If you will marry me... escrita por Hellscy


Capítulo 1
Capítulo único - If you'll marry me...


Notas iniciais do capítulo

"Pra você, minha querida, qualquer coisa"
— Stoico, o imenso



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Assim como suas mãos, cada árvore sofria com mais um golpe do afiado machado de Astrid Hofferson. A arma era cravada sem piedade, em um tiro certeiro, na madeira. A guerreira mal arrancava de um tronco e já arremessava em outro com todo o charmoso jeitinho viking – muito bom para uma garota por sinal.

Apesar de já fazer seis anos que a maior proteção para Berk era a convivência com dragões treinar um pouco o físico nunca era demais, afinal podia se esperar de tudo em uma guerra. Não que Asrtrid desejasse por isso, mas um pouco de precaução sempre era bom. Portanto, não fazia mal uma tarde de treino isolado na floresta onde apenas os pássaros assustados com mais um golpe poderiam escutar seus gritos de ataque.

Mesmo ofegante ela não parava e estava tão envolvida em atacar árvores que só notou Soluço quando ele se abaixou em um movimento rápido desviando da morte certa de metal.

– Ai meu Thor. Soluço, você está bem? – ela correu preocupada

– Eu morri? Não, né?! – ele se levantou em um pulo desnorteado – Então estou ótimo – Sorriu torto e bagunçou os cabelos tirando algumas folhas.

Ela riu. Ele era engraçado, era uma das coisas que ele mais sabia fazer bem, porém para Soluço o que mais valia a pena desta sua qualidade era vê-la sorrir.

– Idiota – Astrid lhe deu um soco amigável no ombro; um soco fraco que quase não deslocou um osso.

– Mas o que a pobre árvore fez para você? – perguntou desprendendo o machado do tronco e entregando a moça.

– Você sabe. Só treinando – respondeu calma passando dois dedos pela lâmina – Mas e você? Não devia ficar entre um alvo e o machado de uma viking.

– Principalmente se o machado for da viking Astrid Hofferson. – concluiu - Vou guardar a dica para meu manual de sobrevivência. E... – antes de continuar ele começou com aqueles movimentos engraçados com os braços e ela não pode deixar de rir – eu vim convida-la para fazer um passeio muito especial.

– Muito especial? – estava um tanto desconfiada, mas ainda ria - Onde?

– Para qualquer lugar – rápido, ele a puxou pela cintura. O tom animado levemente convencido; outra mania divertida - O que me diz Milady? – bem sedutor ela teve que admitir.

Por um segundo Astrid se esqueceu de responder o “sim”, concentrada nos tons de verde que os olhos dele ganhavam graças ao sol de fim de tarde e ele se esqueceu de esperar pela resposta, hipnotizado pelos olhos azuis, lindos e serenos – palavras de Soluço Spantosicus Strondus III.

Sorridente, ela afirmou com a cabeça mordendo o lábio inferior. Ele teve que se concentrar e ter muita força de vontade pra não beija-la naquele instante.

– Ótimo! Vem comigo! – Soluço a guiou pelas árvores segurando sua mão, correndo como o vento ou o máximo que a perna de metal lhe permitia.

Astrid se concentrou em segui-lo sem trombar contra as árvores e galhos a cada curva. No meio do caminho ela se lembrou:

– Soluço espera. E os seus afazeres de chefe?

– Não se preocupe com isso. – mesmo assim ela estava preocupada e até confusa. Como não se preocupar? E se ele estivesse tendo uma recaída de aventureiro? De todo jeito ela tinha que confiar nele e confiava, mesmo com uma péssima explicação.

– Eu já deixei tudo resolvido por hoje – explicou melhor, estava um pouco ofegante e com delicadeza ele deslizou uma mecha loira incomoda para trás da orelha dela – E foi minha mãe quem disse que eu merecia um descanso. Pelo menos por uma noite.

– Bom se você diz...

– É, você não precisa se preocupar com nada

Conduziu-a com cautela pela descida de pedras. Não que ela precisasse necessariamente, mas era agradável. Astrid reconheceu aquela descida, a mesma descida que ela desceu seis anos atrás seguindo um menino extremamente magro para um viking que usava uma roupa estranha e carregava um cesto cheio de peixes mais que suficientes para uma pessoa só, principalmente uma franzina.

Ali estava a clareira onde tudo começara. Continuava igualzinha. Linda.

