Não Podemos Saber Tudo escrita por Caçadora das Estrelas


Capítulo 2
Os Prováveis Novos Moradores


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, acho que nunca consegui tantos comentários em tão pouco tempo em uma fic antes, obrigada mesmo a todos. Agradeço as sugestões, criticas, elogios, comentários, acompanhamentos, enfim tudo.
Espero que gostem!



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A chuva havia parado repentinamente, chegamos à academia bem no momento em que os gêmeos estavam prestes a darem ordem para Bafo e Arroto atirarem em Melequento, que estava virado de costas para eles distraído com Dente de Anzol, sem perceber que estava quase sendo incinerado.
– Cabeça Dura, Cabeça Quente não! – gritou Soluço fazendo com que os gêmeos virassem para ele e parassem o que estavam fazendo. – É a terceira vez nessa semana! Já disse para vocês pararem de tentar explodir o Melequento, por mais que ele mereça às vezes, ou qualquer outra pessoa!
– Pessoa? – perguntou Cabeça Dura.
– Isso quer dizer que podemos explodir coisas então? – continuou Cabeça Quente.
– NÃO! Vocês não podem explodir NADA! Amenos que seja EXTREMAMENTE necessário, um caso de vida ou morte, entenderam? – respondeu Soluço.
– Entendemos! Espera, o que era para a gente entender mesmo? – falou Cabeça Dura, fazendo com Soluço bufasse e desse um tapa na própria testa.
– A única coisa que eu entendi é que o Soluço é chato e não deixa a gente explodir coisas. – falou Cabeça Quente.
– É isso ai! – disse Soluço.
– Todos sabem que você é chato. – comentou Melequento.
– Não, a parte de vocês não poderem explodir coisas.
– Então pessoas pode? – perguntou Cabeça Dura.
– Ai Odin, o que foi que eu fiz pra merecer isso? – reclamou Soluço.
– Gente vocês não podem explodir NADA, só se for preciso, e ponto. – expliquei do jeito mais fácil que pude. – Dêem uma folga para o Soluço ele já está cheio de preocupações e vocês são de tirar qualquer um do sério.
– Valeu Astrid. – agradeceu Soluço.
– Sem explodir NADA? – perguntou Cabeça Quente.
– Você também é chata Astrid! – falou Cabeça Dura.
– Pelo menos eles entenderam. – comentei.
– Onde está o Perna-de-Peixe? – perguntou Soluço.
– Provavelmente por aí saltitando e cheirando flores com aquele dragão gordo. – respondeu Melequento.
– Eu estou falando sério.
– Ele disse que a Batatão estava com fome porque ela não tinha almoçado ainda, levou ela para comer e até agora não voltou. – disse Cabeça Quente.
– Legal, a única outra pessoa dotada de neurônios além de mim e do Soluço foi caçar pedras e deixou um bando de retardados se matando. – falei.
– Não sou retardado! O que é que são neurônios mesmo? – disse Cabeça Dura.
– Mereço. – reclamei.
Ouvi um rápido bater de asas se aproximando e olhei para o céu, todos fizeram o mesmo. Lá estava Perna-de-Peixe montado no seu Gronckle e berrando alguma coisa que só foi compreensível quando eles já estavam pousando no duro chão da arena.
– Inva... Inva... – falou Perna-de-Peixe ofegante.
– Acalme-se. O que houve? – falei.
– Invasores, invasores pousando na praia. – ele finalmente conseguiu falar.
– Vamos explodir eles! – gritou Cabeça Dura.
– É! – concordou a sua irmã.
– Não! – gritei. - Você disse, pousando? – perguntei.
– Aham! Três pessoas, cada uma montada em um dragão! Um Transformasa, um Scalderível e uma outra espécie que eu nunca tinha visto, nem no livro dos dragões! – respondeu Perna-de-Peixe.
– Existem mais cavaleiros de dragões? E ainda por cima conseguem montar em um Transformasa? – perguntou Soluço.
– Aham. – respondeu o dono do Gronckle.
– Acho que você bateu a cabeça em uma das pedras que esse seu dragão come, Perna-de-Peixe. – falou Melequento rindo.
– Cala a boca Melequento! Não quer acreditar não acredita, eu sei o que eu vi! – respondeu Perna-de-Peixe. Ele não tinha mais medo do Melequento, havia ficado muito maior e mais alto que o garoto que o irritava na infância, continuava carinhoso e gentil, mas agora enfrentava firmemente o Jorgenson.

