31 days in New York escrita por Beatriz


Capítulo 14
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

Oi, desculpa o sumiço, mas ai tá os últimos 6 dias da nossa querida Aurora.



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Últimos 6 dias...

No meu sonho eu estava caminhando no Central Park e parava para tomar um sorvete e como sempre Cristopher aparecia. Ele pedia o mesmo sorvete que eu e me chamava para conversar em um lugar mais calmo, quando chegávamos nesse tal lugar eu percebia que era o mesmo beco onde antes o Cristopher havia me salvado. Já havia escurecido, sonhos, sempre loucos, Cristopher dizia que precisava continuar a nossa conversa de onde havia parado, ele começava a se aproximar, pegava a minha mão e acariciava meu rosto.

–Cristopher, por favor, se afaste.

–Mas Aurora acho que devemos tentar de novo, essa noite, quando a beijei, você não expressou nem uma reação, não gosto disso.

Ele puxou minha cabeça com mais força e então começou a me beijar. Ele não tinha delicadeza alguma, a força dos lábios dele contra os meus machucava, ele começou a forçar o meu corpo para baixo, mas eu tentava o empurrar e manter-me em pé.

–Me Solta! – falei no momento em que ele deixou minha boca para beijar o meu pescoço, mas ele não me dava ouvidos.

Rasgou minha blusa que começou a me tocar, minha barriga, minhas costas, meus seios...

Quando ele finalmente afrouxou mais o aperto lhe dei um chute e tentei correr, mas ele pareceu se recuperar rapidamente, puxou meu braço e quando eu me virei para olha-lo ele me deu um tapa e me jogou no chão. Bati a cabeça com força no chão e nesse momento acordei.

Eu estava totalmente suada e meu coração estava acelerado. Eu havia tido um pesadelo horrível. Levantei-me e peguei uma garrafa de água no frigobar, sentei na poltrona que havia perto da janela e tentei fazer com que o meu coração voltasse aos batimentos normais.

Eu nunca havia recebido um beijo na boca em toda minha vida e quando Crsitopher me beijou de surpresa eu não consegui ter nenhuma reação, mas ter um pesadelo como esses por causa disso eu não esperava. Eu estava com medo de Cristopher.

Ou eu podia estar com medo de estar apaixonada por ele.

***

Contei do pesadelo para Yoko e ela disse que talvez eu estivesse com medo de Cristopher pela junção dos fatos: eu podia estar apaixonada por ele + eu estava com medo por ele ter me dado aquele beijo + ele ainda não havia adquirido minha confiança suficientemente para me dar um beijo.

A teoria dela era confusa, mas eu entendia. De primeira Cristopher era uó, mas quando ele não era arrogante e estava sóbrio era ótimo. Apesar das brincadeiras dele as vezes me darem nos nervos, eu gostava, me faziam rir.

Depois de dois dias do beijo eu acabei mandando uma mensagem para ele que ele respondeu somente com “Não posso falar agora.”. Mas 3 dias se passaram e ele não voltou a falar nada e também não ligou

Hoje já era 21 de julho e Cristopher não havia mais me procurado, nenhuma ligação, nenhuma mensagem, nada.

Eu estava conversando com Yoko na sala social do curso quando Verena chegou, milagrosamente sem Gale.

–Olá amores da minha vida.

–O que amor não faz não é mesmo? Parece uma fada saltitante. – falou e Yoko rindo e eu me juntei a ela.

–Engraçadas, deveriam tentar amar alguém, quer dizer Yoko já tem o japonês dela, só falta você Aurora.

–Ela até tem um pretendente, ou tinha. – disse Yoko e eu dei chute na perna dela por debaixo da mesa.

–Como assim? Não estou sabendo de nada, quero relatório completo.

Sem minha autorização Yoko contou tudo para Verena. Desde o dia de turista que eu tive com Cristopher até o beijo e claro o pesadelo e também não esqueceu o detalhe que ele não me procurava a praticamente 6 dias.

–E porque você não vai atrás dele? Estamos no século XXI. – disse Verena.

–Eu mandei uma mensagem, mas...

–Querida, estou dizendo para você ir atrás dele, não manda mensagem. Você sabe onde ele mora, não sabe?

–Sei.

–Ótimo, depois da aula eu e a Yoko vamos deixar você lá, fazemos questão.

