Até o fim escrita por Isabella Cullen


Capítulo 1
Capítulo 1 Seu nascimento, meu destino.


Notas iniciais do capítulo

Vamos lá meninas, mais um loucura não é mesmo? O que esperar de Até o fim? Um drama bem comovente. O que importa aqui são as escolhas, a escolha de cada personagem muda a vida do outro sem ao mesmo eles sentirem. Eu sempre acreditei que amar é uma escolha e que não existe aquele pó mágico que nos faz cai de quatro pelo outro ou sinos de igrejas badalando indicando é esse!
Esperem uma Bella que aprenderá que não é tão madura como pensa e nem um Edward tão imaturo como pensa... acho que no fundo quando escolhemos amar, escolhemos nos descobrir.

Beijos lindas e obrigada por estarem aqui.



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PARTE 1

- Que noite chuvosa irmã!

- Os anjos resolveram lavar o céu todo.

- Também estou desconfiando disso. Precisamos verificar se as crianças estão cobertas e prepare as velas, precisaremos delas perto caso algo aconteça. Mande irmã Agnes ficar atenta nos corredores, não queremos pânico, essas crianças são muito criativas quando se trata de tempestades e assombrações.

Irmã Gertrude saiu o mais rápido que seus 65 anos permitiram pelo convento e foi encontrar com irmã Agnes em seu quarto. O que inconvenientemente ficava do outro lado, passou pelos corredores quase se perdendo em seus passos. Irmã Agnes estava mais perto, na pequena capela.

- Irmã... – a respiração falhava com sua corrida. Respirou o mais fundo que podia tentando recobrar as forças. – Os corredores, precisamos da irmã para vigiá-los. Os mais velhos precisam de atenção em dias como esses.

- Com certeza, mais uma Ave Maria e já estou indo.

Lembrou-se das velas na volta e passou na cozinha, era difícil achar velas naquela cozinha velha e grande. Finalmente ela conseguiu visualizar uma lata ao lado do fogão, viu a cozinheira uma vez falar de velas em lugares inapropriados como ao lado do fogão. Voltou para o escritório da madre superior, depois de deixar aquelas velas teria que ficar no berçário, as crianças estavam agitadas. A porta que ficava geralmente aberta estava fechada. Irmã Gertrude bateu.

- Entre, por favor.

A madre superior não estava mais sozinha. Uma mulher completamente molhada estava em pé na frente dela. Não conseguiu ver seu rosto e nem disfarçar a sua surpresa.

- Irmã, coloque as velas aqui, por favor. - ela apontou para a mesa. Andando com desconfiança e agora encarando a mulher pode observar suas roupas sujas de sangue, seus pés descalços e a criança no colo.

- Santo Deus! – exclamou ela sem notar que a mulher não se assustou com seu espanto.

- Irmã controle suas emoções. - a voz de repreensão era firme e muito clara. Irmã Gertrude se recompôs e olhou para aquele pequeno bebe nos braços dela. Todo molhado, mas dormindo. Estranhou uma criança não estar aos berros.

– Posso... – apontou para o bebe querendo pegá-lo, aquecê-lo ou dar algo que obviamente aquela mulher não podia naquele momento.

- Entregue-o.- a madre ordenou.

- Eu... – a voz era tremula. – eeeeuuu.

- Eu entendo. Estava te esperando também.

Irmã Gertrude não entendeu nada. Ficou olhando para a madre superior esperando para ter alguma resposta, mas obviamente a conversa tinha acabado. A mulher entregou o bebe sem olhar e saiu deixando a porta aberta e o vento frio entrar. Ela agarrou o bebe todo sujo com aqueles panos imundos e olhou para a madre mais uma vez.

- Leve-o e cuide dele, mas não diga nada. Ele vai embora amanhã. Só você pode cuidar dele. Não deixe mais ninguém pegá-lo!

Assim que irmã Gertrude saiu à madre agarrou o telefone e discou uns números rapidamente. Já eram dez horas da noite e ela olhou para o relógio depois de ter discados os números, só então pensando se podia ou não ligar. Mas a outra pessoa já tinha atendido.

- Por favor, a senhora Reneé pode atender? Fale que é a irmã Agustina do convento Mission San Fernando.

A empregada não pareceu colaborar muito e ela precisou insistir. Depois de alguns pelo amor de Deus e outro por favor desesperado ela foi chamar a dona da casa, havia muito barulho ao fundo e ela logo pensou que pudesse estar havendo alguma reunião ou festa.

- Irmã, boa noite.

- Chegou. Por favor, venha logo.

- É menino?

- Menina, mas não posso mantê-la aqui.

