POV RENESMEE

Acordei cedo e me surpreendi quando vi minha mãe abraçada a mim, enquanto dormia. Ela tinha uma aparência cansada e parecia a Aurora da história da Bela Adormecida. Só que minha mãe é muito mais bonita.

E eu não falo isso por que sou filha dela, é por que ela realmente é linda! Seus cabelos castanhos iam até um pouco abaixo dos ombros, ela tinha a pele branquinha como porcelana e tinha os mais belos olhos castanhos chocolate derretido que eu já vi. Fico feliz de ter os mesmos olhos que ela.

Passei a mão pelo seu rosto e ela sorriu. Sorri também.

Fazia muito tempo que eu não ficava com mamãe, ela não tinha tempo pra mim, mas eu tentava entender.

Me levantei da cama de casal e fui para o meu banheiro me trocar. Eu ia fazer um belo café da manhã para mamãe, ela ia ficar feliz comigo.

(...)

Já trocada de roupa, desci para a cozinha para fazer o café. Se eu conseguisse fazer um café da manhã. É difícil ter sete anos, sabe...

Encontrei vovó Esme na cozinha e fiquei mais animada.

–Oi vovó! Bom dia!

Vovó estava com uma camisola branca larguinha e pantufas fofas no pé, seu cabelo estava em um coque bagunçado e ela tomava uma xícara do que me parecia ser café.

–Bom dia docinho. Sua mãe não acordou ainda?- perguntou me dando um beijo na bochecha.

–Não.- Falei.- Pode me ajudar numa coisa vovó linda do meu coração?

Minha vó estreitou os olhos desconfiada.

–O que você aprontar pestinha?

Ri dela.

–Só quero fazer um café da manhã bonito pra mamãe.

Ela riu.

–E você quer ajuda?- Ela perguntou

Assenti em expectativa.

–Claro que eu ajudo!- falou sorrindo- Sua mãe vai ficar muito contente! Vamos, nós iremos preparar o melhor café da manhã desse mundo.

Eu e vovó nos juntamos e preparamos algo caprichado para mamãe. Tinha torradas, requeijão, frutas, suco, leite, café (sem cafeína, por que minha mãe fica hiperativa) e o favorito dela: Bolo de cenoura com cobertura de chocolate. na verdade, quem é que não gosta desse bolo, não é?

Com ajuda da vovó, levei a bandeja com tudo até o meu quarto. Ela saiu e me desejou boa sorte.

Depois de colocarmos a bandeja em cima da cama com cuidado e minha vó ter saído, fui acordar minha mãe.

–Mãe... mãezinha...- Cutuquei seu ombro.

Ela resmungou algo e se virou para o outro lado.

–Mãeeeeeee.- Chamei outra vez, balançando seu ombro.

Ela suspirou e se virou para o meu lado.

Suspirei frustrada.

Sorri sapeca e cheguei minha boca perto do ouvido dela.

–Mamãe?- Sussurrei.- Está acordada?

Ela sorriu um pouquinho.

Dei de ombros e abri a boca.

–MAMÃAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAE!!

POV BELLA

–MÃAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAE!!

Abri os olhos assustada e me sentei de supetão na cama. Olhei para os lados confusa e percebi estar no quarto de Renesme, que ficava na casa de Esme.

–Bom dia.

Me virei para o vozinha risonha que me desejou bom dia e encontrei Renesmee me olhando com um sorriso arteiro.

–Nessie?- perguntei franzindo a testa.- Foi você que gritou? Está tudo bem? O que houve?

Será que ela tinha se machucado?

–Calma mãe. Não aconteceu nada. Eu só queria te acordar.

Suspirei aliviada, mas depois a raiva e confusão me invadiram.

Essa guria fumou cogumelo pra me acordar desse jeito? Aposto que puxou isso do pai, aquele mentecapto lindo! Lindo, mas ainda é mentecapto.

