A Garota Dos Defeitos escrita por Tamires Rodrigues


Capítulo 35
Pensando como ela


Notas iniciais do capítulo

Escrever qualquer coisa pós morte Angeline tem sido bastante complicado e doloroso. Vamos agradecer a Ya pessoal, por ter me enlouquecido um pouco para escrever sendo tão persuasiva com seu jeito meigo e maluco. Obrigada guria ♥ Dedico este capítulo a todos que amam a A..G.D.D e continuam apoiando esta autora aqui(lê-se eu).
Muito obrigada Ya e a cada um de vocês que comentam e me fazem sentir que faço algo bom escrevendo. Ás vezes ler seus comentários é tudo que eu preciso para me sentir bem e melhorar. VOCÊS SÃO DEMAIS! ♥



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Abri os olhos me concentrando no que me fez acordar.  Vinha da cozinha. Armários abrindo e fechando. Alguém estava em casa.

Pisquei algumas vezes dissipando a névoa de sono. Virei à cabeça para o lado e fitei Gabriel dormindo.

 Ele estava do meu lado assim como prometeu ontem à noite.

Seu peito subia e descia lentamente. Ele parecia sereno e mais jovem dormindo. E eu percebi que era a primeira vez que eu o via dormir. Da última vez que dormimos juntos ele dormiu depois de mim e acordou primeiro que eu. Sua respiração morna fez cócegas no meu pescoço. Afastei delicadamente uma mecha de cabelo negro da sua testa, e lutei para remover seus braços protetoramente jogados ao meu redor. Depois de uma ou duas tentativas eu pude me mover para fora da cama sem acordá-lo. Calcei minhas pantufas, e esfreguei meus olhos antes de sair do quarto.

Escutei vozes sussurradas conversando enquanto cruzava o corredor e as reconheci como a de mamãe e de Katherina. Não entendi o que elas falavam até entrar por completo na cozinha.

— Eu ainda não consigo acreditar, mãe- kat fungou. -Você pode?

Eu estaquei no lugar, deixando a realidade de tudo me dar um soco no estômago.

Fiquei ali apenas olhando para as duas. Todas os detalhes da noite passada voltando a minha mente, me trazendo a realidade.

Oh Deus.

Minha avó está morta.

Eu não sabia o que dizer ou como consola-las.

Ás vezes você só precisa demonstrar que se importa e entende – minha avó nos ensinou.

Eu não precisava dizer nada, tudo que eu podia fazer era mostrar que estava ali por elas.

Limpei a garganta para que ambas soubessem que eu estava ali.

Katherina levantou os olhos da sua caneca fumegante, e me fitou. Minha mãe estava sentada em uma das cadeiras do balcão perto de kat que estava de pé.

— Oi - murmurei.

Pareceu tão bobo em comparação com tudo que deveria ser tido.

— Oi, Sukes.

—Oi, filha.

Nenhuma de nós se moveu uma polegada sequer, encarei minhas pantufas e perguntei:

— Onde está o papai?

Foi à coisa errada a dizer, eu soube quando ergui a cabeça e encontrei o olhar de ambas.

— Ele ficou.

— Eu tinha me esquecido quão longo são os formulários funerários- mamãe completou.

Os olhos de kat se encheram de lágrimas, que ela piscou para conter.

Sempre tão forte, sempre cuidando dos outros.

— Me ajude convencê-la Suzanne a descansar e comer alguma coisa- minha irmã pediu e na suz voz eu pude ouvir as lágrimas não derramadas.

—Eu não vou conseguir engolir nada agora, meninas.

Eu ouvi dizer que as pessoas podem envelhecer anos em horas, dias. Nunca tive tanta certeza de como isso poderia ser veredicto como agora olhando para elas. As duas não pareciam como elas mesmas. Mais novas e ao mesmo tempo mais velhas. Tão dolorosamente mais velhas.

Em cada palavra eu via uma pequena ruptura no controle, e eu sabia que elas estavam se segurando para não desabar totalmente.