– Estamos esperando o que para ir lá ver? – perguntou Cabeça Dura.
– Vamos logo, temos que explo... – Falou Cabeça Quente, mas cerrei os olhos em sua direção e ela se interrompeu. – Quer dizer, temos que.. Ahn... Olhar os invasores. – consertou ela.

***

Sobrevoamos a floresta por um bom tempo, até acharmos a região onde existem os pedregulhos favoritos de Batatão, que ficava próxima a praia. Quando olhei para baixo sobre a areia havia três silhuetas humanas e três dragonianas. Descemos um pouco mais para vermos melhor.
As primeiras formas que identifiquei foram a do Scalderível e do Transformasa, depois reparei em um dragão consideravelmente menor do que os outros dois, mais ou menos do tamanho de Banguela, uma espécie desconhecida provavelmente. Tinha coloração esverdeada, as asas tinham uma enorme envergadura, um tanto exagerada em relação ao tamanho do corpo. A ponta da cauda possuía um formato semelhante ao rabo de um peixe. Um chifre se projetava da parte superior de seu focinho curto. Era um dragão muito bonito, nunca havia visto algo assim no livro dos dragões.
Quando desci mais um pouco consegui vê-los melhor. Eram duas garotas e um garoto, deveriam ter mais ou menos minha idade. Uma das garotas tinha cabelos ruivos presos em uma trança. Usava um vestido azul que ia até os joelhos com uma calça marrom por baixo. Alta e muito magra, estava examinando a pata do Transformasa.
O garoto era moreno e esguio. Vestia uma espécie de armadura de couro e acariciava a cabeça do Scalderível. E por fim, a outra garota tinha cabelos castanhos e muito longos, presos em um rabo de cavalo baixo com algumas tranças finas. Vestia uma blusa verde, um colete escuro, uma calça com uma saia por cima, ambas negras. Magra e não muito alta. Parecia ser a dona do dragão desconhecido.
– Parece que eles chegaram antes. – disse uma voz acima de mim, direcionei minha cabeça para a direção de onde ela e me deparei com Valka montada em Pula-Nuvem.
– Quem chegou antes? – perguntou Perna-de-Peixe. – Não são invasores?
– Não meu jovem viking. São prováveis novos moradores. – respondeu a mãe de Soluço.
– Ah, ta bom. Nós temos que ir lá falar com eles? Aquele Transformasa está com uma cara de poucos amigos. – disse o dono do Gronckle.
– Não se preocupe, é um dragão muito bem treinado. – respondeu Valka.
Olhei para o meu lado esquerdo onde estava Soluço, ele estava sério, virou o rosto para mim e nossos olhos se encontraram. Eu sorri para ele e fiz um sinal de afirmação com a cabeça para lhe mostrar que estava tudo bem e ele devolveu o sorriso. Descemos os dragões e aterrissamos na areia clara e fina.
Cada um desceu de seu réptil alado, e andamos em direção aos “visitantes” com nossos dragões nos seguindo. A garota de cabelos castanhos se adiantou e correu na direção Valka, em seguida se abraçaram. Quando as duas se afastaram a mãe de Soluço segurou o rosto pálido da garota entre as mãos.
– Que saudades que eu estava de você minha querida! – disse Valka.
– Eu também senti muito sua falta. – disse a garota sorrindo.
– Vejo que conseguiu resgatar seus amigos.
– Pois é um dia vou me arrepender disso. – respondeu a menina fazendo a mãe de soluço rir.
– Você é tão engraçadinha Verena, mas tudo bem, já sabemos que você nos odeia. – falou o garoto se aproximando com a outra garota. Os três riram. Pareciam estar brincando e aparentemente eram bons amigos.
– Então existem menos outros cavaleiros de dragões. – disse a ruiva.
– Pois é, incrível! – comentou Verena, nos observando. – Só um pouco, aquele é um Fúria da Noite? – ao ouvir o nome da sua espécie, Banguela se aproximou da garota, e esfregou sua cabeça nas pernas dela.
–Oi garoto! Você é extraordinário! – falou ela. – Dentes retráteis? Fascinante! – disse quando o dragão abriu a boca em um sorriso. – Você é provavelmente o último da espécie, nunca pensei que veria um dragão da sua espécie na vida! Qual de vocês é o dono dele?

