Alguns dias depois, numa segunda-feira, iriamos ensaiar para o baile, então tínhamos que ir cedo à sala de dança, . Já passei por isso antes, e foi uma experiência muito boa. Mas dessa vez era diferente, dessa vez Draco e eu iríamos formalizar nosso namoro, o que é algo que ninguém esperava que fosse acontecer.

Levantei mais cedo que Draco, então o esperei na sala até ele estar pronto, o que foi mais ou menos uma hora e meia, nunca vi um homem demorar tanto pra se arrumar.

– Então amor, preparada para dançar?

– Eu estou, só espero que você não pise no meu pé. – me levantei do sofá e o segui até a porta.

– Eu sou um talento na dança!

– Ah tá, até parece. Vamos logo!

Assim que chegamos na porta da sala de dança, senti um frio na barriga e comecei a tremer, todos iriam nos olhar. Respirei fundo e entrei.

Percebi o olhar de muita gente fitando à mim e ao Draco, e vi Pansy cochichando. Harry e Rony ficaram de boquiabertos me encarando, tentei desviar o olhar, e Draco percebeu.

– Te preocupa ver as pessoas olhando pra gente?

– Não, me assusta! Eu sabia que eles não esperavam por isso, mas encarar dessa forma já é grosseria.

– Calma, logo passa. É que somos o novo casal de Hogwarts, e aliás, os mais bonitos. – eu ri.

A sala estava dividida, os garotos de um lado e as garotas do outro. Avistei Kim do outro lado da sala, soltei a mão de Draco e fui até ela.

– Oi! – disse assim que me aproximei.

– Oi! Preparada para dançar?

– Na verdade não, fiquei meio assustada com todos me olhando.

– Ah, isso é normal, fica tranquila. – ela desviou o olhar para a porta, por onde estava entrando Haniel, foi então que ela suspirou.

– Kim?! Você gosta do Haniel? – ela arregalara os olhos.

– Por quê? Tá tão na cara assim?

– Não. É que eu ouvi você suspirar quando ele entrou.

– Ah! Pois é, eu gosto dele sim, mas não conta pra ninguém, por favor. – ela suplicava.

– Claro. Não vou contar nada. Mas você vai fazer algo para se aproximar dele?

– Na verdade, não, não vou perder tempo com ele, tem um monte de garotos a fim de mim, posso escolher quem quiser! – isso era verdade, Kim é a garota mais bonita da escola, e todos os garotos caem à seus pés.

–Eita, achei que você fosse tentar conquistá-lo, afinal você gosta dele né?

– Sim, mas não, deixa pra lá. Nem sei como fui começar a gostar dele...

– Tá. Mas se, um dia ele se interessar por você. O que você faz?

–Não sei!

Desliguei-me um pouco dela e de tudo que estava acontecendo e mergulhei em pensamentos. Fiquei pensando se o Haniel sentira algo por alguém, e se estava com alguém. Ele e Kim formavam um casal bonito, talvez Draco pudesse me ajudar com os dois. Um grito na sala me dispersou dos meus pensamentos.

– Boa Noite Alunos! Eu sou MeropeWegians e esse é Woody Cinewood.

Merope era uma professora muito linda, parecia uma fada de tão frágil que ela parecia ser, seu cabelo preto e liso pendia até os ombros, todo repicado. Woody era um professor muito lindo também, seu cabelo era num tom castanho escuro, ele me lembrava Haniel, seu cabelo era meio repicado igual ao dele, só que com um toque mais maduro para ele.

– Por Favor, garotos, vão até suas parceiras. – Disse o Professor Wood. Vi Draco vir até mim com um sorriso enorme no rosto.

Ele pegou minha mão e me levou até o centro da sala de dança. Kim estava com Ron, Harry estava com uma garota que eu não conhecia, Haniel estava com Pansy e Gina estava com um garoto que eu também não conhecia.

Depois de muito tempo dançando, os professores pediram para os homens beijarem a mão ou o rosto de sua parceira. Draco então sorriu com o pedido, olhou para mim, afagou meu rosto e me beijou. – na boca. – Todos olharam para nós perplexos, então ouvi Merope dizer:

– Ou beijem na boca mesmo. –ela deve ter dado de ombros.

Afastei meus lábios da boca de Draco e sorri, meio sem graça.

Fomos ao refeitório em silêncio. Eu já estava exausta, dançamos por mais de uma hora. Quando entramos no salão todos novamente nos fitaram. Nos despedimos e cada um foi para sua mesa, não precisei nem sentar para começar os interrogatórios.

– Então quer dizer que você e o Malfoy estão juntos? – o primeiro foi Rony, ele parecia um pouco zangado.

– Será que posso me sentar primeiro? – eu disse tentando me sentar.

– Então sente-se.

– Desde quando Hermione? – dessa vez foi Harry.

– Desde quando o que?

– Você sabe!

– Desde alguns dias!

– Você sabe que ele é um Malfoy não sabe? – disse Rony.

– Sim, eu sei. E vocês sabem que ele é meu namorado, não sabem?

– Gente, deixem ela em paz! – disse Kim.

– É meninos, ela cuida da vida dela, se ela quer namorar com ele, não são vocês que irão impedir. – disse Gina, o que me assustou, achei que ela não fosse aceitar meu relacionamento.

– Isso é o que nós vamos ver! – disse Rony com rispidez levantando-se dando um soco na mesa e indo se sentar do outro lado, lá no final. Olhei para traz e de longe pude ver Draco o acompanhando com os olhos.

