A graça da vida escrita por Isabela Na Janela


Capítulo 6
O segundo desafio


Notas iniciais do capítulo

Oi beuzabores! Muito obrigada a todo mundo que comentou até aqui, vocês me motivam MUITO, MUITO, MUITO a continuar a escrever!
Espero que gostem desse capítulo aqui!
Beijão!



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“Foi incrível, meu Deus! A melhor noite da minha vida! Eu senti como se fosse um pássaro. Minha alma estava tranquila. O mundo parecia ter parado!” – Eu dizia eufórica para Klaus.

O homem de meia idade me olhava admirado. Eu estava em seu consultório já se fazia vinte minutos e não parava de falar sobre a festa e o maravilhoso momento que passei lá, mencionando José, Julia e Felipe. Já havia se passado três dias desde o evento e eu ainda me sentia atônita.

“Então alguém interessante na sua escola” Disse convencido.

Revirei os olhos.

“É... Talvez você estivesse certo, afinal. ” Concluí com o orgulho ferido.

“Pois saiba que fico muito feliz por você, mocinha não-mais-antissocial. Mas saiba que muita coisa ainda precisa ser... concertada. Em princípio, é necessário que você continue a amizade com esse tal de José. Gostei do rapaz, parece um cara ideal para ser seu namor...”

“Epa, epa, epa!” Exclamei “Pode parar por aí. Ninguém aqui vai ser namorado de ninguém. Estou muito feliz sendo uma garota solteira e independente!” Cruzei os braços. Fala sério, por que ninguém acreditava em amizades entre sexos opostos?

“Ok” Ele suspirou “A gente conversa sobre esse tópico mais pra frente” Ele pegou seu bloquinho de anotações, leu algo e continuou. “Próximo tópico: festa de formatura do final de ano. Conte-me, como está sendo participar do sindicato?”

“Bom...” Comecei, mas fui interrompida.

“Calma, querida. Assim, não. Está na hora de fazer outra visitinha à nossa fiel e verdadeira amiga. ” Klaus levantou-se e eu já sabia o que ele ia fazer. Praticando o que supus, ele foi até o armário e retirou de lá a Máquina da Verdade.

“Tão ridículo.”- Pensei.

Sentei- me em frente à máquina e, como de ritual, ele me sufocou de equipamentos e aparelhinhos em minha cabeça e punho.

“Agora sim” Disse sorrateiro. “Continue”.

“Ok” – respondi friamente.

“Participar do sindicado é ótimo porque posso sair durante a aula com a desculpa de que vou fazer algo útil”.

Ele riu.

“Só isso? Vamos, fala pra mim como foi sua primeira semana lá”.

Tentei me lembrar.

“Pra seu espanto, eu até que participei bastante, ouviu? Tive uma ótima ideia e todo mundo aprovou. E, sim, caro Klaus, todos vão colocar em prática o que eu sugeri. Minha ideia foi escolhida. Minha ideia.” Coloquei minhas mãos atrás da cabeça em posição de superioridade. “Chupa essa” pensei.

“Você diz isso como se algum dia eu tivesse duvidado” Sua expressão tornara-se séria. “Só não esqueça que sou uma das pessoas que mais acreditam em você”.

Tomei um leve choque. Uau, que declaração!

“Continuando... Você pode pensar que participar de um simples sindicato é algo inútil, mas ao ver de um profissional, é muito além. Participando, você saberá o que é ter responsabilidade; exercerá sua criatividade e aprenderá a trabalhar em equipe. Pelo o que me disse aquelas pessoas, juntamente comigo, acreditam de alguma forma em você. Não os desaponte. Não nos desaponte.”

“Eu...”

“Digo sério. A tarefa para esta semana é: dar o máximo de si mesma nesse sindicato. Quero que apresente ideias, exerça tarefas, participe o máximo que puder. Você tem tempo e criatividade o suficiente para isso”.

“Ok, capitão Klaus” Disse zombeteira.

“Um pouco mais formalmente, por favor, para que a máquina capture.”.

Revirei os olhos. (Isso já tava virando mania).

“Eu, Maria Catarina, prometo que irei me esforçar ao máximo trabalhando no Sindicato da Formatura da Escola.”

Ele mexia sem parar na máquina, analisando ondas e sinais que para mim eram impossíveis de decifrar.

“Excelente. De qualquer forma, quero que saiba que eu estarei lá.”

“Quê?” perguntei confusa.