O lago cristalino refletia os raios de sol, as folhas das plantas e os musgos nas pedras mais baixas tomavam o tom de verde mais claro e chamativo, exceto pelas partes onde as sombras, maiores pelo horário, tomavam conta. Estava do jeito que ela se lembrava.

– Sua carruagem a aguarda – e ela viu Banguela. Não pode deixar de rir.

– Carruagem?! – Astrid estendeu a mão para o focinho do dragão e acariciou sua cabeça.

– É. – ele montou – Uma carruagem de temperamento forte, rebelde, autoritária, super protetora, mandona e levemente irritante... – neste momento o Fúria da Noite fez um movimento com a cabeça batendo com a orelha na cara do amigo – mas bem carinhosa, amigável, rápida, inteligente... perfeita pro momento – Banguela fez uma cara de exibido – e bem metida...

Astrid riu novamente. Era ótimo como eles se davam tão bem.

– Encantador

Ele lhe estendeu a mão.

– Vamos?

Dessa vez ela aceitou a ajuda para subir, se posicionou atrás de Soluço abraçando sua cintura e descansando a cabeça sobre suas costas.

Astrid nem percebeu que havia deixado seu machado para trás jogado no chão, que parecia cada vez mais distante após o impulso forte que Banguela deu ao levantar voo. Em reflexo ela abraçou Soluço mais forte. Estava acostumada a sair assim com Tempestade, mas Banguela era muito mais rápido, bastou abrir os olhos novamente para perceber que Berk já estava bem para trás.

O dragão cortava o ar com agilidade e desfazia as nuvens com facilidade. Fazia curvas suaves e brincava entre rodopios, os mesmo que antes a faria gritar de medo, mas que hoje a fazia rir de diversão.

– Vamos atrás de outra terra nova?

– Não. Isso ia levar muito tempo.

– Então pra onde vamos?

– Você vai ver

Banguela voou entre um grupo de dragões exóticos e de cores diversas. Alguns rugiram com ferocidade, porém apenas como se estivessem dizendo “Olá” ao que o dragão negro respondeu com mesma intensidade e Soluço fez um aceno com a mão antes de trocar de marcha fazendo uma curva larga. A algumas milhas de pés abaixo deles Astrid vislumbrou Tambores-trovões e Escalderiveis brincando na água, pulando para fora e fazendo ondas, estes com suas grandes asas e aqueles com rugidos sônicos. Era uma linda visão.

Em poucos minutos eles estavam sobrevoando terras mais frias – um pouco mais que Berk – com grandes rochedos espalhados por onde o mar ainda não congelara além de imensos icebergs. Bastou uma curva suave e uma pequena ilha com grandes e esplendorosas estacas de gelo apareceu. Uma visão majestosa que se destacava na paisagem gélida.

O antigo lar dos novos dragões de Berk e da mãe de Soluço, Valka. Mas também palco de uma péssima lembrança de guerra e, principalmente, local de descanso de dois dos maiores lideres que ela já conheceu. Um honrado dragão alfa e Stoico, o imenso.

Banguela pousou sem problemas sobre uma das estacas mais altas.

– O que viemos fazer aqui? - Um leve tom de preocupação era perceptível.

Ela desceu do dragão acompanhando Soluço, este com um pouco mais de dificuldades em pisar firme no gelo com sua prótese. Ele soltou um xingamento baixo antes de ficar de pé estável.

Astrid tinha receio de que as memórias do pai ter morrido neste lugar pudessem entristecê-lo, mas, mesmo que isso doesse um pouco, Soluço estava ali por outra razão. Não era para ser um momento de tristeza.

– Bom... Há algum tempo eu estive aqui com a minha mãe para resolver algumas coisas e... – ele a virou para o lado oeste da ilha – acontece que este lugar tem um lindo pôr do sol.

Astrid ficou encantada com a paisagem. O sol pela metade desaparecia aos poucos no mar ao horizonte, mas os restos de seus raios iluminavam a neve branca quase a fazendo brilhar em contraste com o gelo, principalmente ao impotente abaixo de seus pés. De um dos pontos mais altos dava para ter uma visão privilegiada não só do sol, mas também do céu dividido entre cores frias e quentes; uma linda mistura de laranja, roxo e rosa em meio a tons de azuis que iam escurecendo a leste. Tudo duplicado em um reflexo no mar gélido.

– É...é lindo... – foi tudo que ela conseguiu dizer

– Não é?! – ele a abraçou por trás – Fico feliz que tenha gostado.

