Coisas especiais precisam de proteção. escrita por Quididade


Capítulo 1
Azuis, cor de céu, azuis, cor de mar. Só azuis.


Notas iniciais do capítulo

Escrevi isso tem bastante tempo, dois a três anos, creio. Dei uma revisadinha básica, mas não posso afirmar estar 100%, e bem, tem tudo para classificar como pwp, apesar de não haver hard sex. Na verdade nem soft sex tem. Eu queria testar algo diferente, e bem, acho que está diferente.

Just enjoy.



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Sua mão se enroscou na minha e me trouxe mais para perto de si. O calor de seu corpo invadia minha pele fria, e sua boca trilhava um caminho obsceno do meu maxilar ao meu abdômen.

Tê-la no meio das minhas pernas daquele jeito indiscutivelmente sexy fazia arrepios tomarem minha espinha, ainda mais quando sua voz, embargada de excitação, invadia meus ouvidos, chamando meu nome.

Isso era raro. Você quase nunca me chamava pelo nome, quanto mais gemê-lo em um momento de prazer.

Claro que aquilo me extasiava! Era meu deleite pessoal saber que a minha “onipotente chefe” esteve segurando seus instintos por tanto tempo só para se entregar dessa forma rude para x primx “burrx”.

Eu até poderia rir nesse momento se não estivesse ocupadx ofegando e tendo que juntar, muito porcamente, sanidade o suficiente para não te privilegiar com o prazer de me ouvir gemer seu nome em contrapartida. Isso não vai acontecer; não nesse turno.

Ouço você me perguntar baixinho se estou bem, e preciso me recompor o máximo que consigo para lhe responder um fraco sim. Posso ver um sorriso rendido entre o debochado e o feliz se esparramar sobre seus lábios avermelhados e não consigo me controlar: Levanto o corpo já cansado, mas não exausto, e deixo de lado a raiva que o deboche me provoca. A felicidade estampada é o que me interessa, então tomo-os para mim.

Por quanto tempo eu estive longe de ti? Por pouco não esqueci que seus lábios possuem gosto de chocolate, por culpa do estúpido batom, mas quase não sinto isso. Talvez seja por causa da bebida que tomamos durante toda a festa, ou porque você fez-se provar do meu sabor só para compartilhar comigo nesse momento.

Seja como for, sinto que você também sorri enquanto nos beijamos, e sussurra delicadamente algo sobre como era idiota quando mais nova.

Preciso concordar, sinto muito. Se não tivesse sido tão malvada comigo quando meus nove anos mantinham-se estampados em minha face de meninx poderíamos estar juntxs desde então. Mas você pisou em tudo que eu sentia por você desde pequenx — dos nove, dos dez, onze até os meus catorze anos. Então me cansei de ser seu capacho e aceitei ir morar longe de minha mãe por um tempo.

Foi uma época difícil, mas já não importa mais. As magoas são dissolvidas nos beijos, nos toques, em todas as trocas de olhares.

Eu te pergunto se sentiu minha falta e escuto uma risadinha um tanto irônica contra meu pescoço. Esse deve ser seu ponto favorito, vive mordiscando-o. Reitero a pergunta, verdadeiramente curiosx, e vejo você se levantar apenas para mirar-me diretamente nos olhos.

Castanhos nos azuis. Azuis misteriosos desde que me conheço por gente, que tem muito a dizer, mas não querem mostrar. Azuis frustrados. Azuis desolados, azuis tristonhos e alegres ao mesmo tempo. Azuis, cor de céu, azuis, cor de mar.

Só azuis. Como eu quero que sejam os dos nossos filhos.

Você dá um sorriso doloroso e deita ao meu lado, cansada demais de tanto amor entre quatro paredes. Sinto um vazio quando me deixa, falta de ser completo, mas me calo quanto a isso e me enrosco no edredom escarlate, esperando sua resposta. Você suspira e leva sua mão até meus cabelos bagunçados, brincando com eles.

“Acho que sim. ” Me responde indecisa. “Não, com toda certeza sim. ” Vejo se corrigir imediatamente. Você me encara firmemente procurando vestígios de amargura em minha expressão, mas eu estou bravamente segurando tudo isso no fundo do meu cerne, ignorando a dor de ouvir umacho.

“Chateadx? ” Me pergunta em um tom inapropriado para o momento.

“Não. Por que estaria? ” Retruquei. Só que ao contrário do que eu dizia, virei meu corpo na direção oposta a você e fechei meus olhos, interpretando umx “virgem cansadx”. O que de fato eu estava.

Sua risada preenche todo o cômodo, lasciva como sempre foi. Você me puxa para si e sussurra de forma calma algo que simplesmente faz a minha noite valer mais do que tudo o que já vivi, e muito provavelmente, viverei.

Mas eu não compartilharei isso. Prometi que guardaria só para mim mesmx, pois coisas especiais precisam ser protegidas.


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Notas finais do capítulo

Nah. ❤
Muito estranho?



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