You could be Happy escrita por Dizis Jones


Capítulo 25
Capítulo 24


Notas iniciais do capítulo

Postagem dupla :3 mereço comentário ou não
beijos e boa leitura



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Capítulo 24

Quando abri meus olhos com as insistentes batidas na porta de minha mãe eu estava completamente alheia a que horas eram. Minha cortina estava fechada e a escuridão dominava, exceto por um pequeno feixe de luz irritante que agora batia na minha cabeceira.

Observei os papéis espalhados do chocolate e biscoitos que comi antes de ligar a play list mais tranquila do meu celular começando com The National e depois Passenger eu não lembro em que momento dormi, meus fones ainda estava emaranhados em meu cabelo.

Eu queria somente ficar sozinha o resto do domingo. A dor em meu ventre estava resistente me fazendo ter a certeza de que cada palavra que saísse de minha boca iria ferir alguém.

Mas ver o sorriso estampado no rosto de minha mãe dizia que Tobias estava lá embaixo.

— Mãe, eu não quero descer.

— Ele pode subir. — ela disse tranquilamente.

— Não, de jeito nenhum! Estou descabelada, com cólica, sentindo que eu posso matar a primeira pessoa viva que me irritar!

Minha mãe riu. Ela estava acostumada a meu mau humor, e principal ente meu humor desse dia, mas Tobias não tinha ainda chegado a me ver assim, mês passado passou bem tranquila, e parece que esse mês estava pagando a dor em dobro.

— Vá dando bolo a ele até que eu chegue.

Minha mãe saiu sem comentários. Levantei mesmo que isso me custasse, fui até o banheiro tomei mais um remédio e tentei dar uma cara mais saudável a meu rosto. Troquei o moletom por um jeans e uma camiseta do Papa Roach preta, e calcei meu All Star.

Mesmo com meu humor e meus hormônios tão bagunçados, ver Tobias sorrindo me fez dar o primeiro sorriso largo do dia depois da notícia que teria bolo de chocolate.

— Espero ter deixado bolo para mim.

Falei tentando parecer bem humorada, minha mãe estava sentada ao lado de Tobias, e meu pai na poltrona ao seu lado, assim que cheguei perto minha mãe levantou me deixando espaço ao lado do meu namorado, sorri com a cena, hoje era dia de namorar no sofá. Assim que sentei peguei um pedaço de bolo do prato que Tobias segurava em sua mão.

— Ei esse bolo é meu!

— Tecnicamente minha mãe quem fez, então o bolo é meu.

Enfiei o pedaço quase inteiro na boca. Estiquei meu pé ocupando o resto do sofá vago e coloquei minha cabeça no ombro de Tobias.

— Vou pegar mais. — minha mãe disse indo em direção à cozinha.

Depois de engolir o bolo, eu nem liguei a presença de meu pai, dei um beijo leve em Tobias, e deitei em seu colo, puxei a manta do canto do sofá e cobri minhas pernas.

— O que vamos assistir? — perguntei olhando para a TV que estava nos comerciais.

— O que você quiser.

Deixei no mesmo canal que logo começou um filme, eu já tinha visto e merda eu ia chorar.

Diário de uma Paixão fora um dos poucos livros que eu gostei de ver o filme, ele me fez chorar mesmo quando a razão me dizia que era somente ficção.

Enquanto o filme rolava contando como Nolan teve que lutar por seu amor, sentia os dedos firmes de Tobias passando pelos fios de meu cabelo. Se eu não ficasse entretida com o filme era simples dormir naquela posição. Mas eu não dormi, e sentia as lágrimas densas escorrerem sobre meu rosto, eu puxei a manta mais perto da cabeça e fungava baixinho. Tobias estava me parecendo um cavalheiro um contraste com o meu grosso Tobias, mas era perfeito ele manter-se de boca fechada.

Não conseguia segurar, era involuntário estar chorando ali assistindo a um simples filme, mas naquele momento vendo os esforços daquele senhor em manter a memória do romance dele com a sua esposa, mesmo depois do Alzheimer, mesmo quando todos achavam seus esforços inúteis. Ele não desistiu em nenhum momento, eu comecei a ter imagens mentais, de um futuro. Comecei a traçar uma vida em meus pensamentos, algo que eu jamais me dei ao luxo de fazer, eu me vi me formando, eu e vi nos hospitais segurando a mão de Tobias, eu me vi pintando enquanto ele saía pela manhã para um dia de trabalho e por fim eu me vi velha ao lado de um Tobias grisalho ainda charmoso assim como meu pai está, nós dois sentados em frente a uma lareira nos lembrando de como passamos por tudo.

