Surviving to Hell escrita por Alexyana


Capítulo 8
Encontros e desencontros


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal. Desculpem a demora, e eu não tenho nenhum motivo para não ter postado antes, talvez meu novo vício por TBBT. Bem, eu tive um pouco de dificuldades para escrever esse capítulo porque é de grande responsabilidade inserir personagens que não são seus, e que já possuem uma personalidade.
Então, se tiver algo errado me avisem.
Espero que gostem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/521945/chapter/8

A mulher encara minha mãe em um misto de confusão e frustração, talvez por não estar reconhecendo-a. O nome dela me parece conhecido, e meu cérebro tenta vorazmente encontrar uma fonte que confirme isso, sem sucesso.

— Maddison? — a mulher finalmente diz, surpresa pelo próprio reconhecimento. Mamãe solta um muxoxo emocionado de confirmação.

Elas se abraçam longamente enquanto nós três apenas as fitamos confusos pelo repentino encontro, esperando uma possível explicação, ou talvez uma apresentação.

— O que aconteceu? Está infectada? — mamãe questiona, fiscalizando os machucados no corpo magro da mulher.

Reparo que seus cabelos escuros estão emaranhados, e suas roupas um tanto rasgadas. Não gosto de pensar na possibilidade dela estar infectada.

— Oh, não. O carro que eu estava capotou, estou indo atrás de Rick. Ele foi atrás de Hershel e... — Lori para visivelmente transtornada. Mais um nome familiar é reconhecido por mim, mas ainda não consigo lembrar-me de onde, e isso é tremendamente agonizante. — Eu preciso ir até lá atrás deles. Vocês estavam lá? Viram ele?

— Lori, não é uma boa ideia. Lá está tomado — mamãe fala, e Lori a encara apavorada, ameaçando andar novamente. — Acalme-se, eu não os vi.

A mulher insiste em ir até lá, o que é um tanto perturbador. Olho para Sam ao meu lado em busca de alguma solução ou algo assim, mas ela está com o olhar atraído em outro lugar. Viro-me para encarar o que está chamando sua atenção, focando em duas luzes no final na estrada.

— Aquilo é um carro? — pergunto em voz alta, chamando atenção de todos, inclusive de mamãe e da mulher.

Minha pergunta é respondida quando o automóvel se aproxima mais de nós, parando em nossa frente. Um homem salta rapidamente do banco do motorista, apontando uma arma em nossa direção. Mamãe puxa mais rápido que meus olhos conseguem acompanhar a arma de seu coldre, também apontando para o homem.

Então eu viro-me para encará-lo. E tudo que aconteceu tão rápido nos últimos minutos fica bem mais lento depois disso.

A primeira coisa que me chama atenção é a maneira como ele segura a arma. Sua postura segura e autodefensiva, atenta a tudo. A segunda é sua cabeça raspada, o que é a única coisa que não se encaixa na aparência tão conhecida.

— Pai? — pergunto com uma voz inaudível, em um misto de hesitação, medo e alegria. Ele se vira em minha direção, me vendo pela primeira vez.

— Emma? — ele pergunta, claramente descrente. Ele abaixa a arma, mas sem abandonar a postura defensiva. Ele encara um tempo as outras pessoas, principalmente Lori e mamãe. Ambas tão surpresas quanto eu.

Finalmente ele abandona a pose de durão e vem em minha direção, ainda um tanto hesitante, porém rápido o suficiente para a curta distância entre nós fosse eliminada em milésimos de segundos. A sensação de seu abraço atinge em cheio minhas glândulas lacrimais, fazendo com que o típico líquido quente e salgado brote em meus olhos.

Aperto seu tronco o mais forte que consigo, com milhares de pensamentos passando em minha mente. Como a sensação de enorme alegria, quase dolorosa, por saber que finalmente encontrei meu pai. Meu pai vivo e saudável.

— Shane? Você a conhece? — a mulher pergunta.

— Ela é minha filha. — A resposta dele a choca, tanto quanto surpreende Sam e meus primos, que nunca tiveram encontros suficientes com Shane para poder reconhecê-lo.

Não consigo pronunciar nenhuma palavra enquanto eles conversam, e fico apenas observando ele examinar Lori com uma pequena lanterna, visivelmente preocupado com ela. Então, em meio a tantos pensamentos distintos, finalmente consigo me lembrar de onde seu nome é tão familiar.

Volto novamente ao dia em que fomos procurar papai em sua cidade, onde encontramos a foto dele com seu amigo, Rick. A voz de mamãe dizendo sobre Lori ­— sua antiga amiga e esposa de Rick — ter levado todas as fotos.

