O Verão Antes de Hogwarts escrita por JustWriting


Capítulo 13
A Plataforma


Notas iniciais do capítulo

Acabou esta fic? Não se desespere, existe uma continuação e logo ela será postada! Fique de olho ;)



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Todos corriam por todos os lados na estação King’s Cross, muitas pessoas apressadas querendo pegar seus trens logo, ninguém queria se atrasar muito menos os novos bruxos que chegavam à estação, ansiosos para ir para Hogwarts naquele lindo dia, o ultimo dia de suas vidas comuns e o inicio da grande aventura que seria ser um bruxo.

É claro que não havia apenas os novos bruxos na estação, atravessando a misteriosa coluna entre as plataformas 9 e 10 estavam todos os outros alunos de todas as outras casas, todos indo em encontro ao Expresso Hogwarts na Plataforma 9 3/4.

A emoção que percorria o corpo de cada um que atravessa aquela coluna. Simplesmente magico, e naquele instante, entravam na estação King’s Cross uma mulher e seu filho de cabelos loiros. Scorpio era o nome dele, e este seria seu primeiro ano em Hogwarts, ele não conseguia se decidir entre andar ou correr, era muito emocionante estar lá, finalmente pronto para partir, o sonho finalmente se realizava, mas alguma coisa ainda estava faltando, sua mãe prometera que ele estaria ali, esperando por eles, mas ele não estava, como sempre seu pai estava ocupado de mais para acompanha-lo, é claro que ele o amava, e queria ser como ele, mas seria pedir demais que ele o levasse para embarcar no seu primeiro ano em Hogwarts? Sua mãe pegou seu braço e o levou em direção a uma coluna, deu o carrinho para ele empurrar e disse:

– Pronto?

– Quase. Onde esta o papai? Você disse que ele estaria aqui.

– Ele vai estar. Prometo.

Scorpio engoliu em seco, olhou para a coluna, olhou para os lados e então perguntou:

– O que eu faço agora?

– Corra.

– Correr? Pra onde?

– Bem ali. – ela apontou para o meio da coluna que ficava entre as plataformas 9 e 10 – Tudo o que você tem que fazer é correr em direção a essa coluna.

É claro que ele não viu sentido nenhum naquilo. Mas fez o que ela disse. Apertou o carrinho com sua bagagem e a gaiola do gato com força, começou a correr e fechou os olhos. Ele estava certo de que trombaria na coluna e viraria motivo de piada de todos que passavam por ali, mas então ele notou que não bateu, pelo menos não na coluna, ele bateu em uma menina de cabelos escuros e profundos olhos verdes.

– Você é cego??

Ele ficou em silencio, envergonhado de mais para olhar para ela e se desculpar.

– Por Merlim, não me diga que você é realmente cego! Se for, por favor me desculpe!

Ele continuou do mesmo jeito, encarando o gato na gaiola que tinha sido arremessada alguns metros à frente.

– Não vai me dizer que é surdo também?

– N-n-não. – ele conseguiu gaguejar, ainda sem olhar para ela.

– Ah, que ótimo!

– D-d-desculpe. E-e-eu não te vi. – porque, em nome de Merlim, ele estava gaguejando?

– É isso que acontece quando se fecha os olhos.

– D-d-desculpe.

– Você é gago?

– N-n-não. – ele deu uma pausa, limpou a garganta e continuou – Não. Eu não sou gago.

– Ah, entendi, então só é tímido?

Ele assentiu com a cabeça e continuou encarando ela. A cor dos olhos dela o lembrava das folhas da grande arvore no jardim de sua casa, verdes, escuros, mas ainda assim, claramente verdes.

– Bom, de qualquer maneira, me chamo Violet.

– Scorpio.

– Eu não perguntei o seu nome, mas muito prazer Scorpio.

Ele se sentiu sem jeito de novo.

– Eu estou brincando! Por Merlim, você não tem senso de humor não?

– Ah. – foi tudo o que ele conseguiu dizer e então, forçou um sorriso.

– Ai esta! Um belo sorriso do meu novo amigo Scorpio! – ela parecia contente em dizer aquilo, apesar de ele ter atropelado ela com o carrinho a poucos minutos atrás – Bom, eu já vou indo Scorpio, foi um prazer, nos vemos em Hogwarts. – e ela deu uma piscadinha para ele e saiu andando.

