Edward me guiou pela sala comprida onde as figuras anteriores estavam. Fiquei com um pouco de vergonha. Aquela camisa me deixava com cara de...você entendeu.

O mesmo cara que me cumprimentou se levantou e estendeu a mão para mim.

“Meu nome é Carlisle Cullen.” Coloquei minha mão sobre a dele,seu contato frio me perturbando. Olhei para sua tímida esposa, que estava com os braços em volta da cintura de Carlisle. Ele viu para onde eu estava olhando.

“Essa é minha esposa, Esme.” Ele disse, acariciando o rosto dela,que parecia porcelana de tão branco.

Um abraço desprevenido me pegou de surpresa,um abraço estranhamente forte.

“Você é tão bonitinha.” Escutei a voz do meu atacante, grossa e admito, um pouco sexy, falando.

Saí do seu abraço, respirando fortemente. Olhei seu jeito fofinho de sorrir e lembrei quem era ele. Um sorriso saiu dos meus lábios.

“Eu sou o Cullen.Emmet Cullen.”ele riu feliz, a risada estrondosa. “ Essa é minha esposa, Rosalie.”Olhei para onde ele apontava e via linda mulher de cabelos louros e sorriso bonito. Ela abriu seu sorriso e abriu os braços.

Não sabia o que estava fazendo. Em um momento, estava ao lado de Edward, conhecendo sua família e na outra estava abraçada com Rosalie. Ela me abraçou com força e carinho,um barulho baixo de choro saindo de sua garganta. Emmet abraçou nós duas, ele rindo feliz, a risada do meu pai.

Saí do abraço mais feliz, a cabeça menos doída, ao que isso signifique menos coisa.

O hobbit também me abraçou, falando seu nome incomum ( Alice.Nome de avó...) e falando eu seríamos melhores amigas. Tive que concordar.ago nela me lembrava Chuck,o brinquedo assassino. Seu marido, Jasper Hale,me deu um aperto de mão, sorrindo brevemente.

Tinha conhecido todos,uma família que parecia, na minha opinião, irresistível. Mas a dor votou, arrebentando todos os órgãos do meu corpo.

Ai.

“Ai?”Edward murmurou confuso do meu lado.”Você está bem?” ele perguntou me segurando nos braços.

E eu fiquei vermelha. Ótimo. Isso era hora do gene da minha mãe se manifestar?

“Dor de cabeça.”murmurei baixinho para não ferir os meus ouvidos. Rosalie e Emmet já estavam do meu lado, Rosalie segurando minha bochecha, como se medisse minha temperatura. Garanto que com aquela pele fria,tudo ia parecer quente para ela.

Carlisle riu baixinho. Olhei para ele confusa, tentando tirar aquele monte de braços em volta de mim. Eu não ia morrer.

Ai do de cabeça de novo. Vacilei e fui pega pelos braços de novo. Ok, desisto. Vocês venceram.

“Ela está de ressaca.Um comprimido e um tempo deitada a deixarão bem, além de muita água.”

Eu? De ressaca? Não creio. Como foi que...Ah, tinha esquecido da Vodka. Esquece.

Edward me pegou nos braços,mas Rosalie o impediu. Foi Emmet que me pegou no colo e me colocou deitada no sofá de frente à televisão.Minha cabeça foi apoiada no colo de Rosalie, que me perguntava o que eu queria ver. Pedi um filme e lá estava o filme começando.

Carlisle me entregou um comprimido pequeno,que eu tomei com um copo de água. Rosalie acariciava meus cabelos,enquanto minha atenção estava volta da para o filme. Uma figura parada do meu lado me voltou a atenção.

“Edward...”murmurei “Sente-se do meu lado,por favor.”

Ele sorriu e assentou-se do lado da minha cabeça. O filme afinal me envolveu, as luzes chamuscando na tela,cores e ações diferentes,os sons ferindo meus ouvidos pelo home theater. Parecia que a ressaca não ia passar tão cedo.

Porém,tempos depois,meus olhos estavam se acostumando com a claridade, a minha cabeça parava de arder e meu corpo estava menos dolorido. Levantei,preguiçosa,lembrando de Billy e Charlie(que tinha já ido para casa,após as apresentações) e da falta que estava dos meus amigos.

Rosalie (que me pediu para chamar de Rose) me olhou assustada, as mãos que afagavam meu rosto caindo no seu colo. Todos na sala me olharam, Edward se levantando.

“Ah, qual é! Eu estou indo ver meus amigos e minh...”parei bruscamente, lembrando que eles agora eram minha família. Isso era tão errado... Charlie era minha família...Billy era minha família... Renee era minha família... “meus parentes.” Recuperei instantaneamente.

Foi Carlisle que falou,enquanto todos percebiam minha intenção de falar. Edward me olhava confuso.Para variar. Esse cara deve ter algum problema sério. Além de ser gato pra caramba.