Ás vezes só é preciso demonstrar.

— E você Kat?- falei querendo quase que desesperadamente ser útil. - Quer que eu prepare alguma coisa?

— Eu não acho que conseguiria comer agora também - minha irmã confessou baixinho.

Forcei minhas pernas a se moverem querendo de algum jeito cuidar delas como Gabriel se esforçou para cuidar de mim.

— Gabriel ainda está aqui?- mamãe indagou.

Torci meu pijama com os dedos.

Dormindo.

Cada palavra dita por nós soava como um monólogo. Algo superficial, apenas para acabar com o silêncio. De fato era, e isso machucava. Isso era quase tão pior quanto tudo.

— Nós nem parecemos uma família- Katherina observou meus pensamentos em voz alta.

— É como se nem nos conhecemos com todos esses muros erguidos- completei. Gesticulei com as mãos na tentativa de fazer algum sentido.

Kat olhou para o fundo da sua xícara de cerâmica antes de colocá-la em cima do balcão.

— Eu me sinto estranha- mamãe brincou com a asa da xícara recém-colocada perto dela. _ Cansada e elétrica ao mesmo tempo. Entendem?

Balancei minha cabeça em concordância surpresa por ela ter dito isso em voz alta.

— É como se pudesse dormir por mil anos e mesmo assim não ser o suficiente -Kat gaguejou. - Meu corpo e minha mente estão exaustos, mas tudo que eu quero fazer é quebrar alguma coisa e então me encolher em uma bolha e chorar.

Minha mãe olhou para o teto, e soltou um longo suspiro. Ela pareceu tão cansada ao fazer isso, que eu quase corri para abraça-la.

— Nós temos que fazer isso. Temos que gritar o quanto estamos iradas com a vida. Por que caso o contrário... – mamãe encolheu os ombros e pareceu que um monte de energias foi gasto._ Isso vai ficar guardado e nada de bom surge de algo assim.

— Eu não tenho energias, mãe- Katherina disse e seus olhos se tornaram ainda mais úmidos. Minhas próprias lágrimas jorraram para fora sem minha permissão._ É como se a minha própria respiração me cortasse por dentro.

Tentei trancar minha respiração, porque às vezes funcionava para não chorar. Não obtive um bom resultado.

— Eu ainda não consigo acreditar- continuou. - Saber que iria acontecer não tornou mais fácil.

Mamãe se levantou e a abraçou acenando com a mão para mim me juntar a elas. Dei alguns passos e seus braços me cercaram. Nós três choramos baixinhos, em uma estranha espécie de abraço desajeitado.

— Eu queria que pudéssemos dormir, e quando acordássemos tudo não deixasse de ser apenas um pesadelo.

Cerrei meus dentes. Não iria acontecer. E eu sabia disso. Eu tive o mesmo desejo e ele não se concretizou.

Eu fui a primeira a me desvencilhar. Um sentimento ruim de culpa sombreou todos os outros que compartilhamos. Os bons e os ruins.

— Eu disse a eles para pararem- eu abri a boca para dizer. - Eu disse a eles para pararem e agora ela se foi.

—Gabriel fez um pouco de sopa de tomate – eu disse ao invés. - Sei que não querem comer, mas eu honestamente não vou ouvir o que dizem em relação a isso- funguei e limpei meu rosto com a manga da minha roupa. - Vocês duas fariam o mesmo por mim.

Kat rolou os olhos e minha mãe apenas riu. Foi bom ouvir seu riso mesmo que tão rapidamente.

Eu aqueci o restante da sopa no microondas e servi para elas. Depois rapidamente servi e limpei tudo quando acabaram de comer vários resmungos depois.

Em um tipo de acordo mudo nos levamos nossa mãe para o quarto dela. Olhei em direção ao meu quarto no corredor, mas tudo continuava igual e silencioso, o que significava que Gabriel permanecia dormindo.