Não sei onde eu havia batido a cabeça, mas quando me vi já estava em frente ao prédio de Cristopher com Verena e Yoko ao meu lado.

–Porque eu escutei vocês mesmo? – disse virando as costas para o prédio tentando ir embora, mas Verena me segurou.

–Porque nós estamos certas, se existe a possibilidade de você está gostando dele você precisa saber se não, conversa com ele que só amigos e nada mais.

E sem nem perceber eu estava interfonando para o apartamento de Crsitopher.

–Quem é? – Cristopher perguntou.

–Aaa... eee... Sou eu, Aurora, será que eu poderia falar com você um momento?

–Ahh, oi, tá bom, sobe. – a porta do prédio abriu e eu entrei. Verena e Yoko disseram que iriam me esperar pelas proximidades, mas que se eu fosse demorar muito eu ligasse. Claro que elas falaram isso dando um sorrisinho.

Entrei no elevador do apartamento de Cristopher e enquanto ele subia eu pensava no que falaria quando ele estivesse na minha frente.

Quando o elevador parou meu coração acelerou. A porta abriu e lá estava Cristopher usando somente uma calça jeans e com o cabelo bagunçado.

–Oi. – eu disse sem sair do elevador.

–Oi, entra. – ele disse virando de costas e indo em direção a cozinha. – Acordei a uns 10 minutos, noite longa.

–Voltou as noitadas. – falei e percebi e ar de desapontamento na minha voz.

–Não... A mulher de um amigo meu deu a luz a uma linda menina, Genevive, passei a noite lá.

–Ah, desculpa.

–Sempre me julgando não é mesmo?

–Força do hábito.

Ele não falou mais nada e eu também não. Fiquei simplesmente em pé segurando minha bolsa na frente do corpo e me balançado para frente e para trás, parecia uma louca.

–E aí, o que a fez vir até aqui? – ele finalmente falou quando já estava sentado comendo um sanduiche.

–Bem, é que você não me ligou mais e nem respondeu aquela minha mensagem, eu fiquei preucupada.

–Ah, sei, como você pode ver eu estou bem. – ele disse olhando para mim.

Ela levantou da cadeira e veio até o meu lado. Nesse momento eu sabia que o meu coração podia ser escutado até na China. Ele segurou os meus obros e virou o meu corpo para o dele.

–O que você realmente veio fazer aqui, Aurora? – ele estava muito perto e muito cheiroso. E ali, tão perto, com ele me tocando eu soube que não dava para ser amiga de Crsitopher.

Ele era mais alto do que eu e por isso precisei levantar minha cabeça, soltei minha bolsa no chão e levei minhas mãos até o cabelo dele.

–Sabe Cristopher, aquele beijo que você me deu foi o meu primeiro beijo. – ele afastou a cabeça um pouco.

–Engraçada você.

–Não estou brincando, aquele foi meu primeiro beijo, por isso fiquei tão assustada e também pelo o que aconteceu naquela noite lá no beco. – ele voltou a ficar mais perto. – Eu vim aqui para conversar com você para realmente esclarecer meus sentimentos por você. Eu pensava que era só amizade, mas aqui, tão perto de você, meu coração fica acelerado, minhas mãos começam a suar, acho que amigos não sentem isso.

–Então você não vai ser mais a minha amiga? – ele perguntou, mas não de forma triste e inocente e sim aproximando ainda mais o rosto dele do meu até que nossas testas ficaram encostadas.

–Não, é muito pouco.

Nesse momento eu acabei com o espaço que separava os nossos lábios e o beijei. Eu estava nervosa, não era o meu primeiro beijo, mas era como se fosse, já que o primeiro havia sido comigo parecendo um robô. Cristopher afastou os lábios do meu.

–Não pense, só sinta.

Ele então voltou a me beijar e eu fiz o que ele havia dito. Parei de pensar no beijo e comecei a senti-lo, a sentir Cristopher apertando o meu corpo contra o dele, a sentir o cheiro dele perto de mim. O beijo que antes estava mais calmo começou a ganhar intensidade, Cristopher começou a andar nos levando até o sofá, lá ele deitou meu corpo e parou de beijar minha boca para beijar meu pescoço e foi descendo.

–Cris... Cristopher. – ele parou o caminho de beijos e me encarou. – Se eu nunca beijei eu também nunca...

–Ok, tudo bem, tudo bem. Não vou fazer nada que você não queira.