Em um movimento rápido ela se virou para abraça-lo e sussurrando com a cabeça entre seu peito ela disse “obrigada” e então o beijou. Agradecida, com serenidade e calma. Levemente demorado como algo a se aproveitar tal qual a visão atrás de si. Interrompeu o beijo com um sorriso nos lábios.

– Ei. Eu achava que essa época de você me beijar de surpresa tinha passado – recuperado ele reclamou com falsa raiva

– Pelo jeito não. – respondeu divertida

– Ah é?!

Aproximando-os mais ainda ele grudou seus corpos puxando-a com uma mão pela cintura e com a outra pousada sobre seu rosto iniciou outro beijo. Um ainda mais demorado e apesar de que ainda sereno com mais intensidade, mais exigente e apaixonado, muito bem retribuído. Do peito, as mãos de Astrid subiram para a nuca dele até seus dedos entrelaçarem os fios dos cabelos castanhos, a mão esquerda encontrou as pequenas tranças que ela mesma fazia nele. Neste momento ele a abraçou com mais força e Astrid se viu obrigada a ficar nas pontas dos pés. Por dentro ela ria travessa.

Perderam a noção do tempo ao longo do beijo, porém quando se separaram – maldita necessidade de ar – faltava pouco para o sol sumir de vez e dar lugar a noite.

Ele riu para si mesmo querendo beija-la mais, entretanto...

– Vem. Estamos atrasados. – a puxou para montar Banguela novamente.

– Como assim?

– Você é uma moça de vinte anos e impaciente. E pior: é uma vinking. Sabia que essa é a segunda pior combinação possível?

– E qual é a primeira?

– Um vinking de vinte anos teimoso. – o Fúria da Noite abriu suas asas pronto para alçar voo – Se segura.

Ao invés de ir para cima, Banguela se jogou para baixo dando rápidas piruetas. Astrid gritou cheia de adrenalina - para nós seria como gritar na descida de uma montanha russa, mas uma bem, bem veloz - e se agarrou ainda mais a pior combinação viking possível. Soluço gargalhou divertindo-se com a situação.

Antes que batessem contra o chão Banguela abriu suas asas planando no ultimo instante para que então saísse em disparada na altura do mar desviando dos obstáculos rochosos ou de gelo com ajuda de seu melhor amigo e as trocas rápidas de marchas.

A passageira deu um soco potente nas costas do piloto.

– Não faça isso de novo

– Desculpa, eu achei que estava acostumada – riu

– Eu não fico me lançando de penhascos com a Tempestade com frequência como você e o Banguela, principalmente sem aviso prévio. – disse zangada

– Certo, certo... sinto muito, mas agora aproveite.

Foi então que ela notou que voavam baixo e devagar. Banguela apenas – praticamente - planava com suavidade. Astrid se lembrava desta sensação.

Subindo um pouco mais se viu próxima das nuvens ainda multi coloridas.

Nostalgia. Foi isso que ela sentiu.

Era nostálgico sentir as nuvens se desfazendo entre seus dedos, a brisa morna contra seu rosto bagunçando seus cabelos para trás de forma harmônica. Aquela pequena sensação de liberdade e proteção. E mais uma vez a nostalgia de já ser noite logo após Banguela cruzar as nuvens indo um pouco mais alto para voar sobre elas.

Claro, ela podia fazer tudo aquilo com Tempestade, mas no fundo não seria igual aquele sentimento antigo, como estava sendo agora, de estar sendo levada por um passeio atrás de um grande viking e montada em um incrível dragão – não que seu Nadder Mortal não fosse incrível.

Seus olhos brilharam mais uma vez ao vislumbrar novamente as cores da aurora polar dançando no céu noturno. Um fenômeno extraordinário e quase que raro, mas acima de tudo magnífico, em particular, naquelas condições.

E ali estava Berk. Resistente, revelando sua localização com pequenas labaredas de fogo que iluminavam ruas e casas. Muito diferente de seis anos atrás. Agora até mais colorida com recentes construções para satisfazer as necessidades dos dragões, além de ter seus reparos graças ao ataque de Drago, Sangue Bravo. Um pouco mais acima das casas era impossível não notar a gloriosa estatua do pai de Soluço.

De qualquer jeito a pequena aldeia continuava bela daquele ângulo – e de qualquer outro.

Banguela desceu voltando a altura do mar, levemente inclinado com a ponta da asa foi riscando as ondas, nisso Astrid não resistiu em imita-lo e deslizar a mão na água gelada. Tudo foi tão rápido que ela mal percebeu que já chegavam à clareira novamente.

