Um pedido, um tempo e um casamento escrita por Alexandra Watson


Capítulo 1
Contando uma novidade


Notas iniciais do capítulo

Bom, só pra deixar bem claro, os nomes dos capítulos são bem clichês mesmo porque não sou boa em nomes de capítulo (não sou boa em nada, meus deuses, nem sinopse, nem capítulo, nada *dramática*, desculpe).
Mas o que vale é o conteúdo, certo? Espero que sim.
P.S.: para aqueles que estranharem o nome "Athena" ao invés de "Atena" é porque, depois que a criatura aqui leu o nome em inglês uma vez, não consegue mais escrever sem o "H". E também tem "Apollo" ao invés de "Apolo". Me desculpem, mas é mais forte do que eu, mas pelo menos eu não escrevo "Aphrodite" ou "Hepheautus" (porque dá trabalho e tals).
Uma boa leitura a todos.
*Divirtam-se*



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[Dia nove de julho. Acampamento Meio Sangue.]

Meu nome é Annabeth Chase. Você já deve me conhecer de algum lugar, então vou lhe poupar muitas apresentações, com exceção de duas: sou uma filha de Athena e namoro um filho de Poseidon. Pronto, agora você sabe exatamente quem eu sou.

Tenho vinte e dois anos no momento e estou terminando meu curso de especialização em arquitetura. Se eu tive que fazer faculdade? É claro que não. Depois da derrota de Cronos e Gaia, os deuses ficaram em dívida (e muito) com nós, semideuses. Minha parte foi paga com a abertura de uma pequena empresa, na qual eu sou a presidente, para projetar todos os tipos de construções, desde casinhas de cachorro até enormes shoppings centers. Mas mesmo assim não consegui parar de estudar. Já era o segundo curso que fazia, mesmo com a empresa indo super bem. Como eu consegui minha clientela? Modéstia à parte, bastaram alguns desenhos meus e eu já tinha mais de vinte clientes fixos.

Sobre Percy? O Cabeça de Alga também começou a estudar e você vai ficar feliz em saber que ele estava no último ano de biologia marinha. Orgulho.

Eu havia dado uma saída do acampamento na manhã desse dia e estava acabando de voltar. Era noite, então supus que Percy estivesse em seu chalé, sozinho. Tyson só chegaria no acampamento no dia seguinte. Fui em direção a seu chalé e bati na porta.

– Quem é?

– Sou eu, Cabeça de Alga.

– Tá aberta.

Entrei e a cena que vi me surpreendeu muito. Percy estava deitado em sua cama, lendo. Isso mesmo, lendo.

– Di Immortales, Percy! Achei que morreria antes desse dia chegar!

– Há, há. Engraçadinha. É um livro de biologia marinha, ok?

– Mas nós estamos de férias ...

– E eu não posso ler por causa disso?

– Ok. Agora você está me assustando.

Ele riu e fui em sua direção. Dei um beijo nele, coloquei minha bolsa em cima de uma poltrona e fui ao banheiro.

Saindo de lá Percy, surpreendentemente, ainda estava lendo. Me deitei na cama ao seu lado.

– Sobre o que fala esse livro?

– Especificamente?

Fiz que sim com a cabeça.

– Fala sobre os tubarões. Você sabia que as rêmoras são peixes que nadam com os tubarões e se alimentam dos restos das comidas deles?

Olhei para ele com aquele olhar de “jura?”

Ele assentiu e voltou a ler, desapontado. Ri dele e lhe dei um beijo na bochecha.

– Estou orgulhosa de você, Cabeça de Alga – disse apoiando-me em seu ombro.

– Obrigado, Sabidinha.

Ele leu mais um pouco, olhou pra mim e parou.

– O que foi?

– Nada. Por que?

– Parece que você quer falar alguma coisa.

– Porque você acha isso?

– Annabeth, eu te conheço. Pode falar.

– Eu não tenho nada pra falar, Percy. Que coisa – eu me ajoelhei na cama.

Ele colocou o livro em cima do criado mudo. Isso ia ficar feio.

– Do que você tá com medo?

– Eu? Medo? Francamente, Percy.

– O que? Vai me dizer que não tem medo agora?

