Na mesma noite do jantar, fui para os apartamentos dos Shay's.

Era tarde de mais e o Lewbert, na portaria, tentava impedir a minha entrada. Apenas o ignorei seguindo o meu caminho.

Subi no elevador e em 10 segundos estou dentro do apartamento. Quando saio do elevador, vejo tudo desarrumado, mais que a minha casa.

Spencer e Gibby estavam sentandos no sofá assistindo algum programa de TV no momento em que chegei. Ambos usavam pijamas.

– Cadê a Carly!? - perguntei, quase gritando. - É importante!

Nenhum dos dois diz uma palavra. E por falar nela, ouço a mesma descer as escadas apressada.

– O que houve!? - perguntou ela.

Tento abaixar a voz e explicar o acontecimento.:

– Por sua causa a minha mãe vai se casar com um maluco de fábricas!

– A Pam vai se casar? - perguntou Spencer, assustado.

Carly fez uma expressão de dúvida, talvez não tenha entendido o motivo da culpa.

– A sua mãe ainda é um extra terrestre? - Pergunta Gibby, atrapalhando nossa conversa.

– Gibby! - gritei, fazendo o mesmo correr para o banheiro, de medo. E então voltei a falar com a Carly. - Você não devia ter dado aqueles conselhos idiotas para ela!

– Desculpa! - disse ela, levantando os braços. - Mas acho que você está sendo muito egoísta em não permitir que sua mãe sejá feliz com o tal cara "muluco de fábricas".

Fiquei em silêncio e desviei o olhar para a TV. Spencer assistia um canal de animais.

– Maluco de fábricas? - perguntou ela, tirando minha atenção.

– Ele é o dono das fábricas de bolo gordo de toda Seattle... e maluco por ter uma cadela como mãe...

Spencer fez uma expressão de espanto.

– Não... A mãe dele é um animal mesmo!

Carly pediu para que eu fosse descansar e que procurasse aceitar aquela situação. O que era muito difícil.

Mas procurei esfriar a minha cabeça. Então aceitei os comandos da Carly e me direciono até a saída.

Antes mesmo de sair, Gibby colocou o seu molde da própria cabeça fora do banheiro e eu lhe dou mais um susto.

Decido sair pela porta ao invés de pegar o elevador. Logo na saída olho para a porta dos Bensons e penso seriamente em falar com o Freddie, mas apenas vou embora, já que ele estava me evitando desde que foi demitido. Sei que ele voltará a falar comigo em breve. E enquanto estou descendo alguns degraus ouço o som de uma porta se abrir, ainda tenho alguma esperança que sejá ele, mas apenas continuo descendo as escadas.

Volto para casa e percebo o silêncio, a escuridão e as chaves da casa. Isso já explicava tudo, estão todos dormindo e logo irei dormir. Mas antes sento no sofá e reflito, olhando para os quadros estranhos da Pam, na parede.

E sem que eu percebesse, havia dormido na sala. Acordo com o barulho da porta.

– Pam! - grito, chamando alguém para atender a porta. - Melanie!

Ninguém responde e então vou abrir a porta. Era apenas um homem, desconhecido, seu crachá dizia: Bob.

– Aqui mora a Sra. Puckett?

– Depende... - falei, pausadamente. - É da polícia?

– Não...

– Sim! - falei, respondendo a pergunta dele. - Ela mora aqui.

Ele faz um sinal para um caminhão que estava passando na rua. Dois entregadores descem do caminhão, trazendo vários sacos de bolo gordo.

Bob pediu para que eu assinasse alguns papeis, enquanto os entregadores colocavam as sacolas de bolo gordo dentro da minha casa.

– Presente do Sr. Jamie para à Sra. Puckett...

Nem se quer agradeci ao Bob e seus funcionários. Fechei a porta, deixando o mesmo falar sozinho.

Abri uma das sacolas e retirei os bolos gordos. Comi o mais de pressa que pude, como um animal faminto.

– Sam!? - Diz Melanie, meio de surpresa.

Olho para ela, ainda assustada.

– O que é!?

– Comendo bolo gordo de manhã?

Nego e largo um pacote de bolo gordo no chão. E em seguida pego um dos sacos e jogo no latão de lixo.

– Eu odeio bolo gordo! - falei.

Melanie cruza os braços, parecendo não acreditar em mim. Ela estava certa, quando ela volta para o quarto, cato alguns pacotes do lixo.