-Claro que não! Vou buscar pela manhã, seis horas. A missa da manhã vai até as sete então não será difícil. Mantenha o sigilo.

- Prometi que iria, não vou quebrar isso agora.

Reneé acordou Sue mais cedo que o comum. Ela levantou da cama sem ainda ter noção do motivo da agitação de Reneé, mas uma senhora tão excêntrica sempre tinha uma novidade maluca. Elas fora para a garagem com Sue segurando um copo de café, Reneé insistiu em não comer nada.

- Vamos, não podemos chegar depois das sete.

- Impossível! São cinco e meia da manhã.

- Você não tem ideia de onde estamos indo.

- Tenho até medo de perguntar Reneé, sinceramente.

- Vamos para o convento Mission San Fernando.

- Visitar sua irmã tão cedo?

- Nada disso, vamos pegar um bebê.

Reneé ligou o carro e saiu, como sempre, como se estivesse atrasada para o compromisso mais importante sua vida. Mas esse era o compromisso mais importante de sua vida e Reneé estava muito ansiosa.

- Está rápido demais!

- Larga de ser medrosa Sue. Nunca bati e não vai ser agora que vamos bater.

- Nossa Senhora das dores nos poupe de bater com esse carro!

- Olha, quando chegarmos lá não quero que fale mais que o necessário. Explico tudo quando estivermos de volta, mas agora o importante é pegar o bebê.

Sue desiste de tentar explicações com medo da resposta. O carro corre pelas ruas praticamente desertas do centro de Los Angeles, o convento ficava do outro lado da cidade, na parte de San Fernando. Reneé olhava o relógio com muita frequência e aumentava a velocidade quando não estava em áreas monitoras. Sue se perguntava que loucura era aquela o tempo todo. Quando chegaram à estrada que levava ao convento já eram seis e dez e Reneé diminui a velocidade. Agora ela tinha uma respiração nervosa, o coração batia rápido e suas mãos suavam. Pararam no estacionamento grande e antigo, o convento tinha pelo menos 100 anos e sua construção era reformada com menos frequência do que deveria. Sue sentiu o frio de uma manhã de inverno quando abriu a porta do carro.

- Pegue a maleta rosa.

- Que maleta?

- No banco de trás Sue.

Sue olhou e viu uma maleta rosa clara pequena no banco de trás, não tinha reparado nela quando entrou. Aquilo era verdade, elas iriam pegar um bebê. Depois de pegar a maleta e fechar a porta deu uma pequena corrida para acompanhar Reneé, ela já estava quase na porta do convento.

- Reneé isso é loucura!

- Fique quieta. Precisamos entrar pelos fundos.

Reneé não entra na porta grande de madeira a sua frente, em vez disso vai para a porta lateral. Uma porta menor, mais discreta que dava acesso a um corredor cumprido. No final estava irmã Gertrude.

- A madre superior a aguarda na sala.

- Sim vamos. - a voz agora estava nervosa, ansiosa e Sue se assustou. Ficou nervosa com o clima de suspense.

Irmã Gertrude olhava com cuidado para ter certeza que ninguém estava pelos corredores. Sue achava aquilo muito suspeito, pareciam estar fazendo algo errado ou ilegal demais. Os corredores estavam vazios e não se ouvia nada além dos passos daquelas mulheres. Irmã Gertrude pareceu aliviada quando elas chegaram ao gabinete.

- Podem entrar.

- Sue faça a gentileza de entregar a maleta, por favor, espere aqui fora.

Tinha muito mistério ainda no ar, Sue entregou desconfiada a maleta e Reneé com um ar diferente, calmo demais, abria a porta do gabinete.

- Reneé minha parte está feita.

- Eu sei e estou super feliz de ser menina, imaginei diversas vezes como seria ter um homem em minha vida e não consegui suportar essa possibilidade.

- Não era para você aceitar o que Deus lhe desse?

- Sim – Reneé estava com um tom arrependido. – Mas Ele me deu o que pedi!

- Reneé é muito bom revê-la, mas preciso pedir que saia rapidamente com esse bebê. Terei que dar muitas satisfações se alguém perceber a presença dele aqui.

- Claro! Não quero mais causar nenhum incômodo.

Reneé já estava quase na porta quando sua irmã teve uma pequena curiosidade a ser saciada.

- Reneé. – ela parou e olhou para trás – o nome. Qual o nome que você vai colocar?

- Um que você conhece muito bem. Isabella.

- Imaginei, mamãe iria ficar feliz.

- Foi o que pensei.

Ela saiu e encontrou Sue olhando admirada para o bebê em seus braços.

- Acho que você foi longe demais dessa vez Reneé. O que estamos fazendo? Raptando um bebê desse convento?