Era estranho ouvir alguém dizer “Hogwarts” além da família dele, era como se tornasse tudo mais real. E quando ele olhou em volta, pode perceber que era bem real, o trem escrito Expresso de Hogwarts estava bem ali, grande e vermelho, uma placa no alto dizia Plataforma 9 3/4 e centenas de pessoas, vestidas em roupas com o brasão da escola, ou das casas circulavam por ali, todos carregando malões, e se despedindo da família, embarcando com gaiolas de corujas, gatos, ratos, sapos, entre outros. Tudo era simplesmente lindo. E então, ele sentiu uma mão apertar seu ombro, olhou para trás achando que seria sua mãe, mas quando viu, era seu pai, alto, de olhos cinzentos e cabelos loiros, olhando para ele com tanta ansiedade quanto Scorpio, e segurando a gaiola de Tobias.

Até aquele momento Scorpio já tinha se conformado com o fato de que, mais uma vez, seu pai tinha um compromisso mais importante do que, bem, ele. Ele já estava acostumado, não precisava fazer alarde nem nada, era simples, seu pai não poderia vir. Mas, em algum momento o universo realmente quis brincar com ele, e simplesmente fez com que seu pai aparecesse do seu lado, bem ali, pronto para embarca-lo no trem.

– PAI! – Scorpio gritou e abraçou seu pai – eu achei que você não fosse poder vir.

– Eu não perderia isso por nada filho. Esse é um dos momentos mais importantes da sua vida, e eu não poderia perder.

Ele não pode se conter, abriu um sorriso de orelha a orelha, e seu pai fez o mesmo, aquele era, realmente, o momento mais feliz de sua vida.

...

Victorie havia chego na estação com seus pais e seus irmãos, Louis estava revoltado por não poder ir junto, Dominique estava procurando por todos os lados por seus amigos, e ela, bem, coincidentemente estava procurando um dos amigos de Dominique também. Para todos os lados que olhava ela procurava aquele garoto de cabelos azuis, mas parecia que quanto mais procurava, mais ele parecia não estar lá, será que já teria embarcado? Ou ele estava evitando ela? Talvez ele não quisesse mais nada com ela, talvez tivesse sido apenas um romance de verão. Ele deveria ter varias garotas perseguindo ele por ai, ela tinha sido só mais uma. Aquele sentimento era novo para ela: rejeição. Ou pior, se sentir usada, normalmente era ela que usava os garotos, todos loucos para sair com ela ou todas as garotas loucas para serem suas amigas – algumas um pouco mais do que isso – ou a odiando por ter a atenção do garoto que quisesse, quando quisesse. Mas não podia ser, tinha rolado algo muito mais intenso do que um simples caso de verão. E se fosse, ela ia tirar aquilo a limpo com ele, e tomou essa decisão assim que avistou um topo de cabeça azul no meio da multidão, disse a seus pais que ia conversar com uma amiga e saiu andando atrás dele. Ela começou a perder ele de vista e se apressou um pouco, mas eram muitas pessoas e não dava para andar direito sem trombar em alguém, ela estava andando e tentando olhar por cima da cabeça de todos, mas ela não era muito alta, a boa noticia é que ele era então isso facilitaria, um pouco, a busca. A procura estava começando a ficar cansativa, ela não conseguia alcança-lo. Ela tinha certeza que tinha visto ele, ou foi só uma alucinação por estar pensando tanto nele? Não importava, ela precisava acha-lo. Parou alguns instantes para retomar o folego e então deu o primeiro passo, mas o pé dela não encontrou o chão, e sim o vão entre a plataforma e o trem, ela estava prestes a cair ali e se machucar muito então fechou os olhos com medo do impacto, foi quando sentiu alguém puxar seu braço e praticamente arremessa-la contra algo, ou alguém, sentiu mãos firmes em sua cintura e então abriu os olhos, ela estava olhando para uma camiseta verde com o logo das Esquisitonas, subiu um pouco o olhar e encontrou aqueles olhos que a fascinavam tanto, eles estavam amarelos, mas logo mudaram para aquele lilás bem claro que sempre assumiam quando ele estava com ela.

– Você sabia, que o único momento que não consigo controlar minhas metamorfoses é quando estou com você? – ele disse naquela voz baixa e penetrante.

Ela não sabia o que responder, é claro que aquilo era fofo, muito fofo, mas ela também estava zangada com ele, então lembrou-se de como se fazia para falar.