Harry não olhos pra mim nenhum momento depois que Rony se levantou, e se eu tentava falar com ele, me ignorava.

– Gente, desculpem-me, mas acho que estou atrapalhando o lanche de vocês, vou para o meu quarto. Até mais! – levantei, e sem olhar pra ninguém, nem mesmo para Draco, sai do refeitório.

Não queria ficar mais tempo ali, então subi correndo as escadas que levaria até o meu quarto. Joguei-me na cama. Draco chegou logo em seguida e sem dizer nada, deitou na cama ao meu lado e me abraçou. Ficamos assim um longo tempo – em silêncio.

Ficamos deitados até o horário da aula. Levantei muito desanimada, querendo me jogar de novo na cama e ficar lá o resto do dia. Mas, fomos para a aula.

– Vou te deixar aqui e vou para a minha sala. Qualquer coisa me chame! – disse me deixando na porta da minha sala.

– Tá bom! – me deu um selinho, e saiu.

Entrei na sala, e foi melhor do que eu esperava, quase ninguém olhava para mim, parece que meu dia de fama já havia acabado. Sentei-me ao lado de Kim.

Passei o dia todo longe de Draco, estava lotada de tarefas então nos intervalos das aulas e o tempo livre, fiquei na biblioteca com a Kim, Gina e Luna estudando. No tempo que tive para vê-lo que foi durante o lanche à tarde, no refeitório, ele disse que tinha uma surpresa para mim, que era para eu continuar na biblioteca até umas 19 horas.

– Mas por que?

– Não pergunte meu amor, se é surpresa óbvio que eu não vou falar!

– Ah neim, não vale, eu quero saber, sou curiosa! – fiz biquinho.

– Não adianta fazer essa carinha, não é não! – disse beijando meu biquinho.

– Ai, tá... – emburrei.

– Amor?! Poxa...

– Tá bom, eu vou esperar!

– Tá bom então. Agora vai pra biblioteca! – me empurrou, e eu fui.

Mais tarde, quando era mais ou menos 19:30, saí da biblioteca e caminhei até o quarto. Já comecei a estranhar assim que cheguei no corredor, havia pétalas de rosas vermelhas espalhadas no chão. Ao chegar na porta do quarto havia uma rosa vermelha enfeitiçada, flutuando, eu a peguei. Coloquei a mão na maçaneta, o sorriso estampado no meu rosto, e a curiosidade refletida no meu olhar. Comecei a girar a maçaneta bem devagar e uma música começou a tocar, meu coração acelerou. Quando a – pouquíssima – luz conseguia passar pela porta, espiei lá dentro, vi as luzes completamente apagadas e somente velas flutuantes iluminando o lugar, abri a porta por completo, foi ai que o vi. Draco estava de smoking preto, cabelo penteado e um buquê de rosas vermelhas e brancas na mão direita e uma caixinha preta na mão esquerda, gelei.

Voltei meus olhos ao chão, ele estava completamente coberto de pétalas de rosas vermelhas, e pétalas brancas traçavam um caminho no meio destas. Comecei a andar pelo caminho traçado, ele chegava primeiro em Draco, não falamos nada, peguei o buquê e a caixinha, dentro desta havia duas alianças maravilhosas, pratas com dois fios de outro e um cristal no meio, sorri. Peguei a aliança mais larga. Olhei para ele.

– Isso sim é uma bela surpresa! Mas enfim... Eu te amo muito! – e ao falar isso, coloquei a aliança no dedo anelar da mão direita dele.

Ele pegou a outra aliança.

– Eu sou o homem mais sortudo do mundo por ter você, e eu te amo muito... – e colocou a aliança no meu dedo, coube perfeitamente.

Voltei a olhar o caminho, havia uma mesa de jantar toda elaborada no centro da sala.

– Vamos jantar agora? – perguntei.

– A escolha é sua!

Decidi que não, então continuei pelo caminho, que levava ao meu quarto, Draco estava atrás de mim. Ao abrir a porta tive a visão mais bela do mundo, o quarto tinha uma vela em cada um dos seus quatro cantos e o chão “transbordava” pétalas de rosas vermelhas. Olhei mais atentamente para aonde o caminho levava, a cama. Olhei para ele. Senti um frio na minha barriga, um arrepio descendo minhas costas e minhas pernas tremiam. Peguei sua mão, ele deu um sorrisinho de lado, o sorriso mais lindo que já vi.

– Eu te amo! – e o beijei.

Daí pra frente não é muito misterioso o que aconteceu, nosso beijo ardente e sem ar nos levou para cama, rolávamos para lá e para cá, nossa mãos percorrendo o corpo do outro. Nossos beijos procuravam espaços. Seu beijo descia da minha boca para o meu pescoço, depois o meu colo, e enfim, os meus seios. Nunca senti isso, esse desejo por ele, não conseguia controlar, então me entreguei...

Horas depois estávamos deitados na cama, abraçados.

– Tô com fome! – falei, ele riu.

– Vamos comer então... – e foi se levanto fechei os olhos.

– Ei, você está sem roupa!

– E?

– Coloque! – ele riu, mas pegou uma toalha e enrolou somente cintura abaixo.

– Anda logo Hermione! – levantei embrulhada na coberta.

Fomos para a sala, comemos o melhor jantar que já comi, e por incrível que pareça, foi ele quem cozinhou. Ficamos horas e horas conversando e brincando, até que nossos olhos não deram trégua e fomos dormir – no meu quarto, abraçados, de roupa.