Sos - a Samara na Nossa Casa! escrita por Loma


Capítulo 33
Especial de Natal!


Notas iniciais do capítulo

Geeeeente, finalmente o tão esperado capitulo do Natal chegou! :D Sei que demorei bastante, mas acho que valeu a pena a espera, pelo menos, é o que eu espero! Gostaria de NOVAMENTE pedir um milhão de desculpas pela super demora, mas as coisas estão complicadas, como sempre :/ A parte boa é que em um mês eu estou de férias e poderei ficar a vontade para escrever :DD

Quero agradecer pelos reviews, e um agradecimento especial rola pra Daay, queris, que recomendou S.O.S :D Muuuuuito obrigada! ;]

Pessoal, eu achei que esse capitulo ficou meio dramatico, meio adulto pro que a fic propoe, achei que as atitudes da Lizzie estão diferentes e quero saber o que vocês acham, apesar de agora já ter postado o capitulo. Eu não sei, eu particularmente gostei muito desse capitulo, mas talvez vocês não gostem, então quero a opinião de todos sobre o que acharam desse passo que dei na fic. Não vou falar mais nada também, porque senão acabarei soltando spoilers! :P

Bem, gente, era isso! Boa leitura e espero que gostem!

Deixem reviews e me façam mais feliz do que eu ja sou :D

CAPITULO DEDICADO À JUJUHH, motivos especiais, não precisa ser citado, né doida? AHuasuahsuahsuahs



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P.O.V. Elizabeth

- Se você não quer morrer na véspera do Natal é bom tirar a mão da minha coxa nesse exato momento – sussurrei em sua orelha, mordendo o lóbulo.

Bill riu, porém obedeceu.

- Lizzie, você não devia ser tão reprovadora comigo! Eu não sou o Tom! – disse ele parando de me beijar e se apoiando nos antebraços, podendo olhar-me diretamente nos olhos.

- Se você fosse o Tom, sem duvidas não estaria aqui comigo! Nunquinha que eu deixaria o pervertido do seu irmão chegar a dois metros perto da minha cama! – eu disse sorrindo e lhe dando um selinho. Era raro podermos aproveitar um momento juntos, mas para nossa sorte o Tom estava dormindo, depois de comer feito um porco no almoço e a titia Simone tinha saído para fazer os últimos arranjos para a festa que teria essa noite.

Bill deu um sorriso de canto e então voltou a me beijar, acabando com nossa conversa.

- MENINOS, VOLTEI! Lizzie, você ligou para a confeitaria pra ver se os salgados já estão prontos? – disse titia Simone.

- Puta merda! – sussurrei e empurrei o Bill de cima de mim, fazendo-o cair com sua bunda excessivamente magra no chão.

- Pro banheiro, Bill! AGORA! – disse à ele já o empurrando para o banheiro e trancando sua porta.

Como em novela mexicana, no exato momento em que fechei a porta do banheiro com o Bill lá dentro, a porta do meu quarto se abre com a titia Simone entrando com umas sacolas.

- Lizzie! O que você está fazendo aí com essa cara de desespero, minha querida? Parece ate que está escondendo alguma coisa! – disse ela dando uma risadinha logo em seguida. Credo, vou procurar papel nas Chiquititas pra titia Simone! Talvez ela faça uma daquelas ciganas de praça, sabe, as trambiqueiras que dão chutes certos!

- Ah, Simone, não é nada! O que você estava dizendo sobre os salgadinhos? – perguntei mudando rapidamente de assunto.

- Ah, claro! Os salgadinhos! Você lembrou de ligar para confirmar o horário para buscá-los? – pediu ela entrando no novo assunto de cabeça. Era tão fácil fazê-la desfocar de um assunto e mudar para outro! Parecia o Tom, só um pouco mais fácil de manipular.

- Sim, eu liguei. Temos que ir buscar às cinco da tarde. Os docinhos da outra padaria podem ser pegos na mesma hora, então quando formos pegar um, passamos e pegamos o outro também – eu disse indo me sentar na penteadeira e pegando minha escova, começando a escovar meus cabelos que estavam absolutamente bagunçados devido a um pequeno probleminha relacionado à uma certa pessoa que estava trancada secretamente no meu banheiro.

- Nossa, isso é ótimo! Bem a tempo para tudo ficar prontinho! O único probleminha é que eu marquei com o cabeleireiro dos meninos às quatro e meia. Será que você e um dos gêmeos não se importariam de ir pegar tudo para mim? – pediu titia Simone com os olhinhos brilhando.

Com minha sogrinha me olhando desse jeitinho não tinha como recusar. *-*

- Claro, Simone! Sem problemas. Eu vou sim. O único problema é que eu acho que terei que ir com o Tom porque o Bill vai estar se arrumando também. Você sabe como ele é... Se a festa começa às nove, ele já começa a se arrumar ali por umas quatro, se não antes! – eu disse virando os olhos. O pior não era nem o tempo que ele levava para se arrumar, o problema mesmo é que ele sempre deixava para se maquiar (na maior parte das vezes com a MINHA maquiagem) exatamente quando eu estava me maquiando, ou seja, a gente sempre brigava.

- Mas tem algum problema de ir com o Tom, Lizzie? Porque se tiver, eu mando o Bill contigo e ele que se dane com aquele cabelo absurdo dele! – disse titia Simone me fazendo dar uma risadinha e ouvir uma bufada lá do meu banheiro.

- Fora o Tom me contando historias que eu simplesmente preferia não saber, problema nenhum – eu disse, lembrando da vez dos absorventes no supermercado.

