Até o fim escrita por Isabella Cullen


Capítulo 20
Um louco ou um herói?




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Ele acabou dormindo no sofá, já era a meio-dia quando ele acordou. Olhou para os lados e não viu ninguém e Isabella ainda estava desacordada na frente dele. Ele se levantou para ver o rosto dela, ainda estava muito pálida e notou uma bolsa de soro com uma cor diferente, não entendeu o nome escrito e ficou olhando as agulhas no seu braço.

Enquanto estava distraído com aqueles tubos e agulhas Xiaoli entrou e o chamou. Fora do quarto estavam um novo tradutor, um homem, Ho e também um homem que tinha a aparência que Ho tinha descrito que o homem misterioso tinha. O sangue ferveu e ele quis soltar milhões de perguntas para aquele desconhecido. Antes que Edward pudesse falar alguma coisa ele foi se adiantando.

– Não tenho as respostas que você procura. – Era um inglês perfeito demais para ser um chinês. Edward arregalou os olhos quando ouviu o que homem dizia.

– Então quem tem? - Ele perguntou controlando a vontade de dar um soco naquele homem.

– Ele pediu para te encontrar no segundo andar, na cafeteria.

Edward agiu novamente por impulso, fechou as mãos de raiva e procurou as escadas com passos firmes e ligeiros. Não queria mais que uma boa olhada no sujeito que orquestrou aquilo e dar um soco bem dado para aliviar a raiva. Ele ainda ficou procurando a tal cafeteria, não encontrou até dar umas boas voltas no segundo andar. Até viu uma pequena lanchonete no fim do corredor em que estava. Tudo muito igual, ele pensou quando achou a tal cafeteria. Ele foi andando agora quase correndo, tinha um homem sentado sozinho perto de uma mesa na janela que dava vista para um parque com muitas árvores e ruas com pessoas se exercitando e crianças brincando. O homem estava com casacos grossos, de costa, com um café na mão distraído pela paisagem. O mistério agora seria resolvido, ele reconheceu a figura antes mesmo de se aproximar muito. Diminui os passos e pensou na surra que iria dar.

– Charlie?

– Edward. – Ele se virou para cumprimentar.

– Quer me explicar o que está acontecendo?

– Sente-se. – ele apontou para a cadeira na frente dele. – Devo mesmo boas explicações, para muitas pessoas. Principalmente aquela que está sendo mantida sedada.

– Olha...

– Você tem o direito de achar o que quiser – a voz era calma e tranquila apesar do clima tenso da conversa. – Eu a salvei do suicídio que ela estava prestes a cometer. Eu a salvei, eu sinto muito se nada foi perfeito, se nada depois aconteceu como eu esperava.

– E como exatamente você esperava que TUDO acontecesse? Que ela ficasse aqui bem e feliz com um casal de velhos falando uma língua que ela não sabia. Meu Deus você é maluco!

– Sou o maluco que a deixou viva.

– ELA ESTÁ MORRENDO.

– Vamos reverter isso. – Edward ainda não entendia a calma dele, a mão se fechou para um soco. A raiva o deixava vermelho e Charlie olhou para os olhos dele, no fundo de seus olhos. – Espera eu explicar, depois você faça o que bem entender.

Edward respirou fundo, tinha feito muito isso nas últimas horas, controlado a raiva para não bater em Isabella e depois no tal homem mandado por agora já conhecido Charlie.

– Foi mais difícil do que você pensa descobrir os planos dela, ela estava disposta a aceitar tudo para salvar a todos que a rodeavam. Depois que cheguei naquela casa e revi os arquivos e as análises psicológicas do pai de Isabella, ele iria até o fim para vê-la morta, Isabella sabia disso. Ela entrou no jogo, escondeu seus planos e não deixou transparecer nada além do que podia. Conheço Isabella desde pequena, a vi dar os primeiros passos, acompanhei seu crescimento e amadurecimento, sabia que ela escondia algo. Investiguei-a até aquele ponto de interrogação sair da minha cabeça. O pai de Isabella era muito esperto, ofereceu o dobro ou quase o triplo para a firma de segurança acabar com aquilo de uma maneira acidental. A sorte é que nunca confio cegamente em uma pessoa ou firma, você ficaria admirado com o que dinheiro compra nos tempos de hoje. – ele deu uma risada sombria – Um mês antes da tal fuga eu me armei, fiz planos para ela, me preparei para um falso funeral e para até ter a própria funerária em que ela seria preparada para o show de horrores que seria aquilo. Foi a decisão mais difícil da minha vida, para protegê-la teria que tirar tudo o que ela mais queria e estava disposta a abrir mão.

– Ela me contou que iria morrer, ela se entregou.

– Ele ia matar vocês dois. Não era para ninguém ter sobrevivido. Mas reverti a situação antes de Isabella ir, fizemos questão que vocês comessem algo para a longa viagem. Ela não estava sonolenta quando entraram no carro?

Edward tenta procurar rastros disso na sua memória, mas não encontra, ela estava tensa e um pouco estranha, mas sonolenta... Não, não tinha observado.

– Não lembro disso.