— Eu não posso dormir- mamãe protestou enquanto Kat mexia em suas cobertas ajeitando-as. Quando acabou, fez um sinal para ela deitar-se. - E se Fernando ligar?

— Nós iremos atender- eu garanti.

Ela sentou na cama e chutou os sapatos para fora.

— Me dê seu casaco- estendi a mão cortando qualquer possível argumentação. - Vou pendurá-lo.

Com um obvio julgamento interno, ela se despiu e me entregou.

— Vocês duas vão dormir comigo? –o pedido surpreendeu tanto a mim quanto a Katherina que assentiu com os olhos marejados novamente. Isso me deixou saber que apesar de durante toda a minha vida minha elas terem sido fortes e resistentes também podiam ser frágil.

— Eu nem consigo me lembrar de qual foi a última vez que dormi com você , mãe.

— O mesmo para mim – concordei fazendo nossa mãe bufar.

— Vocês costumavam surgir no meio da noite temendo monstros invisíveis – observou com melancolia. - Bons tempos.

Não dissemos nada depois disso. Foi como quando estávamos abraçadas. Um bom sentimento de carinho envolto a tanto pesar que não queríamos estragar com palavras.

                                                       ***

Eu já sabia que não conseguiria dormir, por isso o sono não vir me dizer olá não foi uma surpresa. No entanto eu só levantei da cama quando ouvi o telefone tocar na sala de estar não querendo que o barulho acordasse alguém. Sai silenciosamente da cama pela segunda vez na manhã.

Há quatro semanas eu recebi uma chamada no meio da madrugada antecipando um dos piores momentos da minha vida. Meus dedos tremiam quando tirei o telefone do gancho, e lágrimas de medo encheram meus olhos.

— Alô?

— Filha? Sou eu.

— Pai- mesmo sabendo que eu estava sendo paranoica senti alivio ao ouvir sua voz e não de um desconhecido._ Quando você volta para casa?

Ao fundo eu pude ouvir a voz de Phil misturada com a de pelo menos dois homens.

— Talvez eu demore- ele suspirou parecendo esgotado. _ Eu não sei. Maria está por perto?

— Dormindo assim como Kat, elas finalmente pegaram no sono. Por quê? Precisa de algo?

Ele hesitou e minha mente divagou para todo tipo de coisa ruim com que ele podia estar lidando.

— Eles precisam da roupa que... Não importa. Veremos isso mais tarde.

Ouvi alguém chamar seu nome e soube que ele estava prestes a desligar.

— Eu preciso desligar. Prometo ligar mais tarde, está bem?

— Tá. Eu amo você pai.

— Eu também, Suzanne.

Desliguei o telefone e o coloquei outra vez no gancho. Virei meu corpo no sentido oposto e instantaneamente dei alguns passos para trás assustada.

— Deus você me assustou- levei minha mão ao peito sentindo meu coração acelerado. Gabriel ergueu uma sobrancelha, e seus olhos sonolentos piscaram para mim.

— Desculpa por assustar você. Que horas são? Acho que dormi demais.

Seus dedos passaram pelo cabelo tentando conter os cabelos desgrenhados. Em qualquer outro dia eu teria babado com a visão, hoje eu só conseguia focar em outras coisas.

O relógio na parede marcava pouco depois das onze.

— são onze e quinze da manhã - afundei minha cabeça nos ombros mordendo o lábio._ Você precisava de uma noite decente de sono.

Gabriel esfregou o rosto e olhou a esmo pela sala antes do seu olhar pousar em mim.

— Você está bem?

Balancei a cabeça e dei de ombros.

Era uma boa resposta.

A melhor que consegui pensar sem ter de mentir.

— Meu pai ligou.

— O que ele disse?

— Alguém tem que escolher sua roupa- respondi e algo em mim entorpeceu com as palavras._ Não quero que ninguém faça isso. Não quero fazer, mas... Eu quero cuidar deles, Gabriel. Eles me protegeram de tudo, e por mais que eu ainda esteja com raiva, eu também os entendo. É a minha vez de cuidar de todos.