– E então o que achou? – Soluço perguntou a ajudando a descer

– Incrível

– Ótimo. Me deixa muito feliz – o tom de sua voz demonstrava exibição e ele parecia bem satisfeito consigo mesmo

– Mas agora estou com fome.

– Engraçado você comentar isso – Soluço andou de costas até uma grande pedra a poucos passos de distancia – Porque... – de trás da pedra ele puxou um grande cesto repleto de peixes – olha só! Como isso veio parar aqui? – a surpresa falsa impressionava – e... – dessa vez ele tirou um cesto menor com frutas e pão, além de dois cantis com água – Uau! Nossa quem diria?!

– Até onde você planejou isso? – ela perguntou após pegar uma maça.

– Como assim? Do que você está falando? Vai me dizer que não acredita que tudo isso é pura coincidência?

Nessa hora Banguela acendeu uma fogueira previamente preparada e sorriu pro casal seu famosos sorriso sem dentes.

– Não

– Você é uma pessoa de muita pouca fé

Soluço guiou Astrid até a fogueira e fez com que sentasse, depois fincou dois peixes em varetas distintas para que assassem no fogo.

– Toma ai, amigão – ele chutou o cesto maior espalhando o resto da pesca próximo a boca do dragão e depois sentou ao lado da viking.

Após lamber os dentes satisfeito, Banguela arranjou espaço para se deitar atrás do casal e estes se acomodaram apoiando as costas nas asas negras fechadas desfrutando do calor natural dragoniano. Astrid se sentiu mais confortável ao descansar a cabeça no ombro de Soluço, e mais ainda quando ele a abraçou passando o braço por seus ombros.

O peixe estava bom, as maças apetitosas e o pão levemente duro, durante esse tempo eles não trocaram muitas palavras e apenas algumas risadas, após a refeição o silêncio reinou completamente e ambos apenas aproveitaram o momento enquanto notavam os detalhes do fogo queimando a lenha. Apesar da calmaria de Soluço – este com um sorriso no rosto - Astrid se contorcia por dentro tentando achar as palavras para um assunto que a incomodava fazia um tempo.

Ela torceu os lábios e respirou fundo antes de chama-lo:

– Hey, Soluço... – ele não disse nada, mas mexeu a cabeça demonstrando dar sua atenção – Você é o chefe da aldeia agora...

Já no inicio da conversa Astrid despertou sua curiosidade sobre onde ela queria chegar com esse assunto.

– É... já faz um ano mais ou menos.

– Isso. – Soluço percebeu ela se perder um pouco com as palavras e pelo canto do olho notou uma leve coloração vermelha em suas bochechas. – Então... daqui a pouco você vai ter que ir atrás de uma... – ela se conteve na ultima palavra

– De uma?

–N-noiva?!

Soluço se surpreendeu a principio com a declaração, depois pensou em rir, mas se segurou afinal ele achou que ela ficara muito fofa se preocupando com aquilo e com o rosto tão vermelho quanto um tomate, até que estava bem disfarçado pela noite e a fogueira. O rapaz preferiu brincar um pouco com a moça apreensiva.

– Ah. Eu não estou preocupado com isso, eu já tenho alguém em mente.

Ela corou um pouco mais.

– Tem?

– Sim – ele a puxou um pouco mais para perto com a mão em sua cintura – Será que e Cabeça Quente ainda me acha um charme? – perguntou descontraído.

Astrid deu uma cotovelada forte contra a barriga do chefe da aldeia e ele não pode mais deixar de rir apesar da dor. Soluço a abraçou com carinho, porém ainda sem parar com as risadas.

– Eu estou brincando! – ela bufou nervosa contra o peito dele – Óbvio que eu não iria durar muito sem você do meu lado. – Soluço beijou a testa da guerreira viking com ternura – Você precisa de um pedido formal?

Ele a olhou nos olhos de forma penetrante e Astrid desviou desse olhar com timidez

– Seria bom... – respondeu baixo

– Tudo bem. – voltaram à posição anterior; ela com a cabeça sobre seu ombro e ele com o braço envolto no pescoço dela – Eu vou cuidar disso.

– Acho bom – quis parecer com raiva, porém a coloração vermelha em seu rosto a entregava e ele ainda ria baixo. Ela socou a lateral do seu corpo para que parasse.

– Pode deixar comigo.