As lágrimas ficaram mais leves, mas ainda estavam ali, eu sorri, poderia ser algo bobo, afinal eu ainda tinha dezessete anos, muita coisa ainda iria acontecer, mas eu estava aprendendo que não há nada de errado em sonhar.

Logo que os créditos começaram a subir meu pai levantou-se da poltrona.

— Crianças me deem licença, eu acho que vou ler algo.

Tobias sorriu para meu pai que saiu da sala de TV, ele foi em direção à biblioteca, minha mãe que eu nem havia notado que estava ali também, conseguiu, assim nos deixando sozinhos esperando o próximo filme que a TV passaria.

— Tudo bem? — a voz rouca de Tobias me fez voltar a realidade, eu estava ali em prantos no colo do meu namorado, isso é vergonhoso.

— Tudo eu só fico emocionada com esse filme, o livro é lindo...

— Melhor que o filme.

— Você leu?

— Não, — ele sorriu. — é que essa fala ‘’o livro é melhor que o filme’’ é sempre a deixa de leitores.

— Ah, mas é verdade sabia?

Tobias afastou uma mecha de meu cabelo assim que eu me apoiei nos braços levantando para encará-lo de frente.

— Sei! O que acha de darmos uma volta?

Eu meio que fiz uma careta, hoje não era o dia que eu queria sair.

— Podemos ficar aqui hoje?

Vi o olhar de decepção estampado nos olhos dele, então logo rebati.

— Temos o feriado todo para passear, está muito frio, e eu... Bem não estou...

— Tudo bem, ficamos aqui então, namoro tradicional no sofá de casa, quem diria em...

— Com direito a papai e mamãe ao lado, isso é épico. — rimos juntos.

Voltei a me sentar, a cólica já havia amenizado, eu sabia que meu dia ruim era somente um. Amanhã eu já estaria bem, então sabia que poderia aproveitar os feriados.

Quando meu pai decidiu que iria ler um de seus livros na biblioteca, meu antigo quarto, a campainha tocou.

— Esperando visita? — Tobias perguntou enquanto eu vagava os canais da TV a cabo em busca de algo para assistir.

— Não que me lembre.

Os passos de minha mãe em direção à porta em seguida uma voz animada e conhecida me fez ficar sentada mais ereta esperando ela entrar.

— Hazel! Ah, oi Tobias! — Monica entrava pela primeira vez em minha casa, como sempre ela era muito animada.

— Bom dia, Moni.

— Vendo filmes, hoje o dia está típico de um programa assim.

Observei Monica sabendo que ela não era de vir a minha casa, isso queria dizer que queria algo.

— Vai me dizer por que veio em minha casa Monica? — perguntei com um tom de voz meio arrastado.

— Hazel, por que esse mau humor?

— Não ligue. Hazel não está em seu melhor dia hoje. — Tobias falou segurando um sorriso, um estalo ecoou quando minha mão bateu em seu ombro.

— Pare, estava explicando a Monica a sua TPM.

Encarei Tobias firmemente.

— Bem deixemos a TPM de Hazel de lado, realmente vim aqui por querer algo. — Moni falou.

— Viu, ela queria algo. — encarei Tobias mostrando a língua em seguida.

Ele rolou seus olhos.

— Meus pais querem viajar no feriado.

— Isso é ótimo, vocês têm uma casa em Aspem isso é fantástico! — Tobias falou sorrindo.

— Não é tão bom quando seu namorado vai ficar aqui sozinho nos feriados.

— Entendi. — falei. — Mas no que podemos ajudar?

— Que bom que perguntou Hazel, o fato é que eu queria levar Isaac.

Observei Monica seriamente.

— Mas seus pais não sabem de Isaac ainda não é mesmo?

— O fato é que, depois do desastre do baile minha mãe teve um surto psicótico, ela culpou Deus o mundo e minhas novas relações.

— Como assim? — perguntei.

Monica suspirou e se arrumou melhor na poltrona que antes meu pai ocupava.

— Minha mãe sempre foi fútil e ela quer que eu siga seus passos, porém eu amo muito Isaac, não me importo de ele ser cdf, nerd ou participar do clube de matemática, porém sei que minha mãe vai ser um grande problema.

— Tudo bem eu até entendo isso, mas onde entramos?

— Quero uma desculpa para Isaac viajar comigo, pensei então que talvez seus pais nãos os deixem viajar também, iríamos todos, Christina, Will, você e Tobias e Isaac, assim eu posso fazer com que meus pais o conheçam e aproveitar a oportunidade para mostrar a eles que Isaac é uma ótima pessoa.