O dia está realmente surpreendente.

—------------ ↜ ↝ -------------

Depois de Shane finalmente convencer Lori a desistir de procurar Rick, todos entraram no carro em que papai chegou. Pelas poucas frases que consegui prestar atenção, estamos indo para uma fazenda onde eles estão hospedados.

Fico espremida entre mamãe e Seth no banco de trás, que apesar de espaçoso, é demais para cinco pessoas. A paisagem noturna passa rapidamente pela janela, enquanto a encaro sem realmente vê-la.

Milhares de pensamentos passam pela minha mente, desde o começo de tudo isso até o reencontro com papai há alguns minutos. Só de pensar que ele está a centímetros de mim, ali no banco da frente, tenho vontade de me beliscar para ver se tudo isto é mesmo real.

Todos continuam em silêncio por um longo tempo, e logo o barulho dos pneus em contato com o asfalto é substituído pelo barulho da terra e do cascalho sendo esmagados.

Meu coração acelera quando vejo luzes acesas além das cercas de madeira, e todos começam a ficarem mais atentos.

Cassie está apertando fortemente a mão esquerda de Seth, enquanto olha a paisagem rural na janela ao seu lado. Sam olha fixamente para frente, nas luzes que agora se transformaram na forma de uma casa de campo, e seus pensamentos são um mistério para mim.

Depois de alguns minutos o carro para em frente a casa, que se mostrou extremamente semelhante a casa de vovó. Papai desce primeiro junto com Lori, e nós descemos logo em seguida.

O ar gélido da noite bate em meu rosto, e eu abraço meu tronco tentando me proteger. Olho para frente da casa, onde agora estão reunidas outras pessoas, rostos desconhecidos e aflitos.

— Ai, meu Deus, o que aconteceu? Você está bem? — uma mulher loira pergunta à Lori, tentando inspecionar seus machucados.

— Eu estou bem — ela responde, se livrando das mãos da mulher. — Rick? Onde está Rick?

— Ele não está com você?

— Não, Shane disse... — Lori se vira para meu pai, que está perto dela. — Onde ele está?

— Era o único jeito de te fazer voltar pra casa — Shane diz firmemente, deixando clara a mentira que contou. Lori avança em sua direção, com o intuito de feri-lo.

— Temos outras prioridades — papai continua a dizer, impedindo que ela diga outra coisa. — Eu tenho que cuidar de você e tenho que saber se o bebê está bem, ta legal?

— Você vai ter um bebê? — uma voz infantil questiona em meio ao silêncio de todos, que estão chocados demais com a informação repentina para dizer algo. Meus olhos se focam no garoto de chapéu de xerife que apareceu atrás de papai. — Por que não me contou?

Lori fica quieta, provavelmente não encontrando palavras. Nesse momento todo nosso grupo está totalmente deslocado e constrangido por estar presenciando uma discussão tão pessoal.

Um senhor de barba branca e chapéu junto com a mulher loira decidem levar Lori para dentro antes que mais alguma coisa aconteça, deixando uma jovem de cabelos curtos e castanhos conosco.

— Bem, eu sou Maggie — a jovem apresenta-se.

— Sou Maddison, e esses são Cassie, Seth e Sam. E minha filha, Emma — mamãe gesticula para cada um de nós. Sorrio abertamente para mulher, que retribui com um sorriso triste.

— Acho melhor esperarmos papai e os outros chegarem para conversamos direito — ela diz indicando para segui-la.

Ela nos leva para dentro da grande casa, e não vejo papai em nenhum lugar. A sala é grande, com móveis antigos e elegantes, e possui um ar aconchegante. Estamos sozinhos aqui, já que Maggie saiu para ver se sua irmã está bem, mas consigo ouvir vozes por toda a casa.

Deito no colo de mamãe, que também está visivelmente cansada, e apesar de achar que teria dificuldades em dormir devidos os acontecimentos do dia, apago assim que fecho os olhos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que acharam? O que esperam daqui pra frente? O que querem que aconteça? Pedidos especiais?
Pergunta do dia: Pretendem fazer faculdade? De que e por quê?
Minha resposta: Bom, eu pretendo fazer assim que terminar o colegial. Ainda não tenho certeza do que irei cursar, mas me sinto atraída pelo Direito, Jornalismo ou alguma coisa envolvendo psicologia. Gosto da perspectiva de levar a justiça e a informação ao mundo heuehe, e a mente humana me intriga. Queria ser professora também, mas com certeza não tenho talento algum em ensinar.
Enfim, estou morrendo de saudades de vocês!
PS: O que acham da ideia da criação de uma ASK para a fic?