The Only Reason escrita por Mrs M


Capítulo 4
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Como vocês falaram que gostavam de capítulos grandes, tentei aumentar um pouquinho o tamanho desse.
Preciso dizer que adorei escrever esse capítulo e espero que vocês gostem tanto quando eu!



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Quarta-feira.

Ainda era quarta-feira, mas eu queria que já fosse sexta. Acordei com uma tremenda dor nas pernas de tanto tentar andar com aquele salto que Glimmer praticamente nos obrigou a usar. Sem esquecer a parte que eu ainda tenho que usá-lo hoje.

Para completar a minha maravilhosa situação, ainda tinha Cato. Ontem ele dormiu sem pedir desculpas a mim. Mas eu não liguei, eram raras as vezes que ele se desculpava.

Logo após a minha enorme vontade de chorar quando saí do banheiro, eu me deitei e fiquei pensando nas inúmeras coisas que me fazia ainda querer ficar com Cato. Acho que o fato de eu amar ele demais é uma das maiores coisas. Nós tínhamos motivos para deixar um ao outro, mas nossas escolhas foram ficar. Sempre juntos, eu prometo. Não se esquece disso. Foi uma das primeiras coisas que Cato me disse quando meus pais morreram. Eu não esqueci; talvez ele tivesse esquecido.

Deixando de lado todos os pensamentos que resolveram surgir logo agora, terminei de pentear meus cabelos e peguei minha bolsa, seguindo para o andar de baixo.

Meu namorado não estava assistindo aqueles desenhos ridículos, o que era meio estranho. Porém eu não tinha tempo de ficar procurando por ele, então eu fui tomar meu café. Enquanto eu terminava de comer, senti algo puxar as pontas do meu cabelo. Não posso negar, eu adorava quando Cato puxava levemente meus cabelos para avisar que chegou sem eu ter notado.

– Onde você estava? – perguntei sem está realmente interessada.

– No quintal – nem perguntei o motivo dele está nos fundos da casa.

Depois de arrumar a bagunça que estava à cozinha, seguimos para a escola. Em silêncio, como quase todos os dias. Eu queria quebrar aquele silêncio, começar um conversa amigável com Cato, mas eu era muito orgulhosa para isso. E parece que ele também.

Ao chegarmos em frente ao prédio azul que eu estudava, tentei seguir, mas Cato me puxou violentamente, fazendo meu corpo bater contra o seu. Ele beijou o topo de minha cabeça e sussurrou um ‘até logo’.

Aquilo poderia ser um simples pedido de desculpas, mas eu sabia que não era.

– Bom dia! – Katniss exclamou ao chegar perto de mim logo após Cato sair.

– Oi – murmurei. Eu deveria ter respondido com um “bom dia”, certo?

Ela arqueou uma sobrancelha como se quisesse dizer “O que aconteceu? Ok, você se livrou agora, mas no final da aula eu quero saber” e logo depois o sinal tocou.

Sério mesmo que ela estava com saudades das minhas ignorâncias?! Mas eu não me importava dela querer saber o ‘que aconteceu’, já que realmente não aconteceu nada. Se Katniss quiser saber o que aconteceu, eu direi que não é nada. E ela vai acreditar pelo motivo de saber que eu não mentiria para ela.

***

– Você nem tem curiosidade de saber o nome dele? – perguntei a Katniss enquanto caminhávamos para a lanchonete.

Ela havia recebido um bilhete de um – provável – garoto. Nos pedacinhos de papel tinham escrito pequenas declarações de amor, o que me fez rir por longos e bons minutos.

– Não. Se ele quisesse que eu soubesse quem é, teria assinado com o nome, não com um coração e uma flecha.

Ri mais uma vez e ajeitei meu cabelo atrás da orelha.

– Não acredito que alguém possa se apaixonar por você – falei e Katniss me deu uma cotovelada.

– Cato se apaixonou por você, isso sim é um milagre.

Revirei os olhos.

– Não vamos falar dele.

– O que houve?

– Sabe aquelas pessoas super idiotas? Aquelas bem idiotas mesmo? Tão idiota que você tem vontade de bater nelas? Então, Cato com certeza está no meio dessas pessoas.

Minha melhor amiga suspirou e não disse nada. Katniss sabia dessas discussões bestas entre mim e Cato; sabia também o quanto ele era ridículo. Claro que ela preferia se manter calada, nada daquilo era problema dela.

