No primeiro encontro...

–Reconheces este restaurante? - Edward perguntou, tentando eliminar o silêncio.

–Estive aqui há três meses, não é como se tivesse memória curta - Isabella respondeu sarcástica. Ela estava odiando cada momento com ele. Sua mente parecia estar ao ponto de explodir com tantas perguntas sem respostas.

Um sorriso apareceu no rosto de Edward. Ele sabia que ela era sarcástica quando queria esconder algo e se esforçava para não mostrar seus sentimentos.

–Então sabes que foi nessa noite que concebemos o nosso filho - provocou-a.

Isabella corou mas colocou o cardápio à sua frente para Edward não notar.

–Pode ser filha - declarou, tentando mudar de assunto.

–Então, como foi este mês?

–Foi o melhor desde que nos casamos - disse fria. Tentou chamar o empregado mas parecia que eles ignoravam-na de propósito. Bufou irritada.

–Eu sei que estes dois anos não foram os melhores ...

Isabella deu uma gargalhada irónica e olhou para ele com faiscas de raiva nos olhos.

–Para ti, acho que foram os mais prazerosos - cuspiu-lhe como uma cobra venenosa.

Edward fez uma careta e tentou apertar as mãos dela que estavam em cima da mesa segurando o cardápio. Contudo, ao menor toque, Isabella retirou as mãos bruscamente.

–É melhor não me tocares, as mulheres ainda podem pensar que temos uma relação. Não é isso que queres, certo? Além de que alguém aqui pode conhecer a tua secretária e contar-lhe. Não é como se alguém não soubesse do vosso caso - sua voz trémula de dor e raiva soou.

Edward respirou fundo magoado por suas palavras. Mas ele sabia que ela tinha razão. Ele não fez caso de esconder sua amante.

–Podemos esquecer isso? - ele questionou desesperado.

–O que achas que tentei fazer durante o nosso casamento? - o sarcasmo atacou novamente.

–No entanto, vou tentar ignorar - acrescentou, tentando acalmar sua ira. Respirou fundo algumas vezes e pensou em seu filho.

O empregado finalmente chegou, depois das suas palavras. Isabella não tinha muita fome. Ela só queria ir para casa. Queria ignorar todas as perguntas que se inflitravam na sua cabeça.

Porque ele fez o acordo de três encontros?

Talvez ... ainda a quisesse de volta?

Não.

Isabella comandou a si mesma para não se iludir novamente com o amor de Edward.

–Admira-me comeres brócolos, quando namoravamos tu sempre os davas para mim - Edward relembrou quando viu Isabella a dar a primeira dentada, que continha os brócolos.

Isabella surpreendeu-se com sua observação. Ela nem se lembrava disso.

–As coisas mudam - observou tentando esconder sua insegurança.

–E mudam de novo - observou como se essa frase tivesse outro sentido por trás dela.

–Acho que sim - ela concordou e pegou no copo de vinho. Precisava de alcóol para manter sua indiferença.

–Também não bebias vinho - observou novamente.

Isabella já irritava com sua 'simpatia', atirou:

–Tu também não dormias com qualquer uma - e fingiu estar surpresa - mas agora dormes, como as coisas mudam não é?

–Podemos ter uma conversa civilizada por favor? - Edward pediu impaciente. Grande erro. As bochechas de Bella ficaram vermelhas e suas narinas dilataram.

Isabella descontrolou-se e levantou-se.

–Foste civilizado ao teres uma amante? Foste civilizado ao meu contares na cara? Também foste civilizado ao ponto de nem teres escondido esse facto? Pois, eu acho que não, então não venhas com essa porra de ser civilizada enquanto eu fui traída durante dois anos sem dizer uma merda de palavra, ouviste?

Quando acabou de gritar, sua cara estava vermelha de raiva. Todas as pessoas daquele restaurante olhavam para eles, as mulheres olhavam decepcionadas para Edward e os homens maliciosos, gostavam de ver uma mulher irritada, além de que o vestido preto e curto tornava Isabella muito mais sexy.

