Irmãs Blood escrita por Raquel Barros


Capítulo 16
Gravidade.




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Eu sou o homem mais ferrado do mundo.

Amo uma garota, que esta começando a me odiar e que nunca que vai entender que estou fazendo algo para o bem dela. E como não basta toda a tortura psicológica do Drakon, quanto mais longe eu fico, mais a ligação parece que aumenta. O que eu acho errado e certo ao mesmo tempo. Como estou um pouco deprimido por causa de minha tristeza e da raiva da Bev tento ocupar minha mente . Mas é meio difícil ignorar a razão de sua existência, vai por mim. Ainda mais se ela pode te bombardear com raiva, tristeza e um monte de outros sentimentos negativos. E não posso deixar de falar de minha ex. Aquela ruiva diabólica que se chama Gaia, e agora eu não sei como fui capaz de ousar gostar dela. A guria é mais superficial do que aquelas bolinhas de isopor que fica em cima da água. Eu deveria saber que pais e filhos são iguais não é? E ao invés de ganhar um par de cifres, eu deveria ter me dedicado a garota que realmente amo.

Eu tocava um piano de cauda preto que parecia que nunca tinha sido usado que estava no quarto de Gaia, que estava fazendo compras de novo hoje e vai demorar séculos para voltar. Era um jeito de me aliviar. Como não consigo parar de pensar na Bev, toco e componho pensando nela mesma. Eu lembro que a Beverly tinha problemas para dormi. E eu aprendi a tocar piano por causa dela. Seria algo até estranho se não fosse pelo fato que meu mundo já girava ao redor dela. E eu não sei viver fora de seu universo particular do qual eu estou incluído sem ela perceber desde que me entendo por gente. A ligação que nos temos é forte e estranha de mais para ser entendida. Eu não consigo compreender como. Ou quando ela começou. Só que não tenho razão nenhuma para existir se a Beverly deixar de existir. E que me estou auto-torturando ficando longe dela. Tudo chantagem do Drakon lógico. Já que minha mente é protegida pela Beverly por que somos interligados, ele não pode usar super persuasão comigo, então apela para chantagem. Ou você faz isso ou eu mato ela. Algo muito prático. Usar os pontos fracos dos outros ao seu favor.

Senti um dor de cabeça bem conhecida, e aquele aperto no peito como se meu mundo estivesse perto de ruir a qualquer momento. Conheço os sintomas. A Bev estavam em perigo de vida. E como toda questão de vida ou morte, eu desobedeço a ordens diretas. Afinal, se ela morrer, como ele iria matá-la? Não faço à menor e nem a mínima idéia. Mas do jeito que Drakon é.

Literalmente voei até a casa de Ítalo. Uma mansão gigantesca, em estilo colonial, totalmente pintada de branco. Meus instintos me fizeram ir até a área de lazer. Era lá que estava me atraindo como um imã. Beverly deveria estar lá. Eu sentia isso. Como sinto o vento. Chegando mais perto se tornou mais preciso.

A piscina.

Tinha uma movimentação super estranha bem no fundo da piscina. Poderia ser obra do Drakon. Mas Drakon não é a pessoa mais poderosa do mundo. Ele só controlava os realmente poderosos. Se não se encaixava no padrão dele, ele matava. Como fez com o Aaron. E como planeja fazer com os Bloods. Ou não teria seqüestrado a Antonieta para atrair o Ítalo e conseqüentemente Bev, Angel e Caryn.

–Bev.

Gritou Angel ao longe.

De cima eu via bem o que acontecia. Um redemoinho tinha se formado no fundo da piscina. Era um redemoinho totalmente preto e medonho. E ele estava segurando bem a perna de Beverly. Tentando a afogar. Seu pânico atingiu minha mente. Ele logo conseguiria se ela continua-se assim.

“Bev, acalme-se.”
Pedi. Acho que nunca fui xingado tanto na vida. Ou nunca me senti tão ruim. Era como se eu tivesse tendo um ataque de asma. Minha respiração parou e minha visão estava embaçada. Sem ligação. Seria melhor. Mais fácil. Ou eu morreria afogado com ela. O que também era uma questão a ser considerada.

Todos foram para a beira da piscina.

Posei ao lado de Caryn tentando não quebra nada. A Caryn fez uma careta assim que me viu Depois foi ficar surpresa. É eu mereço. Devem estar planejando arrancar minhas asas. Mas é isso que dá não dá explicações.

“Alef”

Gritou Bev tendo um pouco de clareza mental. Tentei ficar calmo. Mas foi uma mistura de desespero com alegria tão grande que confundi com meu próprio desespero. Ela queria morrer tanto quanto eu não queria que ela morre-se. E tinha a dor. A dor desestabilizadora e indescritível na panturrilha. Ele estava não só tentando matá-la, mas deixando sua marca se ela fosse salva. Ele poderia se orgulha de ter conseguido fazer um estrago. Mas eu estou aqui. E ele não vai cumprir nenhum de seus propósitos. Afinal, eu nasci para isso. Para impedir que qualquer coisa machuque a Beverly. Nem que isso me custe caro.

Pulei naquela imensidão azul, que estava borbulhando.

Estava fervendo.

A maldita água estava fervendo, droga! Eu teria que nadar com aquela correnteza, aquela escuridão toda, e com a água esquentando mais e mais? Deus do céu! Sou louco mesmo. Mas a Razão é a razão. E minha vida vai se tornar uma monótona e sem graça vida sem ela. E antes morrer a isso.