- Tudo bem, então. Muito obrigada, Lizzie! Você é um amor, sabia? – disse titia Simone vindo me dar um abraço.

Agora eu sei por quem os gêmeos puxaram essas lindas demonstrações de afeto. Para se ter uma idéia, teve um fim de semana que eu viajei com a Jane, fui na sexta de tarde e voltei no domingo de noite, quando eu cheguei em casa, o Tom correu e se jogou em cima de mim, me abraçando. Parecia que eu tava jogando futebol americano e um daqueles munaias estava vindo pra cima de mim, pois o choque entre nós foi tão grande que ele me arremessou no chão. Quase morri aquele dia. 

Depois que recuperei meu fôlego perguntei para que tudo aquilo e o idiota veio me dizer que sentiu saudades.

Enfim...

Logo em seguida titia Simone saiu do meu quarto ainda agradecendo e, quando ela finalmente fechou a porta, eu me larguei na cama, aliviada que ela não viu o Bill. Falando nele...

- Eu nem começo a me arrumar tão cedo assim! – reclamou ele enquanto vinha se sentar ao meu lado.

Tive que rir com essa.

- Começa sim! Você chega a ser pior que eu! – eu disse ainda rindo, tentando não fazer muito barulho por causa da mãe dele que ainda estava em casa.

- Nem vem que naquela festa em Munich foi vossa senhoria que nos atrasou! – disse ele, revoltadinho.

Odeio quando ele tem essas crises de ADP (ataque de pelanca, pra quem não sabe, bando de desinformadas ¬¬! Nunca viram “As Branquelas”?).

- Aquele dia eu tava discutindo com a minha mãe por telefone até quase o último minuto! Para ficar pronta eu levei exatamente uma hora, com o banho incluído! – eu disse.

Bill bufou e resolveu mudar de assunto, nem sei por quê.

- O seu pai vem passar o Natal aqui? – perguntou ele.

Travei. Péssimo assunto.

- Não tenho certeza – eu respondi hesitante.

- E Isabelle? – perguntou ele.

Era hoje o dia que o Bill ia levar uns bons socos. Que cara inconveniente! Não ta vendo que esse assunto não ta agradando?

- Eu não sei, Bill! Não falo com ela desde a festa em Munich! – eu disse levantando e passando as mãos pelo cabelo de forma ansiosa. Eu realmente esperava que ela não viesse essa noite.

Bill finalmente se ligou que aquele assunto não estava sendo muito agradável e ficou quieto, olhando pro chão, meio arrependido por sequer tê-lo começado.

Uns cinco minutos se passaram naquele silencio enlouquecedor. Ambos quietos e olhando pro nada, até que eu dei um suspiro alto e puxei Bill pra um abraço bem apertado, o qual ele retribuiu com fervor.

- Eu queria ter pais normais, que não me largassem na casa de qualquer um e seja o que Deus quiser – eu disse baixinho, perto da sua orelha, só pra ele ouvir mesmo.

- Apesar de ser egoísmo da minha parte, eu fico feliz com os pais que você tem, porque se eles fossem normais, você não estaria morando conosco e eu não te teria – disse Bill me abraçando mais forte ainda.

Sorri com o que ele disse. Possivelmente há um mês eu teria vomitado com isso, de tão meloso que era, mas agora era bom ver que eu era importante para alguém, especialmente para alguém como ele.

Diminui um pouco o aperto do nosso abraço para poder olhar para seu rosto, e o que eu vi ali me fez nunca mais querer deixar aquilo que agora eu chamava de lar.

Sem dizer mais nada, eliminei a distancia entre nossos rostos e selei um beijo nos lábios de Bill, que me recebeu prontamente.

P.O.V. TOM

- Lizzie, vai demorar muito para nos darem as porcarias dos doces? – eu reclamava feito uma criança, puxando a manga da Samara e fazendo manha.

Sim, definitivamente uma criança de três anos mimada enchendo o saco da mãe.

O problema é que a minha “mãe” não era tão legal quanto às mães das criancinhas de três anos mimadas.

- Sim, Tom! Vai demorar uma eternidade! Olha o tamanho dessa fila! – disse ela pouco se lixando para mim.

Tirei as mãos de seu casaco e me afastei um pouco, magoado pela forma como ela me tratou.

E a desnaturada ainda por cima nem tentou me fazer perdoá-la! Simplesmente colocou um sorrisão no rosto e começou a assobiar uma musiquinha feliz, enquanto eu a encarava incrédulo.

- Lizzie! Eu quero ir embora! – eu continuei resmungando, só pra tirar aquele sorriso do rosto demoníaco dela.

- Cala a boca, Tom! Tenta agir como gente, apesar dos testes de DNA provarem que você tem uma parte de burro no sangue! – disse ela pondo a mão em cima da minha boca.

Virei os olhos. Essas piadinhas da Lizzie estavam ficando sem graça! Era óbvio que meu pai não era um cavalo não desenvolvido! Eu o conhecia, apesar dele quase nunca estar presente. Por sinal, eu tinha que perguntar pra minha mamis o numero do celular dele, pra gente poder ligar hoje de noite.

Em relação à Samara, resolvi mudar de assunto.

- Lizzie, será que você pode convencer o Bill a nos levar pra passar as férias nas ilhas Malvinas? Eu sempre quis ir pra lá e o Georg disse que é bem legal! – eu disse, super feliz com a idéia.

Elizabeth pareceu não entender o que eu disse. Que menina mais estúpida!

- Pra onde você quer ir, Tom? – ela perguntou.

