O príncipe, a cientista e o plebeu escrita por Vanessa Sakata
Notas iniciais do capítulo
Panthy tem o castigo que merece. E os Briefs recebem mais uma visita. Quem será?
― Me responda! – Panthy se enfureceu. – O que significa isso?!
― É isso o que merecem as mulheres vulgares! – soou a voz debochada de Vegeta, que ainda estava com o braço direito estendido segurando um peixe que rapidamente pegara do aquário por perto e colocara para que ela beijasse o pobre animal.
― Como é que é? Você tá me chamando de “vulgar”?
― Pra não dizer coisa pior. – ele manteve o deboche enquanto arremessava o peixinho para o aquário como um jogador de basquete jogava uma bola para fazer uma cesta. – Eu não me rebaixaria a me envolver justamente com uma mulherzinha ordinária como você!
Olhou para a direita e disse:
― Eu sei que você está aí, Bulma. Pode aparecer.
Bulma apareceu ainda surpresa com o que havia testemunhado desde o começo. Mas não era a única a ter visto o ocorrido. A cientista estava envergonhada por ter entendido tudo errado a respeito da cena no quintal, estava quase chorando por isso. Mas o saiyajin, com um dos dedos, deteve uma lágrima que começaria a cair. Bulma segurou a mão dele e o olhou nos olhos. Acabou sendo surpreendida por um beijo dele. Um beijo como não recebia há um bom tempo, cheio de vontade e ansiedade. Agora tentava entender como é que conseguira ficar tanto tempo sem isso, mesmo voltando a dividir o mesmo quarto com ele. Tentava entender como é que conseguira ficar tanto tempo sem ele e o calor daquele corpo.
Mas agora nada mais importava. O que importava era aquele momento em que o beijo se tornara mais intenso e mais ardente. Os dois simplesmente se esqueceram de tudo ao redor... Até mesmo de Panthy quase se espumando de raiva e querendo avançar na cientista.
― Isso não vai ficar assim, Bulma!!
― NEM PENSE NISSO, MOCINHA!! – era a voz da mãe, Soutie, que segurava firmemente a filha pela orelha. – Eu ainda não acredito que você ainda não aprendeu a lição, Panthy! Já falei pra você parar de implicância com a sua prima! Ora essa, onde já se viu uma coisa dessas... Continua agindo feito uma criança birrenta!
― Ai, mãe, me solta! Eu quero acabar com ela!
― Nem pensar, “senhorita” Panthy! – Soutie saía arrastando a filha pela orelha. – Você não vai fazer nada disso, e blá, blá, blá...
O saiyajin e a cientista se entreolharam totalmente sem jeito logo que as duas saíram. A Sra. Briefs ficou surpresa com a cena que presenciara assim que chegara. Nisso, a campainha tocou e ela foi atender.
― Yamcha! Há quanto tempo!
― Olá... A Bulma tá aí? Gostaria de dar um “oi” pra ela.
― É claro que ela está! Pode entrar!
Yamcha adentrou a casa junto com Pual, mas estacou assim que colocou os dois pés para dentro. Não, não era por causa de Vegeta, que continuava na sala. Olhou para Bulma e logo seus olhos se detiveram na sua barriga volumosa de sete meses. Seu olho esquerdo começou a tremer num tique nervoso enquanto dava a típica risadinha de quem estava em choque.
― Bu... Bulma, você... Você... Tá... GRÁVIDA...?!
Só se ouviu o baque de um corpo caindo no chão. Com o choque, Yamcha literalmente caiu para trás.
― Yamcha! – Bulma exclamou ao ver o ocorrido.
― Oh, pobrezinho! – a Sra. Briefs exclamou. – Vamos colocá-lo no sofá!
Vegeta assistia àquela cena toda e quase deixava transparecer um sorriso. De tão patética que fora a cena, ele chegava a achar engraçado.
― Terráqueos... – ele murmurou enquanto tentava manter a pose e segurar o riso.
*
― Yamcha? Você tá bem?
― Tô, sim, Pual... Mas tive um sonho estranho... Sonhei que tinha ido pra casa da Bulma e que ela estava grávida com aquele barrigão!
― Yamcha...
― O que foi?
― Nós estamos na casa da Bulma.
― E?
― E não é um sonho.
― E?
― Nossa, Yamcha! Por que você ficou daquele jeito? Viu assombração, por um acaso? – Bulma perguntou assim que chegou perto do ex-ladrão.
Os olhos do lobo do deserto se arregalaram ao vê-la. Não conseguia acreditar que aquela era mesmo Bulma. Ele achava que ela estava muito diferente e não era só por conta da barriga, não.
― Tá me achando com cara de assombração, é? – Bulma perguntou impaciente.
Yamcha tomou um susto:
― ENTÃO NÃO É UM SONHO?!
Não era a primeira vez que Bulma revirava os olhos:
― Acho que a neve gelou o seu cérebro... Toma este chá pra ficar calmo. Cortesia da minha mãe.
