Da Irlanda para os EUA escrita por CiaMon


Capítulo 2
Capitulo 2




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Capitulo Dois

Uma coisa sobre a casa Hale é que não havia um quarto na casa que era insonorizado, exceto pelo quarto dos adultos. Quarto de Tio Peter era junto dos hóspedes, por que ele veio para a família bem depois que eles construíram a casa, por isso era possível escutar tudo que o homem fazia em seus aposentos. As crianças também, por que para qualquer ocorrência anormal, eles poderiam saber. Tália estava deitada na cama com seu marido já dormindo e ela podia escutar a respiração de Cora e o ronco baixinho de Eric. Ela podia escutar a musica de Laura, por que ela sempre deixa a janela aberta, e ela podia escutar o bocejo de Peter. Ela pôde escutar também o barulho do quarto onde a criatura tritão estava.

Ele tinha levantado, arrastando o manto vermelho sobre os ombros e abriu a porta do quarto. Olhou de um lado para outro no corredor e com passos de gato e malandro, ele desceu a escada e parou no corredor do segundo andar. Tália tentou não se assustar e tomar toda a família em alerta como ela se levantou da cama e foi até o corredor. Quando chegou lá, ela encontrou o tritão agachado no chão, uma pena vermelha e longa crescendo em sua mão. O menino soprou a pena e ela voou como se houvesse uma ventania dentro da casa, parado sobre o ultimo quarto do corredor, o quarto de Derek.

A criança se levantou com os olhos passando em todo lugar. Tália se escondeu quando o menino chegou a olhar para seu quarto, mas ele passou direto. Tália observou como ele pegou a pena e começou a desenhar algo na porta com ela antes de empurrar a porta para frente e abri-la. Tália escutou seu filho se levantando com tudo da cama.

– O que você está fazendo?! – Derek sussurrou.

– Eu queria agradecer por me salvar... – disse a criança.

Tália saiu de seu quarto e foi para perto do quarto de Derek, em um ângulo que ela poderia ver, uma vez que a porta estava completamente aberta. O menino estava de pé e de frente para Derek.

– Eu preciso ir, eu não posso ficar por aqui...

– O que?! Por quê? – Derek estava visivelmente confuso.

– Eu tenho que ir para casa e completar minha transformação... – a criança se agachou para a cama e colocou a pena sobre a mão de Derek – Isso é uma prova de confiança e enquanto você guardar com você ela vai te proteger.

– Uma pena da sua capa? – Derek olhou torto.

– Isso não é apenas uma pena, isso é parte de mim. – a criança disse e seus olhos brilharam vermelhos quando Derek tocou na pena.

– Eu vou lhe ensinar três formas básicas para usá-la. – a criança disse, tomando mais uma de sua capa – São feitiços hereditários, que minha mãe passou para mim para eu passar para meus filhos.

– Então você vai me ensinar por quê?

– Por mais de 500 anos eu esperei para encontrar uma companheira, uma sereia. Mas minha mãe era a ultima delas, pelo menos, é o que eu sei. – ele disse, tomando a pena no próprio nariz – Eu não tenho muito tempo, preste atenção! – disse, virando-se para a porta e fechando-a.

Tália olhou surpresa e exasperada para a porta. Mas ela podia sentir que Derek estava bem, isso era um ponto a favor. No entanto ela não confiava em Stiles suficiente para deixá-lo lá dentro do quarto de Derek por mais um segundo com as portas fechadas. Ela correu para a porta e bateu, abrindo-a ao mesmo momento. Quando ela olhou para dentro, Derek estava olhando para a criança, que estava ajoelhada na ponta de sua cama.

– O que vocês dois estão fazendo?

– Ele me pediu para dormir aqui... – disse Derek, olhos cansados como se tivesse acabado de acordar.

Tália não viu mentira no batimento cardíaco dele e nenhuma pulsação anormal na criança. Na mesma hora ela se esqueceu de por que estava tão preocupado. O tritão só tinha descido as escadas do segundo andar para o quarto de Derek enquanto ela ia tomar um copo de água e acabou vendo ele entrar no quarto do filho e foi averiguar. Não era nada demais. Ela coçou os olhos, sentindo o cansaço bater em seu corpo com força; Derek desejou boa noite quando a mãe permitiu que o menino ficasse no quarto e saiu, fechando. Ela caminhou despreocupada, sabendo que seu filho poderia cuidar de uma criança muito bem, afinal ele cuidava de Eric e Cora mais do que Laura.

