Irmãs Blood escrita por Raquel Barros


Capítulo 9
Fugindo.


Notas iniciais do capítulo

Demorou mais chegou. Desculpas pela demora.



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Fui acordada pelo Cam. Ele estava me balançando levemente bem preocupado. Fiquei confusa. Não tinha nem se quer amanhecido ainda e estava tudo escuro. E os três Gardens e as minhas irmãs estavam ao redor da minha cama.

–Que foi?

Perguntei sonolenta. Acordar as pessoas uma hora dessas da manhã não era a coisa mais legal do mundo. A propósito isso pode acordar uma Caryn do mal em mim.Eu posso ficar mal humorada o dia todo. E quando eu estou mal humorada dou coice em qualquer um.

–Temos que ir Carrie.

Disse Bervely.

–Mas porque?

Perguntei. Minha cabeça meio que tombou para a frente de tanto sono que eu estava.

–Enzo nos traiu Carrie, tem de sair daqui.

Avisou Cam.

–Enzo...Quem é Enzo?

Perguntei. O sono me deixa extremamente lerda. Uma figura família de cabelo preto curto suspirou um pouco mais atrás. Parecia com a Angel? Tipo a Angel? Minha irmã? Morena? Logo ela que sempre teve orgulho dos cabelos loiros dela, pintou cabelo de preto e ainda os cortou? Meu Deus. A garota deve ter enlouquecido de vez. Deve ta azeda que só. A Angel nunca foi a garota mais simpática do mundo.

–O curandeiro de merda.

Respondeu Angel mal-humorada. O mau humor dela nunca foi novidade nenhuma. Mas a pose rebelde parece que aumentou um pouco. Melhor, muito. Acho que minha irmã acabou se machucando. Agora me sinto uma idiota por ter interrompido o momento dela com o Dexter. Eu vou ter que concertar isso ou a Angel nunca mais vai voltar ao normal. Não que eu tenha feito de propósito. Ver a Angel e o Dexter se beijando foi uma surpresa tão grande, que nem perceber que se eu falasse iria interromper eles. Que agora são dois maus humorados rancorosos que nem ao menos se olham.

Minha mente parou em o curandeiro de merda.

Depois ela voltou o dia todo.

Enzo, o curandeiro que não ajudou a Bervely para nos cumprimentar tinha nos traído? Mas porque? E onde estava nossa mãe? E por quem ele tinha nos traído? E o que faríamos agora? A meu Deus. Eu não posso nem dormi direito mais? Sonhos estranhos e agora traições. Onde é que eu fui me meter?

–Temos que ir Carrie.

Avisou novamente Bervely.

–É. Ok.

Sair da base foi à parte mais fácil. O caminho estava totalmente aberto. Acho que é mais fácil sair do que entrar nesse lugar.Mas estavam todos muito ocupados lutando um contra o outro. Eu estava preocupada com minha mãe. Quando chegamos à garagem, Cam nos colocou dentro de um carro prata um pouco estranho. Fora era parecido com um carro normal, mas dentro tinha uma parte do teto aberto e seis lugares. Nosso numero certinho. Fora tinha uma metralhadora. E a parte do motorista parecia uma nave espacial, cheio de botões e alavancas. Os quatro acentos do fundo eram separados e também pareciam protonas de uma nave. Os vidros pareciam blindados. Do lado do motorista tinha o que parecia o controle de armas. Aquilo não me parecia um carro. Era mais como uma arma de guerra.

–Cadê nossa mãe?

Perguntei novamente.

–Esta com Bonnie e Aaron.

Respondeu Dexter, indo para a metralhadora. Ele tinha colocado um óculos aviador, e estava mordendo alguma coisa de lado. Já Cam foi dirigir o que me deixou com um pouco de medo e Alef foi tipo controlar as armas. Eu e minhas irmãs nós sentamos nas três cadeiras restantes.

–Coloquem os cintos garotas.

Pediu Cam maliciosamente.

–Por que será que eu não gostei disso?

Comentou Angel colocando o cinto.

–Você não gosta de nada, nem de ninguém Angel.

Alfinetou Dexter. Angel mordeu a parte de dentro da boca. Acho que se tivesse alguma arma aqui dentro ela mataria Dexter. Bervely deu um tapinha na perna de Angel, foi quase um pedido para ela se acalmar.

–Eu não te perguntei.

Sussurrou Angel carrancuda.

–Não sou movido as suas perguntas.

Respondeu Dexter.

Angel revirou os olhos com raiva e desistiu de começar uma discussão quando um tiro atingiu nosso retrovisor.

–Errou.

Gritou Dexter para perturbar.

Outro tiro atingiu um pouco mais perto de Dexter.