— Você acha que meus pais irão me deixar viajar para Aspen? — ergui minhas sobrancelhas.

— Claro que vamos deixar! — minha mãe entrou na sala.

— Mãe ouvindo a conversa?! — falei indignada.

— Não estava ouvindo somente. Ah estava ouvindo, desculpe.

— Já que estava ouvindo, acha que seria uma boa ideia viajar? Já que sempre passamos os feriados juntos. — observei o olhar de felicidade de minha mãe.

— Iremos depois do dia de natal, passaremos o Ano Novo em Aspen. — Monica falou.

— Viu? Passe o natal com a família e aí pode viajar com sua amiga.

Olhei para o lado e Tobias estava com seus lábios em uma linha fina.

— O que foi Tobias?

— Você já está traçando planos e eu nem sei se posso ir.

— Pode deixar Tobias, eu falo com sua mãe. — minha mãe estava sorridente parecia que era ela a viajar.

Monica saiu de casa animada que seus planos estavam dando certo. O domingo foi tranquilo aos poucos meus hormônios se estabilizavam, e eu me sentia vitoriosa em passar um dia destes ao lado de meu namorado, que descobri ser compreensivo.

Tobias era de longe a pessoa mais perfeita, ele tinha defeitos enormes, mas suas qualidades sobressaíam a cada defeito. Quando se ama alguém não significa amar somente as qualidades e nem dizer que ama seus defeitos isso é mentira, eu odiava muitas coisas, porém descobri que amar era aprender a conviver com esses defeitos.

Eu não era o poço de gentileza ou educação, e muito menos a pessoa mais legal desse mundo, e acho que nossas imperfeições eram o que nos faziam bem.

Estávamos novamente sentados na sala e o fim do dia se aproximava.

— All foi um idiota com o que fez no baile.

— Eu sei, coitada da Monica está arrasada.

— Não a contesto, para cada pessoa há uma coisa de certo tipo de importância.

— Hazel seu celular está tocando em seu quarto. — minha mãe apareceu na sala segurando um cesto que identifiquei ser do meu quarto.

Coloquei-me em pé rapidamente.

— Vamos Tobias, vou ver quem é. — peguei em suas mãos o puxando em direção a meu quarto.

Subimos a escadas e o vi ficar receoso.

— O que foi? — perguntei observando a sua relutância na entrada de meu quarto.

— Não sei, é meio estranho entrar em seu quarto... Seus pais estão em casa...

— Pare, você já esteve aqui antes. — o lembrei de quando ele veio fazer um trabalho aqui, aquele tempo parecia tão distante agora.

— Não estávamos namorando.

— Nada de mais. — estranho pensar em que teve um tempo em que eu o odiava, na verdade acho que não o odiava, mas achava que sim.

Observei o quarto agora arrumado por minha mãe, os papéis de guloseimas já não estavam espalhados a roupa de cama estava trocada, vasculhei em busca do meu aparelho , quando ele novamente começou a tocar o assovio de Patience.

— Interessante nunca tinha ouvido seu toque de celular.

— Sempre deixo no silencioso.

— Amo Gun’s também.

— Aposto que sou a única que acorda ao som de November Rain.

— Isso é estranho, não me parece música de despertador.

Achei o aparelho e o visor piscava a foto de Chis em uma careta no refeitório.

— Chris.

‘’Nossa, que demora! ‘’

— Estava na sala no andar de baixo com Tobias.

‘’Namorando em casa que novidade. ‘’

— Sim, não estava a fim de sair hoje.

‘’Amiga, não vai acredita no presente que Will acabou de me dar! ‘’

— Fale.

‘’ Um filhote de Golden! ‘’

— Outro cachorro?

‘’Sim! Ai ele é tão fofo! Tem olhos esbugalhados que quer implorar carinho! Espere vou te enviar uma foto! ‘’

Retirei do ouvido o celular abrindo o arquivo que ela me enviou e o filhote era realmente lindo.

— Parabéns amiga!

‘’Eu tinha que te contar! ‘’

— Monica já falou com você?

‘’Sobre? ‘’

— Ela quer viajar para Aspen, e nos convidou disse que falaria com você e Will também.

Um grito ensurdecedor ecoou me fazendo afastar o telefone do ouvido.

— Nossa o que foi isso? —Tobias falou.

— Nada somente Chris surtando.

Basicamente todos os pais deixaram, e após o natal iríamos todos viajar com a família de Monica para Aspen.


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Notas finais do capítulo

Até semana que vem