I Wouldn't mind escrita por Tobi4s


Capítulo 5
I Won't Apologize: Part 2




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Ela está mesmo falando comigo ou tem outro Tobias aqui? Às vezes ela está ficando maluca ou algo do tipo ou eu estou delirando depois de levar os socos do idiota do Nic.

—Eu... Eu... —Começo a gaguejar, mas sou interrompido por Ashley.

—A gente se fala mais tarde.

Ela, Bryan e Trevor caminham para o outro lado. Ashley olha pra trás e sorri. Eu sorrio de volta.

—Então... A gente pode conversar? —Miranda diz.

Sério que ela falou isso? Da última vez que a gente tentou ter uma conversa não deu muito certo. E sinceramente, não estou a fim de escutar alguém dizer “Sinto muito pelo seu pai”.

—Seus amigos te deixaram dessa vez? —Digo e não consigo segurar um sorriso.

—Não é nada disso... A gente pode conversar lá fora?

—Okay. —Digo.

O diretor provavelmente está dando uma bronca em Nic, então, eu ainda tenho tempo.

Ela caminha pelo pátio lateral da área da secretaria e eu a sigo. Quando chegamos ao jardim, não há ninguém a não ser o jardineiro que está do outro lado arrumando algumas plantas.

Ela me encara e começa dizer:

—Eu sinto muito pelo...

—Eu realmente não quero falar sobre isso.

—Me desculpa, eu sei que isso deve está sendo difícil pra você e eu... —Ela começa a dizer, mas eu a interrompo.

—Eu já falei que eu não quero falar sobre isso! —Não sei se tenho certeza, mas acho que isso saiu meio como um grito.

Ela me encara e vejo suas bochechas corarem. Tenho certeza de que alterei o tom de voz com ela.

—Me desculpa... Eu realmente não queria ter falado assim. —Digo.

—Tudo bem.

A gente fica em silêncio por um tempo e depois ela me diz:

—Me desculpe pelo Nic hoje... Ele realmente agiu como um idiota.

—Agiu? Ele sempre foi. —Em minha mente tento me segurar para não alterar o tom de voz novamente.

—Ele não é como antigamente. As pessoas mudam.

—É. Eu sei. Você é a prova viva disso. —Eu não queria falar isso, mas acabou que saiu da minha boca sem eu perceber.

Ela fica em silêncio e percebo que os olhos dela se encheram de lágrimas.

Não sei quantas frações de segundos a gente fica em silêncio até que ela diz:

—Eu não queria que isso tivesse acontecido.

—Nem eu.

“Dá pra parar de ser ignorante e escutar o que ela tem a dizer?”, escuto minha consciência me dizer. Mas eu precisava falar isso. Eu não posso agir como se tudo estivesse bem.

—Me desculpa por isso. Eu não queria que a gente se afastasse desse jeito. —Ela diz. —Sei que eu fui estúpida e...

—E? E que a gente ficou anos sem se falar. E não foi minha culpa. Foi sua. Eu te mandei Emails, tentei entrar em contato com você e você simplesmente ignorou isso como se eu não fosse importante...

—Você é!

—Não. Você poderia estar do outro lado do planeta, e eu nunca me esqueceria de você. Por mais que a gente estivesse longe e conhecesse novas pessoas eu não me esqueceria de você, então por favor, não diga que você sente muito quando sabe que a gente nunca mais vai voltar a ser o que era antes.

Só agora percebo. Ela está chorando e aquilo de alguma forma me deixa mal. Eu não queria ter falado isso de uma vez.

—Então, por favor, não diga que eu sou importante. Eu não sou. Pelo menos pra você não. —Concluo.

—Olha eu sei que as coisas mudaram e eu te evitei esse tempo todo, mas você nem se despediu de mim e eu achei...

—Você me evitou. Talvez porque a última coisa que você fez foi ter rido da minha cara por ter ido falar com os seus pais. Aquilo foi idiota, coisa de criança, mas você simplesmente riu. Como se isso também não fosse importante pra você. Mas não era, então eu te dou razão.