Edward estava chocado com suas palavras. Só acordou quando Isabella bateu com a porta do restaurante com força suficiente para o despertar. Quando saiu às pressas para a rua, Isabella já tinha ido embora.

Suspirou derrotado descansando seu corpo contra a porta. Passou o mão pelos cabelos.

Nunca pensei que fosse tão dificil conquistá-la de novo. Contudo, ele no fundo sabia que não iria ser fácil, ele a enganou e nunca escondeu o que fazia no escritório, além de trabalhar.

No segundo encontro...

–E-eu queria desculpar-me pelo encontro anterior - pediu Bella, sem olhar nos olhos de Edward, depois da cena que ela fez, semana anterior - não foi a mais correta.
Depois de chegar a casa de Alice e começar a gritar raivosa pela casa toda e de ver a cara assustada e pálida de Jasper ao assisti-la, ela chegou a essa conclusão.

Edward sorriu, um sorriso que colocou borboletas em seu estômago. Parecia uma adolescente de novo. Mordeu seu lábio para não mostrar seu sorriso. Ela começou a sentir raiva a entrar por seu corpo não corresponder aos seus pensamentos.

–Eu compreendi o porquê daquele desabafo.

–Eu precisava de tirar aquelas palavras de mim - Isabella tentou dar um sorriso mas acabou numa careta.

O coração de Edward começou a bater mais rápido. Algo que há muito tempo não acontecia quando estava com ela.

–Eu lembro-me deste restaurante - Isabella observou o restaurante, não era tão fino como o anterior, mas era elegante. Tinha poucas pessoas e sua roupa era informal, assim como a deles. Isabella com uma saia esverdeada e uma camisa branca, sem mangas e com um decote em V. Edward estava com umas calças de ganga e uma blusa branca, com um casaco preto em cima.

Isabella tinha escolhido aquela saia porque lembrava-lhe os olhos de Edward. Por mais que tentasse, não conseguia resistir ás memórias nem á tentação que Edward era.

–Viemos aqui comer quando estávamos noivos.

Ele observava sua reação. Isabella ofegou baixo com surpresa e com a avalanche de memórias que vieram com a declaração. Foi naquele dia que ele lhe tinha tirado a virginidade. Um dos melhores dias passados com ele. Foi paciente e amável.

Isabella passara o jantar nervosa e insegura. Tinha trocado de lingerie três vezes antes de vir para o encontro. Ela teria trocado uma vez mais, mas já estava atrasada.

Edward quando a viu com a lingerie, elogiou-a e nos seus olhos aparecia puro desejo, o que tornou Isabella mais confiante com seu corpo.

Ao ver as bochechas coradas de Isabella, Edward adivinhou o que ela pensava, na sua virginidade. O quanto ele penara naquela noite ao ver Isabella, com um vestido justo e com um pouco de decote.

Passara o jantar com um pau duro e a beber muito. Depois quando a vira de lingerie, parecia que ia gozar como um adolescente. Então ao sentir o seu interior esmagá-lo, enquanto quebrava a barreira da virginidade, foi desesperador. Queria mexer-se, penetrar fundo e rápido.

Contudo, também estava muito contente por seu o primeiro, seu interior dançava de satisfação ao saber que mais nenhum homem lhe tinha tocado. Era como um instinto animal que parecia querer marcá-la. E ele marcou-a, com mordidas e chupões. Ao acordar no outro dia, viu o corpo de Isabella com as marcas e apeteceu-lhe rosnar de contentamento. Nenhum outro homem lhe iria tocar enquanto ela fosse dele.

O problema foi que isso não aconteceu com ele, e naquele momento, arrependeu-se de ter sido fraco com a sedução. Não parecia o homem que o pai lhe ensinara a ser. Fiel, simpático e carinhoso. Ele falhou em tudo.

–Como está o meu filho? - perguntou, eliminando seus pensamentos.

Isabella sorriu sem se aperceber.