- Pras Ilhas Malvinas! Sabe, aquele lugar que todas as celebridades que nadam na grana vão! – eu disse, irritado com a tolice da garota.

Lizzie desatou a rir no meio da confeitaria e isso me fez ver a vergonha que ela estava passando comigo agindo feito uma criança ao seu lado.

- Do que você ta rindo, sua débil? – eu perguntei tentando fazê-la ficar quieta.

- Tom, eu nunca ouvi falar de ilhas Malvinas na minha vida! – disse ela, se matando de rir.

Agora eu me indignei! Alem de ser burra ela ria da própria estupidez?

- Então eu não sei por que você ainda vai pra escola! Se não te ensinam nem onde ficam as ilhas...

- MALDIVAS, Tom! Maldiiivas! Não existem ilhas Malvinas, pelo menos não até onde eu sei! – disse ela chorando de tanto rir.

PQP! Erro meu! :x Só porque eu pensei que dessa vez faria a Samara pagar de idiota, quando o idiota maior fui eu!

Não que eu vá admitir isso para ela, óbvio!

Dei de ombros.

- Tanto faz, também! Meu Deus, que escândalo! Eu só errei um pouco o nome da ilha! Grande porcaria! – eu disse virando os olhos, fingindo que não me importava.

- É, tudo bem, Tom. Tanto faz mesmo. Agora, me diz: por que você quer ir pras ilhas Maldivas? – perguntou ela.

A essa altura, depois de toda a pequena confusão com a porcaria da ilha, já estávamos quase sendo atendidos, finalmente.

- Eu não sei. Porque parece ser um lugar legal? – eu disse em forma de pergunta. E eu lá ia saber por que eu queria ir pra essa ilha que eu nem sabia o nome! Eu só quero ir mesmo porque o Georg foi!

Lizzie bufou pela minha falta de resposta e no momento a mulher nos chamou para pegarmos nossa encomenda, finalmente podendo ir pra casa.

- Viu, Lizzie? Não foi tão ruim vir pegar as encomendas comigo! Eu não contei nenhuma história indesejada! – eu disse satisfeito comigo mesmo que ela não tinha do que reclamar.

- Tudo bem, Tom! Meus parabéns por ter conseguido se controlar! – disse ela, só não batendo palminhas por estar com uma torta na mão.

No entanto, isso me lembrou algo...

- Falando em se controlar...

- CALA A BOCA, TOM! – disse ela desesperada. Apenas ri, sabendo que essa seria sua resposta.

P.O.V. BILL

Estava começando a ficar nervoso. Já fazia quase duas horas que o Tom e a Lizzie tinham saído apenas para pegar as encomendas! Como se pode demorar tanto só para pegar alguns petiscos e a sobremesa?! E o pior de tudo é que a Lizzie trancou o quarto e levou a chave junto, só pra eu não poder pegar a maquiagem dela emprestada!

Porque sim, eu ando meio preguiçoso e não saio mais pra ir no shopping comprar maquiagem sabendo que tenho praticamente um estoque no quarto ao lado!

O problema é que a dona do estoque não me deixa usar!

Seis e quarenta. Eu vou pirar, definitivamente.

- Chegamos! – anunciou Tom abrindo a porta com algumas caixas para deixar a Lizzie passar com a torta.

Assim que vi a Lizzie, parecia que o mundo tinha se transformado apenas nela, em mim e no espaço que nos separava.

- LIZZIE! – gritei correndo na sua direção, esquecendo de tudo e de todo o resto.

Lizzie olhou na minha direção e arregalou os olhos, parecendo desesperada.

- A TORTA, BILL! – ela gritou como se aquilo me fizesse parar.

Chegando bem à sua frente, parando a uns dois centímetros, tirei a torta de suas mãos e empilhei em cima das caixas que o Tom já estava carregando.

- HEY! – exclamou ele indignado.

Abri um sorrisão largo, nunca tendo deixado de encará-la e lhe dei o abraço mais apertado da minha vida.

- Que bom que você voltou! – exclamei ainda abraçando-a.

Todos (minha mãe e o Tom) nos encararam como se vissem uma miragem e Lizzie permanecia estática.

Até que finalmente ela tomou uma atitude.

- BILL! TIRA A MÃO DA MINHA BUNDA NESSE EXATO MOMENTO! – gritou ela tentando se soltar de mim.

Minha sorte que na hora que ela resolveu se colocar na defensiva eu já tinha conseguido pegar a chave de seu quarto que estava no bolso traseiro de sua calça jeans e voltei a correr em direção ao seu quarto, feliz da vida com a chave que me dava passe livre ao mundo da maquiagem nas mãos.

Só ouvi a Lizzie bufando às minhas costas e podia apostar que ela tinha cruzado os braços na altura do peito, brava comigo pelo que fiz.

Quando estava entrando no quarto, ainda pude ouvir o Tom falando algo como:

- Depois dizem que eu sou o gêmeo que não presta! – e em seguida, ele riu.

P.O.V. Elizabeth

- Lizzie, você está pronta? – perguntou Bill entrando no meu quarto sorrateiramente. Dei um pulo com o susto e o encarei com os olhos semicerrados. Ainda estava brava pelo que ele me fez hoje mais cedo na hora que cheguei em casa com o Tom.

No entanto, vendo-o no meu quarto e ouvindo a movimentação no outro lado da porta me dei conta de um outro detalhe.

- Seu estúpido! O que você está fazendo aqui? Pirou de vez? A casa está quase cheia! Se nos pegarem...

