Circo Da Meia-Noite escrita por Elle Maria


Capítulo 1
Capítulo único




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A noite estava calma, havia varias estrelas no céu e uma enorme lua iluminava a floresta. Naquela noite vários homens serravam, cortavam e pregavam, até que o picadeiro ao ar livre ficasse pronto não sessariam. Todos agiam em sincronia. Não avia interrupções, não existia pausa e não havia reclamações, pois não falavam. Seus olhos eram cinza como um poço fundo e vazio como bonecos sem almas.

No meio da nevoa seca na parte mais escura da floresta, apareceu um homem de cartola negra, como um fantasma sua visão era assustadora. Ele observou ao seu redor e sorriu. Seu rosto era belo e pálido, seus olho se escondiam por detrás dos óculos escuros. Em um estralar de dedos todo aquele lugar frio e sem vida se transformou em um lugar iluminado, magico, entretanto o cheiro de insanidade andava ao redor do lugar.

Uma musica começou a ser tocada. O ritmo era agitado e dançante, porém tinha um fundo melancólico que lhe dava vontade de chora e assustava sua mente como uma sinfonia suicida. Vários moradores de uma pequena vila vieram, eram atraídos pela musica em profunda hipnose diabólica.

Com os olhos vidrados seguiam até o picadeiro. Os pés não andavam se arrastavam como um pequeno exército de marionetes, porém era o bastante para o homem misterioso, era o que ele queria.

No meio de tantas almas perdidas havia um inocente, uma testemunha. O pobre menino era arrastado pela mãe, pois não conseguia se soltar dela. Foi levado por entre a floresta escura e sombria com galhas retorcidas que o arranhavam.

Mesmo que tudo parecesse um conto de fadas, era um conto deprimente de final atormentador.

No meio de expressões melancólicas e olhares vazios se destacavam a face da bailarina e da ajudante do mágico. Eram perfeitas, de um branco reluzentes como bonecas frias de porcelana, mais olhavam para a multidão com tristeza, pois, previam o pior.

Logo todos estavam acomodados em seus lugares. E assim, o show começou. Magia, luzes coloridas, tudo para prender a visão dos espectadores apaixonados. Tudo era mágico e belo com um romance de final trágico. . . Entretanto, enquanto mais demorava mais o menino se agitava para sair.

Não importava o quanto gritasse todos estavam surdos, não importava o quanto se debatesse ninguém o via, ninguém o acalmava, ninguém secava suas lagrimas enquanto chorava.

O doce sorriso da bailarina fez com que o menino cessa-se o choro. Em um sussurro ela disse: ‘‘Me desculpe’’ logo depois um lagrima cristalina escorreu pela sua pálida face. Todo o circo foi tomado por chamas, em seguida tudo foi se transformando em cinzas. A plateia não foi atingida pela chama. Mas, um a um foram se desmanchando em cinzas, era como se fossem feitos de areia escura que desmanchavam com o vento. Não lhe restavam nada para que fosse dito que eram pessoas ali em meio as cinzas escura. Quando chegou na mãe do menino ele não aguentou e desmaiou. . .

Assim que acordou estava só no meio da floresta cercado por restos de um circo medonho e cinzas. O menino sentiu dor em seu pulso dolorido e cheio de feridas. A sua única companhia era o pesadelo que se repetia varias e varias vezes junto com o rosto da doce bailarina. Desde desse dia ele nunca se esqueceu da musica, do magico, a dor da perda e da face da bailarina. O pesadelo do circo iria andar com ele para sempre.


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