Ele sorriu brevemente, voltando a ficar confuso.

“Querida,você ainda está meio dolorida, não? A ressaca não some assim de uma hora para outra. Descanse mais um pouco.”

Olhei para a janela e vi a noite caindo. Que saco. Eu tinha que bolar um plano. Fugir dali. Ver meus avós. Ver...ver Seth. O que eu poderia fazer?

“Mas eu não quero descansar!” disse com o biquinho que meu pai dizia ser irresistível e minha mãe dizia ser o maior golpe sujo da terra. “Eu estou acesa!”

Carlisle sorriu para Esme, que devolveu o sorriso. Ela levantou uma sobrancelha para o Edward confuso do meu lado.

“Querido, eu sei como você a fará dormir.”

Na minha mente suja, imagens de mim e do Edward fazendo alguma coisa para eu ficar cansada o suficiente para dormir floresceram na minha mente,me deixando vermelha. Obrigado,mãe.

Edward parecia desconfortável,em vez do olhar confuso normal. Qual é!Que cara mais estranho... Parece que ele acordou do embaraço finalmente,me dando a mão.

Minha mente gritava de alegria, como se minha pequena fantasia fosse se realizar. O que era pouco improvável, considerando que ele estava me levando para uma sala vazia exceto por um piano. Vai ver que...uhhhhmmmm...Não era muita viagem, afinal, naquele filme Uma Linda Mulher eles meio que... Ok,chega.

Ele me pôs sentada na cadeira em frente ao piano, assentando do meu lado. Me coração martelava alto no peito,mas ele parou estático nos primeiros acordes do piano.

Aquilo...era lindo! Uma música tão triste que perfurava meu coração, a dor das notas, um sofrimento explícito, meu peito sendo arrancado sem dó nem piedade. Eu arfava enquanto Edward tocava violentamente,parecendo que iria quebrar as teclas(se isso não fosse impossível). A música foi se suavizando, se transformando em uma cantiga de ninar, tão doce, tão bonita, tão conhecida. Conhecia essas notas da boca de minha mãe, que cantarolava de noite para mim.Meu peito foi se enchendo com a dor, as lágrimas caindo pela minha face.

Conti meus soluços,para não chamar atenção de Edward. Eu não poderia ficar nesse lugar. Eu tinha que vê-los. Eu precisava,como eu precisava do ar. E não seria Edward Cullen que iria me impedir. A música foi se tornando mais lenta e meus olhos foram ficando pesados.Tentei ficar  acordada ao máximo, mas aí tive a idéia.

Me aconcheguei em Edward, que ainda tocava. Ele parou e me pegou nos braços,me aninhando no peito. Escutei seus passos ecoando pela casa até parar.

“Dormiu.” Murmurou. Alguém falou algo com ele e fingi que acordava.

“Edward?” murmurei,inocente.Olhei todos em minha volta,parados que nem estátuas.

“Edward está te levando para o quarto que estão dividindo, querida.”Esme falou,quase murmurando,passando os dedos na minha bochecha. “Ainda estamos terminando seu quarto. Isso é temporário.”

AI NÃO CREIO!EU VOU DIVIDIR O QUARTO COM EDWARD-GOSTOSO-CULLEN? COMO ASSIM?

Enquanto eu tinha meu próprio ataque interno, balancei a cabeça com calma e a aninhei no peito de Edward.

“Vamos todos dormir,então.” Disse  o Hobbit, desculpe, Alice.Ela parecia estranhamente animada para dormir.Quer dizer,quem quer dormir quando tem um marido tão charmo... Ah por favor! Cruzes. Na casa? Comigo dentro? Não!Tremi de desgosto.

As luzes foram sendo apagadas calmamente atrás de mim e Edward. Chegamos no quarto,ele fechando a porta atrás de nós. Meu coração ridiculamente batia rápido demais, minhas bochechas ficando embaraçosamente vermelhas. Ele me colocou delicadamente na enorme cama,me cobrindo com o cobertor e foi se dirigindo para o pequeno sofá. Segurei sua mão,me assentando. Ele se aproximou de mim.

“Sim?” ele perguntou baixinho.

Levantei uma sobrancelha, do jeito mais sexy que eu consegui. Aproximei a minha boca da pele pálida da sua bochecha, sussurrando em seu ouvido.

“Boa Noite.” E beijei a pele fria ao lado de sua boca, fazendo com que ele suspirasse pesadamente, a respiração entrecortada.

“Boa Noite, Amanda.”Ele murmurou se aninhando no sofá negro.

Sorri para o teto, um sorriso safado estampado no meu rosto, sentindo a textura que tinha a pele branca de Edward. Aquele joguinho tinha sido bom,mas algo me dizia que podia ser melhor.

Me virei na cama, esperando a hora.

Fugindo