- Relaxa, Lizzie! Minha mãe ainda está no quarto, Tom deu uma saída e o Gustav ainda não chegou. Os únicos que estão aqui é o Georg e a Claire que estão se amassando no sofá com a televisão falando sozinha – disse Bill vindo parar atrás de mim, que estava sentada no banquinho da penteadeira.

Dei de ombros e voltei a colocar meus brincos, ignorando Bill que continuava atrás de mim.

Quando fui colocar meu colar, acabei com um pouco de dificuldades devido ao meu cabelo solto, então Bill fez questão de tirá-lo das minhas mãos, afastar meu cabelo e colocá-lo pra mim. Continuei sem esboçar nenhuma reação, o que o fez suspirar.

[Roupa da Lizzie: http://www.polyvore.com/lizzie_natal/set?id=24209366 ]

- Você realmente ficou chateada com o que aconteceu mais cedo, não é? – perguntou ele o óbvio.

Virei para olhá-lo de frente, não pelo espelho.

- Você tem alguma duvida? Primeiro me faz ficar desesperada por causa do bolo, depois me faz ficar apavorada ao pensar que você ia deixá-los descobrir sobre nós e em seguida, quando eu começo a achar fofo você sentir a minha falta, apesar de eu só ter saído por duas horas, eu descubro que você na verdade sentiu falta do meu quarto, onde podia ser encontrada minha maquiagem! Nunca pensei que você fosse assim, Bill! – eu disse cruzando os braços, num sinal que pedia distância, pois eu continuava magoada com ele.

Bill ficou sem saber o que dizer. Nem eu saberia, apesar de duvidar que fizesse uma coisa dessas com alguém.

Então, do nada, ele começou a rir.

- Perdeu a vontade de viver, Bill? Quer que eu te mate agora ou prefere esperar para ganhar os presentes e jantar? – eu pedi me levantando e ficando de frente para ele, diminuindo a nossa diferença de altura, que ainda era meio grande, já que o Bill era um poste, especialmente de salto.

- Desculpa Lizzie! Mas eu não sei o que fazer! Nunca pensei que você ficaria tão chateada comigo por uma coisa dessas! Você está de TPM? Eu juro que nunca imaginei você tão sentimental! Sei que é normal para mim ser assim, mas ao ver que os papeis foram invertidos hoje, acho que isso me deixou meio confuso demais – disse ele ainda rindo um pouco.

Fiquei estática, absorvendo as afirmações que Bill tinha feito e cheguei à conclusão de que isso totalmente era verdade! Eu nunca era tão sentimental assim!

- Você tem razão! Eu estou sendo totalmente estúpida! – eu disse, me indignando comigo mesma pelo meu excesso de sentimentalismo.

Essa foi a vez de Bill ficar ofendido e brabinho. Agora sim estávamos de volta ao padrão!

- Não tem nada de errado em ser sentimental! – disse ele cruzando os braços e fazendo bico.

Sorri de lado. Adorava quando ele fazia esse bico. Dei-lhe um selinho.

- Realmente! Desde que esse sentimentalismo não esteja vindo de mim! Eu gosto do Bill sentimentalista, por incrível que pareça – eu disse sorrindo e passando meus braços em torno do seu pescoço, fazendo-o sorrir também e descruzar os braços para pousá-los em minha cintura.

- Prefiro quando você age normalmente! É muito estranho ter alguém mais sentimental que eu por perto – disse Bill encostando nossas testas e eu tive que rir.

- Tudo bem, Bill! Isso está ficando demais! Vamos para a sala antes que alguém dê por nossa falta e acabe vindo nos procurar – eu disse tentando fugir desses momentos estranhos.

Bill deu aquele sorrisão de criança que ganhou doce e me beijou, antes de me tocar para fora do meu próprio quarto.

Virei os olhos. Era óbvio que ele ia dar uma retocada na maquiagem com os MEUS produtos.

P.O.V. BILL

- Onde é que ta o estúpido do seu irmão, Bill? – pediu Lizzie pela décima quinta vez, bufando.

Suei frio. Ela estava ficando estressada e o Tom não tinha jeito de chegar nunca!

- Ele disse que tinha que sair, Lizzie! Daqui a pouco ele volta! Tenha um pouco de paciência – eu pedi.

Minha mãe olhou na nossa direção desconfiada da nossa proximidade e eu apenas dei de ombros. Óbvio que a dona Simone iria desconfiar de alguma coisa, mas como ela não tinha provas, ela preferia apenas ficar na dela.

De repente (para a graça do meu santo Senhor que não quer me ver apanhar da Samara hoje), a campainha tocou.

- PQP! Quem pode ser a essa hora? – disse Elizabeth estressada.

Deus do céu! Que garota estressada!

- Não sei, Lizzie! Porque você não levanta para ir ver quem é? – eu disse com um sorriso de orelha a orelha.

O pior é que meu sorriso não a incentivou. Ela apenas me lançou um olhar assassino e foi atender a porta, resmungando.

E então, quando a porta foi aberta, eis que surgiu um Papai Noel de quase um metro e noventa, uma barriga torta e baixa demais, uma barba toda esfiapada e com falhas e com uma roupa verde.

- Ho, ho, ho! Feliz Natal! – disse o Papai Noel pondo as mãos para cima, para enfatizar suas palavras, mostrando seus braços finos e jovens e jogando sua sacola do outro lado da sala.

Todos ficaram em silencio apenas observando o Papai Noel mais ridículo do mundo. A cena era tão esdrúxula, que não dava nem vontade de rir, e sim de chorar!

Lentamente Lizzie começou a encarar o Papai Noel com sua encarada que chegava a congelar a ponta do nariz da pessoa e eu juro que pude ver o Papai Noel tremer da cabeça aos pés.