– Você. Me. Deixou. Sem. Noticias. Três. Semanas. Inteiras! – conforme ela ia dizendo isso ela foi intercalando com tapas

– Me desculpe Vic! As coisas ficaram complicadas lá em casa.

– É Victorie! – ela o corrigiu, não ia deixar que ele a persuadisse, e o primeiro passo era não deixa-lo achar que estava tudo bem apenas dizendo “Vic” – e qual é a dificuldade em me mandar uma única coruja?

– Eu queria! Mas eu tive uma discussão com a minha avó, de novo, sobre uma carreira pra mim e ela, em uma forma de protesto ao meu desemprego, resolveu engaiolar minha coruja no quarto dela, junto com a minha varinha!

– Por Merlim! Essa é a desculpa mais esfarrapada do mundo! Se você não gosta mais de mim é só me dizer!

– Se eu..? – ele fez uma pausa, como se estivesse confuso – Se eu não gosto de você? Victorie eu não consigo parar de pensar em você desde a ultima vez que nos vimos! – o cabelo dele ficou vermelho na hora que ele disse isso.

E de novo, ele tinha conseguido deixar ela sem palavras, o que ela poderia responder? Ela nem sabia mais se tinha motivo para estar brava com ele, era como se toda a frustração que ela tinha sentido nessas ultimas semanas, a ansiedade, o medo de ser só mais uma para ele, tivessem evaporado.

– Você diz isso agora. Mas que garantia eu tenho? – ela não queria parecer tão fraca, mas ela precisava que ele soubesse disso, precisava que ele entendesse.

Ele a puxou e a abraçou, ela não tentou resistir, era bom. Parecia que todo o mundo havia sumido e existiam apenas eles dois, ali, abraçados.

– Victorie Weasley, – ele disse o nome inteiro dela, como se aquilo desse alguma importância a mais para o que ele queria dizer – a única garantia que posso te dar, é que eu só penso em você, e que pra mim, só existe você. E a única garantia que tenho de você, é que você acredite nisso.

Ela olhou em seus olhos. Era difícil encara-lo por muito tempo sem sentir a vontade incontrolável de beija-lo, mas Victorie se esforçou para falar enquanto olhava para ele.

– Se continuar dizendo coisas assim, vai acabar fazendo com que eu me apaixone. – ela sorriu, era a mentira mais descarada que já tinha dito, afinal, ela já estava apaixonada.

– Assim eu espero.

E dito isso, ele a beijou. Era mais um dos momentos mágicos que ela frequentemente passava com ele, mas que foi rudemente interrompido por um James boquiaberto.

– TEDDY! – ele gritara – O que, pelas barbas de Merlim, você pensa que esta fazendo?

– Me despedindo de Victorie. – respondeu ele, como se aquilo não tivesse a mínima importância.

– Mas, você e ela? Quando? Como se atreve a beijar a minha prima!? Quando o Dom ficar sabendo disso!

– Eu pensei que fossemos todos uma grande família. – respondeu Teddy sorrindo, como se estivesse vendo um de seus programas favoritos na televisão.

– E o Dominique não vai ficar sabendo de nada James! – interrompi – E como você se atreve em achar que tem alguma autoridade sobre mim?

– É claro que vou contar ao Dom! Ele tem o direito de saber que o cara que ele chama de amigo esta se enroscando com a irmã dele pelos cantos.

– Ninguém esta se enroscando com ninguém seu enxerido! – ela já estava irritada com aquela conversa.

– Enxerido é? É o que veremos. – e ele saiu de nariz empinado, pronto para contar a primeira pessoa da família que encontrasse.

– O que vamos fazer com ele? – ela perguntou.

– Com ele? Nada.

– Ele vai contar a todos.

– Se tivermos sorte.

– Você esta louco? Meu pai me mata! – ela parou alguns segundos e então concluiu - Meu pai te mata!

– Eu duvido muito. Sou um cara bem carismático sabe?

– E também um cara muito convencido.

– Se não fosse assim, eu nunca teria conseguido que a garota mais linda e convencida do mundo me notasse. – ele sorriu.

– Ah, cale a boca. – ela disse sorrindo.

E então, voltaram a se beijar.

...