– Ela não deve ter comentado, ela deveria estar pelo menos sonolenta. A parte difícil foi fazer algo em que vocês dois saíssem vivos, mas com ferimentos. O banco do carro foi projetado para expulsarem vocês assim que houvesse sinais de explosão, tecnologia japonesa, muito eficiente. Na hora exata da explosão, primeiro houve uma pequena explosão para que assim vocês se ferissem e depois a verdadeira explosão com vocês perto, mas não dentro do carro. Quando você a viu, sem vida, já era o remédio.

– Seu psicopata!Você é tão maluco quanto ele!

– Eu fiz isso para que hoje ela pudesse ter uma vida!

– Foram OITO ANOS NÃO OITO DIAS SEU LUNÁTICO! – ele bateu com força na mesa que os separava.

– Eu não pretendia que demorasse tanto para ela voltar a vida normal, sabe, matar aquele desgraçado foi mais difícil que matar um ditador.

– Como assim... – agora Edward não entendia mais nada. Ele se suicidou a uns meses atrás.

– Você achou mesmo que eu o deixaria viver depois de tentar matar Isabella? Isabella sempre foi minha filha Edward, ele queria matar a minha filha. De certa maneira ele a matou. Depois de presenciar ela ali no funeral, ele ficou meio paranóico com a quantia de pessoas importantes e com sede de vingança. Ele se cercou de toda e qualquer proteção, bloqueando planos quase perfeitos quase que por instinto, depois percebi que o jogo que fizemos com Isabella para escondê-la dele esses anos todos ele fazia conosco. Precisaria esperar ele não se sentir ameaçado ou tão alerta como nos primeiros anos depois da suposta morte dela, me ocupei em tratar dos negócios dela, fazê-los crescer para um dia ela ter tanto quanto tinha ou mais!

– Mandar ela para China foi um plano muito bom... – o tom era sarcástico. – Matar ela por dentro foi genial.

– Como já disse não esperava por essa reação, ela ficou de uma maneira preocupante, eu sei disso. Mas o que poderia fazer? Pelo menos estava viva e poderia se refazer depois que a tirasse daqui.

– Não sei se isso vai ser possível. – a voz triste de Edward deixou Charlie comovido.

Charlie ficou em silêncio olhando e analisando Edward por alguns segundos.

– Subestimei o amor de vocês. – Edward estava com a cabeça baixa, pensando em Isabella naquela cama. – Realmente achei que iriam seguir com a vida de vocês, mas sempre estiveram ligados. – ele ainda olhava para Edward e pensou nele em Renée, era inevitável as comparações que fazia dentro de si. - Soube de sua resistência em aceitar a morte dela, mas pensei que Giana.. não é esse o nome dela?

– Sim.

– Ela tinha resolvido isso, vocês ficaram noivos não foi?

– Deveríamos ter nos casado mês passado.

Ele nunca largou a noiva no altar. Ele casou e mesmo assim sabia que amaria Renée até seu último suspiro. Ela tinha sido a mulher corajosa e louca que pegou Isabella e a adotou, a mulher que a criou perfeitamente. Lhe deu aquilo que nenhuma nunca lhe daria, a felicidade, a vontade de viver e lutar mais um dia. Lembrou de como se amaram mesmo depois dele casaco, o caso de amor incompleto e inacabado que sempre gerava mais e mais traições. Sua esposa nunca desconfiou devido as brigas que eles sempre tinham no telefone, mas eles se amavam. Os gritos dela faziam tanta falta como os gemidos e entendia como Edward tinha sofrido todos esses anos, ao contrário dele nunca mais teria Renée.

–Enfim... mas aqui estamos nós trazidos pelo destino. Como se reencontraram? – Charlie queria saber mais dessa história só um pouco estranha.

– Nos encontramos por acaso no aeroporto, ela estava com o jornal que anunciava meu noivado nas mãos. Tremia e parecia doente demais para viajar, aquilo chamou minha atenção, me aproximei e então aqui estamos.

– Mandei na intenção dela ver que você estava bem e mandei a foto de uma revista falando da morte de seu pai. Isso deve ter impulsionada ela a voltar ou foi você.

– O que você está pensando em fazer? Isabella morreu há oito anos... Sue, os amigos...

– Acho que agora isso é coisa minha, vá ficar com ela. Eu cuido de tudo para voltarmos o quanto antes possível.

– Ela não está em condições de pegar um avião.

– Mas vai estar. Ela estava sem vida. Mas acho que você pode cuidar disso melhor que eu. – Ele deu um sorriso animado para Edward e a confiança invadiu ele, Charlie era um louco mesmo, mas ele tinha trago Isabella. Isabella estava ali e ele poderia ter esperanças. Se ela se recuperasse eles poderiam ter um futuro, poderiam acabar com as lacunas que a suposta morte fez na vida deles. Ela ainda o amava, o jornal e a volta provavam isso, ela ainda o amava e eles poderiam agora ter o que quisessem. O maluco do Charlie que resolvesse os por menores, ele não queria saber de nada.

Levantou-se e foi até o quarto, não andava mais de cabeça baixa e sim confiante. Isabella iria se recuperar e ele faria isso ser uma realidade e não um desejo.


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