–Que susto Resnesmee, por que me acordou assim? Quase me matou do coração!

Ela fez uma carinha de arrependida.

–Desculpa. Fiz café da manhã pra você.- Ela apontou para a bandeja, que só notei agora, em cima da cama.

Senti um aperto no meu coração. Ela tinha feito tudo isso sozinha? Que amor!

–Own filha, obrigada. Eu adorei, viu?

Ela sorriu animada.

–Gostou mesmo?

–Claro!- falei.- vem, vamos tomar café juntas.

Ela se sentou no me colo e me deu um beijo no rosto. Logo começamos a comer.

(...)

Depois do café da manhã com Renesmee, tomei banho e peguei uma roupa minha, que já estava aqui. As vezes, quando Nessie dormia na casa da avó, eu ficava com ela, por que de dia eu não tinha tempo.

Eu fico meio triste por não poder dar atenção a minha menina, mas eu tenho meu trabalho, compromissos e agora, os problemas com Edward.

Desci as escadas com minha bolsa e a mochila de Nessie, nós já íamos embora. Nessie passou na minha frente e correu para a cozinha, onde Esme provavelmente estava. Aquela mulher mora na cozinha.

Fui atrás dela e a encontrei abraçada a avó.

–Tchau florzinha.- Disse Esme sorrindo.- Nos vemos amanhã, no almoço de domingo?

–Sim vovó. Até amanhã no almoço.

Nessie a soltou e Esme deu um beijo na testa dela.

–Te espero lá fora mamãe.

Nessie correu para fora.

–Tchau Bella.-Esme me abraçou e eu a abracei de volta.

–Tchau Esme.

–Nos vemos amanhã, certo?- Perguntou duvidosa.

Esme sabia que as vezes tinha emergências no hospital e na maioria das vezes eu era chamada para ajudar.

–Claro, os almoços de domingo são sagrados.- Pisquei para ela.

Ela sorriu.

–Cade o imprestável do Edward?- perguntei curiosa.

Esme suspirou.

–Ele teve que ir para o hospital.

Bufei.

–Nem pra se despedir da filha serve!- Falei brava.- Idiota.

Esme riu.

–Esme, eu estou xingando seu filho. Por que está rindo?- Olhei para ela confusa.

–Nada querida. É que mesmo brigando feito cão e gato, eu vejo que vocês dois ainda se gostam. Por que não se dão uma chance?

Fiz uma careta, mas aquilo ficou impregnado na minha cabeça. Por que não nos dar mais uma chance?

Tire isso da cabeça Isabella!

–Hum.. Esme, tenho que ir. Desculpe.

–Tudo bem. Até amanhã.

Dei um beijo em sua bochecha e sai para fora. Renesmee estava escorada no meu carro.

–Vamos pivetinha?- Perguntei bagunçando seus cabelos. Os mesmos cabelos de Edward...

–Vamos pivetona.- respondeu rindo.

Ri e abri a porta do carro para ela.

(...)

Já estávamos em casa a horas e eu estava vendo uns exames em meu quarto. Ainda bem que hoje era sábado e eu teria tempo.

Ouvi a porta se abrir devagar e olhei para a mesma. Renesmee estava lá com uma carinha pidona e um livro... de contos de fada.

–Nessie... o que foi filha?

–Mamãe... pode ler uma historinha para mim?

Olhei para a minha mesa cheia de papeis e depois para minha filha.

–Filha... a mamãe está ocupada agora. A noite eu leio pra você.

Resnesme suspirou.

–Já está de noite.

Olhei para a janela do meu quarto espantada. Realmente já estava escuro.

–Hã... eu ainda vou demorar aqui. Que tal você pedir alguma coisa pra comer hein? Não vou poder cozinhar hoje.

Renesme fez um bico, mas assentiu.

–Vou pedir. Você não vai ler pra mim mesmo.

Antes que eu pudesse dizer algo, ela saiu do meu quarto batendo a porta.

