Angels & Demons – Gotta Be Somebody escrita por Calis, Lysse


Capítulo 3
II – Curiosamente seco.


Notas iniciais do capítulo

Depois de séculos, cá estou com a atualização, sem mais delongas.
Boa leitura.



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Ela olhou pro céu, cruzou os dedos, fechou os olhos, e mesmo sabendo que não iria funcionar, ela desejou você.

Anônimo

Lyanna Mollison observava o teto.

Era lindo— um céu sem nuvens, e com várias estrelas – mesmo em Boston, era difícil ver estrelas como aquelas, e lembrou-se das voz animada do seu pai falando sobre isso, e sobre como ela deveria ser sortuda por ir para Thompson.

E ao seu lado, Andrew Wall era puro tédio para aquela cerimonia idiota em sua humilde opinião – o herdeiro da família mestiça Wall tinha os olhos azuis fixos em alguns rostos, e ele reconheceu algumas pessoas como Elizabeth McQueen e Evan Roux, ambos de famílias influentes na América do Norte, assim como Francisco Matarazzo, e este último sendo o que passara a noite em sua casa.

Andrew torceu os lábios com isso, afinal porque dois alunos da Thompson iria se conhecer? Simplesmente pelo fato de que suas mães eram amigas de longa data desde a época da Thompson, quando as duas ficaram gravidas foi apenas uma diferença de poucos meses entre os herdeiros de ambas as famílias – Francesco era mais velho que ele em exatos três meses, e ironicamente nasceram no mesmo dia, e para infelicidade de Andrew, suas mães esperavam que fossem velhos amigos na Thompson assim como elas eram, porém Andrew e Francesco tinha várias ideias diferentes de amizade, e uma delas era Elizabeth McQueen – a mesma conhecia Andrew, até mesmo lhe um apelido esquisito e carinhoso quando tinha nove anos, ao qual o Wall esperava que tivesse esquecido, mas duvidava muito, uma coisa que os McQueen tinha de melhor além de serem excelentes bruxos seria uma memória excelente –, mas suspirou, e apenas pensou que queria sair daquele local e pegar um ar fresco.

Estava cansado daquelas expectativas tolas que dispunham sobre a sua pessoa.

Porque ele não era sua mãe, ele era Andrew. E escreveria a sua história ele mesmo, pois era isso que gênios faziam.

x

"Mamãe te ama", a voz soava fraca.

Gabrielle Delacroix apenas abriu os olhos para o local em que se encontrava. Violetta Acácia Woofihg estava ali, ao seu lado, e parecia tão assustada quanto ela. Ela apertou os lábios, e podia sentir o sangue preenchendo a boca enquanto uma mão conhecida, e de alguma forma enquanto apenas encolheu-se lentamente.

Um suspiro resignado escapou dos seus lábios – uma tola, pensou melancólica enquanto várias pessoas se reuniam ao redor de um pequeno palco – ela e os demais primeiranista iriam ficar ali parados esperando seus nomes serem chamados para retirarem uma mecha de seus cabelos, e joguem no Cálice de Seleção como todos os anos.

O Cálice continha o sangue dos Fundadores das Casas –, e assim lia qual casa, eles mais se adequariam para eles –, e naquele momento, a água era neutra.

Transparente. Sem qualquer resíduo externo. Límpida.

Pura, como muitos diriam – e assim que uma mecha é jogada, a cor mudava para vermelho, ou azul, ou dourado, ou preto, as cores das respectivas casas –, Gabrielle lembrou-se do que sua mãe lhe disseram.

“Você pode ser um Urso, ou um Tigre, disseram animada, sua família não se importava com a Casa – seu pai era um Tigre, e sua mãe era um Urso, e seus avós eram misturas de Casa – não havia tradição de serem de apenas uma casa.

Mas uma coisa, Gabrielle sabia, queria ser igual sua mãe.

Um Urso Negro.

x

Francesco Matarazzo suspirou.

Se separara do grupo em que estava, e seus olhos percorriam cada rosto, e se frustrava. Onde diabos estavam?

