Depois de desligar o telefone, troquei minha roupa por outras mais confortáveis e fui direto para o sofá levando comigo um livro chamado Entre agora e o nunca de J.A. Redmerski _ quando cheguei à última página eu estava um pouco desidratada de tanto chorar e ficava pensando: NADA MAIS FAZ SENTIDO— não consigo nem pensar o que a continuação (Entre agora e o sempre) iria fazer comigo. Eu provavelmente ficar de ressaca literária por umas cinco semanas.

Acho que eu acabei cochilando, pois acordei com meu pai chamando meu nome.

— Trouxe uns amigos para o jantar – ele disse me sacudindo.

— Mummhum – resmunguei esfregando os olhos.

— Você parecia cansada, então não fizemos barulho para não lhe acordar. Mostrei a reforma da garagem enquanto esperávamos que você acordasse.

Eu tinha escutado cada palavra, mas dificilmente elas atravessaram a nevoa de sono recém dissipando-se.

Abri meus olhos e alonguei um pouco meus músculos – tanto quanto possível continuando deitada.

Como eu cochilei tanto? Eu normalmente tinha o sono leve e acordava por qualquer barulho. Não dessa vez.

Levantei do sofá limpando a baba do meu rosto (e antes que você pense diferente – não, isso não acontece sempre).

— Eu vou apresentar vocês - meu pai falou vendo minha reação ao encontrar um completo estranho bem no meio da minha cozinha _ esse é o Phil – disse apontando para um homem alto, como mesmo tom de pele branca, de olhos castanhos dele - e aquele - continuou dessa vez apontando para um garoto de sorriso torto, surgindo no corredor – é...

— Gabriel – eu meio falei, meio gritei.

Perguntei-me se eu poderia soar mais patética.

Com certeza!