- Tom, você está bêbado DE NOVO? Bem na noite de Natal?! Não dava pra ficar sem beber SÓ ESSA NOITE? Seu inútil! E a gente te esperando pra começar o jantar! Eu devia era te colocar pra rua e deixar você dormir na casa do cachorro da vizinha! – disse a Samara indignada com o Tom.

Pobre Tom.

- EU DISSE QUE ISSO NÃO IA SERVIR PRA NADA, SEU BANDO DE IDIOTAS! – gritou o Tom descontrolado, tirando a barba que devia incomodar e jogando ela no chão, tirando também o gorro e o travesseiro da barriga. – Eu tinha certeza que ela não acreditava mais nesse velho gordo!

É, nem tão coitadinho assim.

- Será que alguém pode me explicar o que está acontecendo? – pediu minha mãe bem perdida no meio da discussão.

- É, eu também gostaria de saber! – Elizabeth disse batendo a porta da frente, depois que o Tom entrou.

Suspirei. As duas, ou melhor, as três, contando com a Claire, nos matariam!

- É o seguinte... – comecei.

FLASHBACK

- Qual a crise da vez, Bill? – pediu Tom entediado.

Olhei pra ele fuzilando-o.

- Não há crise dessa vez, Tom! Eu só tenho algo para discutir que possivelmente é do interesse de todos vocês – eu disse.

- Tudo bem, Bill, e do que se trata? – pediu Gustav mordendo seu papai noel de chocolate.

- Lizzie – eu disse simplesmente e plantei um sorriso de orelha a orelha no rosto. Era óbvio que isso chamaria a atenção de todos.

Na mesma hora todos os três pares de olhos que estavam comigo naquela sala focaram sua atenção na minha pessoa glamorosa.

- Qual é o problema com a Lizzie? – pediu Tom na mesma hora.

Aham, sei que ele não a suporta!

- Fala logo, Bill! Não enrola! Ela foi expulsa da escola? O que ela aprontou? Por favor, me diz que ela não botou fogo na professora de biologia! – pediu Georg, desesperado.

Ainda bem que a Samara passa uma bela impressão ¬¬ Bem a minha cara arranjar essas garotas problemáticas! Não sei nem porque continuo mentindo nas entrevistas e dizendo que o meu tipo são as românticas! Olha pra cara de marginal da Elizabeth!

- Não Georg, ela não foi expulsa! Não é nenhum problema físico, de saúde ou de conduta. É mais um problema com o psicológico – eu disse, tentando começar a explicar, mas algumas pessoas simplesmente amam me interromper.

- Ah, Bill! A gente já sabia que a Lizzie era psicopata! Mas é só fazer ela tomar o remedinho bem direitinho que não precisaremos colocá-la num hospício! – disse Tom se jogando novamente no sofá.

Meu senhor amado! Eu não mereço um irmão tão burro!

- Tom, eu vou fingir que você não disse nada – eu disse sem voltar a olhar pra ele.

- Tudo bem, Bill! Para de enrolar e fala logo! Qual é o problema? – pediu Gustav largando seu chocolate um minuto e olhando-me impacientemente.

Até que enfim alguém são nessa joça!

- Tudo bem, gente! Acabou a brincadeira...

- A gente tava brincando? – pediu meu irmão estúpido.

Ignorei.

- Vocês sabem que amanhã é véspera de Natal, certo? – perguntei, afinal nunca se sabe o tipo de resposta que se vá ter dessas pessoas.

Todos assentiram, para meu alivio.

- Então... Eu tava pensando...

- Você pensa?! – perguntou meu irmão ironicamente.

- Sim, Tom. Pela graça de Deus eu sou o gêmeo que nasceu com cérebro.

Tom apenas fechou a cara.

- Vocês sabem que Elizabeth sempre teve uma infância difícil com aquela mãe vadia e o pai sempre ausente...

Todos assentiram novamente, me incentivando a continuar.

- Bem, eu acho que a gente devia fazer uma surpresa pra ela e trazer o Papai Noel na noite de Natal! *-* - eu conclui bem feliz.

Os três me encararam ceticamente. Fechei meu sorriso meio confuso.

- O que foi? – eu perguntei sem entender suas caras.

- Você não acha que a Lizzie está meio crescidinha para acreditar no bom velhinho? – pediu Georg incrédulo.

Como assim o Georg incrédulo? Quem devia estar incrédulo era eu pela falta de sensibilidade desses desalmados! Pobre da Samara!

- Gente! A Lizzie nunca deve ter tido um Natal decente! Imaginem: ela sozinha, aos quatro aninhos, na noite de natal com uma babá velha e resmungona, esperando ansiosamente na porta o Papai Noel chegar... – fiz uma pausa dramática, olhando-os, super concentrados na minha historinha emocionante.

“... o problema é que ele nunca chega, pois quando bate meia noite e o dia 24 se torna dia 25, a babá lhe pega no colo reclamando da sua hérnia de disco e a leva para uma saleta cheia de presentes dizendo para ela se divertir abrindo os presentes e que em quinze minutos ela voltaria para buscar a pequena Lizzie para comer o jantar e depois dormir...

A essa altura o Tom e o Georg estavam agarrados no sofá, consolando um ao outro e o Gustav estava sentado agarrado em seu chocolate com todas as forças.

“...então a pequena Lizzie olha com seus olhinhos verdes demoniacos para a pobre babá e pergunta inocentemente: o papai Noel não virá me dar os meus presentes? E sua babá vira os olhos, sem paciência com a pequena menina, lhe dizendo que ele não teve tempo para passar dessa vez, mas que talvez no próximo ano ele viria...