–Muito bem, vomitei umas duas vez hoje - fez uma careta e continuou - embora não me importa. Só quero que meu filho nasça em segurança. Estamos ansiosos para saber o sexo.

Edward ficou irritado com o 'estamos', no plural, quem mais?

–Estamos? - questionou com um olhar penetrante.

Isabella gaguejou nervosa com o olhar. Ela nunca gostou daquele olhar, sempre derrubava suas barreiras.

–A-a Alice e o Emm-mett - Edward relaxou. Não era nenhum amigo ou homem que queria tirar sua Isabella.

–O que vais pedir?

Um suspiro aliviado saiu dela quando ele desviou o olhar para o cardápio. Decidiu escolher o que comeu da última vez, um bife com arroz e salada. Depois de pedirem a comida, Edward virou-se para ela e perguntou:

–Tens preferência no sexo?

Sexo? Ele está a falar sobre algum fetiche meu?

Edward com o olhar desnorteado e as bochechas coradas de Bella, apercebeu-se de que ela estava a pensar em relações sexuais, não o sexo da criança. Engoliu a risada que queria sair e repetiu a pergunta, numa maneira mais correta.

–Tens preferência pelo sexo da criança?

Isabella corou mais com os seus pensamentos. Foi estúpida pensar que ele estava a pensar em relações sexuais.

–Um menino, depois quero uma menina - declarou, depois de um tempo, mas arrependeu-se no segundo seguinte. Não queria indicar que esperava ter uma menina com ele.

Contudo, Edward nem estava a pensar que ela queria ter um filho com ele. Na verdade, era o contrário. Ela já estava a pensar em outro homem?

–Eu não vou deixar nenhum homem aproximar de ti - ameaçou com os olhos escuros de raiva - não vais ser tocada por mais nenhum homem, ponto final.
Isabella estava chocada e estática com sua fala. O quê?

–Eu vou conquistar-te de novo, nem que tenha de te amarrar à minha cama durante dias. Eu sei que fui um idiota, infiel, que não merece uma segunda oportunidade, mas não vou ficar a observar-te a casar de novo e ver outro homem na mesma cama que tu - as mãos dele estavam brancas de tanto apertar os talheres.

–Nenhum - repetiu, franzindo bem a palavra com os seus olhos escuros e ameaçadores.

Nem queria imaginar um homem na cama dela, sem ser ele. Edward sabia que estava a assustá-la com sua reação, mas descontrolou-se e não conseguia parar suas palavras. Queria deixar bem claro que não iria desistir dela.

Isabella, passados uns segundos, começou a rir alto, para surpresa de Edward. Estava tão finada que seu rosto tornou-se roxo e começou a ficar sem ar.

–Q-que ir-rónico - gaguejou entre risos.

Edward riu um pouco, contagiante com as gargalhadas dela.

–Sabes que eu é que devia dizer isso, talvez devia tê-lo dito mais cedo mas - deu de ombros e calou-se esperando pela reação de Edward.

–Eu só quero deixar claro que não vou desistir de ti e que irei despedir Jéssica. Vou contratar um secretário masculino. Eu quero voltar a ser o Edward de antes, aquele que passava noites em claro ansioso para te ver. Beijar-te sempre que pudesse. Mostrar o meu amor por ti e, agora, pelo nosso filho - agarrou as mãos dela com força e olhou-a com olhos desesperados - eu amo-te e vou fazer-te amar-me de novo, se consegui uma vez, vou conseguir de novo.

–E-eu - Isabella não conseguia nem controlar as emoções quanto mais seus pensamentos. Nunca esperava essas palavras dele. Seu coração ficou mole e seus olhos lacrimejantes.

–Não precisas de dizer nada, ainda tenho um último encontro.

O jantar passou calmo e com alguns risos que Edward causava em Isabella. Ela apreciou muito o jantar, há muito que não conversava com Edward e ria de suas piadas. Estava a gostar daquilo, parecia que estavam na altura em que namoravam.

E, pela primeira vez em dois anos, sentiu-se feliz.