:Capitulo Dois: Pequena Cidade.

As vozes que se aproximavam, e eu as reconheci de imediato, o que fez minhas mãos suarem.

–Alec, dá para me dizer o motivo de estarmos correndo?

Indagou Jane irritada e sufoquei qualquer barulho que saísse de minha boca.

–Isabella.

–O que tem a Bella?

–..Ela, ela fugiu.

Disse ele e não poderia ver qual era a reação de Jane, mas com certeza ficaria com medo, por conta de meu pai.

–Como..como você deixou isso acontecer,seu idiota?-Gritou ferozmente e ele tentou lhe explicar, mas ela não o deixou -Não fale nada,Alec, você já fez muito por hoje -Citou ironicamente -Vamos atrás dela antes que Aro chegue e nos mate por ter perdido sua preciosa.

Disse ela e não escutei mais nada além do vento frio soprar meus cabelos e respirei fundo antes de novamente voltar a minha fuga. Por mais que eu amasse Alec e Jane, e soubesse que Aro ficaria furioso com eles, eu não podia mais voltar, eu tomei minha decisão, e eu precisava ter a certeza que tomei a decisão certa, e só saberia quando fugisse dali.

Por alguns minutos me concentrei em qualquer barulho próximo a mim e assim que percebi que nenhum vampiro da guarda estava por perto, escalei o grande muro e saltei caindo graciosamente ao chão, já estava escuro e isso me ajudaria a não ser reconhecida.
Ajeitei a mochila em meu ombro e coloquei a toca preta em minha cabeça e fechei meu sobretudo começando a correr e somente andando quando cheguei a uma rua que apesar de escuro não poderia arriscar ser vista naquela velocidade nada humana.

Caminhei por horas até achar um aeroporto, eu precisava de um plano, não poderia ficar na Itália, ou logo seria encontrada, caminhei até alguns panfletos e comecei a folheá los, talvez eu poderia achar algum lugar que eu pudesse ir, e por um momento agradeci meus estudos sobre novas línguas que estudei sozinha, e isso me ajudaria e muito para onde eu quisesse ir.

Observei a grande tabela onde eram anunciados os próximos vôos, e vi que em poucos minutos o de Washington desembarcaria. Estremeci assim que senti o cheiro conhecido de Alec, olhei para a porta do lugar e não estava enganada, Alec estava ali e olhava para todo lugar procurando por mim.

Peguei minha mochila e corri para a fila de embarca, eu precisava sair logo dali, ou eles me levariam de volta ao castelo e com certeza não teria mais uma chance como aquele, de fugir. Quando chegou minha vez, um homem alto me parou.

–Seu nome Srta.

–Isabella..Isabella Vincentin.

Eu disse inventando aquele sobrenome, para que não fosse descoberta.

–Documentos e passaporte, por favor?

Disse ele e arregalei os olhos, eu não os tinha, olhei para Alec que estava do outro lado do saguão e apesar de não gostar muito de usar meus poderes para tais necessidades, era necessário naquele momento. Olhei firmemente nos olhos negros daquele homem e disse:

–Você me deixará passar, sem mais perguntas e se te perguntarem se viu alguém parecida comigo, você irá negar.

Citei calmamente cada palavra e ele, por conta do hipnotismo acenou positivamente, me deixando passar, um sorriso saiu por meus lábios e andei apressadamente para o avião.

Até que foi divertido.. Pensei rindo mentalmente e entrei no avião cheio e observei as pessoas sentadas, conversando distraidamente enquanto outras mexiam em seus aparelhos, e sorri, eles não sabiam quem eu era e não pareciam com medo, e nem eu queria os atacar, como meu pai sempre disse que aconteceria, por ser a primeira vez que eu ficava em um local tão pequeno e cheio de humanos, senti minha garganta arder suportavelmente mas eu sentia que poderia controlar, eu sei que posso..

Me sentei sorrindo levemente para o estranho ao meu lado mas não estava tão calma, ainda corria o risco de Alec me encontrar e enquanto aquelas portas não se fechassem, eu não conseguiria tirar esse medo que me amedrontava.

Mas com gratidão, as portas se fecharam e eu sorri um pouco mais aliviada, colocando o cinto de segurança e ouvindo o que o piloto dizia e assim que o avião decolou fechei meus olhos, pelo cansaço daquela fuga.