Em algum outro canto da estação King’s Cross estavam entrando varias pessoas, muitas das quais nem fazia ideia da existência de uma plataforma magica, mas a família que acabara de entrar se dirigia exatamente para lá. Os Weasley e os Potter corriam com seus carrinhos lotados de bagagem, crianças e adultos apressados para não perder o trem. Os primeiros a entrar foram os Weasley, primeiro Hugo, depois Rose, em seguida Hermione e então Ron. Harry olhou para a coluna entre as plataformas 9 e 10 e se sentiu como aquele garoto de cabelos bagunçados, roupas largas e uma cicatriz em raio na testa, que viu uma família de cabeças ruivas passando por aquela mesma coluna, ele nem fazia ideia de que toda a sua vida mudara ali. E então viu Gina atravessando com Lily, logo em seguida James, e então, ele olhou para seu filho, Alvo e segurou no carrinho junto com ele.

– Pronto?

Alvo assentiu, e ambos correram em direção à coluna. Ao passarem a magia se fez, eles não colidiram contra a coluna – apesar de Harry saber bem qual a sensação de se fazer isso – eles atravessaram, e chegaram a maravilhosa Plataforma 9 3/4.

– Onde estão eles? – perguntou Alvo.

Os Weasley haviam desaparecido naquele aglomerado de gente.

– Estarão aqui logo. – assegurou Harry ao filho.

– Ei, Al, não se esqueça de agradar bem o papai, afinal, depois que for para a casa errada em Hogwarts, vai acabar sendo expulso de casa. – disse James, com um sorriso brincalhão no rosto que Harry, vira algumas vezes no rosto do padrinho, Sirius.

– Cale a boca James! Cale a boca! – gritou Alvo em resposta.

James riu e saiu com suas coisas em direção ao trem, sumindo em meio às pessoas. Logo os Weasley chegaram.

– Oi! – disse Alvo ao ver Rose – achei que fosse embarcar sem mim.

– Nem pensar que entro ali sozinha. – respondeu Rose com um sorriso no rosto, a ansiedade era clara no rosto de ambos.

Estava quase na hora, de embarcar quando James voltou correndo de algum lugar e disse:

– Adivinhem o que acabei de ver? Teddy e Victorie, se agarrando! O nosso Teddy, com anossa Victorie! E quando quis saber o que estavam fazendo, ele teve a ousadia de me responder que estava se despedindo dela!

– Você os interrompeu? – reclamou Hermione.

– É claro!

– Imagino que a resposta dele tenha sido bastante educada. Afinal devia estar bem claro o que eles estavam fazendo. – disse Rose de repente.

Todos riram, James com certeza sentiu vontade de estrangular Rose, mas o fato de ela ser mulher, e de seus pais estarem ali impediram que ele agredisse a própria prima. Então Harry olhou no relógio e avisou a todos que estava na hora, todos começaram a se despedir e quase todos haviam embarcado, menos uma pessoa, Alvo.

– Não se preocupe, tudo vai dar certo. – assegurou Harry.

– Mas... – Alvo não tinha certeza se deveria perguntar, mas mesmo assim deixou aquela pergunta que o atormentou tanto durante as férias escapar – e se eu for para a Sonserina?

– Alvo Severo, você tem o nome de dois diretores de Hogwarts. Um deles era da Sonserina e provavelmente foi o homem mais corajoso que já conheci.

– Mas e se eu for...

– Então a Sonserina terá ganhado um ótimo aluno. Não faz diferença, Al. – quando seu pai disse seu apelido, Alvo começou a gostar muito mais dele – Mas se importa tanto para você, você pode escolher. O Chapéu Seletor leva em conta a sua escolha.

– Sério?

– Levou comigo.

Alvo estava claramente surpreso com aquela noticia, mas se sentiu um pouco mais leve sabendo que, no final, poderia escolher.

...

Todos já estavam dentro do trem chamado Expresso de Hogwarts, lá dentro cada coração pulando de alegria por mais um ano letivo que se iniciava. Alvo, Rose, Scorpio, James, Victorie... Alunos do primeiro ano ou do sétimo, não importava, todos estavam felizes por irem para lá. Onde todos teriam suas aventuras, fariam novos amigos, reencontrariam os velhos, teriam novos amores, e novas desavenças, aprenderiam novos feitiços, ou poderiam descansar nos jardins em dias ensolarados.

Mas o que realmente importava era que tudo estava bem.


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Notas finais do capítulo

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