“Bom, não irei profissionalmente, se é que me entende. Acontece que estou saindo com uma professora da sua escola e a acompanharei na formatura de seus queridos alunos. Mas isso não vem ao caso. Sem pressão, mas farei questão de analisar cada detalhe do evento e sua participação nele.” Ele piscou.

Afinal, qual era o limite desse cara?!

“ÓTIMO. Posso ir embora agora?”

“Assim que me responder uma ultima pergunta”.

“Manda.”

“Você beijaria José Costa?”

“QUÊ? LÓGICO QUE NÃO!” Estava indignada com tal pergunta. Que fuxiqueiro!

Ele observou o resultado na máquina, analisando aquelas ondas cujo significado eu não entendia.

“Então? O que deu aí?” – perguntei indiferente, disfarçando minha enorme curiosidade.

Ele me lançou seu velho sorriso maroto e saí da clinica sem a resposta.

O problema é que nem eu sabia se tinha mentido ou não.

=^.^=

“FALA SÉRIO, ANTONIO. DÁ PRA ACREDITAR?” Eu reclamava para meu cachorro Antonio. Minha mãe e a Yasmin haviam saído e eu aproveitara a casa vazia para assistir The Beauty And The Geek, mas não conseguia me concentrar no reality show. Tudo o que eu fazia era lembrar-me da consulta. “TENHO CERTEZA DE QUE KLAUS ESTÁ SAINDO COM A SOFIA, A PROFESSORA DE GEOGRAFIA. AH, COMO ELA PODE?”

Meu incômodo estava começando a irritar meu cachorro, que rosnou enquanto eu me mexia enfurecida.

“E outra: como ele pôde ser tão fuxiqueiro? Por que queria saber tanto sobre o José?! Ahhh, esse homem tá me tirando do sério!!” Eu fungava loucamente. Klaus era tão inconveniente!

Meu telefone tocou e vi que era um número desconhecido.

“Alô?”

“Oi, é a Silvia. Lembra que falei sobre a chácara do amigo do meu pai? Então, ele topou e eu queria que você fosse comigo dar uma olhada na tal, para ver se é uma boa mesmo fazer a festa ali. Posso passar aí?”

“Claro, eu adoraria” – Respondi.

Assim que desliguei, disse:

“Ah, que saco! Ninguém merece.”

Mas no fundo, eu estava muito animada em ver o local.

Silvia passou em casa meia hora mais tarde.

“Ué, o pessoal não vai também?” Perguntei ao ver que no carro só havia eu, ela e seu pai.

“Ahn... não. Achei melhor que fôssemos só nós.

Indaguei-me o porquê dela ter chego nessa conclusão.

Ao chegarmos à chácara, não pude ter outra reação a não ser ficar com a boca aberta e os olhos esbugalhados. Ela era enorme! Maior ainda do que onde havia sido feito a festa de Marcos.

“Meu Deus” – exclamei – “Esse lugar é perfeito. O pessoal vai adorar! Posso até ver uma pista de dança ali” – apontei para um salão vazio.

“Você é muito boa nisso, Cat” – Silvia respondeu. Nesse momento tive que confessar que fiquei um pouco emocionada. (Uma breve comparação para que você, leitor, entenda como era meu ponto de vista: Se morássemos na América, Silvia seria uma líder de torcida desejada e popular. E eu a estranha que não tem amigos. Visto isso, tal intimidade entre nós foi algo... legal e esquisito.).

Eu olhava àquela virgem chácara e na minha mente visualizava como seriam a decoração, as luzes, tudo, quando terminado. Contava as minhas ideias para Silvia e ela adorava, anotava tudo num papel e, determinada, dizia que falaria para o pessoal por em prática. Eu me senti uma espécie de líder.

Na verdade, eu estava gostando muito de tudo isso. Nunca pensei que assumiria, mas preparar uma festa era legal para caramba!

“Entregar-me ao sindicato será bem mais fácil do que imaginei” – pensei comigo mesma.

=^.^=

Cheguei em casa exausta e com mil ideias na cabeça. Fui direto para a cama e me deitei, fechando os olhos, mas não conseguindo dormir tamanha era a euforia em relação à formatura.

Estava quase me entregando quando percebo que alguém entrara em meu quarto. Pelo cheiro do perfume, era Yasmin. Pensando que eu estava dormindo e com muito silencio, ela tirou meus tênis, cobriu-me e acariciou meus cabelos.

“Boa noite, priminha” – ouvi o sussurro e em seguida a luz foi apagada.

Não contive um sorriso.


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Notas finais do capítulo

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