Na manha seguinte, Tália acordou sentindo-se extremamente relaxada. Ela espreguiçou-se fácil, atirando os ossos para fora e relaxando os nervos. Ela podia ouvir cada batimento cardíaco na casa, todos reunidos na cozinha para o café da manhã. Vestiu-se com seu robe e desceu as escadas para encontrar seu marido na ponta, esperando-a com um copo quente de café. Ela sorriu, ouvindo a discussão acalorada de um desenho animado na TV entretendo as crianças.

– Bom dia querida! – o marido disse.

– Bom dia, amor! – ela disse, tomando o copo nas mãos – Onde estão Derek e Laura? – disse, não pegando seus batimentos em toda a casa.

– Eles foram para uma corrida logo cedo. Eles iriam parar pelo lago na volta.

– O que eles foram fazer lá? – Tália disse com os olhos piscando com força.

– Nada, eles foram apenas nadar e correr. Você pode se acalmar... – o marido disse, compartilhando um sorriso com sua mulher.

Ela voltou a tomar o café enquanto o homem foi para a cozinha buscar o jornal para ela. Passando a mão sobre os cabelos curtinhos de Cora e Eric, ela acenou para Peter, que estava apenas do outro lado do sofá com seu livro grande e velho. Tália não relaxou até a volta de seus filhos, Laura era toda sorridente, empoleirada contra Derek contando como o coelhinho simplesmente quase morreu quando ela o encurralou contra a parede. Derek estava sorrindo para a história de Laura, mas não era um sorriso completo.

Ele cumprimentou a mãe como de costume, os olhos capturando incisivamente a mudança do cheiro dele e como ele cheirava a peixe e sentiu-se estranha, como se tivesse faltando alguma coisa. Ela levantou uma sobrancelha para ele, mas foi aplacada de seu julgamento quando Cora começou a correr para as penas da irmã mais velha, fazendo-a cair de bunda no chão. Eric riu de onde estava enquanto Cora voltava para o seu lado. Tália não pode deixar de rir da cena também quando ela viu sua filha de 18 anos com o olhar estupefato, como se não compreendesse o que acabou de acontecer. Derek também riu, mas voltou sua atenção para o celular que estava vibrando no bolso.

– Isso é guerra! – disse Laura, correndo atrás das crianças que zarparam para o andar de cima.

– Cuidado com os móveis! – Tália gritou do andar debaixo.

– As janelas, querida. – disse o marido da cozinha.

– Cora e Eric, nada de pular das janelas também! – ela gritou e todos ouviram os muxoxos das crianças – Nem você Laura!

– Ah, mãe, eu não sou um filhote mais! – Laura disse, ainda brincando de perseguir os pequeninos.

– Sim, mas você não vê seu irmão pulando de telhados e janelas!

– Eu sou mais velha! – ela resmungou do segundo andar.

– Um ano e cinco meses não é muito tempo assim, mana! – Derek lançou, sorrindo contra o bufo de aborrecimento dela.

Derek disse a sua mãe que estava indo encontrar Paige e que voltaria para casa mais tarde. Tália disse a ele para manter cuidado, ela estava com a impressão de que algo muito ruim estava para acontecer, ela só não sabia o que era. Seu marido passou as mãos pelos cabelos dela e pegou o controle, mudando para o canal de esportes. Peter finalmente se livrou da atenção ao livro para apreciar a reprise de beisebol que estava passando na TV. Tália colocou-se contra o peito do seu marido e deixou a caneca sobre a mesa de centro, os olhos aflitos com o sentimento que estava tendo. Ela sentia que estava se esquecendo de algo muito importante, ela só não sabia o que era.

Naquela noite, quando Tália recebeu a chamada do xerife sobre um incidente na escola em que seu filho estava envolvido, ela sabia de onde a sensação de mais cedo estava vindo. Não foi com surpresa que naquela noite ela encontrou Derek e sua namorada Paige sob o porão, sangrando. A menina sangrava com força, tentando levar a mordida consigo, mas não conseguia resistir o suficiente. Derek estava desolado e sua mãe viu a mudança dos olhos dourados para os olhos azuis quando seu filho matou a menina que amava para livrá-la da dor. Naquela noite, Tália percebeu que seu filho jamais seria o mesmo.


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Notas finais do capítulo

Eu não sei se eu deveria ou não colocar o fogo dos Hale...



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