Fiz uma pausa dramática, olhando para os três significativamente e suspirando ao final.

“... o problema é que o Papai Noel nunca vinha, mas a pequena Elizabeth continuava a esperá-lo, com a vaga esperança de que ele aparecesse para lhe entregar os seus presentes.”

Ao terminar de descrever aquela cena, os três já estavam todos abraçados no sofá, quase se debulhando em lagrimas.

- Pobre Samara! – disse Georg com uma voz chorosa.

- Vamos dar essa grande alegria à Lizzie! – exclamou Tom, levantando do sofá, dando uma de justiceiro. ¬¬

Não, Tom. Fica quietinho! Isso não combina com você!

- Eu acho que esse Natal tem que ser o Natal mais perfeito para a Lizzie até agora! – disse o gordinho.

Sorri abertamente.

- É isso aí, gente! Esse é o espírito! Agora... Quem será o Papai Noel? – perguntei hesitante.

Pronto, eu sabia que isso iria desandar!

Na mesma hora os três soltaram-se no sofá e me encararam com cara de tacho.

- Eu não! – os três responderam juntos.

Suspirei. Isso seria mais difícil do que eu teria imaginado!

- Vamos lá, gente! Alguém precisa ser o Papai Noel! – eu disse tentando parecer animado.

- Por que você não faz o Papai Noel, então? – perguntou Tom.

Bufei.

- Olha a minha finura! Eu não posso ser o Papai Noel! O bom velhinho supostamente é pra ser gordinho, e não um morto da fome com anorexia! – eu disse mostrando a finura das minhas canelas para eles entenderem.

- Então... se tem que ser alguém gordinho, acho que tem que ser o Gustav! – disse Tom apontando outra pessoa.

- Por que eu? Você sabia, Tom, que descriminação pela forma das pessoas é crime? Eu vou te denunciar! – disse Gustav apontando seu Papai Noel meio mordido para o Tom, como uma ameaça.

Tom virou os olhos.

- Tudo bem, Gustav! Eu só acho que dentre nós quatro, você é o mais certo para fazer o Papai Noel salvador da pátria da Lizzie! – disse Tom tentando... bem, nem eu sei o que o Tom estava tentando...

- É, bem... Quem sabe o Georg não faz? – disse Gustav, irredutível.

... Eu só sei que o que quer que o Tom tentou fazer...

- Não vai dar! A Claire vai vir passar o Natal conosco desta vez e não vai ser legal deixá-la sozinho logo de primeira. Quem sabe o Tom?

- O QUE?! EU?! – gritou Tom bravo.

- É uma boa idéia! O Tom é alto, é fortinho, nunca está em casa e a Lizzie acharia absolutamente normal ele desaparecer de uma hora para outra! – exclamei, empolgado.

- Então fechou! O Tom será o bom velhinho e essa reunião está acabada! – disse Gustav já se levantando do sofá e se espreguiçando.

- De modo algum! Eu me nego a ser o Papai Noel! – exclamou Tom revoltado.

- Queeee se nega porcaria nenhuma! Ta pensando que é gente pra decidir alguma coisa? Se enxerga, Tom! – exclamou Georg dando um tapão na nuca do Tom.

- Ótimo! Tom, você se encarrega de conseguir a fantasia, um saco de Papai Noel e de levar os presentes! – eu disse estalando os dedos.

- E vocês? Farão o que? – perguntou Tom incrédulo.

- Eu? Nossa, eu tenho muita coisa pra fazer! Eu tenho que fazer o cabelo, as unhas, minha maquiagem, ir na costureira pra ela fazer minha roupa...

- Vai se ferrar, Bill! – exclamou Tom levantando do sofá e saindo da sala, indo se trancar no quarto todo brabinho.

Nós três que ainda estávamos na sala apenas rimos.

... bem, não deu NADA certo!

FIM DO FLASHBACK

As três mulheres que se encontravam naquela sala conosco, ouvindo atenciosamente eu relatar os fatos continuavam boquiabertas mesmo depois de ter terminado.

No entanto isso não durou muito, já que Elizabeth começou a ficar um tomate e dava até para ver fumaça sair de seus ouvidos, tamanha sua fúria.

Na mesma hora arregalei os olhos e corri para me esconder atrás do Georg.

Agora vocês perguntam: por que atrás do Georg?

Simples! Porque o Georg é fortinho e não periga apanhar da Samara, diferente de mim e do Tom, e como eu não confio no Gustav para me defender...

- BIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIILL! – gritou Lizzie descontrolada já correndo pra cima de mim e do Georg. Me encolhi o máximo que pude atrás do Georg, esperando que ele amansasse a fera.

- Calma, Lizzie! Vamos todos nos acalmar, nos sentar, fechar a porta da frente, NÉ TOM?!, e conversar sobre isso! – pediu Georg desesperado com a força que a menina tem quando está furiosa.

Eu bem conheço essa força.

P.O.V. TOM

É, ver o Bill quase apanhando foi tão bonito que eu podia me vestir de Papai Noel de novo e de novo só pra ver essa cena!

- Tudo bem, agora que conseguimos fazer a Lizzie não matar o Bill... alguém me explica qual o problema? A gente só estava querendo te deixar feliz, Lizzie! Que ingratidão a sua querer bater no Bill por tentar fazer o seu Natal feliz! – disse Georg confuso.

Elizabeth lançou um olhar mortal para o Bill e meu irmão se encolheu todo do outro lado da sala. Nem a pau que colocariam os dois sentados perto sendo a Samara quem é, apesar dos meus protestos de que não teria problema.