– É claro que não! - de repente a conversa havia mudado totalmente de rumo e deuses, não ia acabar bem aquilo.

– Ah, não? E as aranhas?

– Isso não é justo – eu disse baixinho, ele nem ouviu.

– E as aranhas, Annabeth?

– Não tenho culpa de minha mãe e Aracne ...

– As aranhas são vinte vezes menores do que você! Você podia esmaga-las e ignorar esse fato.

Eu não podia acreditar que ele estava dizendo isso pra mim. Ele, mais do que ninguém, deveria saber como eu me sentia sobre aquele assunto. Mas ele parecia irritado, então sabia que ele ia falar tudo o que estava pensando.

– Olha Percy, vou tentar ignorar o fato de que você, mais do que ninguém, devia saber minha relação com as aranhas e o que sinto sobre isso. Mas, deixando isso de lado, o que sobra?

– O seu defeito mortal. Você tem medo de ser imperfeita, Annabeth.

– Eu não vejo como isso é um medo ...

– O que nos leva a seu último medo: eu.

Eu ri, ironicamente, claro.

– Você?

– Sim, eu. Lembra-se de alguns anos atrás quando eu dei uma pequena “sumida”?

Encarei-o ceticamente.

– E você sabe o que mais, Annabeth? Adivinha quem é a solução de todos os seus medos? Quem mata as suas aranhas? Quem diz todos os dias como você é perfeita? Quem está aqui pra você todos os dias?

– É muito egocentrismo você achar que é a solução de todos os meus problemas ...

– E não sou?

– Não! E tem mais, eu não sou obrigada a escutar isso ...

Me levantei da cama e fui em direção a porta. Antes que pudesse encostar na maçaneta, ele segurou meu pulso. Me virei para ele.

– Me solta, Percy!

– Por que você não pode simplesmente me dizer o que quer?

– Eu não quero dizer nada!

– Annabeth!

– Eu tô grávida, Percy!

Silêncio. Ele soltou meu braço.

– Talvez eu não tenha só três medos, como você insiste em dizer. Talvez agora eu tenha quatro.

Eu ia sair, mas ele segurou meu braço de novo.

– Do que você está com medo, Annie?

Annie? Isso era um sinal de que a revolta já havia passado.

– Dessa sua reação, talvez.

Ele me puxou num abraço. Quando eu retribui, percebi que estava chorando.

– Me desculpe, Sabidinha.

Balancei a cabeça, concordando. Ele passou as mãos pelos meus joelhos e me colocou sentada na cama, ficando ajoelhado na minha frente.

– Isso é sério?

– É claro que é, Percy.

– Você estava preocupada com o que exatamente?

– Não sei, Percy. De você se recusar a aceitar ou de você terminar comigo ou ...

– Annabeth Chase, me escuta. Se nem Hera pode fazer isso, como você espera que uma coisa como um filho nos separe?

Passei a mão por seu rosto e uma lágrima desceu pelo meu.

– Obrigada, Percy.

– Foi por isso que você não veio aqui hoje?

– Foi. Eu acordei passando mal e, como eu estava saindo pra ir ver o meu pai passei no médico.

– Você tá bem?

– Uhum.

– Quantos meses? – ele colocou a mão na minha barriga. Coloquei a minha por cima.

– Semanas ainda, Percy. Duas.

– Então, quando você vai saber se é menino ou menina?

Sorri pra ele.

– Percy, calma. Temos tempo ainda, ok? Mas tem uma coisa que me preocupa em relação a você.

– O que?

– Minha mãe. Ela ainda não gosta de você, lembra?

Ele me olhou preocupado por um tempo. Quebrei o silêncio.

– E tem meu pai também ... Digamos que ele não vai ficar pulando de alegria quando souber que você engravidou a filhinha dele.

– Agora a culpa é só minha?

– Não, Cabeça de Alga. Mas para meu pai e minha mãe isso não vai fazer diferença, vai?

– Você tá certa. Podemos contar aos meus pais primeiro?

– É claro que podemos.

Ele parou por um segundo, olhando para minha barriga.

– Eu vou ser pai ... – ele resmungou. Depois ele olhou pra mim. – Eu pretendia fazer isso daqui a um tempo, mas devido as ocasiões.