Suspirei cansada.

Rosalie tinha razão. Eu devia dar mais atenção a Nessie, e falando em Rosalie, eu tinha que ligar para ela e pedir desculpas. E claro, eu tinha que ligar para Edward e dar-lhe uma bronca, por não esperar Nessie acordar para se despedir dela. Se bem que eu não podia cobrar nada, se nem eu dava atenção a menina.

Esfreguei os olhos com sono e decidi terminar o meu trabalho, depois ligaria para Rose e depois ligaria para Edward. E então jantaria e iria dormir.

Renesmee que me desculpe, mas eu não tenho tempo para ficar lendo historias.

POV RENESMEE

Ocupada! Ela está sempre ocupada! Nunca tem tempo pra mim.

Me deitei na minha cama e joguei o livro no chão.

Eu nem sei por que ainda peço pra ela ler pra mim.

Suspirei derrotada.

Senti meu rosto molhado e passei a mão, para limpar as lágrimas que saiam. Funguei e olhei pela janela.

Eu só queria que ela me visse. Que ela me desse atenção, mas ela prefere aquele hospital do que eu.

Meu pai me dá atenção quando eu preciso, ele tem o trabalho e tal, mas sempre que ele pode, ele está lá para mim.

O céu estava vazio e escuro. Só havia uma estrela no céu. Então eu me lembrei do que tio Jasper disse uma vez.

''Faça um pedido a primeira estrela que aparecer no céu e ele se realizará!''

Fechei meus olhos fortemente e sussurrei com toda a vontade que eu tinha.

–Quero que minha mãe me de atenção. Quero que ela deixe o hospital pra lá e fique comigo. Eu quero que ela me ame de verdade!

Abri os olhos e limpei o resto das lágrimas, que ainda não tinham parado de cair.

Peguei o livro do chão e me deitei na cama de novo, dessa vez o abraçando.

POV BELLA

–Acordeeeeeeee.- Alguém cantarolou em meu ouvido.

Abri os olhos devagar e olhei para a frente. Não tinha ninguém.

Olhei para o lado e dei um pulo de susto quando vi grandes olhos azuis me observando. E como susto, eu acabei caindo da cadeira.

–Oh meu Deus!- Arfei.

Minhas costas doíam, por eu ter dormido sentada e em cima dos papeis do trabalho.

Me levantei do chão e peguei o abajur em cima da escrivaninha.

–Quem é você?!- perguntei a garota de cabelos curtos repicados que as pontas iam para todos os lados. Ela era baixinha, mas parecia ter minha idade. Usava um vestido azul claro e uma tiara brilhante na cabeça.

–Oi pra você também Isabella! E eu me chamo Alice, prazer.

Ela estendeu a mão. Olhei para a mão dela, depois olhei de volta para seu rosto. Ela recolheu a mão envergonhada.

–O que faz aqui?

–Vim ajudar sua filha.

Franzi a testa.

–Nessie? O que ela tem? O que aconteceu?

–Calma, calma, calma. Eu vim ajudar ela de outro jeito.

Okay, agora é que eu não entendi mesmo.

–Hã?!- perguntei soltando o abajur.

Meu Deus, o que está acontecendo? Quem é essa mulher?

Ela começou a pular e bater palminhas.

–Você ainda vai entender Bella. posso te chamar de Bella? Claro que eu posso.- Ela revirou os olhos para si mesma.- Bom, está pronta? Vamos?

O que?!

–Vamos pra onde? Você é louca... esqueci seu nome?

–Alice.- Disse ainda sorrindo entusiasmada. Parecia eu quando tomava café.

Fechei os olhos não acreditando no que estava acontecendo.

–Isso é um sonho, isso é um sonho, isso é um sonho.

–Hã... desculpa interromper, mas temos que ir agora.

Antes que eu pudesse dizer algo ela pegou na minha mão e eu cai na inconsciência.