- Você quer saber por que eu estou brava, Georg? Eu vou dizer então o porquê de eu estar tão brava e sinceramente espero que vocês fiquem ainda mais bravos que eu! O problema é: o Bill MENTIU pra vocês! Ele inventou aquela historinha do Natal miserável para fazer vocês ficarem comovidos e fazer o que ele quer! Porque o Bill é assim, um manipulador! Quando as coisas não saem como ele quer, ele simplesmente pega e muda as coisas de modo que fiquem boas para ele! O meu Natal nunca foi a melhor coisa e sim, a maior parte do tempo eu passava sozinha com a minha babá – que por sinal era bem bonitinha e querida comigo – e eu NUNCA acreditei em Papai Noel! Eu sou cética desse jeito desde o dia em que minha mãe me colocou no mundo! – ela disse, no final cruzando os braços e fuzilando o Bill, que estava ainda mais encolhido num canto e com uma cara de magoado.

Espera aí! Era tudo mentira?

- Ah, Bill Kaulitz! É hoje que você vai cantar de galo lá no inferno! – eu disse levantando do sofá, arregaçando as mangas, pronto pra partir pra cima do meu irmão.

De canto de olho enxerguei o Georg também levantando, P da vida com o que o Bill nos fez fazer.

Bill se encolheu ainda mais (isso é possível?) e fechou os olhos, pronto pra surra que iria levar.

- PARADOS OS DOIS! – gritou a pessoa que eu menos esperava que fosse intervir: Claire.

Eu e Georg paramos na mesma hora e a encaramos, atônitos.

- O que foi agora, Claire? Eu estou pronto pra dar a surra que eu espero dar no Bill à 20 anos e você me interrompe? Espero que o motivo seja muito bom! – eu disse bravo.

- Ninguém vai bater em ninguém! É noite de Natal e acredita-se que é um momento onde todos deveriam ter paz, não ficar se socando e se zangando com os amigos, irmãos ou o que quer que seja! Georg, você vai sentar aqui do meu lado e só vai levantar essa sua bunda grande quando for pra entregar os presentes e se servir para comer! E você, Tom, espere um novo momento para bater no Bill e vá se sentar do lado da Simone que está quase entrando em colapso por ver os dois filhos querendo se matar justo quando ela está por perto! – disse Claire dando discurso.

Bufei, mas ao ver que minha mamis estava realmente quase tendo um treco eu fui me sentar ao seu lado, como um pau mandado, assim como Georg.

Assim que nos aquietamos nos nossos devidos lugares, Bill deu uma relaxada, espichando-se na poltrona em que estava sentado, sem ver que Lizzie estava se aproximando e, quando ia abrir os olhos e dar um sorrisão, seu rosto virou para o lado esquerdo, devido ao tapa que a Samara lançou em seu rosto.

- LIZZIE! – exclamou Claire surpresa com a atitude da Samara.

Eu e Georg sorrimos entre nós, felizes com o fato da Lizzie ter feito justiça enquanto nós não pudemos.

- Você sabe que merecia muito mais que esse mísero tapa, e é melhor você agradecer a Deus por Claire ter feito aqueles dois se aquietarem, mas de mim você não escapa, Bill. Conversaremos mais tarde e não espere nada de muito agradável – disse Lizzie apontando o dedo no nariz do Bill que a encarava boquiaberto, com os olhos arregalados e a mão direita cobrindo a área do rosto em que a Samara lhe bateu.

Agora feliz com a justiça feita, resolvi quebrar o clima de tensão.

- E então, o que vocês acham de jantarmos? Eu sei que a tradição diz que primeiro abrimos os presentes e só depois jantamos, mas eu estou absolutamente morto de fome, então será que podemos inverter? – pedi implorando.

Primeiramente todos me olharam como se tivesse nascido um chifre no meio da minha testa, o que eu achei bem estranho, já que eu não tenho uma namorada, mas logo eles foram se acalmando e, fora a Lizzie e o Bill, riram do que eu disse, levantando da sala e indo para a sala da frente, onde estavam todos os salgadinhos e as coisas maravilhosas que minha mamis tinha encomendado ou feito.

 P.O.V. Elizabeth

- Sabe Bill, as coisas estão ficando cada vez mais complicadas. E o pior é que não são nem os outros que estão acabando com o que temos, e sim nós dois – eu disse sem olhá-lo, apenas encarando a porta de correr que no momento estava fechada, esperando que assim permanecesse, pelo menos enquanto essa conversa desagradável não acabava.

De canto de olho vi Bill me encarando atônito, surpreso pelo que eu estava dizendo.

Então, após digerir minhas palavras, ele baixou a cabeça, triste.

- Você não pode fazer isso comigo, Lizzie – ele disse baixinho, de modo que eu mal consegui ouvir.

Ao olhar discretamente para ele, vi que Bill mantinha a cabeça baixa, esperando que eu não pudesse ver sua expressão sofrida.

Isso meio que me cortou o coração. Afinal, por mais que pareça, eu não sou de pedra e realmente gosto e me importo com ele.

- A gente não está dando certo, Bill. Isso que ainda estamos escondidos, totalmente sem compromisso. Eu imagino se não será muito pior quando assumirmos. Eu acho que não somos maduros o suficiente ainda para um relacionamento ou para nos importarmos com os sentimentos de outra pessoa que não nós mesmos – eu disse virando o rosto, não querendo olhá-lo. Mordi o lábio forte, tentando não começar a soluçar.