Suas mãos enfiadas nos bolsos do terno que usava, o símbolo da escola bem visível em suas vestes. Todos observavam o jovem de 11 anos que se moviam entre os colegas de ano, franziu o cenho. Onde diabos se meteu? Viu a cabeleira ruiva ao lado de outros dois garotos que reconheceu como Niklaus Horklyns e Nikleous Lefbrev, ambos em uma distância considerável um do outro assim como Severo Snape II, que estava com as mãos enfiadas no bolso assim como e parecia alheio a pequena discussão dos Nik’s. O cabelo negro estava curto, num corte que valorizava o rosto magro e bonito, puxará todas as características de seu pai, o falecido Severo Snape, ao qual provinha seu nome.

Elizabeth parecia ter nove anos – um pouco baixa para idade, e sua mãe garantirá que ia crescer em pouco tempo –, seus cabelos cor de fogo estavam presos numa trança longa. Os olhos verdes ocupados demais em algum ponto do teto do castelo, a roupa parecia perfeitamente alinhada assim como os demais colegas de ano, Niklaus parecia entediado - provinha de uma família de políticos – o cabelo bem alinhado e arrumado, os olhos fixos nas conversas altas. Nikleous percebeu a sua presença, e franziu o cenho com a aproximação do rapaz.

Francis.

Havia um alívio na voz da garotinha. Seus olhos grandes estavam arregalados, enquanto os outros resignaram a dar de ombros. Muito amor de vocês, pensou com sarcasmo.

—Nem me esperou, Matarazzo – a voz soou ácida num quase resoluto orgulho – Eu tive que vim com Griffin e com Harrison.

—Morte dolorosa a sua, meu caro Nikleous – a voz de Niklaus soou suave, e sem humor, e uma pitada típica de sarcasmo ao qual não passou despercebido – Vim com Elizabeth, e mais alguns desconhecidos, então eu cumpri minhas missão.

—Desde quando Weedon se tornou desconhecida? – a voz de Elizabeth soava curiosa – Ela é sua vizinha, Klaus.

Niklaus fingiu não ouvir isso. Matarazzo viu o brilho de irritação de Elizabeth, mas ela não rebateu o amigo que apenas passou os braços ao redor dela.

—Elizabeth, my doll, você não deve se misturar com as Weedon.

Ela revirou os olhos. E fez uma careta, estava contrariada, isso era algo que Francesco percebia como ninguém e afagou o ombro da menina.

—Escute-o, Lyanna.

A voz de Severo soou suave, e atento. Elizabeth apenas puxou as vestes negras de Severo, o medo em seu ato foi pressentido por todos ali, Francesco apenas apertou os olhos com isso. Severo estava mais próximo dela do que nunca, o jovem rapaz apenas afagou os cabelos ruivos sem desarrumar.

—Apenas escute—o.

—Eu sei, mas aquela menina não tira os olhos daqui.

Francesco sentiu a tensão. E observou de rabo de olho a tal menina, oh, parece interessante. Não reconheceu ela de imediato, mas sorriu para si mesmo.

—Não ligue, Elizabeth – Niklaus apenas deu de ombros, enquanto fechou a cara para alguns rapazes que olhavam para eles – Ninguém mexeria com os McQueen, seus irmãos são muito rudes quando se trata de você.

Francesco riu junto com Nikleous que também revirou os olhos, mas ambos atentos a garota de cabelos loiros que se afastou.

x

“Seja uma boa garota.... Afiada como navalha".

Katherine tinha uma máscara.

Uma máscara bem feita, sem qualquer vestígio de medo, ou fraqueza, ou qualquer defeito, era perfeita aos olhos dos outros. Ela era linda, popular, inteligente e acima de tudo uma McQueen. A Realeza na América do Norte, ao menos é o que todos dizem sobre o sangue que correr em suas veias, mas aquilo sempre aborreceu. Sobre sua linhagem. Sobre as expectativas. Sobre tudo, menos sobre ela.

Menos sobre Katherine – apenas Katherine.

Poucas as pessoas as reconhecem como Katherine, apenas Katherine. A máscara pesava com o passar dos anos, e aquilo se tornava um fardo. Um suspiro escapou dos lábios com um batom nude que caracterizava a sua máscara: Apenas a perfeição, foi assim que foi criada e assim seria.

Ela é neta do Ministro da Magia da América do Norte, e tinha que agir como tal. Katherine forçou um sorriso dissimulado aquelas pessoas a sua frente, mas seus olhos recaíram na pequena e minúscula figura que adentrava com outros alunos iam para uma mesa destinada aos alunos novatos do 1 ano, Elizabeth parecia muito menor do que era na realidade, e tão pequena.

