"Mad, Mad, Mad, você está mais louca do que o normal". Pensei enquanto corria em direção a cozinha. Taylor bem atrás de mim. Eu me sentia em uma perseguição policial um pouco menos perigosa, mas tão emocionante quanto.

O fato de Josh ter me jogado na piscina a poucos minutos atrás, não ajudava, eu escorregava a cada segundo. E eu estava me sentindo estranha correndo só com roupa de banho em uma casa que não era a minha. Ah, e também tem o garoto por quem eu tenho uma quedinha e está correndo atrás de mim.

O que tornava as coisas um pouco mais justas era que Taylor estava tão molhado quanto eu. Ou mais, sei lá.

— Mad! Quando eu te pegar, você será uma pessoa morta. — Ele gritou durante a perseguição. Coitado, como é iludido.

Soltei uma risada mais infantil do que eu gostaria. Estava parecendo brincadeira de criança. Desde que o conheci que eu não fui com a cara dele, ele também não foi com a minha. Sempre briguei com ele mais do que com qualquer outro.

Não sei quando foi que eu comecei a me sentir estranha perto dele, mas há quatro anos atrás, se alguém me dissesse que um dia eu iria me apaixonar por ele, eu socaria tanto a cara dessa pessoa... Pois agora vejam como as coisas mudam. Eu, que era uma garota de coração incorruptível estou agora apaixonada pelo idiota do século. Meus parabéns Mad.

— Você é um babaca, Miller, nunca vai ter seu trapo de volta. — Balancei a bandana do alto para provocá-lo enquanto tentava subir na bancada da cozinha do Josh.

Assim que Taylor me viu bem no alto da bancada segurando a bandana dele o mais alto que meus braços conseguiam, ele parou. Parou a poucos metros de mim. Eu coloquei a bandana no bolso de trás do meu short.

O olhar dele, que estava na altura do meu joelho, subiu até o meu rosto e ele me encarou com uma expressão assassina.

— Você morre hoje. — É claro que ele estava brincando, mas eu senti meu coração para momentaneamente, como se algo ruim estivesse prestes a acontecer. Ah, não, é só porque as duas mãos do Taylor estão segurando fortemente a minha canela.

Espera... O QUE?

Não deu nem tempo de raciocinar. Miller me puxou pela canela fazendo eu me desestabilizar e cair.

— Cadê ela? — Taylor perguntou ficando por cima de mim e prendendo meu pulsos. É claro que eu tentei relutar, mas ele era bem mais forte que eu.

— Me solta! — Exigi com uma expressão séria, mas a cara que ele fez foi tão engraçada que eu tive que rir.

Taylor ficou um tempo observando a minha risada, aproveitei aquele momento de distração dele e empurrei o corpo dele para o lado, deixando-o momentaneamente sem reação. Fiquei com uma perna de cada lado e me sentei sobre o abdômen dele.

— Não adianta, Miller. Eu sempre viro o jogo. — Falei retirando a bandana dele no meu bolso e jogando sobre o rosto dele. Me levantei imediatamente e saí em direção à sala para me sentar naquele mesmo sofá de antes.

— Mad! — Ouvi Taylor me chamar, ele já tinha se levantado e agora amarrava a bandana na testa. — Mad! — Ele chamou mais uma vez.

— Pra você é Howking, Miller. Porque eu nunca sei se você está me chamando pelo apelido ou se está me chamando de louca. — Falei com uma voz arrastada de tédio quando ele veio na minha direção.

— Você... Louca... Duas coisas que não dá pra separar. — Ele falou com um sorriso de canto e eu bufei.

— Por que mesmo é você quem está aqui? Podia ser o Josh, o Nate, mas de preferência se fosse o Ethan. — Taylor fez uma cara estranha. — Ou o Zac.

— Hein? Você tá falando sério?

— Porque, Miller? Você tem algum problema com isso?

Irmãos, vamos analisar os fatos: Primeiro, mas que raios o Miller estava fazendo ali? Poderia ser qualquer um dos garotos, mas logo ele? Segundo, nenhum dos meninos tinha vindo o que era muito estranho. Terceiro, eu podia sentir que realmente tinha alguma coisa errada porque as coisas estavam anormalmente quietas.

— Tá, pode parar. Mas que merda está acontecendo aqui? — Perguntei olhando para os lados. Só podia ser alguma brincadeira. — Porra!

Ele começou a rir e é claro que era alguma brincadeira.

— Espera aí, Madison, não vai embora. — Ele falou entre risos me deixando ainda mais brava.

— Não fica de gracinha comigo, Taylor. — Falei já de pé e tentando manter a calma, eu já estava colocando a minha mochila nas costas, pronta para ir embora.

E dentre todas as coisas que ele poderia dizer naquele momento, ele disse algo em especial que me deixou com vontade de esquartejá-lo.

— Taylor? Você me chamou de Taylor? — Ele perguntou ainda rindo. Babaca.

— Miller! Não fica de gracinha comigo, Miller! — Gritei e saí pisando firme. Eu não estava no meu estado normal. Se estivesse, eu não teria saído pela porta da frente da casa do Josh, usando apenas um biquíni e um short jeans molhado.

Ouvi o idiota me chamar várias vezes, mas é claro que eu ignorei. Também não foi a coisa mais sensata que eu fiz, porque adivinhem? Sim! Ele veio atrás de mim.

— Espera, Howking. — Ele começou a andar lado-a-lado comigo, e por mais que eu estivesse andando o mais rápido possível, não estava difícil para ele me acompanhar. Nesse silêncio constrangedor nós já tínhamos nos afastado 2... 5... 15 metros da casa do meu melhor amigo de olhos azuis.

— Dá pra me ouvir agora? — Ele me puxou pelo braço me forçando a parar.

— O que é? Cansou de me seguir, foi? — Perguntei irônica e ele revirou os olhos.

— Eu cansei de você ser tão bipolar. Eu não sei oque todo mundo estava tentando fazer, mas o Josh me mandou ver como você estava e fui lá. Só isso.

Ok, era uma teoria quase aceitável. Ela só não era totalmente aceitável porque eu não queria aceitá-la. O motivo? A culpa de toda essa merda passaria do Taylor para o Josh, e eu não consegui aceitar isso. Para mim, o Taylor sempre tem que ser o culpado.

— Tá, agora me explica uma coisa. — Falei e ele assentiu. — Porque você se importaria em saber como eu estava?