desconfortável.
— Não me sinto bem, mas algo que a médica daqui falou fez com que eu me sentisse menos triste.
— Jaz é mesmo incrível. – Concordei, um pouco curiosa para saber o que eles conversaram, mas ele claramente não queria dizer.
— Você não consegue parar quieta? – Ele perguntou após alguns segundos e eu interrompi meus passos.
— Desculpe, tenho TDAH. – Murmurei com um sorriso tímido antes de acrescentar com um toque de sarcasmo. – Uma entre as muitas maravilhas de ser uma semideusa.
Ele riu baixinho e concordou.
— Parece divertido.
Me acomodei na cama que ficava do outro lado dele e olhei o teto, Nut sorria levemente na nossa direção, um sorriso que me lembrava da minha mãe. Onde ela estava agora?
— Boa noite Aragorn. – Murmurei antes de fechar os olhos.
— Boa noite Nat. – Ouvi o sussurro dele e tudo ficou escuro.
Pov: Richard
Meu dia foi ótimo. Ok, exceto pelo murro que Logan me deu ao me ver ao lado de Nat, mas me seguir até a biblioteca para brigar era demais.
Não digo que não entendo a raiva dele, ou os motivos para que ele não me quisesse perto dela, o que não entendo é o motivo para os deuses estarem fazendo isso comigo.
Você trará dor e morte para aquela que tiver o seu amor e retribuí-lo. Novamente as palavras de Rá voltaram à minha mente e eu trinquei os dentes.
Vitor acha que só acontece se eu acreditar que isso vai acontecer. A questão é: como não acreditar?
Larguei a caneta e o papel, minha cabeça estava pulsando com toda aquela situação. Fechei os olhos e lembrei do duelo, Nat foi incrível. Um leve sorriso de orgulho brotou nos meus lábios. Ela era uma maga poderosa.
A paz e o silêncio da biblioteca eram as melhores coisas que eu podia ter para poder pensar em paz e com objetividade. Mesmo que eu pudesse sentir dois olhos perfurando minhas costas.
— Você vai ficar longe dela. – A voz de Logan mandou as memórias agradáveis para longe e eu suspirei enquanto raiva começou a surgir novamente na superfície.
— Você não manda em mim. – Rebati em voz baixa e deixei meu material sobre a mesa, não ia ficar ouvindo aquilo de novo, um murro era a minha cota por dia, dessa vez eu revidaria.
— Ela é minha irmã! – Ele falou com raiva, erguendo a voz e eu tive que sufocar uma risada de deboche, o irmão zeloso resolveu mostrar o quanto se preocupa.
— Sim, mas mesmo sendo sua irmã segue o mesmo caminho que eu, então somos obrigados a treinar juntos. – Respondi no mesmo volume e olhei para ele, que me encarava furioso. – Sem falar que acho que ela não retribui sua preocupação.
— Não me importo com o que você diz! – Logan ergueu ainda mais a voz, mas eu não me encolhi. – Nem que ela segue o mesmo caminho, nós dois sabemos que isso só pode acabar em tragédia!
— Não sabemos de nada. – Mantive minha voz alta, mas dessa vez fria e com um tom de desafio, mesmo que eu não quisesse arriscar. – E não sei o que você quer dizer com ‘isso’.
— Não me desafie. – Ele estreitou os olhos e baixou a voz para um sussurro ameaçador. – Você não sabe do que sou capaz.
Não consegui conter uma risada.
— Não sou eu quem está tendo crise de ciúmes. – Apontei.
— Você vai matá-la! – Logan gritou e notei a dor em seu rosto quando seu tom de voz voltou ao normal novamente. Ele não parecia alguém que iria chorar, mas estava quebrado. – E eu não vou permitir que isso aconteça de novo.
Virei de costas para ele e trinquei os dentes. Ele achava realmente que eu não sabia dos riscos, que arriscaria a vida de quem amo mesmo sabendo o que aconteceria com certeza. Só desafiei o destino uma vez, com Letícia, e ela morreu.
Comecei a ir para a escada, ele não precisava me lembrar do que minha mente martelava todos os dias como forma de castigo.
— Não vire as costas para mim Richard! – Ele gritou de novo.
— Não vou ficar aqui para ouvir isso. – Rebati ainda sem olhar para ele e subindo os degraus. – Sei o que você passa, mas não pode me odiar como eu me odeio.
— Está errado. – Ele corrigiu e uma bola de energia roxa me atingiu pelas costas.
Caí sobre os joelhos com o impacto e estendi as mãos para frente para apoiar nos degraus. Levantei rapidamente e estava pronto para revidar quando alguém começou a descer as escadas. Eu acharia uma ironia do destino se fosse a garota por quem estávamos brigando, mas não era.
— Oh, me desculpem. – Liz falou arregalando os olhos verdes ao ver que era eu e Logan.
Olhei para trás, Logan me olhava com algo além da fúria.
— Não se preocupe, eu já estava de saída. – Murmurei sentindo minhas costas ardendo. Eu precisaria pensar em algo para tirá-lo do meu pé depois, mas por ora precisava de um curandeiro.
— O que houve com as suas costas? – Liz parecia horrorizada ao ver o ferimento quando passei.
— Nada. – Respondi calmamente tentando inventar uma história convincente, mas nada me veio à cabeça e apenas dei de ombros. – Vou falar com Jaz, até depois.
Ela estreitou os olhos de mim para Logan, que ainda parecia irritado, mas que forçava uma expressão de tédio no rosto.
— Vou com você. – Ela decidiu.
— Lembre do que eu falei. – Logan falou assim que chegamos à saída da biblioteca.
Soltei um suspiro e olhei para o lado. Liz me seguia docilmente, algo que me deixava desconfortável, mas seus olhos estavam voltados para baixo e isso me deixou aliviado.
Vitor e os outros já haviam comentado durante a reunião semanal dos meninos da mansão que Liz era bem aberta quanto aos sentimentos dela por mim. Sacudi a cabeça, a dor na costa estava incomodando demais para que eu pudesse pensar com alguma clareza.
E amanhã eu teria que lidar com as fofocas idiotas deles. Como se eu me importasse.
O único problema era a decisão que eu tinha que tomar. Será que eu conseguiria fazer o certo?
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e então? estou perdoada?