Tudo isso era verdade, mas não o motivo completo. Eu queria me punir. Queria protegê-los, mas queria me punir e ao mesmo tempo tentar me desculpar pelas coisas que eu disse.

— Ninguém vai obrigar você a isso.

Levantei meus olhos para sustentar seu olhar.

— Eu sei. Eu preciso fazer isso- falei honestamente.

— Posso ir com você, se quiser- sugeriu hesitante.

Ás lágrimas vieram com tanta força que eu quase não pude segurar.

Meus pés se moveram sozinhos e eu acabei com á distancia entre nós.  Ele me olhou incerto, mas não se mexeu. Deslizei meus braços ao redor da sua cintura larga sentindo seu corpo passar de tenso para relaxado em segundos.

— Obrigada – eu queria dizer mais, porém as palavras ficaram soltas e pesadas dentro da minha cabeça.

Seus olhos ficaram sérios.

Eu prometi cuidar de você, não foi Formiguinha?Vou manter minha palavra.

***

— Tem certeza disso?- Gabriel girou a chave da ignição. Seu eu dissesse que queria apenas rastejar para debaixo das cobertas ele não me julgaria. Balancei a cabeça em concordância, eliminando a alternativa antes que eu cedesse.

— Eu tenho- prendi meu cinto de segurança do carro de Phil. – Eu não tinha, mas talvez se eu falasse isso vezes o bastante começasse a ter. - Eu guio você para não errar o caminho, ou prefere digitar no GPS?

Seus olhos me observaram por tanto tempo que eu me senti ainda mais exposta e vulnerável.

— Me guie.

***

A entrada da casa da vovó parecia à mesma. O canteiro bem cuidado da entrada que eu subi incontáveis vezes. Tudo tão familiar que me causou dor.

Tirei a chave extra do bolso da minha jaqueta- eu havia ganhado há anos atrás pra emergências, nunca pensei realmente eu usá-la para a situação diante de mim. Inseri no buraco da fechadura.  O cheiro tão característico de baunilha e chocolate encheu meus sentidos e me fez querer gritar. Por um instante eu apenas fechei os olhos e lutei contra a avalanche de sentimentos que caiu sobre mim ameaçando me arrastar para baixo.

Gabriel limpou a garganta, e eu abri meus olhos.

— É diferente da última vez que esteve aqui, não é? – perguntei.

—Quase nem parece o mesmo lugar - respondeu. Pareceu uma eternidade desde a vez em que eu o apresentei para vovó.

Girei meu corpo e comecei a ir em direção ao quarto da vovó sem achar que qualquer um de nós seria capaz de continuar a conversa.

Absorvi cada detalhe do quarto que eu ajudei a redecorar apenas dois anos atrás perto do natal, como se eles pudessem ser roubados de mim. Cortinas claras, paredes em tom de roxo- por ser sua cor favorita. Eu sorri ao ver o vaso de cerâmica que Kat e eu fizemos para dar de presente em um dos seus aniversários. O vaso deveria ter formato redondo, mas acabou saindo em um confuso triangulo. O porta-retratos da nossa família inteira reunida no criado-mudo. Perto dessa foto havia uma do dia do casamento dos meus pais e outra com o casamento dos meus avôs. Vovó vestia um vestido rendado de época e tinha um bonito e sincero sorriso nos lábios, eu nunca conheci meu avô, apenas em histórias contadas, mas na foto ele parecia ser um homem de ombros largos e olhos amorosos.

Quase sem perceber eu esperei por ela entrar porta adentro segurando uma bandeja de cookies com gotas de chocolate e mesmo sabendo que não aconteceria eu desejei com tudo em mim que pudesse acontecer.

Abri as portas do guarda-roupa, e remexi nos cabides perfeitamente organizados.

Gabriel estava a centímetros de mim. Mãos enfiadas para dentro da calça jeans surrada acompanhando meus movimentos.