Ele se levantou, pegou um dracma dentro da gaveta e foi até o canto do quarto, na sua “fonte particular”.

Ele murmurou um nome que eu não consegui entender, até que me aproximei e vi Piper sentada em sua cama, no chalé dez.

– Piper, é agora.

– Mas Percy, você disse que ...

– Esquece o que eu disse, ok? Agora. Te dou dois minutos.

– Tá bom.

Ele passou a mão pela imagem de Piper e se levantou. Quando ele fez isso fiquei esperando uma resposta.

– Que foi?

– Que foi te pergunto eu. O que você tinha planejado pra daqui um tempo?

– Você vai descobrir. Vem.

Ele pegou um casaco de frio, vestiu e saiu, me levando junto. Quando saímos, todo o acampamento estava lá fora. Literalmente, todo o acampamento de pijama, devo acrescentar.

– Percy, o que ...

Ele me ignorou e foi até o centro da multidão, ainda me arrastando com ele.

Então ele deu um grito.

– Ei! Escuta todo mundo!

Todos ficaram em silêncio. Vi todos os meus amigos ali: Grover e Júniper, Thalia (a qual havia saído das caçadoras, mais pra frente eu explico o porquê), Nico, Clarisse, Chris, Jason, Piper, Hazel, Frank, Leo, Calipso (sim, ela havia conseguido sair da ilha e agora ela e Leo estavam namorando), Rachel, Reyna, os Stolls, entre outros. Depois de dar uma olhada em volta, me virei novamente para Percy.

– Annie, aos doze anos eu te conheci e todo mundo aqui já sabe que desde aquele tempo eu já tinha uma queda por você. Agora, dez anos depois, eu ainda não superei isso e não pretendo ou consigo fazer isso – ele se ajoelhou. Ai meus deuses. – Annabeth Chase, você gostaria de se casar comigo?

E ele abriu uma caixinha com uma aliança prata com uma pedrinha azul no centro.

– Ai meus deuses, Percy. É claro que sim!

Ele se levantou e me ergueu no ar. Escutei os outros nos aplaudindo e ele me pôs no chão e colocou a aliança no meu dedo. Beijei-o e, quando me separei dele, nossos amigos vieram nos cumprimentar. Devo dizer que Piper pulou em cima de nós? Então, ela veio correndo e nos abraçou dizendo como estava feliz por nós e que planejaria tudo. Disse a ela que a ajuda seria muito bem vinda e tudo. Depois Jason nos abraçou também, depois Hazel, Clarisse (por incrível que pareça, ela agora não nos odiava totalmente) e todos assim por diante. Devo confessar que meu irmão, Malcolm, não gostou muito da notícia, mesmo eu já sendo, tipo assim, maior de idade e tudo mais.

Cumprimentamos um por um até que só sobraram eu, Percy, Clarisse, Chris, Thalia, Nico, Luke, Bianca e Silena. Só pra constar, Luke e Bianca tinham dois anos e eram filhos de Thalia e Nico (sim, Thalia havia largado as caçadoras por causa de Nico e agora eles já estavam casados e com os gêmeos) e Silena tinha quatro e era filha de Clarisse e Chris. Eles vinham sempre no acampamento nas férias com os pais (eram os nossos bebês, gente).

Luke, diferente de Silena e Bianca, estava pulando de um lado para o outro, enquanto as meninas já estavam dormindo no colo dos pais. Depois que eles foram embora, Percy e eu fomos para seu chalé.

Entrei e ele fechou a porta atrás de mim. Olhei para ele e passei a mão por meu cabelo. Ele ficou me olhando com a mesma expressão.

– Percy ...

– É, eu sei ...

– Percy ...

– Eu já entendi...

– Percy, a gente vai casar!

Corri em direção a ele. Não sei o que deu em mim, mas estava surpresa demais comigo mesma e com o fato de ele ter feito o pedido que só parei de pensar um pouco e agi instintivamente.

Ele me pegou e me levou em direção a cama.


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Notas finais do capítulo

Bom, primeiro capítulo e tudo.
Então, gostaram? Espero que sim.
Até o próximo capítulo amores.
Beijinhos
— A