Ouvi uma pequena movimentação ao meu lado e em seguida Bill estava na minha frente, segurando meu rosto com suas duas mãos firmemente, fazendo-me olhá-lo nos olhos.

- O inferno que não somos maduros o suficiente! Eu tenho vinte anos e praticamente levo o Tom nas costas enquanto você teve que amadurecer muito mais cedo pela falta dos pais! Se existem duas pessoas maduras nesse mundo somos nós! Eu sei que talvez a gente esteja fazendo as coisas meio erradas, mas eu tenho certeza que se quisermos a gente dará um jeito de fazer isso funcionar! – ele disse com o olhar desesperadamente buscando o meu.

- Eu não sei mais se tem como isso funcionar, Bill – eu disse tentando olhar pro lado, não querendo encará-lo.

- Olhe pra mim! – ele exclamou ao ver que eu tentava fugir. Como raras vezes acontecem, eu obedeci. – Escuta bem o que eu vou te dizer: eu sei que você ficou brava com o que eu fiz porque fez você parecer uma criança, e eu sei o quanto você odeia que te tratemos como criança, mas você tem que entender que é muito importante pra mim, Elizabeth! Eu só estava tentando te proporcionar o que eu tenho certeza que os seus pais não te proporcionaram! Eu peço desculpas pelo que fiz e sim, eu sei que mereci aquele tapa, mas eu não quero que o que a gente tem acabe. Eu PRECISO que você nos dê outra chance, Lizzie. Por favor!

A essa altura eu já estava chorando como uma criança. Às vezes eu pensava seriamente que Bill era bom demais para mim. Sim, ele tinha seus defeitos que me irritavam profundamente, mas suas qualidades se sobressaiam, não adiantava brigar ou discutir, muito menos me irritar, eu sabia que ele era uma das melhores coisas que tinham me acontecido até agora.

Segurei suas mãos que ainda estavam segurando meu rosto com as minhas, apertando firmemente.

- Bill... – eu disse chorosamente, fazendo com que saísse mais como um pedido.

Logo ele soltou meu rosto e me abraçou fortemente e eu o abracei de volta, nunca mais querendo soltar.

Ficamos um tempo assim, um chorando no ombro do outro, fortemente abraçados.

Assim que nos acalmamos, cedemos o abraço e olhamos um para o rosto do outro, tudo borrado de maquiagem e rimos da pequena cena que fizemos. Bem do nosso feitio criar um problemão desses.

Então não foi nenhuma novidade quando Bill deixou de rir, assim como eu e começou a encarar meus lábios, intercalando olhares entre minha boca e meus olhos e logo em seguida me beijando da melhor forma possível para acabar de vez com uma discussão com direito a drama e lagrimas. Quando vi ele já tinha me levado do meio da sala e me prensado na parede atrás da poltrona em que ele estava, com as mãos passando por meu corpo, enquanto eu mantinha as minhas em sua nuca, puxando seus cabelos cada vez mais forte.

- Lizzie, Bill, eles querem saber... MEU DEUS! – pronto, era tudo o que precisávamos para acabar de vez com o clima! Nos separamos rapidamente, no entanto o meu pobre Gust já estava no chão desmaiado.

Eu e Bill nos entreolhamos.

- Pronto! Matamos o gordinho! – disse Bill e eu lhe lancei um olhar reprovador. Não era hora para brincadeiras!

P.O.V. BILL

- Ele vai ficar bem? – perguntava Elizabeth preocupada.

Virei os olhos. É claro que o Gustav ia ficar bem! Nós dois é que não ficaríamos caso não estivéssemos ao lado dele sozinhos quando ele acordasse!

- Sim, Lizzie! Não se preocupe com isso! A pressão só caiu – disse Claire absurdamente calma.

Para o caso de alguém não saber, a Claire está fazendo faculdade de medicina.

- Eu acho melhor nós deixarmos a entrega dos presentes para amanha de manha! Essa claramente não é nossa noite! – disse Tom, me fazendo dar graças a Deus por ter um irmão tão tapado e tão egoísta que só pensa em seu cansaço.

- É verdade! Estou tão cansada... Vocês não se importam, não é meninos? Eu prometo que farei um café da manhã bem delicioso para todo mundo e logo em seguida abriremos os presentes! O que acham? – disse minha mãe.

É isso aí, mamis! *-*

Todos concordamos e então começamos a nos dividir em quartos e sala.

No final, ficou a minha mamis e a Lizzie no quarto da Lizzie, o Georg e a Claire no meu quarto e eu, o Tom e o Gustav no quarto do Tom, o que no fim ficou perfeito, pois como eu tenho o sono leve, eu saberia a hora em que o gordinho despertasse para poder ter uma palavrinha com ele que não o fizesse abrir a guela.

- Tudo bem, agora quem carrega o Gust pro quarto? – pediu Lizzie olhando diretamente pra mim.

Por que todo mundo SEMPRE olha pra mim? Olha o meu tamanho! Eu não levanto nem uma perna do Gust!

- Para de olhar pra mim, Elizabeth! Eu quase não tenho força nem pra te carregar, que dirá pro Gustav, que deve pesar o dobro! – eu disse.

E no final...

- Há! Adivinha pra quem sobrou? Pros dois burros de carga de sempre: eu e o Georg! Sabe Gezão, ta na hora da gente começar a cobrar pelo serviço pesado que mandam a gente fazer! – reclamou Tom.

- Fica quieto antes que piore, Tom! Eu só quero ir dormir! – disse Georg ralhando com meu irmão.

Ele apenas colocou um bico contrariado no rosto e foi levar o Gust pro quarto.

BEM MANDADO!


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