Mais uma vez o silêncio reinou e Astrid se aconchegou mais perto de Soluço após uma brisa fria passar. O cansaço de um dia produtivo começou a ter efeito sobre ela, concentrada nas línguas de fogo, que queimavam com força fogueira, suas pálpebras começaram a pesar e pouco a pouco ela começava a cair no sono.

Repentinamente Soluço começou assoviar uma melodia amável, suave e de alguma forma cálida. Era algo agradável e envolvente. Enquanto que a acalmava também lhe transbordava animação.

A essa altura Astrid mal se aguentava acordada, porém continuava bem consciente.

No mar a navio vou navegar sem medo do perigo... E as ondas eu vou enfrentar... Se comigo casar – ele estava cantando, baixo no ritmo do assobio. Estava cantando e mesmo cansada ela não pode deixar de ficar surpresa - E nem o frio ou o calor será uma ameaça... Se me fizer seu coração... E então eternamente me amar... – e então ele voltou a assobiar

Já de olhos fechados ela perguntou:

– Esse foi seu pedido formal?

– Shh... Considere como um pré-pedido – ela riu

– Sabe? Você não precisa fazer esses grandes feitos... – ela segurou sua mão puxando seu braço para abraça-la mais forte e procurou ficar de um jeito mais confortável sobre seu ombro – Só de estar aqui já basta.

Soluço se surpreendeu com a atitude de Astrid, ela agiu de forma similar a segunda parte da música a qual ele tinha quase certeza de que ela não conhecia afinal ele só ficou sabendo dela ao ouvir uma vez através de seus pais. Não evitou sorrir.

– Não parecia ser apenas isso... – a voz dela começava a fica mais baixa e Astrid começou a cair no sono definitivamente e fez um ultimo pedido antes de dormir - Canta o resto da música

– Não tem como eu cantar a outra parte... não sozinho – Soluço beijou o topo de sua cabeça – Boa noite, futura esposa do chefe dos Hooligans.

Ele voltou a assobiar e a cantar como se fosse uma canção de ninar para sua amada.

+

Astrid caminhava entre “bom-dias” para cada viking por quem passava. Seguia caminho para a casa de Soluço a sua procura. Depois da noite anterior ela acordara em segurança na própria cama e agora queria vê-lo.

– Alguém em casa? – bateu na porta e não obteve resposta

“Não tem ninguém” pensou. Cedo demais.

– Astrid? – ao lado da casa, no pequeno estábulo de dragão, Valka apareceu. – Olha, que surpresa tão cedo. – disse amável – Esta procurando pelo Soluço, certo? Ele saiu para resolver um problema no armazém de suprimentos

– Aah... – ela suspirou desapontada – Mas sem problemas, não é urgente. Eu posso voltar mais tarde.

Valka sorriu carinhosa. Astrid acenou sorrindo e se virou para ir embora, porém mal deu três passos e foi impedida pelo cantarolar da montadora de Pula Nuvem, no mesmo instante lhe veio à mente Soluço cantando na noite passada.

– Valka? De onde conhece essa música?

–Oh. Nem percebi que estava cantando ela – falou mais para si do que para Astrid – Mas é uma música antiga de valor sentimental para mim e para o pai do Soluço

A guerreira viking sorriu para si mesma, emocionada, agradecida e até abismada, porém de um jeito bom. Inacreditável, Soluço, como sempre cheio de surpresas.

– Será que você poderia me ensinar a letra?

– Claro, mas porque isso de repente?

– Nada demais. Eu só acho que posso precisar dela em breve.


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Notas finais do capítulo

Hola!
Depois de ver pela segunda vez "Como treinar o seu dragão 2" eu tive vontade de escrever algo assim para o casal Hiccstrid. Um casal muito fofo ao qual eu quase não vejo fics por ai. Então... aqui estou eu me esforçando com este capítulo. ^~^
Sobre a música... eu não tenho certeza sobre a primeira e última frase mostradas no cap, porque não existe a letra ainda lançada na internet e foi isso que eu entendi ouvindo com muito esforço em sites de filmes online (até tentei com ajuda da querida Theury. Obrigada)

Se já tiverem visto o filme um pequeno aviso: Eu considerei que a Astrid não conhecesse a música, apesar de que no filme parece que a canção não era apenas de Stoico e Valka (levando em conta que o Bocão diz que adora a música), mas sim uma cantiga cantada a tempos na aldeia. Porém ao que parece não cantam mais ela por Berk, pois se você pensar o Soluço não a conhecia.

Espero que tenham gostado! Com carinho, Hellscy.
Bjuks! =*