—SERIA LEGAL VOCÊ PARAR DE FALAR QUE VOCÊ NÃO É IMPORTANTE PRA MIM! —Ela grita.

A gente fica em silêncio e eu realmente me sinto mal por jogar argumentos e não deixar que ela use os dela. Mas não aguento eu tenho que falar.

—E eu sou? —Indago.— Tem certeza? Ou você está me confundindo com o Nic? Afinal, o que você está fazendo com ele? Você o odiava mais do que eu e agora você anda com ele.

—É uma longa história.

—Você já me disse isso aquele dia, lembra? Mas tudo bem, você não precisa me falar. Você não me deve explicações.

Ela limpa o rosto com a manga da camiseta e me diz:

—Na verdade, eu te devo sim.

Não esperava isso. Realmente não esperava.

—Quando você foi embora foi meio que complicado porque tudo me fazia lembrar de você e você foi embora sem falar comigo e isso me deixou... Eu não sabia o que fazer.

—Não sabia? Por que não respondeu meus Emails ou tentou entrar em contato?

—Porque eu achei que você não queria mais falar comigo!

—Então, quer dizer que a culpa agora é minha? Só porque eu fui embora sem me despedir significa que eu queria te esquecer? E as tentativas que eu fiz pra entrar em contato com você? Indicam isso?

—Não... Mas eu pensei que... Você queria ter uma nova vida lá na Europa. Longe desse lugar. —Ela diz.

—É. Eu queria ter uma nova vida naquele lugar e tive. Eu nem queria voltar pra cá porque lá eu finalmente me ajustei em algum lugar. Eu poderia ter milhões de chances de ter uma vida melhor do que aqui.

Ela olha pra mim e nesse momento sinto vontade de gritar o quão eu senti a falta dela. Frações de segundos depois, apenas digo:

—E eu nunca te esqueceria. Não vou me desculpar por nesse exato momento ter desejado nunca ter te conhecido. Eu trocaria toda uma vida melhor do que eu tive aqui... Por você. Eu só precisava de você.

Também não estava nos meus planos ter dito isso.

Ela me olha e não diz nada.

Caminho de volta para a ala da secretária e olho para trás.

◄►

Quando chego à sala do diretor, Nic havia acabado de sair. Provavelmente levou uma suspensão e eu provavelmente levaria uma também, mas acabou que o diretor começou a falar que eu não devo ceder aos comentários dos outros e blá blá blá.

Acabou que eu não ganhei nada além de uma advertência.

Eu tinha mais duas aulas até o fim do dia, mas resolvi ir embora. Não era bem uma escolha, mas nesse momento ninguém me obrigaria a ficar ali.

Quando chego em casa, percebo que minha mãe havia chegado. O carro dela estava lá.

—Mãe? —Digo abrindo a porta e depois fechando devagar.

—Mãe? —Repito.

A porta do escritório está fechada. Provavelmente ela estaria lá. Vou me aproximando quando escuto uma voz masculina dizer:

—A gente precisa levar a documentação que comprove as paternidades e depois... —O homem é interrompido.

—Comprovem as paternidades? —É minha mãe que está falando.

—Sim. O tribunal precisa de alguns documentos apenas pra confirmar a relação perante a lei dos filhos de vocês.

—Você quer dizer o registro de nascimento? —Minha mãe indaga.

—Também. Mas nesse caso, precisaremos de algumas amostras de sangue tanto para a investigação tanto para apresentar perante o tribunal.

—Amostras... Acho que isso não será necessário! Não há nenhum artigo que absorve e prossiga essa informação. —A voz de minha mãe indica nervosismo.

—Foi requerimento do juiz e não poderá ser negado. Os filhos de devam deverão fazer o exame. Ou tem algo que impeça isso.

Silêncio.

—Tem alguma coisa que eu preciso saber senhorita Baker? Sabe que como advogado eu preciso saber. A gente não pode omitir. Isso poderá prejudicar na hora do processo.

—Eu... Eu... não posso.

—Mas... —O homem começa a dizer, mas é interrompido.

—Tobias não é filho de Devan.


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