–Volta pra balística seu idiota.

Gritou Dexter novamente.

–Mas o que você...

Angel foi interrompida pelo solavanco do carro que começou a correr em alta velocidade. Então aí que eu entendi o porquê as cadeiras eram tão separadas. Se não tivesse de cinto eu iria voar para fora do carro e bem provavelmente morrer.

– Ah meu Deus do céu.

Reclamou Angel tonta.

–Acho que vou vomitar.

Avisou Bervely.

–Aqui tem algum saquinho plástico?

Perguntei. Foi tão rápido que meu estomago resolveu que tinha que colocar tudo que comi para fora. Alef me deu um saquinho de vomito e para Bervely também. O que foi um alivio. Imagine o mico vomitar quase que em cima do cabelo de Cam. Meu Deus, ele nunca mais iria falar comigo.

–Vamos para onde?

Perguntou Cam.

Como o motorista não sabe para onde vai? Mas como é Cam Garden vou dar um descanso.

–Temos de achar o pai delas.

Respondeu Alef.

–Você sabe onde ele estar?

Perguntou Bervely.

–Não, assim que saímos daqui vamos descobrir. Temos de encontrar com a Bonnie e o Aaron no outro lado da cidade.

Respondeu o Alef.

Ficamos em silencio enquanto tudo desenrolava. Eu estava tão nervosa que roí as unhas até o toco. A Angel estava meio melancólica e a Bervely estava com um inicio de amizade com o Alef. Eles se entendiam bem. Até de mais. Um fazia e o outro repetia. Era tanta harmonia que era até estranho. Diferente do Dexter e da Angel. Eles eram tão parecidos que até brigavam. Já eu e o Cam estávamos em algo de um completa o outro. Eu sou obediente e Cam é rebelde. Tanto que ele não obedecia quase ninguém. Acho que é por causa da parte meio lobo dele. Sei lá. Esta tudo tão estranho. Como se a partir de agora nossas vidas virassem outra coisa. Em alta velocidade chegamos ao outro lado da cidade rapidamente. Cam dirigia como se tivéssemos em um video game. Dava até medo.

Então, graças a Deus, ele diminuiu a velocidade e entrou por uma estradinha de terra. Bem no meio de um morro rodeado por varias arvores tinha uma cabana de madeira. Ela parecia um pouco abandonada. Acho que os Gardens enjoam facilmente das coisas. Um motivo para ficar de pé atrás com o Cam. Não que eu queira ficar com o pé atrás com o Cam. Mas eu também não quero me machucar. E se por acaso isso acontecer eu vou azedar que nem doce de leite quando colocamos a colher usada. Vou azedar e vou dar dor de barriga. Afinal, sou uma Blood. Somos vingativas por natureza e criação. Até a Bervely quando pisa no calo dela se transforma. A propósito, as pessoas que eu acho mais perigosas no mundo são as quietas e intensas que planejam sozinhas, levam desaforos caladas, e podem algumas vezes ser imprevisíveis, e as anti-sociais, essa podem te dar um murro só por olhar para elas. Fico pensando se a Angel não chutou a cara do medico quando nascemos. Isso teria sido estranho.

Cam estacionou o carro perto do matagal e fomos andando para a cabana.

Entramos pelas portas do fundo.

Estava tudo escuro, mas dava para saber que o lugar era infestado de poeira e mofo. Alef acendeu os antigos castiçais de parede. O lugar me parecia bem preservado e antigo. Talvez ate familiar. Tive uma seria impressão de já ter vindo aqui antes. Não me lembro quando. Como ou por quê? Só que sim.

– Acho melhor esperamos um pouco eles chegarem.

Decidiu Dexter.

–Boa idéia.

Concordei bocejando. Eu necessito dormir. Agora mais do que nunca. Dias cansativos requerem um bom descanso.

–Onde ficam os quartos?

Perguntou Bervely. Não dava para saber se ela estava com sono ou não. Bervely vive com cara de sono. Quando olho para ela me dá uma vontade louca de dormi.

– Só tem dois quartos.

Avisou Cam.

–Meninos em um e meninas em outro?

Propôs Angel o obvio.

– Quando eles chegarem vão usar um quarto, e, eu não gosto de ser acordado de madrugada.

Avisou Alef.

–Nem.

Concordei sonolenta.

–Então vamos dividir os quartos?

Perguntou Bervely lentamente.

–Infelizmente.

Respondeu Dexter olhando para a Angel. Que o encarou de volta carrancuda. Se arrependimento mata-se eu estava morta. Acabei com uma futura linda historia de amor antes mesmo de ela começar. E o que sinto agora e se chama peso de consciência é uma das coisas mais horríveis que eu já senti.