Porque colocar ela naquele mundo perverso? Foi a primeira coisa que pensou assim que carta chegou a ela – sempre protegera sua pequena Elizabeth desde que seus pais morreram –, e aquele momento seria assustado para ela.

Afinal, Elizabeth era pequena e indefesa, como iria protegê-la dali em diante?

O cabelo mediano preso numa trança de lado que a própria Katherine fizera, Elizabeth tinha tudo de sua falecida mãe. Até mesmo a forma de curvar os lábios num sorriso de canto, ela será grandiosa, garantirá o jovem professor particular, Iwan se orgulhava da forma como Elizabeth desenvolvia as suas habilidades ao longo do último ano para controle melhor de sua magia, uma das regras impostas por seu avô, e uma das quais Katherine era a favor.

A segunda regra: Era frequenta a Thompson, discordava. Achava que Elizabeth podia ficar na Mansão sendo criada sob a tutelar do mesmo professor de Magia, mas Katherine sabia que nenhum professor iria conseguir mostrar o mundo para ela se fosse para protege-la.

Sua irmã deve ser tornar forte, o velho McQueen os guiava através dos punhos de ferro, e aquelas palavras foram as que saíram de sua boca naquele dia para os dois mais velhos, Willian queria que Elizabeth ficasse em casa também, mas eles tinham o direito de priva-la de estudar e ter novas amizades?

A resposta era não.

Havia momentos que Katherine via a sombra de seu avô em Elizabeth, o mesmo olhar destemido. A mesma forma de atacar, e principalmente o nariz empinado depois de uma vitória estrategicamente planejada como se estivesse jogando xadrez o tempo todo, e aquilo foi um dos motivos de ter cedido para a entrada dela na Academia Thompson.

Katherine sentiu as mãos sobre as costas, o toque não lhe parecia certo, Willian também observava o rosto suave e inocente de sua irmã mais nova com uma ruga de preocupação.

—Ela ficará bem.

—Eu sei. Ela é uma McQueen.

Apenas afastou-se, e deixou Katherine ali.

"Mãe. Pai. Cuidem dela. Cuidem de nossa Elizabeth".

x

O som ecoava alto em bom som – a sinfonia de vozes deixava os alunos tensos enquanto parecia uma orquestra bem ensaiada – ao menos era como aquelas vozes soavam ali, os alunos adentravam no grande salão na esperança que o ar esmagador de poder se aliviasse, mas a grande concentração de poder e hormônios eram aterrorizante para todos.

Michael Justine arqueou as sobrancelhas assim que percebeu a silhueta enxuta e pequena, e a pessoa concentrada – as mãos eram velozes sobre o piano enquanto os alunos do 2° ao 7° ano se acomodavam em suas respectivas mesas. Viu seu primo, Willian, sorri e ser cortejado por belíssimas damas, e aquilo o intrigava. Quem em sã consciência se aproximaria de um McQueen? Um ser maligno dos infernos? Bufou, e apenas seguiu o percurso para sua própria mesa, e sendo parado a todo o momento por pessoas conhecidas. Os Tigres Dourados era a casa mais famosa no mundo bruxo, por seus celebres alunos como Theodor Jenkins.

—Olá, Michael – a voz soava polida, uma educação provida de uma família tradicionalista, e era assim que ele via o amigo de classe e de casa, Garret McCoy que lhe sorriu, e sentou-se displicentemente ao seu lado e chamar uma certa atenção sobre si – Vejo que anda ocupado, caro amigo.

—O que quer dizer, McCoy? – retrucou, e os olhos se estreitaram para o amigo – O que quer dizer, McCoy? Desembucha.

—Como sempre sem humor algum, e direto como uma navalha – ele riu, sua risada chamou atenção de algumas tigresas da classe deles assim como outros tigres – Sua prima, Elizabeth, me parece como uma corsa assustada me pergunto se isso vai atrapalha-la?

Ele estreitou os olhos – e bufou.

—Minha prima não lhe interessa, McCoy – sua voz soou azeda, sem um pingo de humor – Se eu souber que andou de conversas com ela, não respondo por mim.