Ele então voltou a me beijar e nós ficamos assim por um longo tempo, só parando para respirar.

–Droga.

–O que foi, eu te machuquei? – ele perguntou nervoso.

–Não, não, eu preciso fazer uma ligação, é rápido. – dei dois beijos rápidos nele e fui até minha bolsa, peguei meu celular e liguei para Verena.

–Verena? Desculpe-me, eu me esqueci de ligar.

–É nós percebemos, mas nós percebemos que você estava demorando mais de uma hora e nos ligamos que talvez você estivesse muito ocupada.

–Há-há, eu estou tendo uma longa conversa, só isso.

–Longa conversa.

–Acha que nos engana Aurorinha querida? – ela disse rindo.

–Aurora, o que você está fazendo? Vem.

–Conversando né...

–Tenho que ir, beijos. – desliguei o telefone e voltei para sala.

Cristopher estava procurando algum filme na TV, sentei-me ao lado dele e coloquei minhas pernas em cima das dele, mas quando percebi o ato tirei.

–O que foi? – ele disse quando percebeu que eu me afastei.

–Não, é que eu não tenho o costume de fazer isso, você pode não gostar.

–Mas eu gostei... Você nunca teve um namorado? Sério mesmo?

–Não, na verdade tive uns 20... Claro que não Cris, eu não estou dizendo que nunca beijei ninguém.

–Sou ninguém agora?

–Ninguém antes de você, você entendeu.

–Para primeira vez está de parabéns.

–Sou boa em tudo que faço. – essa saiu do nada, eu juro.

–Hum... Bom saber.

Ele me puxou para mais perto e nós voltamos a nos beijar.

***

–Cristopher, já são 20h, eu preciso ir embora. – levantei do sofá, mas ele me puxou de volta.

–Não, não vai.

–A gente se encontra amanhã, eu prometo.

–Ok, mas eu te levo para o hotel. – peguei minha bolsa, arrumei meu cabelo que estava todo assanhado e esperei Cristopher voltar do quarto.

–Vamos? – ele perguntou descendo as escadas já usando outra roupa.

–Sim.

Depois de 20 minutos nós chegamos ao meu hotel.

–Aurora. – ele me chamou quando eu já estava abrindo a porta do carro.

–Oi?

–Você aceita ser minha namorada? – eu fiquei parada, olhando para ele. Não esperava que ele fosse me pedir em namoro. Achava que iriamos ficar juntos, mas o rotulo de namorados...

–Você está me pedindo para ser sua namorada?

–Sim... Desde que você apareceu eu amei o fato de você não estar nem aí para mim, era diferente e então você foi até o hospital me ajudar apensar de não ir com a minha cara, depois nós tivemos aquela conversa no Rockefeller, eu nunca havia falado sobre aquilo com ninguém. E hoje, quando você foi até a minha casa eu pensei que se você tivesse ido ali para brigar comigo, ou me dizer adeus você estaria me machucando muito, pois você era primeira pessoa que eu havia amado depois de anos e anos.

–Cristopher... Você sabe que eu vou embora não sabe? Eu só estou aqui para estudar, vai chegar o dia em que terei que voltar para o Brasil e falta apenas 2 semans.

–Eu não ligo, podemos namorar a distância, eu posso ir te visitar.

–Eu não moro em New Jersey Cris, eu moro no Brasil, a milhares de quilômetros daqui.

–Eu posso ir até lá, você sabe que eu posso. – eu sabia que ele podia, ele tinha dinheiro suficiente para isso, mas eu não ia admitir que ele gastasse o dinheiro dele indo me visitar no Brasil, mas eu queria ser namorada dele, eu sempre quis que alguém aparece na minha vida e Cristopher, apesar de ter aparecido de uma forma totalmente inesperada, havia sido a melhor coisa daquela viajem até agora.

–Eu aceito Cristopher, eu aceito.

Ele me puxou para mais perto e me deu um beijo.

–Boa noite.

–Boa noite.

Desci do carro e fui direto para o meu quarto. Troquei de roupa e dormi rapidamente e naquela noite sonhei com Cristopher mais uma vez, mas dessa vez foi um sonho e não um pesadelo.


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Notas finais do capítulo

Aiai, finalmente eles estão juntos. Vamos dar um nome a esse casal? Espero que eles aproveitem bem essas próximas duas semanas e que nada aconteça para atrapalhar...



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