- Isabella é minha, agora precisamos ir.

- Isabella?!...- ela não pode completar a frase, Reneé saiu puxando ela pelo convento.

Como verdadeiras fugitivas elas voltaram para o carro e Reneé abriu a porta de trás para Sue.

- Tome cuidado com a velocidade Reneé temos uma terceira pessoa no carro.

- Bebês adoram carros, na maioria das vezes o balanço os faz dormir.

Reneé foi para o volante e deu partida no carro. A viagem foi mais demorada, Reneé agora não corria tanto, respeitava a sinalização e olhava cuidadosamente para estrada. Elas chegaram com a criança adormecida no colo de Sue, ela não havia nem se mexido por alguns minutos desde a saída do convento. Como na garagem do convento Reneé foi abrir a porta para Sue e as duas foram para o segundo andar da casa. Reneé ainda estava misteriosa quando abriu a porta de um quarto que ficava do lado do seu e em frente ao de Sue.

- Reneé foi isso que você aprontou nas minhas férias?

As duas estavam olhando para o quarto de bebê mais elegante que poderia ser feito. As paredes pintadas de um tom claro de abóbora, com móveis brancos e diversos brinquedos e ursos espalhados. Havia um tapete enorme no centro no formato redondo. Banheira, fraldas e tudo para banho, trocas de roupas ou fraldas estavam do lado do berço também branco com um mosquiteiro que ia até o chão com pequenos babados da cor das paredes nas pontas. Havia prateleiras nas paredes com pequenos ursos, uma cadeira de balanço e quadros para completar a decoração. As janelas estavam abertas e entrava uma luz angelical que iluminava o quarto da forma certa, as cortinas brancas balançavam com alguma brisa e tudo era convidativo demais.

- Gostou? Achei que ficou perfeito!

- Como... Reneé pelo amor de Deus, o que...

- Coloque Isabella no berço, a deixe descansar. Com cuidado Sue!

Isabella dormia nos braços dela tranquilamente e pareceu não sentir quando Sue a colocou no berço. Estava tudo realmente perfeito e ela admirou o quarto mais uma vez depois de assegurar que ela estava na posição correta.

- Precisamos conversar. Você não acha Reneé?

- Primeiro vou pedir a Anne para preparar a mamadeira, tenho a impressão que ela vai acordar com muita fome.

- Quem é Anne?

- Contratei uma enfermeira para cuidar dela, nem eu nem você temos a menor experiência com recém-nascidos. Achei mais seguro contratar uma enfermeira, ela vai ficar alguns meses, depois pensei em tentarmos nos virar sozinhas. O que você acha?

- Acho que isso merece uma explicação muito boa.

- Me espere no quarto, vou chamar Anne.

Sue e Reneé tomam rumos diferentes. Alguns minutos naquele quarto e Sue já reparava em algumas mudanças significativas. Não havia mais nada espalhado, as roupas estavam no closet e tinha livros do lado da cama, desde quando ela lia antes dormir? Não tinha como Sue ter reparado em nada disso antes, ela tinha acabado de chegar de Arcadia onde passou um mês inteiro com seus pais. Sua mãe tinha ficado muito doente e necessitava dela dia e noite. Perguntava-se como Reneé tinha sobrevivido, ela não sabia nem se tinha ou não algo marcado nas próximas horas. No geral Reneé era muito distraída e um pouco festeira. Adorava ser o centro das atenções e receber elogios por suas festas temáticas e cheias de pessoas maravilhosamente ricas e famosas. Seria aquilo algo temporário ou só solidão? Reneé nunca comentou nenhum desejo sobre maternidade, não tinha aversão a bebês, mas também não tinha nada que a fizesse ter um do seu lado. Adoção, aquilo não pareceu algo legal, pareceu algo realmente ilegal. Foi na hora da lembrança delas saindo feito fugitivas que Reneé entrou no quarto eufórica.

- O bebê está mamando. Anne tem jeito, precisava ver como ela fez Isabella tomar a mamadeira. Ela é linda!

- Reneé acho que preciso de explicações.

- Claro. Por onde começo? Hum... Lembra quando me divorciei e fui para Paris?

- Claro que lembro foi depois dessa viagem que nos mudamos.

- Andando pelas ruas ainda abalada com aquela traição eu encontrei uma senhora, muito velha, quando me sentei no banco de uma praça ela se aproximou e começou a puxar assunto comigo. Eu não estava com muita vontade de conversar, ainda mais em francês, mas ela nem ligou. Contou-me diversas histórias e depois falou que estava esperando a morte. Todos que ela conhecia e amava estavam mortos e ela nunca se casou ou teve filhos. Era uma vida solitária demais e isso a incomodava. Fiquei ali pensando qual era a diferença entre mim e ela e foi fácil achar a resposta Sue. A idade. Como acha que me senti?

