Surviving to Hell escrita por Alexyana


Capítulo 5
Sombra


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal. Vocês viram o trailer???? O que foi aquilo gente? Eu ainda to no chão, essa temporada promete!



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— Silêncio! — grito perdendo a paciência. Depois de uma hora cantando sem interrupções, Cassie finalmente se cala.

— Mal humorada — reclama, sentando-se ao meu lado no sofá. Seus cabelos loiros estão presos e ela está com uma roupa que, apesar de velha, combina. — O que está desenhando?

— Uma floresta — respondo, apesar de ser bem óbvio, já que a figura dos pinheiros no papel é bem clara. — Mamãe e Seth já chegaram?

— Não — ela diz, olhando a paisagem pela janela em nossa frente.

Eles saíram para buscar frutas mais cedo, já que há muitas árvores frutíferas nos arredores da fazenda. Agora que o nosso pequeno grupo aumentou precisamos de mais suprimentos, o que implica em mamãe e Seth saindo mais, enquanto eu tenho que ficar em casa junto com Cassie. Muito injusto.

Continuo focada nos traços do pinheiro preto e branco. Por sorte acabei por encontrar um caderno e um lápis nas coisas de vovó, que também gostava de desenhar. Sempre me dei bem com ela, éramos iguais em tudo, desde a personalidade até nos hobbies. Já Cassie sempre preferiu vovô, que também gostava de cantar.

— Emma! — Cassie esbraveja ao meu lado depois de alguns minutos em silêncio, o que me assusta. Ela está apontando pela janela, e sigo seu dedo. Há vários infectados saindo por entre as árvores, vindo em direção da casa.

— Feche as janelas! — ordeno depois de alguns segundos processando a cena em nossa frente. Cassie começa a correr desesperada pela sala, fechando as janelas e as cortinas.

Subo as escadas e vou até o quarto em que durmo com mamãe, abrindo a gaveta de sua cabeceira onde sei que ela guarda uma arma. Pego-a, e o material gelado e um tanto pesado me deixa mais nervosa ainda. Minhas mãos estão frias e úmidas, em um sinal claro de que estou apavorada.

Desço as escadas novamente e vejo Cassie na beira da janela segurando a arma que ela ganhou de tio Grayson.

— O que iremos fazer? — questiona olhando lá fora. Aproximo-me também e vejo que há pelo menos vinte infectados forçando a cerca.

— Matá-los. — Parece mais uma pergunta do que uma afirmação.

Saímos no alpendre para termos uma visão melhor e ainda ficar parcialmente em segurança. Cassie está com a arma apontada para as figuras pendentes na cerca, e vejo que suas mãos estão tremendo. Ela atira primeiro e acerta a cabeça de um infectado, que cai no chão dando lugar a outro. Respiro fundo e miro com a arma na cabeça de uma infectada, que antes era uma mulher de meia idade, igual vejo minha mãe fazer.

Aperto o gatilho hesitante, mas o tiro passa longe. Tento mais algumas vezes e acabo por acertar, porém o corpo está todo perfurado pelos tiros errôneos. Eu realmente sou péssima nisso, e odeio admitir que Cassie está se saindo melhor do que eu.

Os infectados estão chegando cada vez mais, e vejo que a cerca está cedendo. Penso em como temos azar, e em como seria horrível morrer assim.

Vejo a figura esguia de mamãe saindo de entre as árvores do outro lado da casa, junto com Seth. Isso faz com que eu me sinta mais aliviada, já que estamos errando os tiros mais do que acertando.

Ela parece preocupada e já está com a arma em punho, enquanto Seth está com seu machado. A cerca finalmente cede, e Cassie solta um grito de puro desespero. Até acharia ridículo essa atitude, porém não estou muito diferente dela.

Os infectados avançam em nossa direção, com os braços podres esticados tentando alcançar o alimento mais rápido. Mamãe começa a atirar e Seth a deferir golpes com seu machado. Desço até a grama, em uma tentativa de acertá-los com maior facilidade e diminuir as chances de atingir mamãe ou Seth por acaso.

Um corpo cai ao meu lado com um machado fincado em seu crânio. Arregalo os olhos quando percebo que ele estava há poucos centímetros de me morder.

— Cuidado — alerta Seth passando por mim, pegando seu machado e partindo em direção a outro infectado.

Depois de alguns minutos paro e vejo os inúmeros corpos caídos no chão, e há uma parte da cerca destruída. Isso me faz ter vontade de chorar e me esconder em um canto escuro, na esperança de que quando eu voltar para a luz do dia tudo isso terá acabado.

Mamãe corre para me abraçar, enquanto vejo Cassie descer do alpendre e vir até Seth.

— Meu Deus, Emma! Quantas vezes já te disse para não sair no meio dos infectados? — repreende ela, com as mãos na lateral do meu rosto. Seus olhos verdes estão lagrimejados e seu rosto está sujo.

— Desculpe — murmuro, e ela me puxa para mais um abraço. Separamos enquanto ela guarda a arma em seu coldre.

— Estão todos bem? — questiona mamãe, indo em direção aos meus primos. Eles concordam com a cabeça, ainda assustados.

Olho para a arma em minha mão, que ainda está escorregadia. Achei que estávamos seguros na aparentemente inatingível casa de vovó, porém estava enganada. Não podemos fugir nem nos esconder. Ela sempre estará atrás de nós, apenas esperando o momento em que abaixarmos nossa guarda. A morte é nossa sombra a partir de agora.


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Notas finais do capítulo

Enfim, o que esperam a partir de agora?

Pergunta de hoje: Vocês assistem outros seriados além de TWD? Quais?

Minha resposta: Sou meio maníaca por séries, então assisto muitas. Minhas favoritas são American Horror Story, Orange is the new black, The Vampire Diaries e Pretty Little Liars (apesar de estar na 1º temporada ainda).

Enfim, até mais!