― Obrigado.
Ele se acalmou, masnão muito por conta do olhar penetrante de Vegeta, que perguntou:
― O que você veio fazer aqui?
Para variar, Yamcha sentiu um gelo correndo por sua espinha. Isso era até normal.
― Ah... Vim mesmo só dar um “oi” pra Bulma. Eu voltei do deserto hoje no começo da noite.
― Hm.
― E aí resolvi dar uma passadinha aqui.
― Pensei que fosse para algo útil.
Yamcha sorriu:
― E é pra algo útil. Pra sua informação, agora estou mais forte depois de ter ficado todo esse tempo no deserto.
Vegeta fingiu incredulidade:
― E você espera que eu acredite? Não me faça rir! Vocês, humanos, não passam de fracotes!
― E você por um acaso já se transformou em Super Saiyajin? – o ex-ladrão perguntou com uma ponta de sarcasmo.
Aquela pergunta irônica deixou o saiyajin visivelmente irritado como o outro guerreiro queria, mas não pretendia revidar. Já havia tido muita confusão no momento e estava aborrecido demais pra entrar em outra. Yamcha olhou pela janela e notou que já fazia algum tempo que voltara a nevar. Mas aumentara de intensidade e, ao mesmo tempo, fazia muito vento. Iniciava-se uma nevasca na Capital do Oeste.
― Ah, que ótimo... – ele disse desanimado, olhando para o relógio de pulso. – Agora vou ter que dormir aqui.
― Ora, mas isso não é problema! – interveio a Sra. Briefs. – Você pode passar a noite aqui!
― Quê? – perguntaram Vegeta e Bulma ao mesmo tempo.
― Qual é o problema...? – o lobo do deserto perguntou meio sem graça.
― Não tem mais quarto! Até eu fui enxotado do meu! – respondeu o saiyajin.
― Bom, Yamcha... – Bulma começou a explicar. – Os quartos estão em reforma e só sobraram três, e todos eles estão ocupados. O quarto da mamãe, o quarto dos hóspedes, onde estão a minha tia e a minha prima chata, e o meu quarto.
Yamcha riu:
― Então, você tá dormindo no sofá, é, Vegeta?
― Não. – Vegeta estava aborrecido com aquela conversa e revirou os olhos negros.
― Na nave?
― Não.
― Então, onde?
― No quarto da Bulma.
― QUÊ?? – Yamcha caiu pra trás.
O saiyajin bufou:
― O que você ouviu!
― Como eu estava dizendo – Bulma, igualmente aborrecida, retomou. – Não temos mais quartos, já que estamos reformando a casa e um dos quartos vai ser do Trunks. Então...
― Trunks? Quem é Trunks? – Yamcha interrompeu.
― É o nome do bebê que estou esperando.
― Ah, tá... Desculpa, pode continuar.
― Você vai ter que dormir no sofá.
― No... Sofá...?
― Sim, no sofá.
― Sério?
― Sério.
― Não tem mesmo nenhum quartinho livre?
― Não.
― E a nave?
― A porta não abre.
― Não brinca!
― Não tô brincando. – Bulma se aborrecia mais.
― Mas é sério mesmo?
― Sim.
― Vou mesmo ter que dormir no sofá?
― É CLARO QUE VAI! – a cientista explodiu. – E SE VOCÊ NÃO PARAR DE FAZER PERGUNTAS IDIOTAS, VOU TE BOTAR PRA FORA DAQUI!
― T-Tá... Bom... M-Me... Desculpa...! – Yamcha respondeu todo aterrorizado com a mudança repentina de humor dela. – Eu fico por aqui mesmo, pode deixar...!
“Caramba...”, pensou. “Não sabia que a Bulma, grávida, me meteria mais medo do que o Vegeta quando fica furioso...”
E assim, Yamcha dormiu no sofá da sala sem dar mais nenhum pio. E na manhã seguinte o pobre guerreiro Z acordaria todo desconjuntado.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Continua no próximo capítulo...
Pessoal, o que acharam da nova capa da fanfic? Ficou boa?
Espero que tenham gostado deste capítulo. A razão de eu ter colocado o Yamcha na história foi principalmente para fazer jus ao título da fic. Sem contar que agora ele vai começar a ter um pouco de importância na história, tipo o porquê de Bulma ainda ser bastante amiga do ex-ladrão. Então, aguardem os próximos capítulos que estarão por vir.
Bom, por enquanto é só... Até mais!
EDIT 20/07/2020: Alterei a cena inicial deste capítulo pelas mesmas razões apontadas no capítulo anterior. Como eu disse, a versão anterior tinha uma cena com um tapa e ao revisar julguei desnecessária e exagerada. Então, optei por algo mais cômico, mas que não prejudicou em nada o andamento da história. Se você já leu a fanfic antes e está relendo, fique à vontade pra dizer o que achou! ;)