–...Senhoras e Senhores passageiros, peço que coloquem o cinto de seguranças, pois em minutos iremos posar.

Acordei um pouco zonza ao escutar a voz de uma das aeromoças e apertei meu cinto de segurança como mandaram. Olhei em volta e avistei o tempo nublado que consistia naquela..acho que dormi por muito tempo, pois não fazia ideia de que horas eram. Discretamente olhei o relógio do rapaz ao meu lado, constatando que eram dez da manhã e ajeitei minha roupa, esperando pelo pouso.

Peguei minha mochila e acompanhei os outros passageiros a descer do avião e andei calmamente pelo local em direção ao saguão e abracei me ao sentir o vento frio em meu corpo. Sai para fora do saguão e procurei por um táxi e assim que o avistei, um velho senhor me saudou com um sorriso gentil.

–Olá Srta. para onde queres que eu a leve?

Perguntou ele e mordi o lábio inferior sem saber o que responder.

–Por acaso o senhor conhece um bom lugar para ficar?

Indaguei e ele me olhou confuso, sorri levemente, eu não ficaria muito tempo por ali mesmo, logo me mudaria novamente.

Uma vida de nômade ... Não me parecia muito ruim.

–Hum.. Você me parece alguém que gosta de monotonia estou certo?

–Ahn.. não sei dizer, vivi por muito tempo assim e acho que me acostumei.

Eu disse soltando uma leve risada e o velho e bondoso senhor me acompanhou.

–Então acho que gostara de Forks, é uma pequena cidade, mas um lugar com pessoas receptivas, pode acreditar, vivi por muito tempo naquela cidade.

–Bem.. Então gostaria de conhecer Forks.

–Seu pedido é uma ordem, Srta.

Disse ele e sorri enquanto ele começava a dirigir, o caminho até essa pequena cidade não foi tão demorado como esperava, e assim que chegamos no centro daquela cidade, vi o que ele quis dizer com pessoas receptivas, alguns me olharam curiosos e outros sorriram se apresentando. Achei aquilo bem legal da parte deles, apesar de não estar acostumada a conhecer humanos.

Entrei uma cafeteria e me sentei olhando ao redor, quando uma moça de longos cabelos pretos me saudou.

–Olá querida, meu nome é Sue e fique a vontade em fazer seu pedido.

Disse ela com um sorriso gentil e retribui, mas algo me deixou um pouco resistente, ela parecia ter um cheiro de animal, que não era muito.. receptivo para minhas narinas.

–Obrigada Sue, por enquanto vou ficar somente com um sanduíche e coca cola.

Eu disse e ela sorriu se retirando, assim que meu pedido chegou, o comi rapidamente, estava faminta pela viagem, mas ao lembrar de que não poderia somente me alimentar de comida humana,estremeci.

Eu não queria e nem podia matar uma pessoa,como meu pai e a guarda faziam, eu precisava achar uma outra maneira .

–Gostaria de mais alguma coisa , querida?

Perdi meus pensamentos assim que fui interrompida por Sue e agradeci mentalmente a ela, pois aqueles pensamentos me deixavam amedrontada.

–Obrigada Sue, mas não gostaria de mais nada.. Na verdade, eu gostaria de lhe perguntar uma coisa.

–E o que seria?

–Você conhece algum hotel ou pousada, para que eu poça passar um tempo?

Perguntei e ela parou e refletiu por alguns minutos e quando voltou a me olhar, pude ver que ela sabia e sorri em expectativa.

Ela me contou que tinha algumas casas que estavam vazias e ela cuidava, portanto me falou que eu poderia ficar em uma delas e concordei, ela deixou sua cafeteria por alguns minutos e me levou até uma estrada que tinha mais floresta e casas do que comércios e estacionou em uma casa simples mas bem cuidada. Sorri descendo do carro.

–O que achou?

Perguntou Sue e olhei abismada.

–Eu .. adorei Sue, muito obrigada. Não sabe como me ajudou.

–De nada querida, esse é meu trabalho.

Ela me entregou as chaves e com minha mochila em mãos entrei na casa, que percebi estar bem conservada e limpa, os móveis eram antigos e simples, subi até um quarto com parede brancas e uma enorme cama no meio e me joguei animada.

Pela primeira vez em minha existência, pude sorrir livremente.