Ele observou a jovenzinha de cabelos ruivos e olhos tão verdes como de Katherine McQueen – a expressão assustada enquanto estava sendo colocada numa fila organizada por sobrenome pela professora Burbage, ou vice-diretora Julianne Burbage – as vestes lhe caiam bem enquanto por instinto virou-se para o primo que arqueou as sobrancelhas para ela, e viu os lábios se tornarem um pequeno sorriso para ele que retribuiu para ela.

Afinal, Elizabeth McQueen era diferente de Willian e Katherine.

x

Ela observou com o cenho franzido.

Seus olhos se fecharam por meros segundos antes de abrir de novo – e perceber a fila se formando – Ariadna apenas viu o irmão senta-se ao lado de Pietro McQueen, o ruivo mais novo tinha o sorriso e charme do irmão mais velho, e já era popular em seu segundo ano na Academia Thompson assim como Lucca.

Lucca era uma Raposa – e porque ela deveria ser um Tigre? Havia tradição em sua família, mas seu irmão quebrara, e ela podia fazer o mesmo? obviamente que não, a loira observou o moreno por mais alguns segundos.

Lucca era igual a sua mãe – idêntica até mesmo nos cabelos escuros como a noite, e os olhos cor de âmbar, menos na altura, e uma marca de nascença que herdaram da mãe.

Ele já era bastante alto – estava quase alcançando o pai – e Joanne era baixinha.

E ela era o pai – o seu pai tinha cabelos loiros e olhos iguais aos seus – Ariadna cansou de ouvir que não era filha de Joanne Ferrari, pois não herdaram os olhos cor de âmbar dela, mas ela não ligava para aquilo, mas tinha algo que ninguém tiraria, a marca escura em sua pele pálida atrás das costas. Sua mãe sempre lhe disseram: Eles são idiotas, meu amor, não ligue. Mamãe te ama, e aquelas palavras carregava.

Ariadna apenas observou a figura de cabelos ruivos ao seu lado – e nem se dera conta disso. Elizabeth McQueen apertava um pequeno bracelete (já que um dos professores confiscaram o urso dela), e olhava os lados –, a loira observava a neta mais nova de Willian McQueen.

Era da mesma altura – Ariadna era um pouco mais forte, mas Elizabeth parecia uma boneca – os olhos verdes como a grama pararam numa pessoa, e essa pessoa foi Pietro. O irmão apenas mexeu os lábios, e se comunicava com a menor. Ariadna ficou hipnotizada por aqueles olhos tão verdes quanto de Elizabeth, e havia grandes diferenças.

Havia mistério naqueles olhos, e isso fisgou atenção dela.

E naquele segundo, ela havia se apaixonado pelo melhor amigo do irmão.

x

—Sejam muito bem-vindos há mais um ano em Thompson, meus amados alunos.

O tom amável de Theodor Jenkins fazia alguns alunos arquearem as sobrancelhas, pois todos os anos ele usava aquele tom doce no meio do ano, e depois de dois meses desejava azarar qualquer um que irritasse ele – e bufarem com isso – a expressão quase de deboche. E aquilo deixava o jovem professor de DCAT com uma ruga de preocupação, Samuel Yale tinha menos de um ano de experiência com alunos da sua antiga academia.

Ouviram os discursos de boas vidas – as palavras encorajadoras de alguns professores –, e apresentação oficial de sua irmã mais velha aos alunos que apenas aplaudiram a jovem mulher, enquanto Samuel observava tudo.

Uma a uma – as crianças subiam ao palco – a cerimonia era simples, pegava-se uma mecha fresca dos cabelos dela e as cortava, e jogava sobre o liquido transparente, e aquelas mecha explodiam para fora em uma determinada cor, e assim era selecionados assim como marcados.

A marca— Samuel lembrou-se da sua abaixo da clavícula ganhada aos 11 anos através daquela porção especial para os alunos – era uma marca criada pelos Fundadores, e todos os anos, os novos alunos ganhavam as suas marcas, e eram considerados quase adultos pela Academia, e então responsáveis pelos seus atos.

Era um ensinamento bárbaro na opinião do Yale – mas ele mesmo passara por isso.

Então, ele a viu – miúda demais para idade, e parecia uma corsa assustada, e tropeçou nos próprios pés e caiu –, e o que aconteceu a segui não foi cômico, como muitos diriam, a mão estendida de forma sutil e protetora.