- Saiu de Paris querendo adotar uma criança?

- Não, sai de lá determinada a mudar meu destino. Não quero acabar sozinha.

- Eu sou uma boa companhia. – ela disse firme e encarando Renée.

- Você faz parte da família com certeza, somos mais amigas que outra coisa, mas ainda assim eu sentia que isso não me tornava diferente daquela senhora. Ela também deveria ter vários amigos e acabou sozinha. Um dia Sue você vai encontrar alguém, e eu espero de coração que esse alguém apareça, você será feliz e terá filhos. Eu serei a madrinha mais feliz, mas a mais sozinha. Precisamos encarar os fatos que você tem vinte cinco e eu quarenta e cinco. Uma diferença considerável.

- Sempre seremos amigas. Para com isso.

- Eu sei disso.

- Você ainda não me contou a história dela.

- Há uns meses atrás fomos à festa dos Baldwin lembra?

- Na embaixada?

- Isso mesmo. Lá ouvi uma conversa entre duas amigas que nem perceberam minha presença. Elas falavam do noivado de James e Victória.

- James... – Sue ficou pensativa. – O magnata?

- Sim.

- Dizem que ele a traiu.

- Isso mesmo, mas elas comentavam sobre o caráter dele. Parece que ele estuprou a empregada e depois a ameaçou de morte quando descobriu que estava grávida.

- O que?!

- Ela fugiu dele e pediu ajuda a Victória.

- Ela tem uma ONG de ajuda à mulher, faz sentido.

Sue lembrou de já ter doado em nome de Renée algum dinheiro. Foi há anos isso.

- Ela não perdoaria isso jamais. Essas mulheres falaram da frieza dele quando jurou a pobre de morte em alto e bom tom na frente de Victória.

- Onde você entra nisso? – Isso não poderia terminar melhor do que já estava pensou Sue rapidamente.

- Ele a queria de qualquer jeito, então Victória a escondeu em um distrito pobre com alguns conhecidos distantes. Eu a procurei uns dias depois e disse que queria ajudar, ela falou que a mãe não queria o bebê. Eu obviamente entendi porque ela não queria, afinal ela foi concebida de uma maneira tão ruim e ela não tinha como sustentar a criança e fugir de James.

- Deus isso é horrível! – exclamou Sue.

- Então sugeri adotar a criança, mas Victória me falou que ele não era do tipo que simplesmente desiste fácil, eu não poderia adotar pelos meios legais, eu teria que esconder Isabella.

- E você não pensou em me contar?

- Na verdade não. – Sue fez uma expressão feia para Renée que ignorou imediatamente. - Não sabia se isso ia dar certo, eu não poderia entrar mais em contato com Victória e também não tínhamos certeza se nosso plano iria dar certo. Ele colocou pessoas atrás de Victória para segui-la e tudo que você pode imaginar. Dei o endereço do convento de minha irmã e rezei, se ela viesse nesse mês era porque ele ainda não a tinha encontrado.

- E a mãe dessa criança?!

- Victória disse que iria cuidar disso. Não quis saber de muita coisa.

- Reneé já ouvimos histórias dele, sabemos que ele...

- Eu sei, por isso vamos esperar Isabella ficar mais forte e vamos viajar. Criaremos ela fora do país. Minha viagem não despertará nenhuma suspeita, passei anos na França depois do divórcio e depois só fico uns meses no país por ano.

- Como vai fazer para tirá-la?

- Você vai levá-la e depois encontro você. A casa de Boston já está pronta, precisei de uns ajustes por causa dela. A piscina, a varanda e tudo mais passaram por uma reforma contra acidentes.

- Tudo isso pelas minhas costas?

- Entenda- ela fez uma pausa- você teria dito para não me meter nisso. E eu estava certa que esse era meu destino. Nunca fui tão feliz e completa.

Sue olhou para a amiga compreendendo cada palavra por mais que aquilo fosse arriscado e possivelmente mudasse suas vidas por completo.

- Ela é linda. Parabéns. Acho que tenho algumas coisas para acertar antes de viajarmos. Vá ver sua filha, ela precisa de carinho e você aprender como cuidar dela.

Sue era sempre muito prática, conhecia Reneé muito bem para saber que aquilo não era mais uma loucura. Ela estava decidida e convicta não iria discutir, nem discordar.


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Notas finais do capítulo

Vou postar dois hoje meninas e mais dois na sexta, a fiction já está finalizada.