–Eu que o diga.

Concordou Angel.

Dexter sorriu um pouco debochado e a Angel revidou com uma careta.

É nessas horas em que me dá vontade de bater a cabeça na parede e me xingar de idiota.

–Ei gente, o quarto, eu estou morrendo de sono.

Lembrei para evitar um possível conflito. Que seria inevitável.

–Morrendo de sono não faz sentido.

Disse Angel.

–Tanto faz.

Revidei já mal humorada.

A Bervely se manifestou com um bocejo meio suspiro ao mesmo tempo. E Alef repetiu logo depois, coçando a cabeça. Cam estava roncando em um sofá um pouco mais longe. Esperto ele. Ao invés de participar da discussão foi dormir. Eu deveria ter tido essa idéia. Estavam todos com sono exceto o Dexter. Algo me diz que ele é uma criatura noturna.

Subimos uma escada. E fomos para um dos quartos. Aí apareceu o problema. Só tinha três camas de solteiro em um apertado quarto, quase que sem espaço para andar.

–E lascou.

Comentou Angel.

–Bem simples. Cada um fica em uma cama com um par. Mas vai ter que ser um menino e uma menina, porque somos um pouco grandes para dividir uma cama.

Disse Alef.

–E de preferência eles não podem ter afinidade.

Concordou Angel.

–Porque?

Perguntei indignada.

–O Cam tem cara de tarado e a Caryn é fogosa.

Explicou a Angel. A vontade que me deu de dar um murro nela é indescritível.

–Como é?

Perguntou Cam. Mais indignado ainda.

–Vocês sabem que é verdade.

Provocou Angel.

–Você só quer se livrar de dormir com o Dex.

Disse Cam.

–Também.

Admitiu ela.

–Não sou radioativo.

Disse Dexter irritado entrando no dialogo. Quem mandou dizer que não era humano. A Angel tem medo de gente, imagine dos não humanos. Eu ao contrario, gosto deles, dos sadics. Principalmente de um sadic chamado Cam. Mas isso não vem ao caso.

–Tenho minhas duvidas.

–Vai me dizer que você não gostou de me beijar?

–Você que me beijou. E eu não vou responder essa pergunta.

–Vai me dizer que você não gostou de eu ter te beijado?

–Não.

–Mentirosa.

–Não.

–Ah confesse.

–Não. E eu quero dormi pô. Posso?

–Eu acho que ela gostou.

Opinou Cam, sorrindo em camaradagem com Dexter.

–E eu que vou te dar um chute em um lugar que vai doer pra caramba.

Ameaçou Angel. Cam fez cara de dor antecipada.

–Você quer matar seus sobrinhos?

Perguntou Alef abismado.

–Ei.

Reclamei com um grito. Cam fez a mesma coisa. Que é isso. Agora estão me tachando de tarada. Uma ofensa posso dizer. E que estava se agarrando mais cedo com Dexter foi a Angel. Acho até que mão boba rolou. Ou foi só minha impressão.

–Que é? Isso também é inevitável.

Disse Alef levantando as mãos.

–Eu não sou um tarado irresponsável.

Defendeu-se Cam.

–Nem eu.

–Tarada. Você não é uma tarada.

Corrigiu Bervely, como se isso importa-se.

–Ah meu Deus! Eu quero dormi pô.

Reclamou Angel.

–Então vai ficar assim: Eu e o Alef em uma, Cam e Carrie em outra e Angie e Dex em outra.

Propôs Bervely.

–Ah vá achando. Eu não durmo com o Dexter de jeito maneira.

–Quem não vai dormi com você sou eu.

–Então pronto. Cai fora.

–Como?

–Bye, thau, cai fora, xispa. Ta fazendo o que aqui?

Dexter sorriu torto e deitou na cama, com os braços atrás da cabeça.

–Cai fora.

Repetiu Angel irritada.

–Por que você não vai no meu lugar?

–Por que a garota aqui sou eu. Você que é homem que tem que cai fora.

–Você é uma garota mesmo?

–Não. Sou o monstro do lago Ness que tomou forma humana.

–Se você diz.

–Cai fora.

–Não.

–Sai Dexter.

–Pede por favor.

–Dexter Garden eu não estou com muita paciência. Então saia da minha cama, agora.

–E se eu não sair?

Provocou Dexter.

Angel saiu do quarto furiosa. Eu não acreditei quando Angel saiu do quarto. Ela tinha mesmo desistido? Tipo a Angel nunca desiste. Então ela voltou com uma cara de é agora que eu mato ele. E ela tinha na mão o que parecia um castiçal. Não era um castiçal. E isso não daria nada que preste.


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