Ao chegarmos na lanchonete, fomos direto nos trocar. Eu fui a última – e a que mais demorou – a se arrumar e fiquei sozinha no quartinho. Depois de alguns minutos, apenas joguei meu celular dentro do pequeno bolso no avental e saí para começar meu trabalho.

Glimmer, FoxFace e Katniss atendiam algumas mesas, eu logo comecei a fazer o mesmo. E eu queria saber o motivo de eu só atender mesas com adolescentes imprestáveis! Para piorar, não era apenas dois ou três, eram cinco! Eles não tinham algo melhor para fazer do que comer fora de casa?!

– O que vão querer? – perguntei e a minha voz saiu a mais tediosa possível.

– A garçonete – um deles falou. Ele tinha os cabelos meio longos e uma parte caia nos olhos. Era bonitinho.

Olhei para Glimmer que estava atendendo os clientes da mesa ao lado e ela arqueou uma sobrancelha como se perguntasse se eu precisava de ajuda. Em resposta apenas virei para os garotos novamente e sorri falsamente.

– Desculpe, ela não está no cardápio, vai ter que pedir outra coisa.

Os outros quatro gargalharam enquanto o bonitinho tentou disfarçar um sorriso tímido em direção a mim.

– Queremos vodca – outro garoto, dessa vez um que tinha realmente cara de metido, falou. Abri a boca para fazer o mesmo discurso de antes, mas ele foi mais rápido. – Brincadeira. Apenas cinco cafés.

Anotei o pedido e fui preparar os cafés. Enquanto eu fazia o meu trabalho, o mesmo garoto que começou aquela brincadeira estúpida não parava de me olhar. Após colocar o último copo estilo Starbucks – o que Effie tinha me contado que era bem melhor que xícaras – na bandeja, segui para a mesa. Enquanto colocava os copos na mesa, um garoto começou a passar a mão por cima do meu uniforme, passando por minhas pernas até chegar na minha bunda!

– O que você está fazendo?! – perguntei um pouco alto, mas ninguém além dos garotos daquela mesa ouviu.

– O que você acha?!

– Vai à merda! – exclamei e fechei os olhos, contando de um até dez. – Vão querer mais alguma coisa?

Não! – o garoto de cabelos longos falou rapidamente, impedido o outro imbecil de falar mais besteiras.

Olhei para ele e logo saí dali, seguindo para as mesas seguintes.

***

Após terminar o expediente, eu e minhas amigas estávamos no quartinho fazendo nossas atividades escolares. Glimmer começou a falar de Amy, mas depois que eu olhei para ela com uma cara totalmente desinteressada, ela parou. Eu sabia que Glimmer não falava aquilo por maldade ou qualquer coisa do tipo, ela só falava demais; era o jeito dela.

Depois de um tempo, eu estava ao caminho de casa. Já havia passado em frente à casa de Katniss quando meu celular tocou. Até pensei que era ela, mas vi que o número era desconhecido.

– Alô...?

Hm, oi – era uma voz masculina, meio tímida, e desconhecida.

– Quem é? – logo após minha pergunta, ouvi uma risada.

O cara que queria a garçonete.

– Quem te deu meu número? – a esse ponto eu estava parada no meio da rua.

A garota com nome estranho... Hãm, Katiss?

– Katniss! – falei com raiva e pisquei os olhos algumas vezes, voltando a andar. – O que você quer?

Olha só, aquilo foi só uma brincadeira, ok? Mas eu não tive nada a ver com a mão boba de Thomas.

Pediu meu número só para se desculpar?!

Também. Clove, não é?! A verdade é que eu te achei bonita e pensei, sei lá, se você queria sair um dia desses. – depois disso, eu soltei uma gargalhada e algumas pessoas que estavam na rua olharam assustadas para mim.

– Você sai convidando para sair todas as garotas que acha bonitas?! Eu nem sei seu nome!

É John. E eu só saio convidando as que me chamam bastante atenção. Então, topa? – na sua voz tinha um pingo de esperança que eu estava com pena de dizer ‘não’.

– Desculpe, mas não posso. Tenho namorado.

– Ah – a voz de John saiu um pouco baixa e eu suspirei. – Tudo bem, quem sabe não nos encontramos algum dia.

– É, quem sabe – depois de eu falar, ouvi apenas a respiração dele e logo depois John desligou o telefone.

