Generation escrita por Marih Yoshida


Capítulo 2
Um novo parceiro


Notas iniciais do capítulo

Olá! Obrigada a quem comentou, fiquei muito feliz mesmo!



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POV Percy

Eu estou deitado na frente de uma loja de bugigangas fechada chorando. Quando eu acordei hoje de manhã não podia nem imaginar que tudo isso aconteceria. Como eu vou me virar? Eu sinceramente não sei. O idiota aqui nem mesmo pegou dinheiro. Não sei se tenho talento, nem sei se tenho tempo para descobrir se tenho algum talento. Só quero voltar a ter cinco anos de novo, quando minha mãe me levava nos lugares e me dizia que eu seria um ótimo homem algum dia. Como, se tudo o que me resta agora é uma pequena mochila com meus pertences? Encarando a realidade, eu sou um morador de rua. Tudo o que posso fazer é pedir as pessoas, não é?

Eu estava tão assustado que nem percebi que consegui correr até aqui movido pela adrenalina. Percebo agora que estou morrendo de sono, com as pernas doendo e cansado. Cansado de correr, cansado de chorar, cansado de pensar. Decidi me entregar para o sono.

Acordei com alguém gritando alguma coisa para mim. Uma mulher está gritando para que eu saia da frente da loja dela. Suspiro e jogo minha mochila no ombro, hoje vai ser um longo dia.

Eu estou andando a poucos minutos e acabei em uma praça. Resolvo me sentar, já que não tenho para onde ir mesmo. Olhei para o centro, tem dois adolescentes ali. Eles parecem ter a minha idade. Uma garota de cabelos negros e olhos eletricamente azuis e um garoto também de cabelos negros e muito pálido. O garoto pegou o violão e se sentou um um dos bancos e a garota colocou uma caixa de papelão no chão. Ele começou a tocar e ambos a cantar, percebi que eles estão tentando ganhar dinheiro, será que são obrigados a isso ou fazem porque gostam?

Me aproximei deles. A voz dos dois é realmente impressionante. Porque com tanto talento eles tentam ganhar dinheiro na praça? Mais e mais pessoas chegaram para ouvi-los, e percebi que eles estão conseguindo bastante dinheiro com isso. Me sentei em um banco próximo a eles e passei o dia inteiro escutando-os, se eu tivesse pelo menos um pouco de dinheiro eu até colocaria ali, mas eu não tenho.

Quando o céu escureceu, os dois começaram a arrumar as coisas. A garota se sentou ao lado do menino e começou a contar o dinheiro que tinha na caixa. Acidentalmente eu acabei escutando uma conversa deles.

– Será que pelo menos por aqui tem um lugar melhor do que aquele motel? Eu nem acredito que aguentamos dois dias lá. - O menino disse. - Eu não estava a fim de dormir na rua de novo, nem de andar até aquele lugar.

– Não sei. - A garota disse. - E eu não estou a fim de perguntar para uma senhora de novo. Da última vez eu fiquei parecendo um tomate.

– Quem sabe dessa vez a gente não dá sorte e a pessoa pensa que somos irmãos?

– Ele perguntou. - Temos dinheiro para que?

– Nós temos dinheiro para dormir em algum lugar por pelo menos três dias, para duas refeições e podemos comprar alguma coisa de dois reais cada um. - Ela disse rapidamente.

– Acho que é melhor guardarmos. - O garoto disse entediado. - Quanto ao lugar para dormir, podemos procurar depois de comer? Eu estou com fome.

– Eu também estou. - Ela disse. - Vamos procurar por aí algum lugar para comer.

Ele colocou o violão nas costas e a mochila no ombro. Ela pegou sua mochila e colocou a caixa dentro dela, depois jogou a mochila no ombro. Os dois começaram a andar. Por falar em comida, estou morrendo de fome.

Então eles também não tinham uma casa. Será que tinham fugido? Resolvi ir lá falar com eles. Acho que pior que está não fica. Então segui os dois até um pequeno café. Os dois se sentaram em uma mesa um pouco mais afastada. Respirei fundo fundo e fui até eles.

– Com licença. - Eu disse quando me aproximei, os dois olharam para mim. - Eu vi a apresentação de vocês, foi incrível!

– Obrigada. - A garota disse sorrindo. O garoto apenas concordou com a cabeça sorrindo também.

– Vocês não tem uma casa não é? - Perguntei. Os dois se entreolharam.

– Não. - O garoto disse por fim.

– Eu também não tenho uma. - Disse. A garota me olhou. - Fugi de casa hoje.

– Nós dois fugimos a alguns dias e nos esbarramos por acaso. - A garota disse. - Você tem algum talento?

– Não sei, nunca tive alguém para dizer que eu era bom em alguma coisa além da minha mãe. - Eu disse dando de ombros. - Já fiz aula de teatro, acho que é nisso que sou melhor.

– Acha que pode entreter alguém em um lugar aleatório? - Ela perguntou.

– Provavelmente. - Eu disse dando de ombros. - Porque?

– Se meu parceiro concordar, você poderia tentar entreter pessoas enquanto cantamos. - Ela disse e olhou para o garoto.

– Thalia, nós não estamos conseguindo nem sustentar nós dois direito. - Ele disse.

– Podíamos nos separar, Nico. - Ela disse. - Ele fica em um lugar e nós dois em outro. De algum jeito, ganharíamos mais dinheiro.

– E quanto ao lugar que vamos dormir? - O garoto perguntou. - Você não acha que vamos conseguir entrar em um motel com três pessoas né?

– Sei lá, algum de nós pode entrar depois e pedir um quarto separado. - Ela disse com os olhos brilhando. O garoto suspirou.