Afinal, um McQueen nunca deixaria sua adorável irmã caída daquele jeito – ele pediu um minuto ao diretor, enquanto ajudava a irmã mais nova – Yale questionava se Elizabeth McQueen tinha as características dos Raposas Vermelhas com aquelas atitudes, pois era fraca e débil, e uma raposa deveria ser astuta e forte.

Mas o brilho vermelho lhe disse que sim – pois, o Cálice nunca erra.

x

 O Banquete era surreal aos olhos dos novos estudantes.

Havia os mais variados pratos – e todas as mesas estavam em alvoroço –, Gabriel Blackwood também. Havia sido selecionado para os Falcões Azuis assim como seus país e avôs, e todos de sua família.

Deliciou-se com frango assado a sua frente – por Merlin, aquele frango estava lhe dando mais água na boca, mas sua curiosidade era maior que a sua fome, afinal porque uma criança fraca como aquela viria para essa escola?

Ela virou-se automaticamente – os lábios franzidos, e uma irritação visível enquanto mãos gentis estavam em suas costas –, Elizabeth tinha os sangue dos McQueen correndo em suas veias.

Seus avôs se desgostavam – era fato.

Afinal, quem iria gostar dos McQueen? Eram a Realeza da América do Norte, e exímios lutadores e egocêntricos, e cheios de si, e eram as variedades de qualidades e defeitos –, porém Arturo Blackwood odiava Willian McQueen, mas porquê? Ambos eram ex-alunos da Thompson, e sempre tiveram uma rivalidade entre as paredes daquele castelo, e isso se sucedeu pelos seus primogênitos e netos.

Mas, Gabriel não tinha aquele pensamento sobre a família McQueen, e muito menos sobre aquela garotinha ali, afinal o que Elizabeth McQueen tinha para ser tão perigosa quanto aos irmãos mais velhos? O Blackwood sorriu, aquela garotinha não tinha poder, e muito menos qualquer intenção de atacar alguém, ao menos era o que parecia – e desde quando isso? Já que sua família sempre lhe disseram para não agir amigavelmente, ou melhor, seu avô Arturo dissera isso, mas o Blackwood mais novo relembrou o motivo.

Os netos de Willian McQueen era órfãos de pai e mãe depois de um trágico acidente de carro que ceifou as vidas de Vincent e Isabella McQueen – seu pai, Richard, disse que não se deve fazer piadas, e muito menos jogar isso na cara de alguém, pois é doloroso, e aquilo era cruel demais até mesmo para Arturo Blackwood que apenas fingiu não ligar, mas Gabriel sabia das flores enviadas em condolências para a Família McQueen, e também que o avô estava no dia do enterro de ambos os corpos no cemitério particular da família dos falecidos –, e a ida ao velório foi tumultuada pela quantidade de pessoas.

Ele lembrava da menininha no colo do avô, e os olhos fechados – juntamente com duas criadas, e um carrinho com os gêmeos Christopher e Charles que dormiam tranquilamente mesmo naquele ambiente hostil e cheio de olhares penosos para si ao lado dos filhos do atual Ministro da América do Norte que mantinha-se firme enquanto as mãos pareciam acariciar as costas e acalmar os soluços de sua neta mais nova –, ele apertou a mão de sua mãe ao perceber a criança chorosa no colo do avô enquanto os três mais velhos mantinham-se em silêncio, e as lágrimas silenciosas sobre suas belas faces.

As histórias dos McQueen não faziam jus a eles – afinal, Willian McQueen tinha um coração de ferro, então porque chorava naquele segundo? E uma das coisas que seu avô disse foi, “Coração de ferro é uma coisa, mas perde um filho é como se tirasse um pedaço de si desse mundo, James, apenas faz com que seu coração fique despedaçado. Willian é um idiota, e isso eu te garanto, meu neto, mas ele amava demais aquele moleque, afinal Vincent era seu predileto pois herdara tudo o que ele mais prezava, e também, o gênio da mãe ao qual aquele McQueen sempre pertenceu, e foi a primeira vez que vira Arturo Blackwood defende um inimigo, e aquilo ficou na cabeça do Blackwood mais novo.

Gabriel Blackwood apenas observou a figura miúda de cabelos ruivos.

Continua...


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