Como Treinar o seu Dragão Interior escrita por Kethy


Capítulo 5
Conflitos de família


Notas iniciais do capítulo

Oi galera!
Aqui vai outro cap, espero que gostem! Mil beijos.



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Com sua confirmação, os dois retornaram suas formas humanas. Apesar das suas suspeitas, aquela notícia abalou Soluço. Ele se encheu de perguntas, a começar pelo mistério que devia ser o nascimento do seu irmão. Mesmo sem dizer palavra alguma, Olavo adivinhou tudo o que devia se passar na mente do garoto:

– Há milênios as criaturas místicas andavam lado a lado com os seres humanos, ensinavam tudo o que precisavam para a sobrevivência na Terra. Porém, os humanos foram ficando ambiciosos e egoístas, tiveram que se separar. Três irmãos dragões não aceitaram tal mudança, pois se apaixonaram por três ciganas. Felizmente, os nossos reis reconheceram a pureza de seus sentimentos e concederam à eles a benção de se tornarem humanos completos. Seus filhos nasceram tanto com sangue humano quanto de dragão, até chegar a nós.

– E... De onde veio nossa outra metade?

– Do nosso pai é que não foi.

– Quer dizer...

– Sim. Nossa mãe tinha essa outra metade, ela era portadora do dom, possuía os instintos e podia se comunicar com os nossos e se transformava. Sabia que era errado, mesmo assim, se apaixonou por Stoico. Seu pior medo era que seu filho fosse nascer com esse lado, tentou ao máximo esconder sua gravidez. Quando vim ao mundo, nasci como uma criança normal, mas Valka temia que meus poderes viessem. Seu sacrifício foi tamanho, fingiu que morri uns meses depois do parto e me deu para uma parente cuidar. Claro que ela vinha me ver todos os dias, assim que se confirmou que eu tinha o poder dos ancestrais ela me contou tudo e fiquei com muito ódio, queria conhecer meu pai, assim que voei até a ilha descobri que os medos de mamãe tinham fundamentos. Fui atacado e quase morri, mas fui salvo pela minha mãe adotiva.

– Mas por que... Por que ela não me levou junto?

– É difícil entender a mente da nossa mãe, mas ela sempre quis o nosso bem acima de tudo. Além disso, apenas os primogênitos nascem com o poder. Ela achou que você ficaria bem. Sei que tem o dom por causa do seu cheiro, é intenso e não fraco como o de Valka. Você é especial.

– Especial... - Riu com o comentário, em seguida um pensamento veio - O que houve com ela?

Um momento de silêncio tomou conta, Olavo se virou para o lado tentando reunir sua coragem. Soluço sabia exatamente o que significava, suas mãos tremeram e com remorso perguntou:

– Quem foi?... - Depois de outro momento de quietude, a resposta veio.

– Pode ter sido qualquer um... Até Stoico...

O garoto estava abalado mas já esperava por algo assim. Lágrimas brotaram dos seus olhos verde-oliva. Seu irmão foi ao seu encontro e o confortou da melhor maneira que pode. Seu dom trazia benefícios mas também fardos às vezes muito pesados, principalmente em terras como as nossas em que todos os dias inocentes dos dois lados morriam por motivos fúteis. Ao menos agora tinham um ao outro e permaneceriam juntos até o fim.

Longe da ilha de Berk e do encontro dos irmãos dragões, o pai deles viajava até o lugar que buscamos durante trezentos anos: o ninho dos dragões. Stoico estava confiante de que encontrou o caminho certo, todos estavam ansiosos e temerosos:

– Eu quase sinto o cheiro deles. - Sussurrou o líder seguro e paciente.

– Eu quase sinto o cheiro da glória. - Dazbogu disse igualmente confiante.

Ele escondia seu plano, que era usar um ataque de dragão como disfarce para o assassinato do cunhado. Dazbogu iria atrair Stoico para um lugar longe dos olhares dos fiéis seguidores dele e o mataria para enfim ser o líder da tribo.

Assim que desembarcaram na ilha das bestas, Stoico foi o primeiro a sair. Sons eram ouvidos como chiados de cobra, mas quando ele pôs os pés nas pedras da praia tudo ficou quieto. Um silêncio assustador se espalhou por toda a área. De repente um uivo:

EGEDERE! : {VÁ EMBORA!}

Da névoa à frente surgiu um dragão gigantesco,: com asas como de um pássaro, vermelho e dentes do tamanho de rochas; pela voz era fêmea. Nosso líder se surpreendeu por conseguir entender a linguagem das feras, sem se importar empunhou sua espada e deu as ordens:

– ATACAR!

Todos pegaram suas armas e se prepararam para a luta que não custou muito a vir, já que o aviso não foi ouvido.

A luta foi brutal. Os dragões se esforçavam para ferir o menos possível seus oponentes, mas ninguém disse que eles fizeram o mesmo. Cortes, desmembramentos e mortes eram feitos naquele banho de sangue, que tinha mais das feras que dos guerreiros.

Dazbogu viu uma chance de trair Stoico quando viu que os outros tinham mais para prestar atenção:

– Stoico! Me ajude!

– Estou indo, Dazbogu!

O líder foi acudir o irmão daquela que mais amou, mas quando chegou, recebeu uma pancada forte que o fez desmaiar. O invejoso sorriu orgulhoso e sacou sua espada, se preparando para seu feito.

– Adeus velha geração, olá à nova era!

Levantou sua lâmina e se aprontou para seu ato covarde, mas assim que ia chegar ao pescoço um dragão jogou uma bola de fogo que queimou sua mão tanto que precisou soltar a espada.

Medendo. Ideoque fratrem. : {Covarde. Assassino do irmão.} - Um tom de decepção foi ouvido do dragão azul-safira atrás dele.

Dazbogu conseguiu entender o animal, mas não teve tempo para questionar. Um dos homens viu a cena, pensou ser um ataque da besta e jogou uma pedra no animal.

– Vamos! Vamos sair daqui! - O soldado apoiou o líder nos seus ombros e saiu o mais rápido que pode do local. O invejoso foi atrás dele planejando seu próximo passo. Não desistiria.


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