— Eu não consigo pensar em nada que queira vestir no meu velório – falei deixando minhas mãos caírem em cada lado das minhas pernas. - Mas eu com certeza gostaria de algo que me deixasse menos morta.

Ele pegou um vestido verde berrante pendurado que deve ter sido bonito lá pelos anos 50. Possivelmente.

— Tipo isto?- ele mexeu as sobrancelhas comicamente.

Arregalei os olhos e balancei a cabeça jogando o vestido na cama.

— Vovó me mataria.

Ele sorriu, e tirou outro vestido. Dessa vez um da cor laranja florido.

Eu engasguei em uma gargalhada, assim como ele. Mas logo meu riso deu lugar a um soluço, que foi seguido por uma corrente de lágrimas.

— Isso é tão injusto- meu lábio inferior tremeu. - Tão injusto. Eu só quero algo que ela mesma escolheria.

Gabriel me puxou para os braços dele, e eu cedi sem a menor luta.

— Vamos dar um jeito- prometeu. - Eu estou aqui para ajudar você.

Afundei meu rosto no peito dele. Estávamos tão aninhados que até pareceu natural para nós por alguns instantes.

Seu telefone tocou, e eu me afastei relutante.

— É o meu pai- ele disse com uma careta. - Desculpe. Eu ligo para ele depois.

Balancei minha cabeça.

— Não, tudo bem, pode atender.

Gabriel assentiu e caminhou para o corredor.

Soltei o ar pelo nariz, e voltei minha atenção novamente para o guarda-roupa. Afastei alguns cabides, derrubando alguns por consequência. Abaixei-me para pega-los e uma caixa no fundo me chamou a atenção. Limpei meus olhos com a minha manga clareando minha visão.

A caixa era roxa com um tamanho relativamente pequeno, mas decorada com pequenos corações e desenhos de flores intricados.

Sentei no chão, e deixei-a no chão ao meu lado não querendo pensar em tudo que significava. Podia ser uma caixa qualquer, mas também podia conter algo importante. Em uma caixa tão pequena ela podia ter escondido pensamentos, podia ter guardado algo importante. Meus dedos tremiam enquanto eu retirava a tampa decorada e meu coração parou antes de voltar a bater dolorosamente devagar.

Cartas. Eram cartas.

Peguei a primeira de dentro da caixa, e li o que estava escrito no envelope.

Para Katherina.

Fiz o mesmo com a seguinte, e assim por diante. Sua caligrafia era impossível de não reconhecer.

Para Maria.

Para Fernando.

Para Phil.

Para Gabriel.

Coloquei a caixa e as cartas no criado mudo, e me levantei usando a cama como apoio para me içar para cima. Procurei no guarda-roupa por qualquer papel caído, mas tudo estava tão limpo e organizado que eu teria sido capaz de ver.

Passei as mãos pelo cabelo segurando as lágrimas lutando para saírem.

Todo tipo de coisa ruim passou pela minha mente, e eu quis gritar, por para fora antes que meus pensamentos e suposições me engolissem viva.

Não quis escrever para mim vovó? Por quê?

Algum tipo de punição, por eu não ter sabido antes? Ou apenas não houve tempo?

Ela escreveu até mesmo para Phil e Gabriel. Escreveu para todos, exceto para mim. Que diabo significava?

Balancei minha cabeça, tentando focar no que eu tinha vindo fazer, mas a ferida aberta no meu peito pulsava e doía sem parar.

O que significava?

Chacoalhei minha cabeça. Eu não podia pensar nisso, eu...

Eu tinha que ser forte. Tinha que escolher a roupa, eu tinha que...

Tirei um vestido do cabideiro, e senti o tecido com a ponta dos dedos. Era fino. Não foi feito para dias frios como de hoje.

Um soluço escapou, e eu mordi o lábio com força. Lágrimas quentes deslizaram pelas minhas bochechas.

Pessoas mortas, não sentem frio, Suzanne.

 


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