– Você não vai desistir não é? - Ele perguntou. A garota balançou a cabeça negativamente. - Tudo bem.

– Então, bem vindo ao... sei lá não temos um nome. - Ela disse. - Sou Thalia Grace, e ele é Nico di Ângelo

– Obrigada. - Eu disse agradecido. - Sou Percy Jackson.

Thalia se levantou e se sentou ao lado de Nico e disse para eu me sentar onde ela estava sentada antes. Nós começamos a conversar e eles me pagaram um café.

– Hey Percy, você conhece essa área? - Thalia me perguntou.

– Não, eu estava correndo sem direção e acabei parando aqui. - Eu disse.

– Estamos procurando um lugar para dormir. - Nico disse. - Espero que tenha, nem pensar que eu volto para aquele lugar!

– Não reclama, nós já dormimos aproximadamente cindo dias em calçadas. - Thalia disse. - Aquela cama era um luxo perto disso.

– Você fala isso porque não ficou espirrando a noite toda. - Ele disse emburrado. - Vou perguntar para a atendente se ela sabe onde tem um hotel.

– Aproveita que ela está dando em cima de você. - Thalia disse. Nico riu.

– Pode deixar. - Ele disse e foi em direção ao balcão.

– Desculpa, é que ele está bem cansado hoje. - Thalia disse para mim. - Nós andamos muito.

– Tudo bem. - Eu disse dando de ombros. - Vocês se conhecem a muito tempo?

– Só a mais ou menos uma semana. - Thalia disse. - Ele me viu escrevendo a letra de uma música e ajustou para uma melodia que ele tinha feito. Nós acabamos concordando em trabalhar juntos.

– Entendo. - Eu disse. - Tem certeza que não tem problema que eu fique?

– Nenhum. - Thalia disse sorrindo. - Eu nunca tive amigos, essa é a primeira vez que alguém é simpático comigo, com exceção de Nico.

– Eu sempre tive muitos amigos. - Eu disse. Era uma verdade, na escola eu era bem popular.

– Nem eu nem Nico não estamos acostumados com pessoas. - Thalia disse. - Não sei bem a história dele, mas eu sei que é triste.

– A atendente disse que tem um hotel aqui perto. - Nico disse. - Espero que seja barato.

– Vamos lá? - Thalia perguntou. Eu assenti e nós dois fomos enquanto Nico ia na frente dizendo o caminho que a atendente disse para ele. Não demorou muito para chegarmos em um pequeno hotel. Graças aos deuses ele não era muito caro, mas só tínhamos dinheiro para um quarto.

Nico e Thalia resolveram dormir na cama de casal e me deixarem dormir na de solteiro. Aquela cama era tão macia que acabei adormecendo muito rápido.

POV Nico

Quando acordei Thalia ainda dormia, tentei sair de fininho para não acordá-la, mas não deu certo. No primeiro movimento que fiz ela acordou.

– Bom dia Nico. - Ela disse meio grogue.

– Bom dia. - Eu respondi.

– Nico, onde você quer cantar hoje? - Ela me perguntou sentando-se. Eu dei de ombros.

– Tanto faz, contanto que tenhamos dinheiro para comer está tudo ótimo para mim. - Eu disse indiferente. Ela riu.

– Bom dia. - Percy disse de algum lugar do quarto.

– Bom dia. - Eu e Thalia respondemos juntos.

– Já resolveu o que vai fazer? - Thalia perguntou. Percy pensou um pouco.

– O que vocês acham de mimica? - Ele perguntou. Eu dei de ombros.

– É bem diferente. - Eu disse. - Mas você não está pensando em se pintar como aqueles franceses não é?

– Não. - Percy disse fazendo careta. - Nem pensar.

– Mesmo porque você teria que achar tinta de dois reais. - Thalia disse.

– Bem, é melhor eu ir procurar um lugar para ficar não é? - Percy perguntou.

– Mas antes, precisamos de um ponto de encontro. - Thalia disse. - Pode ser na frente daquele café.

– Okay. - Percy disse. - Que horas?

– 18:00. - Eu disse. - Geralmente é essa a hora que eu e Thalia paramos.

– Então está bem. - Percy disse. - Vou aproveitar para procurar uma caixa para mim.

Ele disse e saiu. Eu e Thalia comemos algumas balinhas(já disse que adoro balinhas?), e fomos até uma praça que tinha ali perto. Não era grande coisa, mas ela era bem movimentada. Eu e Thalia conseguimos dinheiro o suficiente para mais alguns dias fora da calçada, e para a comida.

Um pouco depois que arrumamos tudo, começou a chover. Eu e Thalia corremos até uma tenda, e depois fomos andando de tenda em tenda até chegarmos no café, onde Percy já esperava. Ele também estava molhado.

– Olá! - Ele disse para nós quando nos viu. - Boas notícias, as pessoas adoram mímicos.

– Você conseguiu? - Thalia perguntou sem saber se tremia ou se sorria. Percy assentiu. - Ah, que bom!

– Thalia, cadê sua blusa de frio? - Perguntei enquanto procurava na mochila dela.

– Eu acho que perdi. - Thalia disse tremendo. Eu suspirei. Tirei a blusa de manga cumprida que estava usando por baixo da minha jaqueta e entreguei para ela.

– E você Nico? - Ela me perguntou pegando a blusa da minha mão.

– Ainda tenho a jaqueta. - Eu disse. Ela colocou a blusa e se abraçou.

– Está quentinha. - Ela disse. - Como vamos procurar outro lugar agora?

– Vamos ter que ir na chuva mesmo. - Percy disse. - Vamos, quanto antes acharmos melhor.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Hum, no próximo capítulo a Annabeth aparece.
Deixem reviews, por favor!
~Kissus



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