A Angel estava mais perto do que eu tentando puxar a Beverly. Não ajudava muito, ela estava ficando sem fôlego. E quando me viu, esqueceu do que estava fazendo. Mania Blood. Apontei para ela voltar à superfície. Ela me fulminou com os olhos, mas fez o que pedi. Foi a Angel sair da água para ela voltar a ser fria rapidamente. Quase tive um choque térmico. Mas foi mais fácil de chegar perto. A nevoa negra dissipou assim que cheguei perto. Mas a Bev. Minha doce e angelical Bev estava desacordada. A segurei pela cintura. Era como segurar uma estatua de gelo. Estava fria e molhada. E totalmente molenga. Morta? Meu coração espera sinceramente que não. Minha alma estava tão pesada que achei que não sobreviveria por muito tempo.

Chegar à superfície foi no mínimo menos desesperante. Mas ainda acho que vou morrer a qualquer momento. As asas estavam pesadas então as recolhi. Tinha água pingando de meus cílios. E o cloro tinha entrado em meus olhos.

A Beverly estava desacordada. Ela não estava respirando.

Apressei-me em levá-la até a borda.

–Faz boca a boca.

Ordenou Angel preocupado. Um bolinho tinha se formado em nossa volta, mas eu não estava me importando se o mundo iria acabar agora, ou se uma bomba atômica explodiu-se na cidade. Se ela morrer, meu mundo acabaria de qualquer jeito. O grande problema é que eu não sei fazer boca a boca. Eu sei, eu sei. É um absurdo um guardião não ser versado em todas as artes de salvamento. Mas nesse tipo de salvamento nem eu sei o que fazer, e nem tive ninguém para treinar fazer isso. E meus lábios não podem tocar-nos da Bev, por causa daquela química louca que temos. Vou acabar esquecendo o que tenho que fazer e iria piorar para ela. Então prefiro não me arriscar. E muito menos arriscar a Beverly.

–Você não sabe, não é?

Perguntou Ítalo. Ele era o mais calmo de todos. A Caryn estava roendo as unhas. E A Angel parecia que ia começar me bater a qualquer minuto. Balancei a cabeça, confirmado. Ítalo suspirou e Angel começou a rir de nervosismo. Ou ela estava tendo um ataque de sádico e planejando uma morte bem dolorosa para mim.

–Justin vem cá!

Chamou Ítalo a um loiro um pouco baixinho ou eu sou muito alto. Ah, tanto faz. Dei passagem para ele. Não sou orgulhoso! E se alguém faz melhor do que eu, não vou impedir. É a vida da Beverly que esta em jogo.

–Deixa que eu faço.

Gritou o tio sem noção da Bev, o Adrian. Ítalo e eu compartilhamos um súbito desejo de bater nele. Bater muito. Isso é algo que se diz quando tem alguém quase morrendo.

–Eu deixo ele te dar a maior surra de sua vida Adrian. Isso eu deixo.

Avisou Ítalo irritado. Adrian saiu rapidamente do local. Bom para ele. Eu estou estressado e quero simplesmente desestressar na cara de alguém. Era simples e prático.

–Não ta funcionando!

Gritou Caryn desesperada.

–Faz massagem cardíaca droga!

Gritou Angel.

–Alguém liga para o hospital. Para ambulância.

Pediu Justin. Tentando novamente. Tive a impressão de que estava tendo um ataque de asma. O mundo estava girando e eu senti uma falta de ar desesperadora. Escorei na pilastra mais próxima. Se ela morrer eu vou morrer. O sol não nasceria toda a manhã e a terra não giraria mais. Nem a gravidade seria capaz de me prender nesse mundo.

–Eu já liguei.

Avisou Italo.

–O mundo parou?

Perguntei tonto. Minha cabeça estava pesada de mais. E o chão tinha sumido.

–O que esta acontecendo com ele?

Perguntou Angel.

–Ela pode morrer.

Avisou Justin em um tipo de informação motivo.

–Ela não vai morrer.

Afirmou Italo irritado.

–Ela vai morrer.

Choraminguei infeliz. Eu sentia isso em meu próprio peito. Meu coração estava parando. Meu próprio coração estava parando. Estava faltando ar no mundo. Nem todo oxigênio que me desse seria o suficiente para meus pulmões. Eu precisava dela. Viva, feliz e satisfeita. Respirando e quente de preferência. Fechei os olhos.

–Alef, agora não é hora de você ter um ataque psicótico.

Pediu Angel. Ela não entendia. Ninguém entendia. A Beverly para mim era uma necessidade. Uma única e frágil necessidade. Qual era a graça de viver sem ela. Ou morrer por ela. Para que eu teria asas se não fosse para protegê-la. Ou enxergaria para não vê-la. Para que eu sentiria. Eu usaria dons que foram me dado. Por que eu viveria se ela não estava vivendo?Não faria o menor sentido.

–Você não esta entendendo Angie. Se a Bev morrer, ele vai morrer.

Explicou Adrian voltando novamente. A voz deles todos estavam longe.

–Já viram isso antes?

Perguntou Angel. A voz dela diminuiu como quando abaixamos o som. Aos poucos o mundo desapareceu. Totalmente.


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Notas finais do capítulo

Não me xinguem. Não me odeiem. E não parem de ler. E eu também estou de coração partido! Muito!



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