– Sou eu. Esse é o Banguela. – respondeu Soluço indo até Verena. – Prazer, sou Soluço. – falou estendendo a mão para ela.
– Verena. – se apresentou a garota apertando sua mão.
– Também nunca vi um dragão como o seu. – comentou o filho de Valka.
– Ah, é raro, não mais do que o Banguela, claro. É um Beate-Konrad, não é uma espécie muito conhecida. Essa é Vinola, ela é uma das últimas que existem.
– Ela é incrível.

–Não é?
– Bem, vamos às apresentações, pessoal. – falou Valka.

– Tudo bem. – falou Verena. – Esse é Naldo e o dragão dele, Fervente. – apresentou indicando o garoto moreno.
– E aí. – cumprimentou Naldo.
– E essa é Brenna, e o Transformasa dela, Camuflado.
– É um prazer. – falou a ruiva.
– Como você conseguiu domar um Transformasa? – perguntou Perna-de-Peixe.
– Na verdade não fui eu, foi Verena, é uma longa história.
– Ta bom, mas depois eu quero ouvir. A propósito me chamo Perna-de-Peixe, e essa é minha melhor amiga, Batatão.
– Mas Batatão não seria nome masculino? – perguntou Brenna.
– É que eu não sabia que ela era fêmea até ela botar ovos. – respondeu o dono de Batatão.
– Ah ta.

– Eu sou Cabeça Quente, e esse é meu irmão gêmeo idiota Cabeça Dura. Nosso Ziperarrepiante, Bafo e Arroto.
– Eu não sou idiota você é que! Sua... Sua... Sua idiota! – retrucou Cabeça Dura.
– Você já disse que eu sou idiota, então eu não sou porque você é mais!
– Isso que você falou não faz sentido então você é o idiota!

– Ta bom, ta bom, os dois são idiotas, fim da história. – falei fazendo-os calarem a boca. Verena riu.
– Eles são sempre assim? – ela perguntou.
– Discutem mais a cada dia. Sou Astrid, e essa é Tempestade. – me apresentei e apertei a sua mão, era muito gelada, quando a toquei uma onda fria passou pelo meu corpo, mas não era um frio agonizante como o inverno de Berk, era algo menos desconfortável, como um sopro de vento nos raros dias em que fazia calor. Os olhos dela eram muito amarelos e brilhantes como os de um dragão.
– Você é a namorada do Soluço? – ela me perguntou, me surpreendeu um pouco.
– Sou sim, como você...
– Da pra ver pelo modo que se olham. Não seu preocupe, vocês não são indiscretos, eu é que observo demais as coisas a minha volta. Sempre acabo me metendo em encrenca por descobrir algo que não deveria saber. – explicou ela.
– Isso parece ser útil.
– E é, menos quando descobrem que você descobriu.
– Ah, acho que entendi.
– Liga não, ela é uma pessoa muito complicada, já desisti de tentar entender tudo que ela fala, é cansativo. – comenta Naldo.
– Você que é lerdo. – respondeu Verena.
– Vocês dois tem um jeito estranho de se tratar. – comentei.
– A gente é assim mesmo. Mas no fundo nos damos bem, né? – falou a dona de Vinola.
– Aham. – respondeu o amigo dela.
– Ora, ora, gatinhas novas no pedaço. – Melequento se aproximou de Verena. – Sou Melequento Jorgenson, e esse é meu estupendo Pesadelo Monstruoso, Dente de Anzol. Ele é melhor dragão de Berk inteira, olha só: Ô DENTE DE ANZOL! Mostra para ela o que você sabe fazer garoto! – quis se exibir. O dragão simplesmente cuspiu fogo no dono. Melequento foi correndo para o mar apagar as chamas que queimavam suas roupas. Verena não conseguiu segurar o riso.
– Vocês são divertidos. – comentou a garota.
– Espera até aturar a gente por mais de dois dias, não vai achar tão divertido. – falou Soluço, fazendo Verena rir de novo.
– Isso tudo é tão incrível mãe, não sei como a senhora conseguiu ir embora. – falou a menina de olhos amarelados olhando os elementos ao seu redor.
– Você disse mãe? – perguntou Soluço espantado, assim como todos nós.
– Sim. Por quê? – falou Verena tranquilamente.
– Soluço, filho, Verena é sua irmã.


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Notas finais do capítulo

A espécie do dragão de Verena foi criada por mim, e os personagens Verena, Naldo, Brenna, Vinola, Fervente e Camuflado também, obviamente. Falarei melhor sobre esse lance de irmãos ao decorrer da história, não se preocupem.
Por favor não deixem de comentar!