Suspirei e continuei meu caminho. Em questão de poucos minutos, eu já estava em frente a minha casa. As luzes estavam acessas, isso significava que Cato já estava em casa.

Mas ao abrir a porta, acredite, a imagem não era nem um pouco agradável. Amy e mais quatro rapazes estavam sentados no sofá enquanto Cato estava sentado na poltrona. Um dos garotos estava com os pés apoiados na mesa de centro!

Fechei a porta com um pouco de força, mas os cinco não perceberam, já que estava muito ocupados prestando atenção no filme que passava na televisão. Mas Cato ouviu. Ele olhou para mim e eu arqueei uma sobrancelha, como se eu perguntasse o que estava acontecendo ali. Meu namorado apenas deu um pequeno sorriso e eu apontei levemente com a cabeça para a cozinha.

– O que é isso? – perguntei quando ele entrou no cômodo.

– São meus amigos. Eles perguntaram se podíamos assistir um filme aqui e eu disse que sim.

– São onze horas da noite! Não sei se você conhece, mas temos uma coisa chamada vizinhos!

– Clove, é só um filme. Eu juro que já está no final.

Jura? Isso significa que você está aqui há algum tempo! Por que não me avisou que saiu cedo do trabalho?

– Eu esqueci, desculpe – Cato falou calmamente.

Fechei os olhos e contei até dez pela segunda vez naquela noite.

– Quando esse filme terminar mande seus amiguinhos irem embora. Sinceramente, eu não tenho mais paciências para essas merdas que você faz.

Dizendo isso, saio da cozinha e ia em direção ao meu quarto, mas parei no meio da escada e falei em um tom mais alto para o garoto folgado no meu sofá:

– Tire os pés de cima da minha mesa.

Ele rapidamente tirou-os e eu voltei a subir. Ao chegar no outro andar, a primeira coisa que fiz foi tomar um banho e vesti meu pijama. Precisava descansar, meu dia foi realmente cheio.

***

Eu estava em um sono tão bom que não queria acordar pelas próximas horas. Mas acho que isso não seria possível, já que senti alguém deitar ao meu lado e começar a mexer nos meus cabelos.

Abri os olhos lentamente e vi Cato. Ele estava com os cabelos molhados e ainda não tinha percebido que eu acordei, mas tirei lentamente sua mão de minha cabeça.

– Desculpe – ele sussurrou e voltou a mexer nos meus cabelos.

Olhei para o relógio que estava na mesinha ao lado e vi que só haviam se passado vinte minutos desde que eu me deitei.

Por um momento pensei nos amigos de Cato e em Amy. Será que algum daqueles garotos era namorado dela? Não que eu desconfiasse de Cato; em nenhum momento passou pela minha cabeça que ele estaria me traindo, eu apenas fantasiava demais as coisas e quase sempre isso era um defeito.

– Aqueles garotos... Algum era namorado de Amy? – perguntei e Cato olhou confuso para mim.

– Não, ela não tem namorado.

Pensei em contar a ele sobre o que aconteceu na lanchonete mais cedo e do telefonema que recebi de John. Certamente ele iria dar uma de namorado ciumento, eu reviraria os olhos e falaria que não aconteceu nada. No final eu começaria a rir e ele ia se render e faria o mesmo. Mas resolvi não tocar nesse assunto.

– Me desculpe – Cato repetiu. – Não te contei que sairia cedo do trabalho e traria alguns amigos, pois sabia que você piraria... Juro para você que não rolou nada demais por aqui. E, aliás, acho que nem tudo precisa ser contado a você.

– Verdade. Afinal, acho que nem tudo precisa ser contado a você também.

E agora eu tive certeza que fiz a escolha certa eu não contar o incidente – que nem foi tão incidente assim – de mais cedo a Cato.


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Notas finais do capítulo

Não sei se vocês gostaram dessa conversa final da Clove e do Cato, mas acreditem em mim: ela será fundamental para o resto da história.
Gente, gente, pode parecer que o Cato é realmente um grande idiota, mas é justamente isso que eu quero passar nessa fic. Espero que vocês entendam...
E John, alguém gostou dele? Não foi só porquê eu criei ele que eu digo isso, mas eu realmente amo ele! Ah, deem uma chance a ele, por favor! Vocês vão ver que ele é uma boa pessoa. Sim, pretendo colocar eles nos próximos capítulos o/
Espero a opinião de vocês nos comentários, até lá!